“‘Em verdade vos digo, quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!’. E abraçava as crianças e, impondo as mãos sobre elas, as abençoava.“
Marcos 10, 15-16
Tocados pelo mistério singelo das crianças, totalmente dependentes de cuidado e afeto e interpelados eticamente pela experiência cristã, sempre atentos ao jeito de Jesus discernir a vontade de Deus, nosso Abbá (Paizinho) querido e revelar a presença do dinamismo libertador do Reino de Deus, diante da profunda desigualdade social e suas trágicas consequências para as famílias pobres e excluídas da mesa da cidadania, a Pastoral da Criança, por meio de lideranças comunitárias por ela treinadas e capacitadas, se desafia a cuidar e proteger a vida. E procura se aproximar das realidades sociais onde a vida se mostra muito vulnerável: a das mulheres pobres gestantes e das crianças nos seus primeiros anos de vida.
Quem somos
Trata-se de uma Pastoral social nascida da busca de resposta aos desafios da mortalidade infantil e da vulnerabilidade social das mulheres gestantes de famílias empobrecidas e agredidas pela exclusão social. Ela foi fundada em 1983, na cidade de Florestópolis, no Paraná, pela médica sanitarista e pediatra, dra. Zilda Arns Neumann, e pelo então Arcebispo de Londrina, hoje cardeal emérito, dom Geraldo Majella Agnelo.
Aos poucos, com a graça de Deus, a força solidária do voluntariado e o testemunho de um amor exigente que se faz cuidado criativo junto às crianças, as gestantes e suas famílias, a Pastoral da Criança foi crescendo, contagiando e e se espalhando. Hoje ela se faz presente, com grande capilaridade, em praticamente todos os estados brasileiros e em muitos outros países.
A Pastoral da Criança é, hoje, um organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Ela alicerça sua atuação na organização da comunidade e no treinamento e capacitação de líderes comunitários voluntários que ali vivem e assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania. Ela busca cuidar do “desenvolvimento integral das crianças, promovendo, em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político” (Artigo 2º do Estatuto).
Nossa presença e atuação na Arquidiocese de Belo Horizonte
Aqui na Arquidiocese de Belo Horizonte, a Pastoral da Criança teve início cinco anos depois de sua fundação, em 1987, sob o impulso da coordenação da Irmã Esther Minguez Minguez e da força solidária de um voluntariado decidido a cuidar da vida. Em 1995, iniciou um grande processo de descentralização da Pastoral, quando cada região episcopal e suas foranias passaram a ter coordenação próprias. Em 2002, foi eleita a primeira coordenadora não religiosa, a leiga Ana Maria Andrade. A cada seis anos acontece eleição para escolha de nova coordenação. Atualmente a coordenadora arquidiocesana é a leiga Nelcina Maria Neto.
Durante estes 33 anos de presença atuante na Arquidiocese de Belo Horizonte concretizou rica caminhada com muito amor-cuidado-doação, muitas atividades, partilhas, capacitações de lideranças comunitárias, encontros celebrativos, parcerias, em tudo procurando atender, da melhor forma possível, as demandas sociais que foram surgindo.
Nossa missão
“Eu vim para que (todas as crianças) tenham vida, e a tenham em abundância” (Cf. Jo 10, 10).
A missão da Pastoral da Criança é promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação.
A metodologia utilizada procura contar com três momentos distintos de interação. Os/as agentes de pastoral ou líderes comunitários, previamente capacitados, fazem visitas mensais às gestantes e às famílias acompanhadas; há momentos de celebração da vida; e há uma reunião de avaliação em que os líderes se reúnem para partilhar, trocar ideias e avaliar o trabalho realizado, refletir e discernir novas ações diante das demandas sociais.
Durante as visitas, os/as agentes da Pastoral da Criança orientam as mães, pais e familiares para acompanhar e cuidar do desenvolvimento da criança em cada etapa de vida. São analisados o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, observados os sinais de risco à saúde e partilhadas informações sobre prevenção e tratamento de doenças. Também há avaliação nutricional, orientação sobre higiene, saúde bucal e imunização.
Nosso objetivo
“Eu… terei alegria no meu povo.
Ali não mais se ouvirá o soluçar do choro nem o suspirar dos gemidos.
Não haverá ali crianças que só vivam alguns dias...” (Isaias 65, 19)
Tendo presente esta imagem do profeta Isaias do “Novo céu e da nova terra”, nós da Pastoral da Criança trabalharmos por um mundo sem mortes materno-infantis evitáveis e onde todas as crianças, mesmo as mais vulneráveis, viverão num ambiente favorável ao seu desenvolvimento.
