reconciliação – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Mon, 18 Apr 2022 12:08:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 reconciliação – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 PERDÃO E RECONCILIAÇÃO REAIS: SOBRE O PROGRAMA DE EXTENSÃO DA PUC MINAS (A)PENAS  HUMANOS: ações interdisciplinares no âmbito da APAC Santa Luzia https://observatoriodaevangelizacao.com/perdao-e-reconciliacao-reais-sobre-o-programa-de-extensao-da-puc-minas-apenas-humanos-acoes-interdisciplinares-no-ambito-da-apac-santa-luzia/ Mon, 18 Apr 2022 12:08:26 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=44816 [Leia mais...]]]> Entrevista realizada pelo Prof. René Dentz, membro da comissão executiva do Observatório da Evangelização da PUC-Minas à coordenadora do projeto, professora Patrícia Dayrell Neiva, vinculada ao Curso de Fisioterapia/ICBS Coreu e à professora Maria Carmem Schetino Moreira, da FAPSI.

O projeto se inicia em 2006 a partir da perspectiva interdisciplinar, com a proposta central de ouvir os detentos da APAC, entendendo suas singularidades, historicidades e buscando um caminho de acolhimento e ressignificação. Seu objetivo principal é prestar assistência aos recuperandos, homens, adultos, sentenciados da justiça cumprindo pena com privação de liberdade nos regimes fechado, semiaberto e trabalho externo no Centro de Reintegração Social – (CRS) da APAC, em Santa Luzia. A missão é promover a humanização na assistência aos condenados da referida instituição prisional, com vistas à ressocialização à sociedade, reconstruindo posições como sujeitos dignos e cidadãos de direitos e deveres para com a sociedade civil.

Nesse sentido, a dor passa a ser compreendida de forma ampla, em sua trajetória psíquica, física e espiritual. Inicialmente, os alunos participantes desse importante projeto de extensão foram os dos cursos de Psicologia, Serviço Social e Direito, respectivamente, realizando atendimentos psicológicos individuais, intervenções grupais em formato de roda de conversa e plantão psicológico e  contribuindo para a efetivação e aperfeiçoamento da política pública do método APAC, integrando-se à rede intersetorial de atendimento jurídico ao sentenciado em cumprimento da pena privativa de liberdade. Em um segundo momento, se juntaram ao projeto alunos dos cursos de Filosofia e Teologia (através do Projeto Deus é para Todos, cujo escopo é contribuir com os recuperandos no que diz respeito ao processo de promoção e valorização do homem, compreendido como criatura de Deus), Fisioterapia (ampliar grandezas éticas, humanitárias e sociais na abordagem da melhora da qualidade de vida do recuperando na APAC e formar profissionais capacitados na identificação destes problemas, desenvolver a criatividade, as competências para trabalho em equipe e planejamento de oficinas multidisciplinares visando a promoção de saúde), Enfermagem (desenvolver ações voltadas à  promoção da saúde  no ambiente prisional e realizar oficinas  e dinâmicas em grupo voltadas para hábitos saudáveis de vida) Ciências Biológicas (promover oficinas quinzenais sobre meio ambiente e vida humana, animal e vegetal) Letras (despertar a importância da leitura na construção da cidadania com o objetivo geral de promover a leitura carcerária e a construção das resenhas) e Publicidade e Propaganda (promover a inserção social dos recuperandos por meio de atividades artísticas e culturais e que, se aperfeiçoadas, podem se transformar em atividade profissionalizante).

A pandemia se mostrou um desafio, mas, por outro lado, possibilitou uma maior implementação da interdisciplinaridade proposta inicialmente. A característica interdisciplinar permite abordagens complexas para uma missão complexa.

A proposta do projeto se enquadra, dessa maneira, dentro dos três pilares da universidade: ensino, pesquisa e extensão.

