Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Sun, 08 Dec 2019 14:00:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Arquidiocese de BH publica o Projeto de Evangelização aprovado na VI APD que orientará a elaboração dos Planos de Pastoral https://observatoriodaevangelizacao.com/arquidiocese-de-bh-publica-o-projeto-de-evangelizacao-aprovado-na-vi-apd-que-orientara-a-elaboracao-dos-planos-de-pastoral/ Sun, 08 Dec 2019 14:00:06 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=33727 [Leia mais...]]]> O Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra, da Arquidiocese de Belo Horizonte, foi renovado, neste ano, durante os processos criados pela 6ª Assembleia do Povo de Deus.

O documento que reúne as 12 novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte. Elas estão distribuídas e organizadas a partir dos quatro pilares da casa, afirmados nas DGAE da CNBB:

  • Casa da Palavra
  • Casa do Pão
  • Casa da Caridade
  • Casa da Missão

O Documento é apresentado às comunidades de fé e partilha de vida, pertencentes às 280 paróquias espalhadas pelas cinco regiões episcopais da Arquidiocese de Belo Horizonte:

  • Região episcopal Nossa Senhora Aparecida – Rensa
  • Região episcopal Nossa Senhora da Conceicão – Rensc
  • Região episcopal Nossa Senhora da Esperança – Rense
  • Região episcopal Nossa Senhora da Piedade – Rensp
  • Região episcopal Nossa Senhora do Rosário – Renser

Confira o documento na íntegra:

Veja a mensagem do arcebispo dom Walmor sobre a renovação do Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra:

Fonte:

www.arquidiocesebh.org.br

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Arquidiocese de Belo Horizonte avança na concretização do ministério da Palavra https://observatoriodaevangelizacao.com/arquidiocese-de-belo-horizonte-avanca-na-concretizacao-do-ministerio-da-palavra/ Sun, 26 May 2019 13:01:31 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=30599 [Leia mais...]]]> Este relato recupera a memória dos passos dados desde a aprovação da implantação do Ministério da Palavra, prioridade definida no Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”, resultante da V Assembleia do Povo de Deus da Arquidiocese de Belo Horizonte. Confira:

Igreja Viva, Povo de Deus à Serviço da Palavra

Proclamar a Palavra precisa ser, cotidianamente, a alma de nosso projeto de evangelização”. Com esta frase Dom Walmor de Azevedo apresentou, em dezembro de 2016, o Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra, fruto da V Assembleia do Povo de Deus. Desde então, a Arquidiocese de Belo Horizonte tem se esforçado para que “tudo o que fizer, promover e vivenciar na ação evangelizadora seja fecundado pelo compromisso de ‘Proclamar a Palavra’”.

Fundamentação


Segundo dados da CNBB, 70% das comunidades de fé no Brasil não têm a Celebração Eucarística aos domingos. Atentos à esta realidade, o Conselho Pastoral Arquidiocesano, em junho de 2018, solicitou que o Secretariado Arquidiocesano de Liturgia (SAL) iniciasse um trabalho específico de formação para os ministros que presidem a Palavra de Deus, qualificando-os nesse ministério e, ao mesmo tempo, suscitasse este ministério nas comunidades que ainda não o tem.

Etapas do processo


Ao longo de alguns meses, o Secretariado se dedicou a planejar este processo formativo, considerando as necessidades e realidades das comunidades. Algumas propostas foram elaboradas e levadas à Assessoria Pastoral e ao Conselho Pastoral do Vicariato Episcopal para a Ação Pastoral (VEAP), assim como ao Conselho Pastoral Arquidiocesano (CPA).

Depois de contribuições de todas estas instâncias e algumas reformulações, entre outubro e dezembro de 2018 o Conselho Pastoral Arquidiocesano (CPA) deliberou as seguintes propostas:

1. Constituição de uma Equipe de Liturgia (comissões) em cada uma das Regiões Episcopais, auxiliando o processo de articulação entre Arquidiocese-Região-Forania, além de atender às demandas das paróquias;

2. Produção de subsídios para o Ministério da Palavra, composto de 10 fascículos, com os seguintes temas:

  • Introdução (“O Ministério da Palavra: entre o desejo e o jardim”);
  • O Ano Litúrgico: Tempo da Palavra;
  • Jesus Cristo: Palavra de Deus (sacramentalidade da Palavra – relação Palavra e Eucaristia);
  • Ministérios à serviço da Palavra de Deus (contexto litúrgico – vocação, distinção, relação com assembleia);
  • Modalidades da Celebração da Palavra de Deus (Ofício das Comunidades – ODC, Leitura Orante etc.);
  • O Rito da Celebração da Palavra de Deus;
  • Homilia;
  • O Dia do Senhor;
  • Música Litúrgica (equipes de música e salmistas);
  • A arte de celebrar (gestos, símbolos, livros litúrgicos, espaço celebrativo).

3. Quatro encontros em cada Região Episcopal ao longo de 2019 para formação dos Ministros que irão presidir a Celebração da Palavra de Deus. As paróquias deverão enviar duas pessoas por comunidade para participar deste processo.

4. Celebração de acolhida e envio dos Ministros que participaram do processo de formação para a presidência da Celebração da Palavra – Tenda Cristo Rei, no dia 24 de novembro de 2019, solenidade de Cristo Rei do Universo.

A fim de concretizar este projeto, o Vicariato Episcopal para a Ação Pastoral e o Secretariado Arquidiocesano de Liturgia, em setembro de 2018, estiveram presentes nas Assembleias Regionais do Clero, a fim de apresentar o projeto de formação para os Ministros que irão presidir a Celebração da Palavra, assim como destacar a importância do envolvimento dos padres neste processo. Também foi apresentado nestas Assembleias o 1º fascículo formativo, intitulado “O Ministério da Palavra: entre o desejo e o jardim”.

Encontro Arquidiocesano

No dia 10 de novembro de 2018, na PUC São Gabriel, aconteceu o Encontrão Arquidiocesano de Liturgia. Neste encontro, o Secretariado apresentou o projeto de formação para o Ministério da Palavra às comunidades da Arquidiocese. Além disso, trabalhou o 2º fascículo formativo – “O Ano Litúrgico: Tempo da Palavra”.

Após este Encontrão, o SAL se debruçou sobre a estrutura do processo formativo bem atento às necessidades mais urgentes dos Ministros da Palavra, começou-se a organizar os encontros a partir do próprio Rito da Celebração da Palavra, de forma que, ao longo de 2019, sejam trabalhados os Ritos Iniciais, o Rito da Palavra, a Homilia, e os Ritos Finais desta mesma Celebração.

Os encontros acontecem em cada Região Episcopal, em comunhão com o Ano Missionário. São convocadas duas pessoas de cada comunidade da Paróquia: pessoas que estejam inseridas em suas comunidades, dispostas e disponíveis reunindo as características necessárias para o exercício desse ministério, para o processo de formação e para o serviço.

A seguir, alguns registros fotográficos dos encontros de formação para ministros da Palavra nas diversas regiões episcopais:

Sigamos juntos, com determinação, sempre e em todo lugar, para a escuta e
proclamação da Palavra!

