Teologia Pastoral – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Mon, 03 May 2021 13:29:41 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Teologia Pastoral – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Confira a programação do Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral https://observatoriodaevangelizacao.com/confira-a-programacao-do-congresso-brasileiro-de-teologia-pastoral/ Mon, 03 May 2021 13:29:41 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=39345 [Leia mais...]]]>

O Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral, previsto inicialmente para 2020, no contexto das polarizações políticas presentes no mundo e na Igreja, não pôde ser realizado, por causa das restrições da pandemia e do pouco uso da tecnologia da informação por parte de instituições, estudantes e professores/as dedicados à teologia. A temática do congresso atualiza a de 2020 com a seguinte formulação: Discernir a pastoral em tempos de crise: realidade, desafios, tarefas.

Como não podia deixar de ser, a questão da pandemia será o grande “sinal dos tempos” a ser pensando teologicamente no congresso. De fato, de muitas maneiras a religião foi utilizada nesse período. O nome de Deus serviu a propósitos díspares, inclusive para respaldar posições ideológicas contrárias à vida. A própria compreensão de Igreja foi afetada, levando muitos a se perguntarem sob que figura ela subsistirá no pós-pandemia.

João Batista Libanio, em 2012, na obra Cenários da Igreja num mundo plural e fragmentado, identificava então no Brasil cinco cenários:

  • 1. o da Igreja instituição;
  • 2. o da Igreja carismática;
  • 3. o da Igreja da pregação;
  • 4. o das Comunidades Eclesiais de Base;
  • 5. o da Igreja fragmentada, pós-moderna.

O surgimento, nos últimos anos, de grupos tradicionalistas e fundamentalistas, muito ativos na mídia social, indica a irrupção de um novo cenário, que aposta na polarização, manipula o uso da tradição, mas rompe com o Concílio Vaticano II, o magistério do papa Francisco e as orientações da CNBB. Preocupa ainda a persistência, em muitos grupos e movimentos eclesiais, do clericalismo e de estruturas eclesiásticas contrárias às mudanças empreendidas pelo atual Pontífice.

Nesse contexto e nesses cenários, permanecem, contudo, as questões:

  • O que é evangelizar?
  • Como ser testemunha da alegria do Evangelho, sobretudo nas periferias existenciais, no cuidado da casa comum, em atitude samaritana?
  • Como participar ativamente do processo de reforma da Igreja ao qual nos chama o papa Francisco?

PROGRAMAÇÃO E LINKS

03/05 | 19h30 às 21h Abertura e Conferência Discernir a Pastoral em tempos de crise

04/05 | 19h30 às 21h Conferência Provocações para uma leitura do tempo presente

05/05 | 14h às 16h Painéis 

05/05 | 19h30 às 21h Conferência Desafios e perspectivas para a pastoral no Brasil hoje

06/05 | 14h às 16h Painéis

06/05 | 19h30 às 21h Encerramento: Horizontes Pastorais do Congresso

Link:    https://www.youtube.com/watch?v=3aDe8xAqAIM

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Novo livro do teólogo pastoralista Agenor Brighenti: “Teologia Pastoral . A inteligência reflexa da ação evangelizadora” https://observatoriodaevangelizacao.com/novo-livro-do-teologo-pastoralista-agenor-brighenti-teologia-pastoral-a-inteligencia-reflexa-da-acao-evangelizadora/ Tue, 02 Mar 2021 10:00:00 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38523 [Leia mais...]]]>

Um dos mais reconhecidos teólogos pastoralistas do Brasil e da América Latina, prof. dr. pe. Agenor Brighenti, nos possibilita mais uma obra sobre Teologia pastoral, uma das disciplinas mais jovens da teologia.

Para o estudante de teologia, seja no âmbito acadêmico ou fora dele, a obra possibilitará um entendimento conceitual da teologia pastoral, bem como de seus desdobramentos históricos, epistemológicos, metodológicos e suas mais novas reflexões, assumindo a função da teologia pastoral que quer estabelecer os critérios para o agir cristão, que acontece dentro de um determinado tempo e espaço, mas sempre tendo como base o agir e o ser de Jesus.