O método APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) foi proposto pelo advogado e jornalista Mário Ottoboni, no Estado de São Paulo, em 1972. Sua primeira unidade foi implantada também naquela cidade, mas somente no ano de 1974, em São José dos Campos. A APAC, porta em seu nome o significado “Amando o Próximo Amarás a Cristo”, pois foi fundada a partir de conceitos do cristianismo, nos pilares da religiosidade e do amor ao próximo. “A associação é uma pessoa jurídica de direito privado, que auxilia o Estado na execução da pena, bem como é fomentada por ele” que tem como missão: “recuperar o preso, proteger a sociedade, socorrer as vítimas e promover a justiça restaurativa”. Podemos defini-la ainda, como afirma seu fundador, Mário Ottoboni (2014, p. 35), enquanto “órgão parceiro da Justiça, para ter o respaldo do Poder Judiciário e contar com o apoio do juiz competente na comarca em que estivesse atuando”.  

 No ano de 2020, os recuperandos do regime semiaberto tiveram a oportunidade de participar de uma visita ao museu de história natural da PUC-Minas, ao complexo esportivo, aos laboratórios da engenharia e à biblioteca. Segundo a professora Maria Carmem, foram momentos de descoberta de novos mundos e horizontes.

Os desafios são enormes, que aparecem na forma de dilemas existenciais. Alguns alunos extensionistas relatam a dificuldade em atuar com os detentos devido ao medo inicial, desconhecimento do ambiente e angústia em aceitar o perdão e a reconciliação. Por outro lado, também surgem, por vezes, sentimentos de descrença no humano, quando algum detento que, parecia estar em recuperação e próximo à reinserção na sociedade, participa de uma fuga coletiva. Por isso, afirma a professora Maria Carmem, “é necessário entender o humano em sua realidade, sem idealizações”.  Trata-se de um caminho de esperança humana, a partir de suas vulnerabilidades.

Por fim, as professoras enfatizam a necessidade de propor uma linguagem religiosa mais libertadora e menos fundamentada em mimesis. O detento pode e tem o direito de entender a fé em sua profundidade e não apenas como condição de autoajuda e elemento de transformação superficial. É possível propor uma espiritualidade existente, historicamente enraizada nos testemunhos e na experiência cristã, que liberte e não aprisione ainda mais. Assim, a religião deve servir para libertar os humanos da culpa e não inseri-los mais e mais nela. Este pode ser um caminho perverso. A culpa gera paranoia, neuroses, depressão, desistência da vida. A beleza do religare se transforma em violência do sagrado.

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As “Escolas de Perdão e Reconciliação” para um horizonte de justiça e de paz https://observatoriodaevangelizacao.com/as-escolas-de-perdao-e-reconciliacao-para-um-horizonte-de-justica-e-de-paz/ https://observatoriodaevangelizacao.com/as-escolas-de-perdao-e-reconciliacao-para-um-horizonte-de-justica-e-de-paz/#comments Mon, 14 Mar 2022 21:30:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=44300 [Leia mais...]]]> O perdão parece, em nossos tempos, ser um ato muito distante da realidade de muitos. Em uma sociedade competitiva e individualista, o caminho mais frequente que as pessoas escolhem é aquele da reciprocidade, que muito se aproxima ao da vingança. Nesse trajeto, há sempre um acréscimo gradual de ódio, violência e discórdia.

No intuito de frear esse círculo vicioso e propor um novo rumo, surgiram as Escolas de Perdão e Reconciliação (EsPeRe).

As “EsPeRe” tiveram inspiração inicial na experiência do Padre Leonel Narváez, Doutor em Sociologia pela Universidade de Cambridge, a partir de sua pesquisa acerca da prevenção da violência. Como resultado, foi criada a “Fundación para la Reconciliación”, com sede em Bogotá/Colômbia. Ao longo dos anos foi disseminada por diversos países. Padre Leonel viu a necessidade do tema devido às feridas expostas pelo conflito generalizado na sociedade colombiana das FARCs e Paramilitares. O resultado de décadas de violência foi o ressentimento, o ódio, a discórdia e a dor. Nesses 20 anos de trabalho, as “EsPeRe” atingiram 2.200.000 pessoas em 20 países. Elas receberam vários prêmios, incluindo o Prêmio da UNESCO de 2006 para a Educação para a Paz.