Lorena Alves Silveira

Secretária do Secretariado Arquidiocesano de Liturgia

Pe. Joel Maria dos Santos

Vigário Episcopal para a Ação Pastoral

Membro da Equipe Executiva do Observatório da Evangelização

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Você conhece o rosto da Igreja de Belo Horizonte? https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-o-rosto-da-igreja-de-belo-horizonte-captado-no-horizonte-aberto-pela-5a-assembleia-do-povo-de-deus/ Mon, 12 Mar 2018 01:03:03 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27487 [Leia mais...]]]> Qual o rosto da Igreja Particular de Belo Horizonte que emerge do Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”?

Antes de tudo, importa dizer que:

a) Enquanto PROJETO, o rosto de nossa Igreja é algo a se construir. E tudo depende do que fazemos e do que faremos!

b) Enquanto MÍSTICA, o rosto é um modo de ser, é que nos define e o que interpela. Trata-se, portanto, do que somos em tensão fecunda para o que queremos ser!

c) Uma Igreja que se esforça para refletir e revelar, com coragem profética, “o que é” e “o que faz” e, mais ainda, que define o rumo que quer trilhar, dá a conhecer o seu ROSTO e por ele o seu SER.

Para inspirar e abrir o coração…

Como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele que não ouviram? E como o ouvirão, se ninguém o proclamar? E como o proclamarão, se não houver enviados? A fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo.”

Rm 10,14-15.17

A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, já que, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo do Cristo o pão da vida, e o distribui aos fiéis.

DV  21

A) Leitura a partir dos 10 (dez) compromisso assumidos como diretrizes no Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”: 

a) Podemos afirmar que há uma base comum, queremos ser cada vez mais:

  • Igreja em Rede de Comunidades (Compromisso 1).

b) Para avançarmos na fidelidade ao Evangelho, fizemos três opções prioritárias para nossas ações evangelizadoras:

  • Igreja que caminha com os Pobres (Compromisso 2).
  • Igreja que caminha com as Juventudes (Compromisso 5).
  • Igreja que caminha com as Famílias (Compromisso 7).

c) Para que tenhamos firmeza e lucidez, firmamos quatro colunas de sustentação:

  • Igreja que pauta o seu agir pela Acolhida sem julgar ou excluir (Compromisso 3).
  • Igreja que assume, em seu agir evangelizador, a relação indissociável entre Fé, Política e Cidadania (Compromisso 4).
  • Igreja que investe na formação  integral e permanente (Compromisso 8).
  • Igreja que assume como missão irrenunciável a educação na fé, o investimento na catequese (Compromisso 9).

d) E que assume Dois Princípios estruturantes e estruturadores:

  • Igreja cujo Protagonismo é dos Leigos e Leigas (Compromisso 6).
  • Igreja cuja Comunicação em diálogo com as Culturas é de todos (Compromisso 10).

B) Reflexão sobre os 10 (dez) compromissos assumidos na 5ª APD enquanto diretrizes da ação evangelizadora:

I – REDE DE COMUNIDADES

  • Investir na descentralização fraterna do poder e na compreensão evangélica do poder enquanto serviço;
  • Criar processos eclesiais em vista de fazer quatro desafiantes passagens:
    • do clericalismo ao reconhecimento da dignidade e cidadania laical;
    • da Igreja de massa para a Igreja de grupos fraternos (bíblicos, de rua, de reflexão…);
    • do sacramentalismo à centralidade da Palavra;
    • da religiosidade à religião, da religião à fé e da fé em Jesus Cristo à fé de Jesus Cristo.
  • Tornar-se um Igreja de serviços e ministérios, cada vez participativa e corresponsável.

II – POBRE

  • Não fazer abstrações sobre a pecaminosa questão da pobreza em nossa realidade: trata-se do resultado de uma lógica que mata, pois, centrada na exploração, na especulação, na acumulação e na exclusão.
  • Levar a sério, portanto, o imperativo ético do Evangelho da justiça e do Reino de Deus:
    • Tive fome …
    • Tive sede …
    • Era estrangeiro …
    • Estava nu …
    • Estava enfermo …
    • Estava preso …

III – JUVENTUDES

  • “Discutir a juventude na contemporaneidade leva-nos a tomar duas precauções importantes:
    • entender que a noção de juventude é uma construção social e cultural e, além disso, bastante diversificada;
    • compreender que a noção de juventude não pode ser definida isoladamente, mas a partir de suas múltiplas relações e contextos sociais. Nesse sentido, pensar a ideia de juventude é pensar sobre condições de gênero, raça, classe social, moradia e pertencimento religioso;
    • E, o principal, contextualizá-la historicamente, como integrante de uma geração específica que se relaciona com outras gerações. Por isso, não é possível falar no jovem atual, mas nos diferentes modos de vivenciar a juventude na contemporaneidade.”

(Alexandre Barbosa Pereira)

  • Importa, portanto, concretizar uma dinâmica eclesial onde cada jovem que dela se aproxima experimente acolhida, ternura, compreensão e espaço de participação e crescimento na vida cristã.

IV – FAMÍLIAS

  • “A vida familiar é um processo de amadurecimento que requer tempo e que se desenvolve no tempo. É muito bonita a imagem deste processo que tem início na liberdade. O Papa fala seguidamente de amadurecimento, fala de crescimento, de cultivo da autêntica autonomia. Portanto a Igreja não deve ser, como toda boa mãe, muito obsessiva em relação aos seus filhos, como se devesse ser espacialmente presente sempre e em todo lugar ao lado do filho. O importante é que exista uma intencionalidade e uma proximidade de coração, que exista uma sintonia que valorize: o crescimento e a liberdade das pessoas”.

(Antônio Spadaro)

  • Importa, portanto, que cada família, independente de sua configuração ou situação existencial ou social, encontre uma Igreja de portas abertas, casa da acolhida, disposta a ouvir, acompanhar, favorecer o encontro com o amor de Deus, oportunizar espaço de participação e crescimento e, sobretudo, um horizonte esperançado a ser trilhado na vida cristã.

V – ACOLHIDA

  • Formas de acolher, receber: acolhimento, recepção, recebimento, atendimento, receptividade, atenção, admissão, aceitação, adoção, consideração, respeito, cabimento, deferimento, tratamento.
  • Hospitalidade: hospedagem, alojamento, pousada, agasalho.
  • Abrigo seguro: abrigo, proteção, amparo, guarida, refúgio, esconderijo, ninho, porto, teto, asilo, abrigadouro, recolhimento, tugúrio.
  • Que avancemos na concretização de uma Igreja – Rede de comunidades capaz de acolher cada pessoa que dela se aproxima ou nela se insere. Uma Igreja Mãe que cuida amorosamente de cada um de seus filhos e filhas, zelando por sua dignidade e crescimento na vida cristã.