Eis o sumário:

Apresentação a segunda edição da Coleção Iniciação a Teologia, 7

Prefacio, 11

Introdução, 13

Unidade I – Pastoral e teologia, 17

1. A pastoral na teologia, 21

2. A pastoral como o ser da Igreja, 43

3. Itinerário da pastoral e da Teologia Pastoral, 69

Unidade II – Pastoral e ação evangelizadora, 93

4. A pastoral como ação em favor da vida em abundância, 97

5. Modelos de pastoral em torno a renovação do Vaticano II, 121

6. Evangelização nova e conversão pastoral da Igreja, 146

Unidade III – A pastoral como processo de encarnaçãoda fé, 169

7. Pastoral em uma Igreja em saída as periferias, 173

8. Evangelização, insculturado e pastoral urbana, 196

9. A projeção da ação pastoral no seio de uma Igreja sinodal, 223

Referencias, 247

Índice, 255

Apresentação elaborada por:

Eliseu Wisniewski

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A arte de fazer-ensinar teologia pastoral https://observatoriodaevangelizacao.com/a-arte-de-fazer-ensinar-teologia-pastoral/ Wed, 01 Feb 2017 10:32:51 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=12307 [Leia mais...]]]> 1120028_299080

O mais precioso e saboroso do legado de Libanio não está em suas produções, encontra-se no coração de quem com ele conviveu e aprendeu a dedicar-se à arte de amar e servir.

Por Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães*

Os grandes mestres, pelo jeito singular com que forjam e transmitem seu saber-fazer, deixam marcas indeléveis na vida de seus discípulos e discípulas. Tais marcas não se convertem em pura admiração, reconhecimento e gratidão. Vão muito além disso. Provocam incontornável senso de corresponsabilidade para que o tesouro recebido não se perca.

Libanio foi desses mestres singulares e inesquecíveis. Deixou atrás de si incontáveis seguidores-continuadores, que assumem publicamente, não só a importância da formação recebida, mas sobretudo o impulso vital, dele recebido de forma testemunhal, para colocarem-se também a serviço e darem continuidade ao precioso legado do mestre. Quanta saudade viva e instigante ele deixou esculpida em nossos corações!

No marco dos três anos de sua partida para a Casa do Pai, destino último de todos nós, quero aqui compartilhar três traços muito significativos da arte libaniana de fazer-ensinar teologia pastoral.

1. Libanio foi alguém que se deixou lapidar pelo labor teológico

Sua vida praticamente inteira girou em torno do aprender e do fazer-ensinar teologia. Cedo entrou na Companhia de Jesus. Ao fazer seus estudos superiores na Europa, desde os primeiros anos da imersão no mar da teologia, descobriu sua vocação e missão. Desde então, deixou-se lapidar pelo complexo labor teológico. Cultivou, com rigor, o desafio de tornar-se intelectual orgânico no seio da Igreja e da sociedade. Após a graduação, passou a ser repetidor das aulas de teologia para os estudantes brasileiros. Essa tarefa oportunizou a ele adquirir sólida formação geral em teologia. Ele gostava de dizer que não seguiu o caminho dos especialistas, mas dos generalistas. A teologia fundamental, destituída de toda apologética não dialógica e aprendiz, ocupou-lhe o centro de irradiação.

Doutorou-se na Alemanha e, em seguida, voltou para o Brasil inserindo-se, de corpo e alma, no desafiante e criativo processo de recepção das ousadas transformações encetadas pelo Concílio Vaticano II. Aqui encontrou na dinâmica de assessoria da CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil e da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, dentre outros espaços, terreno fértil para se colocar a serviço da Igreja, desde os mais pobres, e da profética teologia latinoamericana da libertação. Se na Europa recebeu sólida formação clássica e na teologia dos grandes ideólogos do Concílio, foi em nosso Continente, tão injusto, excludente e desigual, que se aliou aos pensadores da libertação, teólogos, sociólogos e outros, diretamente comprometidos com a participação na luta dos empobrecidos e na defesa da igual dignidade humana, seja na sociedade, seja na Igreja.

Libanio paulatinamente encontrou seu lugar ao concretizar com maestria, ao longo de todo o Continente latino-americano, vasta experiência como teólogo, pastoralista, escritor, conferencista, assessor, diretor espiritual, professor e orientador de estudos. Sua obra precisa ser melhor conhecida para ser continuada.

2. Libanio cultivou autêntico amor pelo fazer-ensinar teologia pastoral

Ninguém coloca em dúvida a paixão com que exercia o criativo labor teológico. A teologia cristã alimentava seus horizontes de sentido e dava a ele alegria de viver. O fazer-ensinar teologia, de forma muito especial, nutria sua pessoa de vitalidade e profunda energia espiritual.