A prática do perdão e reconciliação, no horizonte das “EsPeRe”, é tratada sob viés sociopolítico, inspirada na fala do sul-africano Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz: “Sem perdão não há futuro”. Com as oficinas propostas, são criados espaços de encontro, acolhimento e humanidade.

Na cidade de Belo Horizonte, as “EsPeRe” veem se desenvolvendo mediante trabalho voluntário, a partir da mesma metodologia, orientação e objetivo geral da Escola original. Maria Luiza Brugger, coordenadora do núcleo da “EsPeRe” em BH, afirma:

“A motivação inicial de criação do projeto em BH foi a partir da constatação de que a violência era um problema endêmico em nossa sociedade. Em 2002, o Padre Leonel Narváez esteve em Belo Horizonte a convite do Centro Loyola para expor a proposta da EsPeRe e foi então que vi a oportunidade de inserir esse belíssimo projeto em nosso país, que também possui muito conflito e memórias a serem apaziguadas. A proposta do Padre Leonel Narváez se traduz na promoção da cultura política de Perdão e reconciliação para o desenvolvimento do capital social. Fundamenta-se na reflexão e compreensão do perdão e reconciliação como práticas de prevenção à violência, de relações intrapessoal, interpessoal e de legado social. Práticas que são assumidas a partir do esquema metodológico nas oficinas de formação no âmbito: cognitivo, emocional, comportamental, espiritual, histórico, ético e comunicativo.”

Interessante notar que, mesmo se tratando de uma metodologia, há uma flexibilidade e um olhar atento às demandas existenciais de cada grupo, interativas através de exposições teóricas, reflexões individuais, rodas de conversa, dança, música, artes plásticas!

“Os participantes são pessoas que decidem viver uma forte experiência de cura de feridas – raiva, ressentimento, dor, vingança, tristeza – causadas pela violência e pelos conflitos do cotidiano. O olhar que a EsPeRe tem de saúde mental refere-se não só a um indivíduo saudável (na ausência de traumas) mas a um indivíduo com relações que contribuem para a geração de equidade, justiça, cuidado, empatia, compaixão e validação permanente. Os processos de perdão e reconciliação têm efeitos diretos na melhoria do bem-estar físico e psicológico”, afirma Maria Luiza.

Dalka Capanema, membro das “EsPeRe” em BH desde 2007, acrescenta: “No ano de 2007 senti o chamado a fazer parte desse importante projeto. Foram duas as motivações iniciais: a primeira se deu a partir da minha experiência de trabalho no campo da Justiça. Em anos que trabalhei no TJMG, na assessoria jurídica de desembargadores, (2ª instância), sempre pude perceber na prática o limite do Direito. Os conflitos prevaleciam devido ao hiato existente entre a abstração da lei e sua aplicabilidade. O limite da lei e da punição esbarra na realidade social. Dessa forma, via a necessidade de pensar a Justiça a partir de um novo paradigma, qual seja o paradigma da Justiça Restaurativa, em cujos fundamentos estão o perdão e a reconciliação, entendidos como virtudes sociopolíticas. Somente por esse caminho alcançaríamos uma ´cura da memória´ e poderíamos ressignificar histórias”. Nessa direção, a EsPeRe BH já ofereceu cursos para juízes e promotores, no intuito de mostrar que outro caminho da Justiça é possível.

