Pastoral Carcerária – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Wed, 24 Apr 2024 03:40:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Pastoral Carcerária – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Pastoral Carcerária lançou relatório sobre o trabalho pastoral nos presídios https://observatoriodaevangelizacao.com/pastoral-carceraria-lancou-relatorio-sobre-o-trabalho-pastoral-nos-presidios/ Wed, 24 Apr 2024 03:40:15 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49721 [Leia mais...]]]>
A Pastoral Carcerária lançou no início deste mês de março o “Relatório de Dados – Restrições à Assistência Religiosa 2024”. Trata-se, segundo a coordenadora nacional na apresentação da publicação, irmã Petra Silvia Pfaller, de um trabalho que foi gestado ao longo desses meses e traz, para além dos números, o dia a dia da jornada do agir pastoral no âmbito das prisões.
“A Assistência Religiosa é um direito da pessoa presa e um dever de cada Cristão/ã, seguindo a missão de Jesus: “Estive preso e você me visitou” (Mt 25), sendo presença de uma “Igreja em saída” (Papa Francisco) com o objetivo de Evangelizar e promover a dignidade humana, para realizar um “Sonho de Deus: Um mundo sem Cárcere”, afirma um trecho da publicação.
Convite a escutar os gritos do sistema carcerário
A Pastoral Carcerária aponta que a publicação, ao mesmo tempo, é um ver e um convite a escutar os gritos ensurdecedores de um sistema, o carcerário, expressão da sociedade em que vivemos, onde imperam cada dia mais a intolerância e o consequente desejo de eliminar o diferente, seja uma eliminação real (homicídio), seja uma eliminação virtual (cancelamento).
“Esta realidade é tão fortemente presente que podemos caracterizar a nossa cultura como a cultura do cancelamento. A ela soma-se uma das marcas do nosso tempo… a nossa sociedade é excludente. Abaixo dos considerados improdutivos, encontramos os excluídos, aqueles que a sociedade não quer nem ver, para nem se lembrar da sua existência. São as pessoas em situação de rua, os encarcerados, os refugiados… Esta “cultura do cancelamento” se estende também ao âmbito religioso, às dificuldades encontradas pela Pastoral Carcerária ao longo destes últimos anos e, também, presentes na atualidade de acesso às unidades prisionais”, diz um trecho da apresentação.
Confira o relatório na íntegra aqui: Relatório de dados 2024 da Pastoral Carcerária
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Pastoral Carcerária: Igreja cultiva os valores do Evangelho no complexo sistema prisional https://observatoriodaevangelizacao.com/igreja-cultiva-os-valores-do-evangelho-no-sistema-prisional/ https://observatoriodaevangelizacao.com/igreja-cultiva-os-valores-do-evangelho-no-sistema-prisional/#comments Sat, 02 Jun 2018 22:28:17 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=28302 [Leia mais...]]]> Os agentes da Pastoral Carcerária se reúnem todas as segundas-feiras para ler as dezenas de cartas de presos (em média 70 por mês) que chegam pelos Correios. O Projeto Cartas e Necessidades Encarceradas da Pastoral Carcerária de Belo Horizonte busca ajudar na solução das muitas mensagens enviadas por pessoas que estão privadas da liberdade. Cada carta é lida, com extremo cuidado e carinho. Entre os voluntários da Pastoral, está o pedagogo Assis Francisco Ribeiro, que também é o coordenador da Pastoral Carcerária; a doutora em Língua Portuguesa Irmã Maria Brígida Barbosa, da Congregação Filhas de Jesus; a assistente social Alice Rabelo Casasanta, a professora primária Nilma de Castro Nunes e a dentista Ceres Marina Vaz de Melo.

Há dois tipos de demandas principais: as sociais – que buscam contato com a família, orientação religiosa e psicológica – e as jurídicas – que se referem à revisão de condenação e a busca de atenuantes”, diz a assistente social Alice Rabelo.

Muitas vezes somos conselheiros e, baseados em nossas vivências e experiências individuais, orientamos os detentos nesse momento de enorme fragilidade emocional”, conta a Irmã Brígida.

Um alento para quem precisa de orientação, como a detenta M.L.J., que se encontra em um presídio feminino de Belo Horizonte. Entre março e agosto de 2016, ela escreveu quatro cartas e as enviou à Pastoral.

No início ela se mostrava totalmente perdida e com muito medo de tudo. Na última carta, ela revelou que conseguiu um emprego fora da penitenciária, para onde tem que voltar todas as noites ao fim do trabalho. A oportunidade a deixou um pouco mais confiante e segura”, explica Alice Rabelo.

Entre as mensagens, está uma carta que a apenada escreveu para a sua mãe, já falecida, e que foi enviada para a Pastoral Carcerária.

Oh, mãezinha. Por que fui errar a ponto de vir parar nesse purgatório? Arrependo-me! Não tenho como voltar atrás, só quero esquecer o passado e fazer diferente. (…) Choro muito! Gostaria de ser alegre novamente. (…) Ah, estou cansada, mãe, mas estou lutando em orações para ficar bem.” M.L.J., que recebeu orientações psicológicas dos voluntários da Pastoral.