Libanio cultivou verdadeiras amizades com seus pares e, singularmente, com seus alunos e orientandos. Era a presteza em pessoa, alguém sempre pronto para ajudar a quem lhe procurava. Conquistou, desse modo, enorme grau de reconhecimento e admiração pelo seu sensível labor teológico. Mostrava-se alguém profundamente realizado profissionalmente com o que se dedicava. Ele se entregava, de tal maneira, ao fazer-ensinar teologia pastoral que este parecia dar a ele muito mais prazer que cansaço.

Seu bom humor, uma de suas marcas mais características, amalgamado a aguda capacidade crítica e para captar e discernir ideologias, tendências e cenários, tornava suas aulas, palestras, assessorias e orientações de estudo leves, agradáveis, instigantes e contagiantes. Exercia verdadeiro fascínio sobre quem o escutava, não tanto por ser um excelente orador, mas por se doar no que fazia. Era visível sua preocupação com o ritmo de cada um, nos processos de crescimento na fé cristã e nas lides iniciais da vida intelectual. Tinha prazer em lançar seus orientandos na práxis pastoral e vê-los galgar degraus. Seus olhos brilhavam, quando percebia que tocava o mistério profundo das pessoas. E quando estas sentiam o desejo de abrir o coração diante de suas provocações, acompanhava a cada uma, com profundo respeito e ternura. Essa preocupação sensível pela singularidade de cada um que lhe procurava era, de fato, contagiante.

3. Libanio amava o fazer-ensinar teologia na Igreja e como Igreja.

Quando mergulhamos em sua produção teológica e contemplamos sua arte de fazer-ensinar o pensar teológico, o que mais se destaca é a profunda preocupação pastoral. Isso significa que a sensibilidade de despertar para o autêntico seguimento de Jesus era sua preocupação maior. Quando Libanio encontrava uma fresta de abertura no coração das pessoas ou um limiar de conversão ou renovação na vida da Igreja, procurava explicitar, fortalecer e cuidar para que o pequeno broto aflorasse e frutificasse verdadeiros processos de transformação.

Libanio conseguiu fazer-ensinar teologia, com profunda liberdade crítica e autocrítica, na Igreja e como Igreja. E isso não é simples. Não era um teólogo do confronto em flanco aberto ou da vanguarda, do lançar-se na abertura de novas fronteiras para a fé cristã. Embora atento e antenado diante dos acontecimentos, ele dedicava-se mais ao cotidiano da caminhada, ao cuidado da explicitação e consolidação dos processos dialéticos de crescimento humano na medida em que eram aflorados pelo caminho. Libanio apostava nos processos pessoais, eclesiais e sociais e sabia como acompanhá-los com reverência e respeito.

Não é simples fazer-ensinar teologia no caminho, ou seja, inserido numa Igreja repleta das ambiguidades humanas, com suas desafiantes contradições. Se parece mais fácil romper com a instituição, Libanio optou por permanecer no seio dos embates internos e externos da vida da Igreja. Com humildade aprendiz, cultivo da paciência histórica e busca de lucidez, Libanio permaneceu fiel, como os Mestre de Nazaré, até o fim. Foi alguém profundamente livre e consciente dos limites e possibilidades postos pela instituição. Mas, sempre atento ao discernimento dos sinais do tempo, ele captava, com grande habilidade, as novidades do Espírito e as tendências trazidas pelas novas gerações e pela diversidade dialética dos cenários. Ele sabia a quem servia: ao dinamismo libertador do Reino de Deus.

À guisa de conclusão

Libanio deixou vasta obra consignada em livros, inúmeros artigos, conferências, palestras, vídeos, aulas e homilias. Para conhecê-la recomendo acessar o site feito em sua homenagem que, de forma primorosa, oferece amplo acesso ao legado libaniano: http://jblibanio.org.br. Mas, o mais precioso e saboroso, não está em suas produções. Encontra-se vivo e atuante, alojado no coração de quem com ele conviveu e aprendeu a dedicar-se à maravilhosa arte de amar e servir.

Leia também:

A lucidez da fé e o labor teologal

O teólogo que não tinha medo das letras

O insubstituível Pe. Libanio

edEdward Neves Monteiro de Barros Guimarães é mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE, orientado por João Batista Libanio. E atualmente é doutorando em Ciências da Religião na PUC Minas, com uma pesquisa sobre o legado teológico de João Batista Libanio. É professor do Departamento de Ciências da Religião da PUC Minas, onde atua como secretário executivo do Observatório da Evangelização. É assessor das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs. Membro do Conselho Arquidiocesano de Pastoral e do Conselho Ampliado de Formação do Seminário Arquidiocesano.

Fonte:

http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=1120033

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