VI – FÉ, POLÍTICA e CIDADANIA

  • “O divórcio entre a fé professada e a vida cotidiana de muitos deve ser enumerado entre os erros mais graves do nosso tempo. Ao negligenciar os compromissos sociais e políticos, o cristão negligencia os seus deveres para com o próximo e o próprio Deus e coloca em perigo a sua salvação eterna.”

(GS, 43)

  • Que avancemos na concretização de uma Igreja hospital de campanha que, por fidelidade a Jesus Cristo, zele pelo cuidado com a dignidade da vida de cada pessoa: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Uma Igreja que percebe como indissociável a unidade fé e vida; que acolhe a história de cada pessoa como parte da história da salvação; que, por fidelidade ao Reino de Deus, entende a política como o  lugar, por excelência, da caridade, pois com políticas públicas justas  garante-se a inclusão de todos os cidadãos na mesa da dignidade; que assume a dimensão profética de denunciar toda forma de injustiça, corrupção e exclusão social.

VII – FORMAÇÃO INTEGRAL E PERMANENTE

  • Uma Igreja que assume como urgente o investimento em uma cultura de formação integral permanente;
  • Conscientes de que “Uma verdadeira cultura da formação permanente se caracteriza por três dimensões essenciais e integradas:
    • uma dimensão intelectual-cognoscitiva (a Formação Permanente como mentalidade);
    • uma dimensão emotivo-afetiva (a Formação Permanente como sensibilidade);
    • uma dimensão existencial-metodológica (a Formação Permanente como práxis concreta ou habitual estilo de vida).”

(Francesco Lambiasi)

  • Uma Igreja que, em suas ações evangelizadoras, investe concreta e continuamente na formação e capacitação de seus membros na intimidade da Palavra de Deus e nos desafios e urgências da vida cristã no contexto atual.

VIII – EDUCAÇÃO DA FÉ, CATEQUESE

  • “A catequese, como ecoar do Mistério e educação da fé, é processo oportuno para que os discípulos e discípulas se coloquem na escuta atenta da Palavra de Jesus, desde os que dão os seus primeiros passos na fé, bem como os que já encontraram lugar na caminhada.”

(Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra)

  • Um Igreja cuja centralidade é ocupada pela Palavra de Deus – a encarnada da pessoa de Jesus de Nazaré, o Cristo Ressuscitado, e a consignada na Bíblia, baliza para o cristão – implica o contínuo cuidar da educação da fé de seus membros adultos, jovens e crianças. Daí a importância de colocar em prática o programa arquidiocesano de Iniciação à Vida Cristã, com investimento nos círculos bíblicos, encontros bíblicos, grupos Viver em Cristo, na formação dos catequistas de adultos, jovens e crianças etc.

IX – PROTAGONISMO DOS LEIGOS E LEIGAS

  • Que todos os leigos sejam protagonistas da evangelização, da promoção humana e da cultura cristã. É necessário a constante promoção do laicato, livre de todo clericalismo e sem redução ao intra-eclesial

(Santo Domingo, 97)

  • A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados

(EG, 102)

  • Uma Igreja, que se estrutura a partir do protagonismo dos leigos e leigas, procura combater a mentalidade clericalista,  arraigada nos clérigos – bispos, presbíteros e diáconos – e nos próprios leigos e leigas, e dedicar-se, criativamente, a concretização, a partir da centralidade do Batismo, de estruturas eclesiais participativas e que criem outra cultura eclesial, com igual dignidade e corresponsabilidade (cidadania eclesial): conselhos consultivos e deliberativos, ministérios leigos reconhecidos, valorização de serviços, fim das práticas eclesiais de exclusão dos leigos e leigas empoderados de sua dignidade ou problemáticos etc.

X – COMUNICAÇÃO E DIÁLOGO COM AS CULTURAS

  • “Neste tempo em que as redes e demais instrumentos da comunicação humana alcançaram progressos inauditos, sentimos o desafio de descobrir e transmitir a «mística» de viver juntos, misturar-nos, encontrar-nos, dar o braço, apoiar-nos, participar nesta maré um pouco caótica que pode transformar-se numa verdadeira experiência de fraternidade, numa caravana solidária, numa peregrinação sagrada. Assim, as maiores possibilidades de comunicação traduzir-se-ão em novas oportunidades de encontro e solidariedade entre todos.”

(EG, 87)

  • Uma Igreja que cuida da comunicação interna e externa, favorecendo a transparência, a inclusão, o crescimento na fé e a identidade cristã de todos os seus membros.

C) Uma reflexão em três níveis de uma mesma espiral

1º Nível da Pessoa

INTEGRAÇÃO DAS DIVERSAS DIMENSÕES DA PESSOA

  • O termo pessoa traduz a dignidade de cada ser humano que na fé cristã é acolhido como filho ou filha de Deus, portanto, alguém dotado de consciência, liberdade e autonomia que está, desde a concepção, sob o dinamismo da graça e do amor de Deus;
  • O cristianismo é chamado a superar a visão dualista e recuperar a unidade na pluralidade de dimensões. Somos uma unidade de corpo, alma e espírito. Não há oposição entre a nossa dimensão material e histórica e a nossa dimensão espiritual e vocacionada participar, pela graça do amor, da glória de Deus. O projeto salvífico de Deus é destinado à totalidade do ser humano;
  • A Igreja que compreende e acolhe o ser humano, homem e mulher, como pessoa é chamada a constituir-se enquanto comunidade de fé que caminha em contínuo processo de conversão a Deus e superação do egoísmo, de crescimento no seguimento de Jesus e na abertura dialogal com Deus e os irmãos.

2º Nível da Comunidade

  • Comunidade: essencial a toda religião como lugar de descoberta, de recepção e de transmissão da experiência religiosa. Aquilo que vivemos e cremos não o descobrimos por conta própria: recebemos de outros. Sem uma comunidade que tivesse sustentado a experiência de fé primitiva, essa consciência não chegaria até nós;
  • A comunidade cristã é chamada a se perceber enquanto estrutura hierofânica, ou seja, uma realidade humana que torna presente o divino, sem jamais se identificar com Ele, procurando, a partir dessa consciência sacramental, ser sinal d’Ele sem pôr-se em Seu lugar. Na caminhada de uma comunidade cristã há tensões inevitáveis: comunhão e missão; carisma e poder; pecadora e sacramento de salvação; humana e divina;
  • Uma Igreja – Rede de comunidades cuidará ao mesmo tempo do senso comunitário de seus membros e do senso da dignidade de cada membro individualmente, com especial atenção para os invisibilizados e excluídos. É essencial cuidar das relações humanas que se concretizam dentro da comunidade cristã, procurando crescer no afeto, no respeito mútuo e no reconhecimento da igual dignidade de filhos e filhas de Deus.

3º Nível da Sociedade

  • Em sociologia uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade.
  • Uma sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema semi-aberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo.
  • Uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada;
  • Uma Igreja que, consciente de estar inserida na sociedade de seu tempo, procura discernir os sinais do tempo e contribuir com sua reflexão para que ela mesma e a sociedade estejam firmadas na justiça, na igual dignidade cidadã e na fraternidade. Há, portanto, uma dimensão política irrenunciável no ser Igreja.