Dalka diz ainda que, no seu caso, a segunda motivação foi ancorada em experiência pessoal do perdão, através da filosofia e metodologia “EsPeRe”. Nessa formação, segundo ela, vivencia-se o perdão genuíno, num processo que se inicia com o reconhecimento e a expressão de sentimentos legítimos causados pelas ofensas sofridas (como, por ex., dor, medo, tristeza). Reprimidos, esses sentimentos geram raiva, ressentimento, mágoa e desejo de vingança crônicos, fazendo do reprimido uma pessoa violenta justificada. Mas, se acolhidos, trazidos à luz da consciência e trabalhados, permitem a elaboração do luto, a autorresponsabilidade pelo que se sente e o consequente deslocamento, do lugar de vítima para o da autonomia, resgatando-se a segurança em si mesmo, a sociabilidade e o sentido da vida. Esse giro é que possibilita a ressignificação dos fatos ofensivos, mediante um novo olhar, mais empático, compassivo e misericordioso sobre eles e, principalmente, sobre o ofensor. Assim é que se pode optar pelo perdão, mediante reconstrução da humanidade do ofensor em conexão com a comum humanidade de quem perdoa. Trata-se de um processo libertador.

A “EsPeRe” entende que é necessário instaurar uma cultura da paz, por meio de uma proposta de justiça restaurativa. Isso só é possível com a criação de espaços de diálogo, cuidado, teorização, vivência, partilha, compreensão e construção, onde os participantes, sob a orientação de facilitadores, se envolvem em dinâmicas e reflexões e aprendem a superar conflitos íntimos, curar feridas e memórias desagradáveis (raiva, rancor, ódio, desejo de vingança) causados pela violência e demais desafios da convivência humana.

Segundo Dalka, o primeiro passo é reconhecer, tomar a consciência de que somos violentos. É preciso sair do dualismo “bem e mal” e sim entender verdadeiramente que estamos inseridos em uma cultura violenta. Assim, é necessário fazer uma “viagem interior”, entrando em contato com a dor.

Maria Luiza complementa dizendo que através dessa viagem interior, a perspectiva é resgatar o que nos desestrutura diante uma violência, os chamados 3S: Segurança em si, Sentido da vida e Sociabilidade.

Em uma perspectiva da construção da paz entre a vítima e o ofensor são apresentados três níveis de reconciliação: o de coexistência, o de convivência e o de comunhão. Percebemos que as pessoas nem sempre estão no momento para alcançar o último nível da reconciliação, o da comunhão, sendo um primeiro passo a reconciliação no nível da coexistência.

O caminho percorrido pelo participante das oficinas “EsPeRe” na dimensão da reconciliação é pela construção da Verdade – “A verdade não é minha, nem sua: é nossa” (Sto Agostinho) – pela Justiça Restaurativa, tendo como fundo a Comunicação Não Violenta, a Ética do cuidado, as relações de poder e desconstrução de práticas punitivas.

Ao final das oficinas o participante é levado à importância de fazer a memória do processo. Se a ofensa gera “memória ingrata”, o Perdão gera “memória agradável”. Se o relacionamento com o ofensor gera narrativas destrutivas, a Reconciliação gera “narrativas ou comunicação construtiva”. Tudo isso produz novas ressignificações da vida ou atitudes éticas mais elevadas que são livres da escravidão do passado e projetam um novo futuro. Em conjunto, produz alegria profunda e progresso imprevisto em vários níveis de existência.

Por fim, a espiritualidade por trás da “EsPeRe” está em sintonia com a do Papa Francisco, que diz: Deus está presente no mais íntimo das criaturas, sua presença divina garante a permanência e o desenvolvimento de cada ser, é a continuação da ação criadora. O Espírito de Deus encheu o universo de potencialidades que permitem que, do próprio seio das coisas, possa brotar sempre algo novo” (LS 80). E na carta Apostólica Misericordia et Misera onde o perdão suscita alegria, porque o coração se abre à esperança duma vida nova.

Dalka conclui: “A proposta da ‘EsPeRe’ passa por despertar a humanidade dentro de nós e as pessoas para a humanidade”.

