Pastorais – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Mon, 15 Mar 2021 14:34:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Pastorais – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Você conhece a Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte? https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-a-pastoral-do-surdo-da-arquidiocese-de-belo-horizonte/ Mon, 15 Mar 2021 14:34:10 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38815 [Leia mais...]]]>

“Ora João Batista, estando no prisão, ouviu falar das obras do Cristo e mandou alguns discípulos para lhe perguntar: ‘És tu, aquele que há de vir ou devemos esperar outro?’ Jesus respondeu-lhes: ‘Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa Notícia.'”

Mateus 11, 2-5

“Depois, Jesus olhou o céu, suspirou e disse: ‘ÉFETA!’ que quer dizer: ‘ABRA-SE!’ imediatamente os ouvidos do surdo se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sim dificuldade”.

Mc 7, 34-36

O jeito de Jesus anunciar e testemunhar a presença do Reino de Deus atuante no meio de nós despertou e provocou nova experiência de Deus e de seu agir gratuito e amoroso em nossas vidas. Jesus revelou o rosto paternal-maternal, acolhedor e misericordioso, de Deus. Além de nos amar como filhos e filhas, nos interpela a, também nós, cultivarmos a centralidade do amor ao próximo, da solidariedade inclusiva e da partilha de tudo que somos e temos a partir dos mais pobres e vulneráveis. Jesus nos ensinou o verdadeiro sentido dos mandamentos da lei divina: sermos humanos e generosos uns com os outros, procurando agir como o próprio Deus age conosco, ou seja, com solicitude, atenção, respeito, cuidado e afeto.

No tempo de Jesus, predominava uma interpretação deturpada do Código da Aliança, dos mandamentos da lei divina, que provocava o absurdo da exclusão do convívio social dos que mais precisavam: os enfermos, os portadores de deficiências físicas ou psíquicas, os empobrecidos, as mulheres, os estrangeiros e todos os que fossem considerados pecadores e impuros. Rompendo com esse processo de exclusão, Jesus saiu ao encontro dos marginalizados, anunciou a eles o amor de Deus e os acolheu, humanizando-os e reinserindo-os na dinâmica da sociedade.

O papa Francisco, de forma recorrente e insistente, tem nos chamado a que, enquanto Igreja de Cristo, nos empenhemos todos, para juntos superarmos a cultura do egoísmo e da exclusão, com sua perversa globalização da indiferença, sendo uma Igreja em saída, samaritana, que irradia pelo testemunho o fermento de uma cultura do encontro[1] e do acolhimento[2]. Isso porque, infelizmente, em nossas sociedades – por inúmeros mecanismos de exclusão social e por falta de políticas públicas garantidoras da dignidade humana – muitos filhos e filhas de Deus continuam a ser excluídos.

Você sabia que esta foi durante muito tempo a realidade das pessoas surdas? No decorrer dos séculos elas foram recorrentemente estigmatizadas por líderes religiosos e políticos, médicos e cientistas como sendo doentes, retardadas mentais e/ ou vítimas de possessão demoníaca. Apenas recentemente, já no século XX, após várias tragédias humanas envoltas em malfadados rituais de exorcismo e “tratamentos” manicomiais desumanos, depois de muitas lutas, que a comunidade das pessoas surdas conseguiu afirmar a surdez não como uma desgraça ou uma patologia mas sim como uma cultura com linguagem, modos de vida e lógicas próprias. Tal mudança proporcionou uma crescente conquista de direitos civis e sociais e uma maior visibilidade positiva da referida comunidade, das suas lutas e das especificidades de sua realidade. Apesar dos avanços que merecem ser celebrados, ainda há muito por lutar, conquistar e superar nos âmbitos social, político, religioso, econômico etc. É o que podemos constatar, por exemplo, a partir da bela caminhada missionária e evangelizadora da Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte.

A Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte

As pessoas surdas estão presentes por toda a arquidiocese de Belo Horizonte. Embora não se saiba com exatidão o tamanho desta população, calcula-se aproximadamente 15.000 pessoas. Tal realidade nos possibilita conhecer as diversas experiências paroquiais de nossa Igreja particular, em especial as da Pastoral do Surdo do Curato Nossa Senhora do Silêncio.

