Um olhar sobre o tema da 40ª AGO do laicato do Brasil

Denilson Mariano, um dos delegados, salienta que há muita expectativa para a celebração desta 40ª Assembleia Geral do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). É a primeira assembleia presencial desde a forte disseminação da Covid 19 e será uma assembleia eletiva. Isto já seria motivo bastante para essa elevada expectativa. Mas, além disso, essa 40ª Assembleia vem impulsionada pela 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e se insere na perspectiva da preparação para o grande Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade a ser celebrado em 2023.

A 1ª Assembleia Eclesial nos permite um outro olhar sobre a própria Igreja, já enseja uma forma mais participativa de vivermos a fé e de organizarmos a caminhada eclesial. Uma Igreja em que o batismo, de fato, seja assumido como o elemento que nos identifica a todos na comum dignidade de cristãos/ãs. Uma Igreja em que a hierarquia não represente privilégio ou poder, mas serviço fraterno aos irmãos/ãs que partilham a mesma fé, a mesma esperança. Uma Igreja em que todos se dêem as mãos para caminhar juntos, para testemunhar a fé no Senhor ressuscitado que faz história conosco.

Assim, leigos e leigas, religiosos e religiosas, diáconos, padres e bispos se encontraram nesta Assembleia Eclesial, como representantes da totalidade do povo de Deus, para juntos refletirem sobre a caminhada e os desafios que nos são comuns e que, por dizerem respeito a todos, devem também ser decididos por todos… Trata-se de uma semente que precisa ser cultivada para que se desenvolva, cresça e produza frutos. Mas, sem dúvida, essa novidade eclesial impulsiona e motiva a nossa 40ª Assembleia do CNLB.

Por sua vez, a preparação para o Sínodo dos Bispos, com a nossa participação no processo de escuta, é outro fator impulsionador na caminhada do laicato do Brasil. A Igreja quer escutar a todos e o exercício da escuta, nem sempre é tão simples, exige fé, abertura, esforço, trata-se de um aprendizado. O que nos move é o anseio de recuperar ou recriar os princípios que orientavam a Igreja em seus inícios, entre os primeiros cristãos. Um anseio de caminhar juntos, de decidir mais conjuntamente, de efetiva comunhão e participação de todos, em função da missão que é comum a todos nós. Sinodalidade não é uma invenção dos nossos tempos, mas resgate do modo de ser Igreja em suas origens primeiras. Esse resgate é outra urgência que aquece e ilumina a celebração dessa próxima Assembleia do laicato do Brasil.

Daí a relevância do tema escolhido: Sinodalidade e missão: leigos e leigas em saída para as periferias. Vamos nos encontrar como irmãos/ãs na presença do Senhor para escutar o que Espírito nos diz, aprofundar a reflexão sobre a realidade que nos circunda com os desafios atuais. Vamos buscar pistas de ação, meios para romper as resistências que nos amarram, aprofundar o dinâmica de caminhar juntos na missão dando prioridade aos que estão nas periferias geográficas e existenciais. Trata-se de buscar colocar os nossos passos nos passos de Jesus, fazer nossas as Suas prioridades, recriar, no hoje de nossa história, o seu jeito de ser, de agir e de atuar.

Essa 40ª Assembleia do CNLB representa um verdadeiro Kairós, um tempo da graça de Deus, não apenas para os leigos e leigas, mas para toda a Igreja. Ela já nos indica que “o caminho é este e por ele que devemos ir” (cf. Is 30,21). Reze pelos representantes que vão estar reunidos no Maranhão, divulgue esse acontecimento em sua comunidade e também suas redes sociais. Vamos viver com intensidade esse momento eclesial e assim, caminhando juntos, ajudar a resgatar e vivenciar essa Igreja sinodal, missionária, samaritana, em saída às periferias, pois, a Igreja somos todos nós, batizados/as, discípulos/as missionários/as de Jesus ressuscitado.

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Denilson Mariano – Doutor em Teologia pela FAJE-BH, membro da SOTER, Coordenador do MOBON – Movimento Boa Nova a serviço dos leigos/as, Redator da Revista O Lutador