Na quarta parte da entrevista, Wilma Dias aborda duas temáticas estruturantes da evangelização na Arquidiocese de Belo Horizonte: a Catequese e os Círculos Bíblicos. 

Na primeira, rememora o processo de organização da caminhada da catequese nos níveis paroquial, forâneo, regional e arquidiocesano. Diante do revigoramento da catequese, a experiência de Belo Horizonte contagiou todo o processo catequético no Regional Leste II da CNBB, culminando na criação do Curso de formação do regional e o Instituto Regional de Pastoral Catequética – IRPAC. 

Na segunda, recorda o processo do surgimento dos círculos bíblicos na Arquidiocese de Belo Horizonte a partir dos volantes de formação bíblica em pequenos grupos, iniciativa criada pelo Projeto Pastoral “Construir a Esperança” para atender a principal reivindicação do povo na pesquisa: formação bíblica. Diante da forte adesão à dinâmica criada com os volantes, pensou-se numa maior sistematização deste estudo bíblico em pequenos círculos. Daí surgiram o nome e a dinâmica de Círculos Bíblicos assumida na caminhada da Arquidiocese de Belo Horizonte. 

Entre a primeira e a segunda temática, Wilma Dias reflete sobre o desafio da relação entre o clero e o laicato na Igreja e na Sociedade, faz referência a dois desafios que precisam ser superados: tanto o clericalismo que concentra o poder eclesial nas mãos do clero e infantiliza o laicato, quanto o leigo clerical, que quando assume funções e serviços na Igreja passa a ter mentalidade clerical, ou seja, a colocar-se a cima do povo de Deus e a agir de forma autoritária.

Confira aqui a série completa de entrevistas com Wilma Dias

Revela-se necessário e enriquecedor cultivar, com alegria e gratidão, como realidade viva e significativa, a memória das pessoas que marcam a nossa vida e/ou a nossa caminhada da fé.

Trata-se de um cultivo que nos humaniza, pois enquanto seres que nascem e vão se fazendo ao longo da vida, podemos contemplar a beleza de um precioso itinerário de vida.

Além disso, fazer memória nos ajuda a alimentar o horizonte de sentido, porque nos desperta para a importância do perseverar e do cultivar valores.

E, por fim, cultivar a memória viva faz bem a quem tem a sua trajetória de vida reconhecida e valorizada como realidade significativa para nós. Não podemos esquecer que somos seres espirituais que aqui estamos fazendo uma experiência histórica. Estamos aqui para aprender a bem viver.

A vida nos ensina que o seu segredo e o seu sentido maior está no aprender a colocar, no centro de nosso existir, o dinamismo da lógica de amar e servir.

Nesta primeira parte da entrevista, Wilma Dias apresenta-nos suas origens na cidade de Ponte Nova e compartilha suas experiências significativas da infância no seio familiar, na escola, os primeiros passos de sua “teografia”: a experiência da fé no Deus da vida como realidade profunda de amor e graça.

Fala-nos da importância da descoberta da vocação – a que viemos para esta vida? – no seio familiar e nas primeiras vivências eclesiais com o pai e com as irmãs salesianas. Em tudo amar e servir: eis a grande descoberta do fio condutor da vida.

Confira aqui a série completa de entrevistas com Wilma Dias.