 

D) Quatro lacunas que não podem ser esquecidas, mas, ao contrário, que precisam ser integradas na ação evangelizadora da Igreja de Belo Horizonte:

  • Explicitar a dimensão ecológica, ou seja, o compromisso da ação evangelizadora com o cuidado com a nossa Casa Comum;
  • Explicitar a dimensão dialogal que reconhece a beleza e a legitimidade do pluralismo cultural e religioso e compromete-se com a cultura do respeito mútuo e da paz mundial;
  • Explicitar a dimensão ecumênica e macro-ecumênica, ou seja, o compromisso da ação evangelizadora com o diálogo com os irmãos e irmãs das outras Igrejas cristãs e das outras tradições religiosas.
  • Explicitar a dimensão feminina, ou seja, o compromisso da ação evangelizadora explicitar e reconhecer a dignidade da mulher e investir na superação da perversa desigualdade de gênero na Igreja e na sociedade.

 

Créditos:

A ideia original e central é de Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães – Teólogo, bispo Auxiliar de Belo Horizonte e membro do Conselho Arquidiocesano de Pastoral. Depois, a proposta original foi modificada e ampliada por Manoel Godoy – Teólogo pastoralista, presbítero, administrador paroquial da Paróquia de São Tarcísio – Nova Cintra. Por fim, foi acolhida, modificada e ampliada por Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães – Teólogo leigo, membro do Conselho Arquidiocesano de Pastoral. Este último assume a publicação acima e espera ter mantido fidelidade ao texto original.

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Teologia Viva https://observatoriodaevangelizacao.com/teologia-viva/ Mon, 23 Oct 2017 14:30:56 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=25857 [Leia mais...]]]>  

No II Fórum, demos destaque para experiências evangelizadoras com forte ligação com os compromissos assumidos na 5ª Assembleia do Povo de Deus da Arquidiocese de Belo Horizonte, consignados no Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”.

Dentre as quais, aquelas impulsionadas pelo Centro de Formação de Agentes de Pastoral (CEFAP), de modo especial o bem sucedido projeto “Teologia Viva” – com o desafio urgente de oferecer formação bíblica, teológica e pastoral de qualidade aos cristãos – atuante em diversas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e, inclusive, com interessantes experiências missionárias em outras dioceses.

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Pastoral da Cultura https://observatoriodaevangelizacao.com/pastoral-da-cultura/ Sat, 21 Oct 2017 15:01:39 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=25817 [Leia mais...]]]> No II Fórum de Experiências Significativas de Evangelização demos destaque para experiências evangelizadoras com forte ligação com os compromissos assumidos na 5ª Assembleia do Povo de Deus, da Arquidiocese de Belo Horizonte, consignados no Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”.

Dentre as suscitadas pela “Pastoral da Cultura” destacamos dois projetos: o da Rota do CRER e o do Santuário Digital, ambos promovidos pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Pastoral da Cultura – NEPAC PUC Minas.

 

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Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”: PROTAGONISMO DOS LEIGOS E LEIGAS – Reflexões catequéticas VI https://observatoriodaevangelizacao.com/reflexoes-catequeticas-projeto-de-evangelizacao-proclamar-a-palavra-arquidiocese-de-belo-horizonte-protagonismo-dos-leigos-e-leigas-vi/ Thu, 13 Jul 2017 18:35:18 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=21609 [Leia mais...]]]> Entre os grandes desafios da ação evangelizadora da Igreja está a promoção e concretização do protagonismo dos leigos e leigas. Formar cristãos leigos adultos na fé e corresponsáveis na missão da Igreja. Leigos e leigas que percebam e assumam o compromisso de viver a unidade fé e seguimento de Jesus. A Igreja não é uma instituição criada apenas para atender as necessidades espirituais dos leigos e leigas, mas para despertar neles e nelas a consciência de ser Igreja, mediante a facilitação do encontro com Jesus Ressuscitado e a formação continuada, capacitá-los para o seguimento de Jesus na vida em comunidade e na dinâmica da sociedade.

Vejamos a reflexão catequética de Neuza a partir do sexto compromisso do Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”, fruto da 5ª Assembleia do Povo de Deus, o protagonismo dos leigos e leigas:

 

Proclamar a Palavra

O protagonismo dos leigos e leigas

No dom de ser cristão, todos se tornam discípulos missionários.

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No dom do Espírito Santo, por meio da pregação dos apóstolos e de outros discípulos e discípulas de Jesus nasceu as primeiras comunidades cristãs. Com o anúncio da Boa-Nova do Reino de Deus, presente qual fermento no meio de nós, muitos acreditaram e se converteram. Os que recebiam a graça do anúncio e do testemunho tornavam-se seguidores de Jesus, discípulos missionários. Desde as origens, surgiu uma Igreja toda ministerial, discípula missionária.

A nossa Igreja particular de Belo Horizonte, impulsionada pelo Documento de Aparecida e pela Evangelii Gaudium do papa Francisco, também nos convida a juntos concretizar uma Igreja toda ministerial, formada por discípulos e discípulas missionárias que testemunham a vida nova e que anuncia a todos a Boa-Nova. Somos todos interpelados a assumir ativamente a vocação de batizados-crismados, nos colocando a serviço pelo exercício dos ministérios que nos são confiados na vida da Igreja e da sociedade. Serviços sociais e/ pastorais como membros ativos de movimentos populares, grupos de defesa da dignidade da vida e de conquista da cidadania, ministros da Palavra, catequistas, animadores de comunidades, comunidades eclesiais de bases, conselheiros e várias outras modos de se colocar a serviço do Reino de Deus e dos irmãos e irmãs presentes na caminhada. Assim, sejamos discípulos/as e testemunhas do Ressuscitado trabalhando para que sua Palavra seja conhecida, amada e seguida. Cada um de nós pode contribuir de inúmeras formas para que outras pessoas façam a transformadora experiência do encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo e pela luz e força do Espírito Santo, comprometam-se com o projeto salvífico de Deus.

Toda essa convocação da nossa Igreja particular feita pelo Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra, se encontra fundamentada na Tradição da Igreja, sobretudo a Palavra de Deus que nos revela a prática libertadora de Jesus e nos documentos do magistério, de modo especial os do Concílio Vaticano II, das Conferências Episcopais Latino-americanas e, agora, os do papa Francisco.

A animação Bíblico-Catequética da pastoral, promovendo o conhecimento da Palavra de Deus e do amor por ela, tem produzido fecundos resultados em todo o Continente, chegando inclusive aos países da América do Norte, Europa e Ásia, para onde muitos latino-americanos e caribenhos têm emigrado. A Palavra pode chegar até os confins do mundo, como dizia Paulo Apóstolo. Podemos dizer que a expansão da Palavra é consequência de uma boa formação de catequistas e da renovação da Catequese. A formação é continua, permanente e não podemos parar, pois sempre está acontecendo a entrada de novos catequistas que necessitam de formação, bem como dos demais catequistas que precisam atualizar-se para acompanhar os novos desafios e sinais dos tempos. Este saber é um estímulo para nós catequistas que fazemos “ecoar” a Palavra de Deus.

Muitos frutos nascem do esforço pastoral, principalmente de leigos e leigas. Percebe-se cada vez mais uma entrega de pessoas para trabalhos missionários. Entre os leigos e leigas tem surgido missionários e missionárias que desenvolvem obras evangelizadoras e de promoção humana em todos os nossos povos; crescem os esforços de renovação pastoral nas paróquias que, mediante novos métodos de evangelização, se transformam em rede de comunidades participativas, evangelizadoras e missionárias. Vale lembrar aqui do Papa Francisco que nos orienta para sairmos de uma pastoral apenas de conservação e irmos avante com criatividade  e abertos às renovações.

A Doutrina Social da Igreja tem animado o testemunho e a ação solidária dos leigos e leigas que se interessam por formação teológica pastoral e capacitação para se tornarem verdadeiros missionários da caridade, e se esforçam para ajudar a transformar a sociedade com o anúncio e testemunho dos valores do Evangelho.

Hoje a Igreja é chamada a concretizar profunda renovação missionária através de um processo de conversão pastoral. Para que isto aconteça é necessário que cada cristão, leigos, religiosos, diáconos, presbíteros e bispos, assuma seu compromisso de fé batismal. É uma tarefa de todos. Todos são chamados a comprometer-se com o anúncio e testemunho do Evangelho.

Aqui a comunidade cristã tem um papel extremamente relevante para a ação evangelizadora da Igreja. É importante a presença e participação corresponsável de leigos e leigas adultos na vida da comunidade de fé e na sociedade, atuando nas articulações, decisões e na avaliação das ações pastorais.

Não se pode perder de vista o grande protagonismo da mulher, tantas vezes invisibilizado, na vida da Igreja. Muitas são as mulheres atuantes no processo de evangelização. Muitas delas são catequistas que se colocam a serviço da catequese querigmática e mistagógica: uma catequese que não perde de vista a unidade fé e seguimento de Jesus. Ou seja, o cuidado para que o primeiro anúncio, centro da atividade evangelizadora, e o processo de acompanhamento no crescimento na vivência da fé e concretização diária do seguimento de Jesus andem de mãos dadas. O primeiro anúncio  dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo coração humano, pois ele é capaz de transportar as pessoas e comunidades inteiras para dentro do Mistério de Cristo: o Mistério Pascal. A catequese continuada, processual e mistagógica confirma e consolida a adesão da pessoa na vida cristã, vida de compromisso com o seguimento de Jesus.

Nesse sentido,  o protagonismo dos leigos e leigas se torna evidente e fundamental para a missão da Igreja no mundo atual. Eles são sujeitos eclesiais que vivem a fé e, assumindo o compromisso de cristãos, são chamados a:

  • assumir a dinamização da vida cristã como verdadeiro projeto de vida na Igreja e na sociedade;
  • colocar-se a serviço dos irmãos e irmãs participando com os movimentos populares das lutas em defesa da vida;
  • permanecer na fé e no seguimento de Jesus, pela escuta da Palavra e dos sinais do tempo pelo discernimento do Espírito Santo;
  • assumir com coragem profética, criatividade e ousadia o desafio de testemunhar Jesus Cristo para todos.

Mais que no passado, temos hoje as condições eclesiais, as condições sociais, políticas e culturais e as bases eclesiológicas para que o cristão leigo exerça sua missão como autêntico sujeito eclesial, apto a atuar na Igreja e na sociedade e a promover uma relação construtiva entre ambas (cf. Documento 105 da CNBB, 122).

(os grifos são nossos)

Neuza

Neuza Silveira de Souza

Teóloga leiga, com especialização em teologia pastoral voltada para a catequese, objeto de  sua especialização e pesquisa de mestrado. Atualmente, coordena da Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Belo Horizonte.

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Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”: FAMÍLIA – Reflexões catequéticas V https://observatoriodaevangelizacao.com/reflexoes-catequeticas-sobre-o-projeto-de-evangelizacao-proclamar-a-palavra-da-arquidiocese-de-belo-horizonte-familia-v/ Fri, 23 Jun 2017 17:40:21 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=20501 [Leia mais...]]]> A complexidade da realidade da família no contexto atual exige da Igreja profunda conversão pastoral. Importa acolher, aproximar, ouvir, acompanhar, partilhar, refletir à luz da Palavra, da fé no Deus da vida e na dinâmica de seguimento de Jesus. Não hã respostas prontas. Que o Espírito Santo vem em nosso socorro e ilumine o nosso discernimento na busca de lucidez.  A 5ª Assembleia do Povo de Deus, cremos que foi a presença do Espírito que nos ajudou a assumir o compromisso de cuidar, como prioridade evangelizadora, da família.

Vejamos a reflexão catequética de Neuza de Souza a partir do quinto compromisso do Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”, fruto da 5ª Assembleia do Povo de Deus:

Proclamar a Palavra – A família

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Nos tempos atuais, percebemos que a presença, a atuação pastoral e os ensinamentos da Igreja católica (a sua doutrina social), sintonizados com o espírito do Concílio Vaticano II e com a reforma eclesial proposta pelo papa Francisco, estão se abrindo ao diálogo com os desafios e urgências do contexto em que vivemos.

A família, núcleo fundamental da sociedade, onde as pessoas ensinam e aprendem a viver e amar,  está entre os maiores desafios. Por isso os compromissos assumidos no Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra criam um tempo muito propício para a nossa conversão e a conversão pastoral da nossa Igreja Particular de Belo Horizonte.

 

Em Jesus revela-se a experiência do amor de Deus por nós e o sentido maior da família no projeto do criador e em nossa vida

O encontro de fé com Jesus Ressuscitado, o testemunho e o anúncio da vida cristã exigem uma Igreja em saída. Isso significa concretamente que os cristãos, por seu chamado batismal para a vida nova no seguimento de Jesus, vão ao encontro das pessoas aonde elas concretizam suas vidas, acolham a todos, partilhem de suas vidas escutem seus clamores: nos desafios da família, do trabalho, na vida em sociedade. Essa compreensão da fé cristã encarnada na realidade das pessoas brota da prática libertadora de Jesus e do anúncio/testemunho do Reino de Deus. Jesus tinha como preocupação fundamental a defesa da dignidade do ser humano e dea sua realização e felicidade: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).

A vida de Jesus possibilita uma nova experiência da proximidade e do amor de Deus por nós. Jesus revela também a centralidade da misericórdia divina como experiência incondicional e gratuita do amor de Deus por nós. Esse amor nos sustenta e nos interpela para a concretização de uma aliança com Ele. Assim, ao revelar o seu projeto de amor como aliança com a humanidade, Deus nos faz, em Jesus Cristo, seus filhos e filhas. Somos todos família de Deus. Com esse gesto de amor benevolente, Deus convida as pessoas a criarem aliança, vínculos de amor. À luz do amor de Deus, as pessoas formam famílias e tornam-se cocriadores e zeladores ou cuidadores de toda a criação. Assim como Deus cuida de nós, na família os membros são chamados a cuidar uns dos outros com atenção especial para os/as filhos/as e para os/as idosos/as, por serem os mais vulneráveis.