Para avançamos passos na concretização deste sonho bonito, precisamos nos mobilizar, nos organizar e planejar juntos ações locais que enfrentam os desafios e urgências. Como diz a letra de uma canção de Zé Vicente, Eu quero ver, cantada no Ofício Divino das Comunidades: “Eu quero ver, eu quero ver acontecer. O sonho bom, sonho de muitos acontecer. Sonho, que se sonha só, pode ser pura ilusão. Sonho, que se sonha juntos, é sinal de solução.Então, vamos sonhar, companheiros, sonhar ligeiro, sonhar em mutirão.”
O que nos seduz…
O que mais encanta e aquece o coração na caminhada da Pastoral da Criança é a experiência do encontro fraterno, do estar nas periferias e junto com os pobres, partilhar a vida e colher sorrisos e amizades de quem experimenta ser acolhido, receber carinho, atenção e cuidado. É muito gratificante contemplar os resultados do trabalho pastoral, de modo especial, as crianças, com saúde e dignidade, brincarem de viver.
Quando a Pastoral iniciou seus trabalhos na Arquidiocese de Belo Horizonte, as estatísticas eram trágicas “morriam cerca de 120 crianças em cada mil nascidas vivas”. Mas, graças a Deus, com muito trabalho solidário voluntário e muitas parcerias para a concretização do amor-cuidado “esses números foram reduzidos para 20” (dados de 2019).
Grandes desafios…
Toda caminhada tem desafios que precisam ser discernidos, conhecidos e enfrentados… Eis alguns importantes em nossa Pastoral da Criança:
Em primeiro lugar, um trabalho como o da Pastoral da Criança só pode ser realizado com a generosidade de voluntários/as comprometidos/as com esta nobre causa, que vestem a camisa seja para assumir o serviço de ser um agente de pastoral, seja para concretizar o serviço de ser liderança local da pastoral nas comunidades onde as estão as demandas e os trabalhos acontecem.
Em segundo lugar, é preciso investimento, ou seja, haver recursos financeiros destinados para atender as diversas demandas, desafios e urgências que emergem das vidas vulneráveis em situação de exclusão e ausência do papel do estado. Por isso os agentes da Pastoral da Criança precisam de formação da consciência crítica sociopolítica, de aprender a celebrar parcerias e trabalhar em rede.
Em terceiro lugar, como se trata de um trabalho fundamentalmente eclesial voluntário, é preciso receber o apoio e o incentivo dos bispos, padres, diáconos, do leigos e leigas. Além disso, as lideranças precisam participar dos conselhos pastorais seja para apresentar as demandas, seja para conquistar o apoio de toda a comunidade de fé.
Para melhor conhecer o nosso trabalho de evangelização entre em contato conosco:
- Bispo Presidente do Conselho Diretor: Dom Anuar Battisti
- Coordenador Adjunto: Nelson Neumam Arnes
- Coordenadora Nacional: Ir. Veneranda da Silva Alencar
- Coordenadora Estadual: Maria do Rosário Senra de Almeida Gomes
- Coordenadora do Núcleo III (Arquidiocese de Belo Horizonte e Diocese de Sete Lagoas):
Elma de Fátima Vilaça da Silva
elmafvilaca@gmail.com – (31) 99295-3566
- Coordenadora Arquidiocesana:
Nelcina Maria Neto
nelcinanel@hotmail.com – (31) 98972-7589
- Coordenadora da Região Nossa Senhora da Esperança e Nossa Senhora da Piedade:
Maria da Penha de Oliveira
mariadapenha0911@gmail.com – (31) 98334-7070
- Coordenadora da Região Nossa Senhora Aparecida:
Cleonice dos Santos Pereira
cleonicepereiraeedra@gmail.com – (31) 98646-6072 / (31) 3361-8136 (Setor)
- Coordenadora da Região Nossa Senhora da Conceição:
Iêda de Alcântara e Souza Guerci
ieda.guerci.souza@gmail.com – (31) 98203-3263
- Coordenadora da Região Nossa Senhora do Rosário:
Elma de Fátima Vilaça da Silva e Ilza Maia
(31) 99939-5208
Endereço:
Rua: Além Paraíba, 208 – Lagoinha, Belo Horizonte – MG Telefone: (31) 3422-7154
- Você gostaria de conhecer a Pastoral da Criança da Arquidiocese de Belo Horizonte?
- Você já pensou em fazer parte de nossa Pastoral?
Nelcina Maria Neto e Elma de Fátima Vilaça da Silva
Representantes da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Belo Horizonte
Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães
Secretário Executivo do Observatório da Evangelização e
Coordenador do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais”