Vicariato Episcopal da Ação social política e ambiental – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Fri, 26 Nov 2021 19:58:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Vicariato Episcopal da Ação social política e ambiental – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Dia 27/11/2021 – 6º Encontro Arquidiocesano de Fé e Política, um convite especial! https://observatoriodaevangelizacao.com/dia-27-11-2021-6o-encontro-arquidiocesano-de-fe-e-politica-um-convite-especial/ Fri, 26 Nov 2021 19:58:02 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=42949 [Leia mais...]]]> Encontro virtual iniciará as atividades de formação política em preparação para o ano eleitoral de 2022. Como acontece a cada dois anos, a Arquidiocese de Belo Horizonte por meio do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas (Nesp), o Coletivo de Fé e Política e o Vicariato Episcopal para a Ação Social, Política e Ambiental (Veaspam) promovem o 6º Encontro Arquidiocesano de Fé e Política.


Amanhã, dia 27/11, é o dia do 6° Encontro Arquidiocesano de Fé e Política, de 8 h ao meio dia. Participe conosco (veja a programação no card). Além da análise de conjuntura teremos uma novidade: a divulgação dos resultados de uma pesquisa sobre a percepção de cristãos sobre os governos atuais e sobre as ações que devem ser desenvolvidas em 2022, ano eleitoral. Participe e nos ajude na divulgação. Você participa do encontro acessando no link:

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Igreja e sociedade – Sinodalidade e ação social e política com o prof. pe. Francisco Aquino Júnior https://observatoriodaevangelizacao.com/igreja-e-sociedade-sinodalidade-e-acao-social-e-politica-com-o-prof-pe-francisco-aquino-junior/ Thu, 30 Sep 2021 20:06:09 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=41668 [Leia mais...]]]> O Vicariato Episcopal para a Ação Social, Política e Ambiental promove formação online  cujo tema será “Igreja e sociedade: Sinodalidade  a ação social e política” no dia 1° de outubro das 09hs às 10:30h.

Professor da Universidade Católica de Pernambuco e doutor em Teologia, Padre Francisco Aquino Junior fará assessoria da formação aos voluntários das pastorais sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte.

Inscrições aqui: formulário.

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Você conhece a Pastoral Operária ou Pastoral do Mundo do Trabalho da Arquidiocese de Belo Horizonte? https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-a-pastoral-operaria-ou-pastoral-do-mundo-do-trabalho-da-arquidiocese-de-belo-horizonte/ https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-a-pastoral-operaria-ou-pastoral-do-mundo-do-trabalho-da-arquidiocese-de-belo-horizonte/#comments Wed, 25 Aug 2021 23:29:33 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=39709 [Leia mais...]]]> “Mata o próximo quem lhe tira seus meios de vida e derrama sangue quem priva o operário do seu salário”.

(Eclesiástico 34, 22)

“Digamos juntos, de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”.

(Papa Francisco, 2014) [1]

Origens da Pastoral Operária: pontes entre a fé, a vida e a dinâmica econômica

No final dos anos de 1960 o Brasil vivia o início dos chamados “anos de chumbo” da ditadura militar, período de maior repressão político-social do regime autoritário instaurado em abril de 1964. Este tempo se caracteriza pela cassação de diretos políticos, o fechamento do Congresso Nacional, as aposentadorias forçadas, a perseguição, tortura e assassinato de opositores ao governo, a intervenção direta nas direções sindicais, a abertura da economia brasileira ao capital externo, as privatizações de estatais, o crescimento econômico, o arrocho salarial, a concentração de renda, o aumento da desigualdade social e das várias formas de precarização da condições de vida[2].

Em de 18 de outubro de 1970, no auge do chamado “Milagre Econômico” e do endurecimento das repressões pela ditadura militar, que inviabilizavam as lutas dos trabalhadores, foi fundada a Pastoral Operária na arquidiocese de São Paulo. O ato inaugural foi marcado pela celebração da Missa pelo Salário Mínimo, presidida pelo arcebispo Dom Angelo Rossi.

O objetivo da pastoral era contribuir na construção da resistência e da luta da classe trabalhadora livre e soberana a partir do ensino social da Igreja, da mensagem libertadora do evangelho de Jesus e do movimento de oposição sindical, em especial em São Paulo, Osasco e Contagem, que se contrapunha as lideranças sindicais metalúrgica alinhadas com a ditadura[3].

No decorrer da década de 1970 e início dos anos de 1980, a Pastoral Operária atuou com cautela e às vezes de forma secreta devido as perseguições do regime autoritário. Porém tinha toda a sua legitimidade assegurada pelas deliberações do Concílio Vaticano II e pelas conferências de Medellín e de Puebla, o que a possibilitou somar-se a luta dos movimentos populares e receber o apoio da Ação Católica Operária, da Juventude Operária Católica (atualmente: Movimento dos Trabalhadores Cristãos), das Comunidades Eclesiais de Base, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e se difundiu para várias arquidioceses dos principais centros industriais do país.

Esta atuação contribuiu de forma decisiva para a articulação e viabilização de importantes greves de trabalhadores metalúrgicos, para a reconquista de sindicatos metalúrgicos ora liderados por interventores nomeados pelos governos militares, para a criação de centrais sindicais e para a resistência de partidos políticos de esquerda.   

“Há mais de 50 anos, descobri o poder da não-violência e no mesmo tempo, comecei a prestar atenção a todas as formas de violência que existem. Naquela época, marcado pelo ambiente marxista que dominava nas universidades, achava que a principal violência era o sistema econômico que gerava as desigualdades sociais que conhecemos a nível da renda, da educação, da saúde, da moradia, da exploração do Terceiro-Mundo, etc”.[4]

Pe. Chico (François Marie Lewden)

Em 2020, a Pastoral Operária celebrou os seus 50 anos de história de fé e engajamento no Brasil.

Na ocasião, que ocorreu de forma virtual devido a pandemia da covid-19, antigas lideranças relembraram o contexto nacional repressivo em que a pastoral foi fundada, seus percursos, sua lealdade as causas da classe trabalhadora urbana e a necessidade da continuidade das suas atividades frente as políticas econômicas neoliberais do governo federal que desde 2016 tem promovido a desregulamentação das leis trabalhistas e da segurança social, a precarização das condições de trabalho, o aumento do desemprego e da concentração de renda[5].

A Pastoral Operária na Arquidiocese de Belo Horizonte

A participação ativa e perseverante da Pastoral Operária de São Paulo na construção da oposição sindical repercutiu em outras regiões do Brasil fazendo com que, em 1976, fosse fundada a Pastoral Operária nacional. Desde então várias arquidioceses de importantes regiões industriais do país a acolheram e se somaram as suas ações.

A criação da Pastoral Operária na Arquidiocese de Belo Horizonte tem início com a sua expansão por várias igrejas particulares de Minas Gerias no contexto do fortalecimento dos movimentos populares e sindicais no estado após o fracasso do “Milagre Econômico” e o ascendente enfraquecimento da ditadura militar.

Nesta época o padre operário italiano Adriano Soudre tentou fundar a Pastoral Operária na cidade industrial de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a partir da articulação de uma oposição sindical na cidade. Não obstante esta primeira tentativa alcançou êxitos político-sindicais contra o regime militar, mas não foi capaz de levar adiante a construção da pastoral propriamente dita.

Em 1981, houve uma nova tentativa de fundação da Pastoral Operária na Arquidiocese de Belo Horizonte. Isto se deu a partir da chegada de três padres operários franceses oriundos da arquidiocese da Missão de France, acolhidos na arquidiocese de Belo Horizonte pelo então arcebispo Dom João Resende Costa e o seu bispo auxiliar Dom Serafim Fernandes de Araújo.

Logo após a sua chegada, os padres operários começaram a trabalhar em empresas de Betim e em agosto daquele mesmo ano de 1981 realizam a primeira reunião em Belo Horizonte para a implantação da Pastoral Operária. Destaca-se nesse processo a atuação missionária do pe. François Marie Lewden, popularmente conhecido como padre Chico (atual coordenador da pastoral). A proposta foi acolhida por vários padres de cidades industriais da Região Metropolitana de Belo Horizonte e passou a somar-se as lutas do Movimento dos Trabalhadores Católicos e dos movimentos populares por habitação já existentes nessas localidades.

Pe. Chico (François Marie Lewden)

A partir do engajamento dos padres Chico, Tildem Santiago, Adriano Soudre, Nilmário Miranda e Miguel Elosua foram fundados grupos de base (grupo local) da Pastoral Operária nas cidades de Belo Horizonte (Barreiro e Lindeia), Betim, Santa Luzia (São Benedito) e Contagem (Petrolandia). A sua atuação se deu por meio do movimento de celebração eucarística e oposição sindical, chamado de Missa do 1° de Maio, no acompanhamento e na formação/conscientização dos militantes da pastoral e na distribuição mensal de boletins informativos e denunciativos nas portas das principais indústrias da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

As atividades de formação se davam a partir da metodologia RVO (Revisão de Vida Operária) que compunha um projeto de educação popular voltado para a conjugação entre a prática e a teoria.

Ao longo dos anos de 1990 e 2000, o Brasil experimentou novas dinâmicas político-econômicas, fruto da globalização do neoliberalismo especulativo improdutivo, de forma que a Pastoral Operária em Minas Gerais passou a compreender a necessidade de renovação de suas formas de atuação. Desde então a pastoral priorizou o trabalho de apoio a empreendimento da economia solidária por meio de cooperativas, grupos de trabalho e movimentos sociais, expandindo o seu público alvo para além do operariado metalúrgico e atingindo os setores do mundo do trabalho e da classe trabalhadora rural.

Atualmente a Pastoral Operária da Arquidiocese de Belo Horizonte se chama Pastoral do Mundo do Trabalho e compõe os quadros do Vicariato Episcopal para a Ação Social, Política e Ambiental da mesma arquidiocese.

As suas atividades atualmente encontram-se muito comprometidas por uma série de fatores. Em primeiro lugar pelo predomínio de uma cultura do individualismo e do indiferentismo social, seja pela hegemonia do mentalidade neoliberalismo e o enfraquecimento dos ideias democráticos com cidadania para todos. fortalecimento de setores conservadores da sociedade brasileira e, inclusive, com grande atuação no seio da Igreja Católica. a partir de 2016 que levam adiante uma agenda anti-Concílio Vaticano II, anti-papa Francisco, anti-Teologia da Libertação, anti-Campanha da Fraternidade e anti-petista. Outro agravante é o avançar de reformas político-econômicas antipopulares a partir de 2017 que tem gerado o sucateamento das leis trabalhistas, o aumento do desemprego, do trabalho precário e da desigualdade social. Como que se não bastasse, somou-se a esta realidade dramática, os catastróficos impactos da pandemia da covid-19 no Brasil a partir de março de 2020.

A longa história de opressão e exploração dos trabalhadores e trabalhadoras exigiu e continua a exigir organização de classe, conscientização cidadã, mobilização e muitas lutas em defesa da justiça social e da dignidade humana. Há mais de 50 anos a Pastoral Operária ou do Mundo do Trabalho tem se colocado a serviço da defesa da dignidade da vida e do mundo do trabalho. O atual cenário sombrio de desemprego e de múltiplas e novas formas de exploração da classe trabalhadora, de destruição da legislação trabalhista e das condições dignas de trabalho indica que é imprescindível a retomada das atividades da Pastoral Operária em todo o Brasil. Jesus Cristo está no corpo e no sangue dos trabalhadores e trabalhadoras explorados que clamam por justiça social, solidariedade, respeito e dignidade.

Para melhor conhecer o nosso trabalho de evangelização

Os interessados em acompanhar as atividades e participar da Pastoral do Mundo do Trabalho:

Coordenador: Pe. François Lewden

Telefone: 3428-8046

E-mail: lewden@hotmail.com

https://social.arquidiocesebh.org.br/pastorais-socias.php

Endereço:

Rua Adalberto Ferraz, 31 Lagoinha

Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

  • Você gostaria de conhecer mais de perto a Pastoral Operária ou do Mundo do Trabalho, que atua na Arquidiocese de Belo Horizonte?
  • Você já pensou em fazer parte da caminhada desta importante Pastoral, tão necessária neste contexto de reformas trabalhistas contra a dignidade dos trabalhadores e de retirada de seus direitos?

Pe. Chico (François Marie Lewden)

Representante da Pastoral do Mundo do Trabalho

Glaucon Durães da Silva Santos

Membro da equipe ampliada do Observatório da Evangelização PUC Minas

Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães

Secretário Executivo do Observatório da Evangelização e Coordenador do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais”


[1]https://www.geledes.org.br/vaticano-nenhuma-familia-sem-casa-nenhum-campones-sem-terra-nenhum-trabalhador-sem-direitos/

[2] Resultados da instauração do Ato Institucional n°5 (AI5) e do Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg).

[3] https://www.youtube.com/watch?v=qi1o9VzydSI.

[4] https://arquidiocesebh.org.br/noticias/artigo-o-poder-da-nao-violencia-padre-chico-coordenador-da-pastoral-do-trabalho/

[5] Sobretudo a partir das reformas Trabalhista e Previdenciária.

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https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-a-pastoral-operaria-ou-pastoral-do-mundo-do-trabalho-da-arquidiocese-de-belo-horizonte/feed/ 1 39709
Projeto de evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais Sociais” https://observatoriodaevangelizacao.com/projeto-de-evangelizacao-impulso-de-fe-para-uma-primavera-das-pastorais-sociais/ Sun, 22 Nov 2020 03:19:45 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=36554 [Leia mais...]]]> O Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental- VEASPAM, o Vicariato Episcopal para Ação Pastoral – VEAP, ambos vicariatos episcopais da Arquidiocese de Belo Horizonte, e o Observatório da Evangelização, órgão do Anima PUC Minas, depois de um rico diálogo provocado pelas diretrizes aprovadas na VI Assembleia do Povo de Deus e o discernimento dos sinais dos tempos e seus desafios e urgências, celebraram uma parceria aberta com o objetivo de concretizar um projeto de evangelização para incentivar e promover uma “primavera das pastorais sociais”. na Arquidiocese de Belo Horizonte.

Confira:

PROJETO DE EVANGELIZAÇÃO “IMPULSO DE FÉ PARA UMA PRIMAVERA DAS PASTORAIS SOCIAIS”

Promover a Ecologia Integral e a Presença Pública da Igreja em todos os municípios que compõem a Arquidiocese:

• provocando uma “primavera das Pastorais Sociais”, priorizando-as, incentivando sua criação e organização onde não existem, incrementando as que já atuam, oferecendo adequada formação aos seus agentes, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja;

• praticando o cuidado com a Casa Comum em todas as comunidades eclesiais, como exercício de um novo modo de ser no mundo e como exemplo das mudanças estruturais que levam a uma ecologia integral. De modo especial, envolver-se com as questões relativas às consequências da mineração.

(DAE-ABH 2019-2023, Casa da Caridade, n. 11b, p. 16)

I – O QUE É?

Trata-se de projeto nascido de um diálogo impulsionado pelas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte, aprovadas na VI Assembleia do Povo de Deus (VI APD). Este diálogo ajudou sonhar e concretizar uma parceira aberta entre o Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental – VEASPAM, o Vicariato Episcopal para Ação Pastoral – VEAP e o Observatório da Evangelização, órgão do Anima PUC Minas. Esta parceria tem como objetivo ajudar a impulsionar uma primavera, vista como cada vez mais necessária, das pastorais sociais.

Por primavera aqui entende-se o impulsionar de um processo histórico, fecundo e criativo, com o objetivo primeiro de revitalização para um novo florescimento da rica caminhada das pastorais sociais enquanto resposta, que brota da fé, aos desafios e urgências discernidas no complexo contexto atual. Além disso, pretende tornar as pastorais sociais – a caminhada concretizada e os feitos históricos – mais conhecidas, admiradas e amadas.

Esta parceria se compreende radicalmente aberta para acolher a participação e a contribuição de outras entidades, organizações, grupos e movimentos que desejam, por sintonia fina com este projeto, enriquecê-lo e ampliá-lo.

II – QUEM?

Sintam-se convidados, chamados e interpelados todos batizados e batizadas conscientes das exigências do Evangelho e do seguimento de Jesus; todos os cristãos e as cristãs que já percebem as dimensões social, política e ambiental da ação evangelizadora da Igreja como estruturantes, constitutivas e decisivas, inclusive, para a credibilidade da experiência cristã na Igreja e na sociedade; todos os homens e mulheres de fé que estão em sintonia com o magistério do papa Francisco, que nos encontros com os movimentos populares, na sua Evangelii Gaudium, Laudato Si’, Querida Amazônia, Fratelli Tutti, nas suas homilias, nos seus gestos proféticos e nos seus projetos Economia de Francisco e Pacto Global pela Educação, explicita de modo claro e inconfundível estas dimensões intrínsecas a nossa fé. Trata-se, em última instância, de fidelidade à práxis libertadora de Jesus Cristo e ao Evangelho do Reino da Justiça e da Fraternidade que ele anunciou e testemunhou até as últimas consequências na cruz. (A título de exemplo, veja: PAPA FRANCISCO, Exortação apostólica Evangelii Gaudium. A alegria do Evangelho. Sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. São Paulo: Paulus/ Loyola, 2013, p. 107-145).

Em primeiro lugar, é um projeto que implica e envolve diretamente as pessoas que participaram, participam ou desejam participar da caminhada das pastorais sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte, bem como, eventualmente, de outras dioceses que dele desejam participar. Segundo, pela sua importância e potencial evangelizador, o projeto estará sempre aberto a todos os cristãos e cristãs, que dele desejam participar e contribuir em sua efetivação.

III – COMO?

Todo processo que visa a uma caminhada histórica prospectiva e, portanto, esperançada, é feito de objetivos, passos, balanços e retomadas. Os processos impulsionados pela experiência cristã são marcados pela engajada, estradeira e mística, pela “fé/pé na caminhada”; são igualmente marcados pela mobilização que nasce de corajosa e teimosa ESPERANÇA; e, por fim, são também marcados pela CARIDADE, esta energia poderosa do amar que, no caminhar, se faz compaixão pelos e com os pobres e vulneráveis, solidariedade fraterna-sororal e partilha dos bens, da mesma utopia do Reino de Deus e das lutas travadas por dignidade e justiça.

Assumimos como metodologia o consagrado método VER-JULGAR-AGIR como fonte de inspiração. Aqui o VER é entendido e assumido como a busca de conhecimento crítico da realidade analisada a partir do uso de mediações analíticas adequadas para se conquistar leitura crítica-autocrítica da realidade vivida (momento analítico); o JULGAR é compreendido como momento específico de iluminação da fé, quando a realidade é interpretada à luz da experiência cristã consignada na Tradição da fé (momento hermenêutico da fé); o AGIR é concebido como mediação histórica para práxis cristã autêntica na Igreja e, sobretudo, na sociedade. Trata-se daquele agir consciente e crítico que é discernido e planejado, em suas dimensões sociopolíticas, econômicas, culturais e religiosas com objetivos de curto, médio e longo prazo (momento da práxis transformadora).

Na tradição latino-americana das Comunidades eclesiais de base – CEBs, acrescentam-se quatro outros verbos ao método em questão para melhor explicitar a riqueza do dinamismo histórico por ele impulsionado: VER-JULGAR-AGIR-AVALIAR-CELEBRAR-CORRIGIR-RETOMAR de forma recorrente o rumo da caminhada. 

Em relação aos passos de concretização do projeto que foram organizados para serem trilhados, levando-se em conta a situação atual e suas possibilidades, por cada uma das pastorais sociais a partir da tensão dialética fecunda entre PASSADO-PRESENTE-FUTURO. Neste sentido, o movimento de volta ao passado não tem nada de saudosismo, mas se trata do necessário cultivo da memória do caminho trilhado. E isso em duas dimensões, seja para aquecer e revigorar o coração, seja para revisitar elementos estruturantes que se perderam, em vista de revigorar o ânimo e a alegria no discernimento e no planejamento; no mesmo sentido, o discernimento do tempo presente não tem nada de lamento, mas, impulsionados pela fé no Deus da vida, sempre estradeiro conosco, se trata da busca sempre inconclusa, pela análise de conjuntura, de encorajamento diante da percepção dos sinais dos tempos. E isso em dois sentidos, seja para melhor compreender o cenário em que nos encontramos, seja para enfrentar, com clareza, as ameaças e dificuldades, estando cientes dos ventos (des)favoráveis e das novas possibilidades; igualmente, o projetar o futuro não tem nada de alienação ou fuga da realidade, mas da condição humana de quem, ciente de ser sujeito coletivo capaz de escrever a própria história, sabe aonde quer chegar. E isso em duas direções, seja para compartilhar sonhos e utopias que nos animam, seja para discernir e planejar passos concretos a curto, médio e longo prazo.

1ª Reunião do VEASPAM, do VEAP e do Observatório da Evangelização com os representantes das pastorais sociais para definição do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais” – Dia 16/10/2020.

DINÂMICA E CRONOGRAMA

1º passo:

Cada pastoral social, depois de uma reunião interna, escolheu seu(s) representante(s) para ser(em) o(s) animador(es) do projeto. Estes, junto com a equipe do Observatório, formam o núcleo executivo gestor do projeto.

A função do(s) representante(s) de cada pastoral social é basicamente o de garantir o elo de comunicação entre a sua pastoral e o núcleo executivo do projeto. Trazer e levar informações, apresentar demandas e dificuldades, animar, promover e criar no seio de sua pastoral as condições favoráveis para a concretização dos passos do projeto. Para facilitar a comunicação interna do núcleo executivo gestor do projeto foi criado um grupo de WhatsApp.

Assim que a escolha foi feita, cada pastoral social envolvida enviou o nome e o contato do representante para o e-mail do Observatório da Evangelização: observatoriodaevangelizacao@gmail.com.

(Outubro de 2020)

2º passo:

Este passo será concretizado em duas etapas.

Na primeira, cada pastoral elaborará uma apresentação, estilo folder, para ser divulgada o rosto de cada pastoral social no Observatório da Evangelização.

(Previsão: novembro de 2020 a fevereiro de 2021).

Na segunda, cada pastoral sistematizará a memória do caminho percorrido em cada pastoral social. Consistirá em 1. Pesquisar, organizar e narrar as origens históricas de cada pastoral social específica, todos os registros históricos disponíveis: nomes, datas, eventos, folders, fotos, vídeos etc. 2. Pesquisar, organizar e narrar os grandes feitos históricos e conquistas desta pastoral, igualmente, com todos os registros disponíveis. A equipe do Observatório da Evangelização vai ajudar na sistematização destas narrativas.