Na tradição cristã, Deus Uno e Trino por amor, com amor e no amor, é a mais perfeita comunhão. Ele, ao criar o ser humano à sua imagem e semelhança, o cria para participar da plenitude da comunhão trinitária. Aqui encontramos o sentido maior da família: a aliança de amor entre Deus e o ser humano encontra expressão singular entre nós  no vínculo matrimonial. Este vínculo existe para a beleza do conviver, amar, transmitir o dom da vida e cuidar. Nesse sentido,

O exercício do amar é o que mais vincula o ser humano a Deus e é o que mantém, nele, a força divina para tudo transformar em ocasião de vida.

 

A Igreja, enquanto sacramento de Jesus Cristo, defende a dignidade e o valor de cada família

A Igreja é chamada a realizar, promover, zelar e valorizar o vínculo conjugal do matrimônio, pois, o compreende como sacramento da grande, gratuita e eterna Aliança de Amor de Deus por nós revelada por Jesus Cristo pela força do Espírito Santo. Do mesmo modo, ela é chamada a despertar, suscitar, alimentar e fermentar a realização da grande vocação de todo ser humano: aprender a amar e cuidar da dignidade da vida.

Ao encarnar-se na sociedade enquanto lugar onde os seres humanos concretizam as suas vidas e nela anunciar/testemunhar o Amor de Deus, a Igreja é desafiada a dialogar e acolher as diferentes configurações familiares, oriundas de situações sociais, culturais, econômicas e religiosas diversas. Isso porque família é a união das pessoas na consciência do amor, cuja força reside na sua capacidade de amar e ensinar a amar. Assim nos diz o papa Francisco:

“No horizonte do amor, essencial na experiência cristã do matrimônio e da família, destaca-se ainda, como virtude, a ternura”. (Papa Francisco, Amoris Laetitia, n. 38).

A Igreja é chamada a acolher com a ternura e misericórdia divina a todas as pessoas como filhos e filhas de Deus. Ninguém está excluído da graça e do amor de Deus.

No livro do Gênesis, as duas narrativas da criação, a da Semana da Criação e a do Jardim do Éden, nos chamam muito a atenção que homem e mulher são fruto da criação de Deus. A distinção sexual de homem e mulher é anunciada com finalidade significativa: para conviverem, se unirem, se multiplicarem e juntos cuidarem de toda a criação. Eles são companheiros adequados, feitos para a relação e não se realizam na solidão. A identidade de um firma-se na relação da diferença de gênero do outro.

Desse modo, com um olhar de ternura, fé e amor, de graça e compromisso somos chamados a contemplar a família que a Palavra criadora de Deus confia nas mãos de seus filhos e filhas, para que formem vínculos de comunhão expressão sacramental da comunhão do Pai,  Filho e Espírito Santo com toda a humanidade.

Que possamos expandir esse olhar para todas as famílias, em suas mais diversas configurações, com respeito e zelo fraterno. Quero terminar com o que disse no meio de minha reflexão, tal qual um refrão que guardamos no coração:

O exercício do amor é o que mais vincula o ser humano a Deus e é o que mantém, nele, a força divina para tudo transformar em ocasião de vida.

(os grifos são nossos)

Neuza

Neuza Silveira de Souza

Teóloga leiga, com especialização em teologia pastoral voltada para a catequese, objeto de  sua especialização e pesquisa de mestrado. Atualmente, coordena da Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Belo Horizonte.

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Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”: OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES – Reflexões catequéticas III https://observatoriodaevangelizacao.com/reflexoes-catequeticas-sobre-o-projeto-de-evangelizacao-proclamar-a-palavra-da-arquidiocese-de-belo-horizonte-iii/ Wed, 31 May 2017 12:50:33 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=18555 [Leia mais...]]]> Fazer uma opção e concretizá-la de forma coerente é um desafio contínuo a cada passo. As opções, quando verdadeiras, tornam-se urgências irrenunciáveis e devem, por isso, nortear as escolhas e prioridades das comunidades de fé com seus ministros e conselheiros e conselheiras.

Vejamos a reflexão catequética de Neuza a partir do segundo compromisso do Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”, fruto da 5ª Assembleia do Povo de Deus, a opção preferencial pelos pobres:

Proclamar a palavra: opção preferencial pelos pobres

Os acontecimentos da vida de Jesus foram fonte de inspiração para os seus discípulos e discípulas. Do mesmo modo, deverão ser também para nós. A prática libertadora de Jesus nos ajuda a discernir os critérios que hão de inspirar, balisar e (re)descobrir nossa identidade e missão no contexto atual. Afinal, somos chamados a ser seguidores e seguidoras de Jesus, o Cristo ressuscitado.

A Igreja, para cumprir sua missão de evangelizar, impulsionada pelo Espírito Santo, acolhe, reza a Palavra que salva, escuta os sinais dos tempos, revê práticas pastorais para bem discernir os caminhos que deve percorrer e os desafios que deve superar.

Nas Diretrizes Gerais da Evangelização da Igreja no Brasil encontram-se as urgências que foram identificadas nas assembleias e propostas para que as mesmas sejam concretizadas nos planejamentos das Igrejas particulares. Todas as urgências indicadas devem ser trabalhadas em seu conjunto. De um modo pedagógico essa ação conjunta expressa um grande passo ao qual toda a Igreja é chamada em nossos dias: reconhecer-se em estado de missão, uma missão que provém de Jesus Cristo e se encontra ancorada no cerne da mensagem bíblica. Ser missionária é função ministerial da Igreja e traz consigo a expressão da novidade de Jesus e de sua presença contínua através da história.

Nesse sentido, a nossa Igreja particular, ao assumir as urgências da Igreja em seu conjunto, no desejo de que as mesmas contribuam para que a alegria do Evangelho renove nossas comunidades e nos mantenham firmes na missão, nos convida a assumir como compromisso a Opção preferencial pelos pobres, os que se encontram à margem, nas periferias existenciais.

Uma Igreja em saída, como nos diz o Papa Francisco, nos leva a percorrer um caminho eficaz de evangelização nos vários lugares como: local de trabalho, moradias de estudantes, nas favelas, nos alojamentos dos trabalhadores, nas instituições de saúde, nos assentamentos, nas prisões, junto às pessoas em situação de rua, dentre outros, promovendo uma autêntica evangelização, a partir de Jesus Cristo. Somos chamados a viver o que vivem os demais, mas viver tais realidades de modo cristão.

Fomentando esse processo de evangelização, também se procede à realização de iniciação á vida cristã, valorizando a experiência de vida de cada pessoa, pequenos grupos, pequenas comunidades, ajudando-os a reconhecerem a própria busca de Deus e a se abrir à sua manifestação e ação salvadora. É a Igreja se fazendo presente nas diversas realidades, junto aos pobres, no desejo de ajudar as pessoas a fazerem a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, compartilhando alegrias e angustias e caminhando para a construção de uma sociedade fraterna e justa que prenuncie a plenitude do Reino.