Saiba mais sobre as EsPeRe: https://esperebh.wordpress.com/apresentacao/

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René Dentz
É católico leigo, professor do departamento de Filosofia e do curso de Psicologia-Praça da Liberdade na PUC-Minas, onde também atua como membro da equipe executiva do Observatório da Evangelização. Psicanalista, doutor em Teologia pela FAJE, com pós-doutorado pelas Université de Fribourg/Suíça, Universidade Católica Portuguesa e PUC-Rio. É comentarista da TV Horizonte e da Rádio Itatiaia. Autor de 7 livros, dentre os quais “Horizontes de Perdão” (Ideias e Letras, 2020). Pesquisador do Grupo de Pesquisa CAPES “Mundo do trabalho, ética e teologia”, na FAJE-BH.

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Extremismo x Ecumenismo https://observatoriodaevangelizacao.com/extremismo-x-ecumenismo/ Thu, 07 Dec 2017 01:59:37 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27058 [Leia mais...]]]> Em tempo de tantas polarizações, chama a atenção uma comunidade que foi fundada justamente para romper com qualquer extremismo: Taizé é uma comunidade ecumênica, com representantes tanto católicos quanto de várias igrejas protestantes, das mais diversas nacionalidades, que inclue em suas orações ícones e cânticos da tradição ortodoxa oriental  e que se dedica justamente à reconciliação.

A questão é: por que jovens de todo mundo visitam Taizé, incorporando-se à vida de oração daquela comunidade em encontros que duram uma semana? São milhares de pessoas, sobretudo jovens, em grupos que chegam a seis mil pessoas por semana, peregrinando à Taizé, na França. Algo move essa busca pela meditação, através da harmonia da música e da repetição de frases tão simples… Algo, que a experiência do silêncio faz germinar… Nossa sociedade do excesso, do descarte, da agitação não nutre a busca mais íntima. Nossa realidade de defesas de verdades excludentes não oferece uma resposta satisfatória ao anseio mais profundo!

Enquanto outros grupos ou movimentos eclesiais procuram adeptos, Taizé envia o jovem que vive aquela experiência de volta a sua Igreja local a fim de partilhar com outros sua vivência e realizar o que o fundador da comunidade, Irmão Roger, cunhou como sendo a peregrinação de confiança na terra. Quem se encanta pela experiência quer partilhá-la. É uma paixão que contagia, por sua simplicidade e força evangélica. Tanto o jovem quanto qualquer pessoa que viva isso já não entenderá o ecumenismo da mesma forma.

É bonito perceber, sobretudo, como a experiência da oração fortalece a ação solitária. A verdadeira oração cristã necessariamente nos abre ao outro, porém – enquanto determinadas expressões religiosas são intimistas – o que é possível atestar é que o compromisso social se torna um dos pilares de quem experimenta profundamente que Deus é Amor. Um sinal disso são as postagens do blog Taizé BH, alimentado pelo CEBI.

«Penso que, desde a minha juventude, nunca perdi a intuição de que uma vida em comunidade pode ser um sinal de que Deus é amor; só amor. Pouco a pouco crescia em mim a convicção de que era essencial criar uma comunidade de homens decididos a dar toda a sua vida, e que procurassem sempre compreender-se mutuamente e reconciliar-se: uma comunidade onde a bondade do coração e a simplicidade estivessem no centro de tudo.»

(Irmão Roger)

A quem deseja conhecer a Oração de Taizé, o site da comunidade oferece vários subsídios, além de informações variadas. Inclusive poderá pesquisar acerca das comunidades dos irmãos de Taizé no Brasil. Em BH, quem quiser alimentar a espiritualidade nesse estilo, poderá participar, por exemplo, da oração na Paróquia Nossa Senhora da Consolação e Correia, na última sexta de cada mês, a partir das 20 horas.

taizé advento

Observar essa experiência contribui para, ternamente, favorecer nossa abertura dialogal. E então perceberemos que o Outro, o Diferente, nem é tão diverso assim… é por isso que podemos alegremente nos chamar de irmãs e irmãos. E comprometidos com a construção de um outro mundo – que sabemos possível! – cantar: Vem, Senhor Jesus!

Professora Tânia Jordão

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