Há também mensagens que revelam fragilidades das famílias dos presos. Nesses casos, os agentes da Pastoral visitam os lares e fornecem cestas básicas. Buscam solucionar as necessidades emergenciais das crianças e das esposas dos apenados. Já a assistência Jurídica é feita por um grupo de voluntários da PUC Minas.

Cabe à sociedade, de alguma forma, proporcionar à pessoa privada de liberdade um mínimo necessário. Quem cumpre pena precisa se sentir gente, digna e ver os seus direitos respeitados. Isso é o que fazemos”, diz o professor Amarildo Fernando de Almeida.

 

PASTORAL CARCERÁRIA

ARQUIDIOCESE DE BELO HORIZONTE

A Pastoral Carcerária tem como missão promover e desenvolver a cidadania dos presos, seus familiares e egressos. O objetivo principal é levar o Evangelho de Jesus Cristo aos que estão no sistema prisional. Os agentes da Pastoral trabalham para que os direitos humanos sejam garantidos. Para isso, está atenta às situações que possam configurar  comprometimentos a este segmento de cidadãos e propõe medidas de conciliação e paz.

Na sociedade, a Pastoral trabalha para contribuir no aperfeiçoamento da situação do sistema prisional, promove a dignidade humana e motiva a criação de políticas públicas para as áreas prisionais.

Atualmente, a Pastoral acompanha mais de 10 mil encarcerados por ano e realiza mais de 100 atendimentos jurídicos por mês.

PRINCIPAIS OBJETIVOS

  • Contribuir com ações junto aos presos e egressos, no que diz respeito à assistência social, cultural, educacional, jurídica, religiosa, material e à saúde;
  • Realizar convênios com entidades públicas ou privadas, nacionais, ou internacionais, no sentido de melhorar as ações da Pastoral junto ao segmento;
  • Desenvolver um processo de reflexão junto à sociedade, por meio de seminários, debates, reuniões, que objetivam melhorar a questão carcerária no Estado, e do processo penal como um todo, assim como a situação dos presos e alternativas a este sistema;
  • Capacitar os agentes da Pastoral Carcerária por meio de cursos de formação;
  • Participar dos mais diversos fóruns da sociedade civil e na Igreja.

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ENDEREÇO E CONTATO

Pastoral Carcerária
Rua Além Paraíba, 208 – Lagoinha
Belo Horizonte – MG
CEP 31210-120
E-mail: pcrarquidiocesebh@gmail.com
Telefax: (31) 3428-8360

Fonte:

www.arquidiocesebh.org.br

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Estive preso e vieste visitar-me https://observatoriodaevangelizacao.com/estive-preso-e-vieste-visitar-me/ Thu, 26 Jan 2017 13:00:18 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=12283 [Leia mais...]]]> Neste ano completam-se 25 anos do massacre do Carandiru. O que mudou desde então? Talvez a privatização da tragédia humana, porque os presídios, mesmo os privatizados (excelente negócio!) seguem superlotados e os massacres entre presos matam mais hoje nos presídios deste país que em toda a sua história precedente. E por quê?

Aliás, há muitos porquês a serem respondidos…

Por que em pouco mais de 10 anos a população feminina nos cárceres brasileiros cresceu mais de 500%?

Por que a maioria das pessoas encarceradas não tem sequer o ensino fundamental e qual a relação entre a falta de escolaridade e o crime?

Por que jovens negros são a maioria das pessoas aprisionadas?

Por que se demora tanto para julgar as penas neste país?

Por que não se buscam penas e medidas alternativas para aquelas pessoas que não representam, de fato, um perigo para a sociedade?

Por quê? Por quê? Por quê?

Sobretudo, talvez a grande questão seja nos indagar a quem interessa a cultura do medo que gera uma sociedade cada vez mais na defensiva, egoísta, extremista, radicalista… Violenta.

Não se trata de sermos ingênuos e “defender bandido”, mas voltarmos ao cerne do ser cristão, ao o amor inclusivo que clama: “não é o são que necessita de médico, mas o doente”. O fato é que nossa sociedade está extremamente enferma e o que assistimos em nossos presídios hoje é só uma ponta do iceberg desse câncer que devasta o que somos; que mata a nossa humanidade.

Há mesmo quem pense que esta é a solução ideal: que os próprios presos façam uma limpeza nos sistema prisional dizimando-se uns aos outros. Solução? Para quem? A quem interessa?

Mas outras alternativas, muitas outras, podem e devem ser buscadas, como reiteradamente a Pastoral Carcerária apresenta e denuncia.

Há, por exemplo, em Paracatu (MG) uma cadeia que, em parceria com a Pastoral Carcerária, consegue, de fato, recuperar a maioria de seus detentos e gastando para isso menos de ¼ do que se gasta em uma prisão convencional. Não é isso que dita nossa Carta Magna? A ressocialização do preso, sua reinserção na sociedade?

Abrir-nos, deixar-nos interpelar tanto pela realidade quanto pela práxis de Jesus de Nazaré e conhecer um pouco mais ações alternativas àquelas que nos empurradas goela abaixo pela mídia dominante, pode ser a melhor forma de transformarmos o mundo ao nosso redor com verdadeiros critérios cristãos.

Tânia Jordão.

https://www.youtube.com/watch?v=K0I8TAt_lHY

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