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Os cristãos são chamados a compartilhar com todo ser humano a boa notícia do banquete do Reino, que foi inaugurado pelo Deus revelado na humanidade de Jesus Cristo. Como nos recorda o Concílio Vaticano II, as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias do ser humano de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. Os acontecimentos da vida de Jesus foram fonte de inspiração para os seus discípulos e discípulas. Do mesmo modo, deverão ser também para nós. A prática libertadora de Jesus nos ajuda a discernir os critérios que hão de inspirar, balisar e (re)descobrir nossa identidade e missão no contexto atual. Afinal, somos chamados a ser seguidores e seguidoras de Jesus, o Cristo ressuscitado.

Hoje, colocamos-nos frente ao desafio de retornar à vida de Jesus, de ler os Evangelhos e de nos reencontrar-nos com o Deus do Reino. Voltar a Jesus significa voltar ao Espírito com o qual Ele viveu sua humanidade e, a partir daí, discernir a nossa vocação e missão enquanto membros da mesma humanidade. É procurar encontrar Deus onde Jesus o encontrou: junto aos mais pobres em seus anseios de libertação e vida em plenitude. É se colocar disponível para o essencial: viver a vida como serviço para que os outros tenham possibilidades de uma existência melhor. O modo como Jesus viveu nos revela que Deus quer a realização plena e feliz da pessoa humana. Assim somos chamados a viver: praticar o discernimento que causa em nós uma mudança de mentalidade para viver a partir da lógica da reciprocidade gratuita.

(os grifos são nossos)

Neuza

Neuza Silveira de Souza

Teóloga leiga, com especialização em teologia pastoral voltada para a catequese, objeto de  sua especialização e pesquisa de mestrado. Atualmente, coordena da Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Belo Horizonte.

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Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”: IGREJA DA ACOLHIDA – Reflexões catequéticas II https://observatoriodaevangelizacao.com/reflexoes-catequeticas-sobre-o-projeto-de-evangelizacao-proclamar-a-palavra-da-arquidiocese-de-belo-horizonte-ii/ Sat, 27 May 2017 15:50:02 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=18411 [Leia mais...]]]> Formar e cultivar comunidades de fé capazes de concretizar verdadeira cultura da acolhida em contexto urbano plural e desigual, com inúmeras formas de exclusão social, solidão e violência: eis um dos maiores desafios do Evangelho do Reino a todo cristão. Nas palavras do Papa Francisco, como concretizar uma “Igreja Samaritana”, uma “Igreja de Hospital de Campanha”, uma “Igreja de Portas Abertas”, enfim, uma “Igreja em saída”.

Vejamos a reflexão catequética de Neuza a partir do terceiro compromisso do Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”, fruto da 5ª Assembleia do Povo de Deus:

 

Proclamar a Palavra como Igreja da Acolhida

A  doação suprema de acolher o Reino é viver de forma a se comprometer com a fraternidade, solidariedade, hospitalidade e partilha

A Igreja nos convoca para sermos Igreja de acolhida. Há um esforço e o desejo para que todos sejam acolhidos como irmãos.

O Acolher bem as pessoas como irmãos significa ir além do simples cumprimento, ou acolhimento em sua casa para hospedagem. No acolher bem está incluído, entre outras coisas…

  • ajudar as pessoas nos momentos difíceis;
  • dar-lhes o devido apoio nos momentos de suas incertezas;
  • estar junto e defendê-las nos momentos de injustiças ou de desamparos.

Quando acolhemos bem, rompemos com a solidão e com o anonimato desses irmãos e irmãs. E quando nos disponibilizamos para  acolher bem as pessoas, nos tornamos capazes de fazê-las felizes porque o acolher significa ser capaz de criar intimidade, aproximar do outro e, ao mesmo tempo, de respeitar e ter consideração com a pessoa.

Mas para que isto aconteça faz-se necessário  sairmos de nosso egoísmo, do comodismo, para nos abrirmos ao outro e percebê-lo com suas necessidades.

Esses comportamentos são características do agir cristão, herdados dos primeiros discípulos e discípulas de Jesus. Foi ele, Jesus, quem nos ensinou a viver a alteridade. E um dos princípios fundamentais da alteridade é que o ser humano, no seu meio social, tenha uma relação de interação e dependência com o outro. Por esse motivo, o EU, na sua forma individual, só pode existir por meio do contato com o OUTRO. Na vivência da alteridade um está sempre acolhendo o outro, a pessoa, sobretudo no que ela tem de diferente, de distinto, de próprio.  Nesse sentido: dou espaço para que a pessoa exista e esse gesto me leva a crescer, a conhecer-me mais verdadeiramente, e a descobrir que o mundo não resume ao meu modo de pensar e de viver.

A Alteridade implica a capacidade da pessoa se colocar no lugar da outra, em uma relação baseada no diálogo e na valorização das diferenças existentes. Assim, colocar-se  no lugar do outro e a serviço do acolhimento ao outro precede qualquer  ação que se possa empreender em favor do outro. É renúncia ativa a toda postura dominadora ou de exclusão.

O Acolhimento a partir dos ensinamentos de Jesus

Jesus passou toda a sua vida nos ensinando. Todo o seu caminho foi um grande abraço, foi o de acolher a nossa condição humana para nos perdoar e nos mostrar que somos muito além do que pensamos, para nos dar a liberdade de nossa origem: somos filhos de Deus. Desse modo, podemos abraçar o mundo todo.

Abraçar o mundo acolhendo Jesus e os seus ensinamentos, significa acolher  e reconhecer o Reino de Deus no meio de nós. E acolher o Reino é viver de forma a nos comprometer com a fraternidade, solidariedade, hospitalidade e partilha. É permitir ao outro incluir-se, sentir-se aceito, integrado, valorizado; é construir amizade, criar afeição. É partilhar a vida em suas várias dimensões.

Os discípulos e discípulas de Jesus foram aprendendo na caminhada e nos acontecimentos que a fé é, pois, a atitude pedida ao ser humano para que a graça de Deus possa manifestar todo o seu poder libertador. Fé e salvação caminham juntas, significando que  a salvação é verdadeira  a medida que atinge a totalidade da pessoa, o que inclui a sua dimensão religiosa. Segundo o evangelista Lucas, é possível amar  somente porque a ação de Deus transformou o coração humano.

Vários são os ensinamentos encontrados nos evangelhos. Neles, encontramos presente o mandato de Jesus de ir ao encontro do outro e juntos construirmos o alicerce para a vivência numa comunidade sadia e cuidadora, a exemplo das primeiras comunidades.

Esse mandato de Jesus é para todos os batizados e batizadas. É um chamado que o Senhor nos faz para a missão. Acolhidos/as como filhos/as através de uma atitude de amor, aceitação, valorização, somos conduzidos/as à plenitude humana. O acolhimento que fazemos uns aos outros, enquanto igreja, deve ser uma expressão desse amor recebido de Deus que é capaz de despertar sentimentos de amor no coração de quem foi acolhido.