(Previsão: Março-abril de 2021)

3º passo:

Discernimento do tempo atual: numa reunião ampliada, envolvendo toda a coordenação do VEASPAM, com os membros ou número de representantes escolhidos de cada pastoral social específica para um grande balanço crítico e esperançado do presente em que estamos envolvidos para elaboração de uma síntese dos pontos positivos (ventos favoráveis da conjuntura atual) e dos pontos negativos (limites e ameaças percebidas), com breve justificativa explicativa (fazer registro de fotos deste evento).

Aqui sugeriu-se contar com assessoria analítica, mas sem perder a necessária escuta das bases e dos participantes das pastorais sociais. Registrar com fotos e narrar o processo de elaboração deste passo e a síntese conquistada;

(Previsão: maio-junho de 2021)

4º passo:

Cientes do caminho percorrido e da análise de conjuntura, definir aonde cada pastoral social específica quer chegar e ousar planejar, coletivamente, metas concretizáveis a curto, médio e longo prazo. Com breve justificativa. Registrar com fotos e narrar o processo de elaboração deste importante passo;

(Previsão: julho-agosto de 2021)

5º passo: O Observatório da Evangelização assume a tarefa de ler, organizar e publicar, paulatinamente, cada um dos passos dados – divulgação de todo o processo – por cada pastoral social específica e, no final, organizar para a Arquidiocese e toda a Igreja uma publicação, física e/ou digital, como fruto do projeto de evangelização.

(Previsão: final do ano de 2021)

2ª Reunião do VEASPAM, do VEAP e do Observatório da Evangelização com os representantes das pastorais sociais para avançarmos no início do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais” – Dia 30/10/2020.

IV – PARA QUE?

Todo projeto de ação pastoral enraizado na vida de Jesus, o Bom Pastor por excelência, visa a realização do Reino de Deus entre nós, Reino de justiça e fraternidade-sororidade, dinamismo histórico do projeto salvífico do Deus da vida.

Dizendo concretamente, o projeto de evangelização “Impulso de fé para a primavera das pastorais Sociais” visa a concretização de “outra sociedade possível”, sociedade garantidora da vida, pautada pela justiça, pela opção pelos pobres e vulneráveis e pela inclusão de todos na mesa da cidadania e da vida digna, pois Jesus veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).  

Nucleo executivo gestor do Projeto

  • Ana Lúcia (Pastoral Carcerária)
  • Diácono Augusto (Pastoral da Saúde)
  • Camilla Moreira (Observatório da evangelização)
  • Carlos (Pastoral Metropolitana dos Sem Casa)
  • Cláudia (Pastoral do surdo)
  • Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães (Observatório da evangelização)
  • Elma Vilaça (Pastoral da Criança)
  • Emely (Pastoral de Direitos Humanos)
  • Eny (Pastoral do Menor)
  • Evelina (Pastoral da Pessoa Idosa)
  • Pe. Francisco Lewden (Pastoral do Mundo do Trabalho)
  • Frederico Santana Rick (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Pe. Gildésio (Pastoral da Saúde)
  • Glaucon Durães da Silva Santos (Observatório da Evangelização)
  • Gustavo Moreira (Pastoral Carcerária)
  • Harrison Martins Saraiva (Pastoral da Sobriedade)
  • Janaina Gonçalves (Observatório da evangelização)
  • Jarbas Arêdes (Projeto Vida)
  • Pe. Joel Maria dos Santos (Observatório da Evangelização e (Vicariato episcopal para ação pastoral – VEAP)
  • Julimar (Pastoral da Aids)
  • Pe. Júlio Gonçalves Amaral (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Maíla (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Marcelo (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Maria Perpétua (Projeto Vida)
  • Nelcina (Pastoral da Criança)
  • Paulo Vinícius Faria Pereira (Observatório da Evangelização)
  • Sandra (Pastoral de Rua)
  • Suzana (Vicariato episcopal para ação pastoral – VEAP)
  • Vilma Miranda Saraiva (Pastoral da Sobriedade)
  • Pe. Wagner Douglas Gomes de Souza (Pastoral do Surdo)

Prof. Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães

Secretário Executivo do Observatório da Evangelização

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