Disse o Papa Francisco quando esteve no Brasil que

o sentir de um povo, as bases do seu pensamento e de sua criatividade, os princípios básicos de sua vida, os critérios de julgamento sobre as prioridades, as normas de atuação se fundamentam, se fundem e crescem em uma visão integral da pessoa humana. Essa visão do homem e da vida característica do povo Brasileiro recebeu a seiva do Evangelho, a fé em Jesus Cristo, o amor de Deus e a fraternidade com o próximo. A riqueza dessa seiva pode fecundar um processo cultural  fiel à identidade brasileira e fazer crescer a humanização integral e a cultura do encontro e da relação; esta é a maneira cristã de promover o bem comum, a alegria de viver”.

(Papa Francisco no Brasil).

Ser uma Igreja da acolhida: esta é também a maneira cristã de promover o bem comum em nossa Igreja particular, pois quem alimenta da seiva do Evangelho faz a experiência de seguir a Jesus ressuscitado.

(os grifos são nossos)

Neuza

Neuza Silveira de Souza

Teóloga leiga, com especialização em teologia pastoral voltada para a catequese, objeto de  sua especialização e pesquisa de mestrado. Atualmente, coordena da Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Belo Horizonte.

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Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra”: um desafio para todos os cristãos – Reflexões catequéticas I https://observatoriodaevangelizacao.com/reflexoes-catequeticas-sobre-o-projeto-de-evangelizacao-proclamar-a-palavra-da-arquidiocese-de-belo-horizonte-i/ Wed, 24 May 2017 19:54:00 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=18149 [Leia mais...]]]> Depois de definidas as diretrizes (compromissos) para as ações evangelizadoras da Igreja Particular da Arquidiocese de Belo Horizonte, na 5ª Assembleia do Povo de Deus, elaborou-se o Projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra” para o próximo quadriênio (2017-2020). Ao longo do primeiro trimestre, as paróquias, os vicariatos episcopais e as regiões episcopais elaboraram o seu Plano. Agora, mãos a obra, que seja um compromisso de todos os cristãos concretizar Projeto e Plano por meio de processos eclesiais e ações evangelizadoras específicas.

A partir de hoje, publicaremos aqui as reflexões catequéticas de Neuza Silveira de Souza, coordenadora da Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética de BH. Que esse esforço catequético ajude no desafio de tornar, ao alcance de todos/as, o Projeto conhecido e assumido.

 

Proclamar a Palavra:

ponto de partida para a evangelização

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5ª Assembleia Arquidiocesana do Povo de Deus, 15/10/2016, quadra do Colégio Pio XII, Belo Horizonte.

A Igreja de Belo Horizonte convida todos a conhecer e a vivenciar o Projeto de evangelização “Proclamar a Palavra”, fruto da 5ª Assembleia do Povo de Deus (5ª APD). Feito isso, nosso próximo passo será tornar conhecido e vivenciado esse rico projeto, por meio das nossas ações na igreja, bem como no cotidiano da vida familiar, nas escolas, no trabalho, nas vizinhanças, ou seja, no convívio interno dos nossos lares e nas periferias do nosso ethos (ambiente,  morada do homem, lugar que indica quais os traços característicos de um grupo humano qualquer que o diferenciam de outros grupos sob os pontos de vista social e cultural).

Em ambientes, onde se constrói a identidade social, somos convidados/as a assumir os compromissos propostos pela 5ªAPD e a levar o anúncio de Jesus Cristo para as nossas catequeses,  nossas comunidades, colocando a Palavra de Deus como eixo central de toda ação pastoral, evangelizadora e missionária da Igreja.

Apresentadas as diretrizes da nossa Arquidiocese para a elaboração dos planos pastorais, somos chamados/as a assumir os compromissos propostos conforme as necessidades de cada comunidade paroquial. Sejamos motivados/as pela palavra do Apóstolo Paulo que nos diz em sua carta aos Coríntios ( 1Cor 9,16): “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”. Assim, somos interpelados/as a sermos discípulos/as e testemunhas do Ressuscitado, a trabalhar para que sua Palavra se torne conhecida.

Como evangelizar em nossas realidades?

Olhando ao nosso redor e observando os sinais que nos apontam que caminhos devemos percorrer, somos chamados/as, enquanto catequistas, a ajudar os/as nossos/as catequizandos/as,  mas também nossas famílias e nossas comunidades a fazerem a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo.

Através de Jesus Cristo, Deus se revela a nós, se dá a conhecer. É Jesus quem nos comunica tudo o que ouviu do Pai e nos convoca a transmitir aos outros e à Igreja, o que dele ouvimos. Como membro da Igreja, cada cristão tem o poder de revelar o amor de Deus, de amar e dar tudo de si àqueles que ama, assim como fez Jesus. Essa é a nossa missão de catequista.

Conectados ao projeto “Proclamar a Palavra”

O projeto de Evangelização “Proclamar a Palavra” é de todos/as e de cada um/a de nós. Assim, é fundamental assumi-lo como nosso, conforme as prioridades estabelecidas nos planos pastorais de nossas paróquias. Vamos caminhar juntos, colocar nossas experiências a serviço dos/as irmãos/ãs e construir redes de comunidades como espaços privilegiados de vivência da comunhão fraterna, conforme o proceder de Jesus. Vamos oferecer o que temos e sabemos àqueles que mais necessitam de nossos serviços; como Jesus, nos aproximar das realidades  onde, a olhos nus, enxergamos a pobreza e as injustiças.

Na prática das nossas ações, vamos olhar para as nossas crianças, acolhê-las, assim como Jesus fez, cientes de que com elas somos ainda mais capazes de sentir a ternura de Deus, a beleza do universo e a singeleza do agir cristão. Pensemos também nos jovens e nos adulto, na prática da solidariedade, da fraternidade. É importante oferecer uma palavra criadora, que salva, solidária com os pobres para promovê-los a um estado de dignidade e libertação para todos. Procurar formar pessoas adultas na fé e na responsabilidade, assumindo a realidade e se abrindo ao diálogo.

Vamos inaugurar um novo tempo com nossas catequeses querigmáticas para suscitar e fortalecer a fé no Cristo Jesus, centro da nossa fé trinitária. Tendo Jesus como fundamento da nossa fé, ele é aquele que nos propõe e não nos impõe. Cativados/as pela sua Boa-Nova, seu Evangelho, nós nos colocamos no seu seguimento. Seguir Jesus é o fundamento essencial e original da nossa vida cristã: como o povo de Israel seguia Deus, que o conduzia no deserto rumo à Terra prometida (cf. Ex 13,21), assim o/a discípulo/a deve seguir Jesus, para o qual é atraído pelo próprio Pai (cf. Jo 6,44).

Neuza

Neuza Silveira de Souza

Teóloga leiga, com especialização em teologia pastoral voltada para a catequese, objeto de sua especialização e pesquisa de mestrado. Atualmente, coordena da Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Belo Horizonte.

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