A história desta pastoral iniciou-se em meados 1992 quando duas mulheres surdas, Maria Regina e Isabel Leão lideraram um expressivo movimento de pessoas surdas para promoverem a sua acessibilidade social, dentre tantas outras formas, a partir da celebração de missas rezadas em língua de sinais, na Arquidiocese de Belo Horizonte.

As atividades do grupo pastoral iniciaram-se a 23 de novembro daquele ano com a anuência do então arcebispo metropolitano de Belo Horizonte dom Serafim Fernandes de Araújo. A celebração contou com a colaboração, dentre vários importantes apoiadores e intérpretes, do seminarista Mauro, que futuramente se tornou um padre bilíngue (português/LIBRAS).

Desde então, a pastoral vivenciou vários avanços promovidos em torno da busca da inclusão e acessibilidade da pessoa surda nas atividades eclesiais da Capelania da Pastoral do Surdo, dentre eles:

  • a formação de catequistas surdos;
  • a organização de encontro para casais surdos;
  • a articulação dos vários ministérios da Palavra e da Comunhão;
  • as ações sociais;
  • as celebrações litúrgicas;
  • e os sacramentos.
Reportagem no marco celebrativo dos 25 anos da Pastoral do Surdo em BH, em 2018.

Atualmente a Pastoral do Surdo integra o Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental (VEASPAM) e concentra as suas atividades no Colégio Santa Maria Minas, bairro Nova Suíça, onde as atividades são promovidas em LIBRAS. Já nas paróquias Cristo Redentor (Barreiro), Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos (Contagem) e São Judas Tadeu (Betim), as atividades são de inclusão, oferecidas em português com acessibilidade em LIBRAS.

Em 2018 o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Belo Horizonte dom Walmor de Oliveira Azevedo constituiu a Pastoral do Surdo, a pedido do Pe. Wagner Douglas (assistente eclesiástico da mesma) como Curato Nossa Senhora do Silêncio.

Pe. Wagner Douglas e dom Walmor de Oliveria de Azevedo

Na ocasião a pastoral adquiriu status canônico, acolheu Nossa Senhora do Silêncio como a sua padroeira e reafirmou o seu desejo ardente, enquanto comunidade de fé, de seguir Jesus ‘Bom Pastor’ e levar a sua mensagem libertadora a todos, com uma atenção especial aos surdos e surdas.

Ícone da padroeira da Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte: Nossa Senhora do Silêncio.

Ações da Pastoral do Surdo Curato Nossa Senhora do Silêncio

A Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte é um centro de referência para o acolhimento, a acessibilidade e a participação das pessoas surdas e surdas-cegas nos processos de reivindicação de políticas públicas que ampliem os seus direitos.

A pastoral desenvolve várias atividades, dentre elas destacam-se:

  • Curso de Instrutores de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para surdos;
  • Curso de LIBRAS para surdos, seus familiares e diversos profissionais da área de educação, saúde e justiça;
  • Curso de LIBRAS tátil, com o objetivo de formar intérpretes para acompanhamento dos surdo-cegos em todos suas necessidades de acessibilidade;
  • Formação de intérpretes católicos para acompanhamentos dos surdos em todas as áreas da nossa Igreja, como: celebrações eucarísticas, casamentos, batizados, primeira comunhão, crismas etc.;
  • Curso de formação de catequistas surdos para atuarem com crianças, jovens e adultos;
  • Cursos de batismo, noivos e catequese para surdos;
  • Atendimento ao surdo no prédio do VEASPAM para soluções de problemas cotidianos, como aqueles relacionados a bancos, Cemig, Copasa, operadoras telefônicas etc.;
  • Atendimento para agendamento de médicos, dentistas, exames etc.;
  • Atendimento aos surdos com problemas familiares, psicológicos, jurídicos etc.;
  • Atendimento para marcação de batizados, casamentos, crisma etc.;
  • Fabricação de bolsas para geração de renda destinada ao pagamento das nossas despesas pastorais e missionárias;
  • Disponibilização de intérpretes para celebrações eucarísticas, casamentos, batizados etc.

Ações pastorais e Pandemia da Covid-19

As complicações da pandemia da Covid-19 a partir de março de 2020 no Brasil demandaram das diversas instituições sociais, dentre elas a Igreja Católica, responsabilidade social e compromisso com a manutenção da vida. Destarte, as comunidades em que se faz presente a Pastoral do Surdo puderam experienciar, em consonância com as recomendações da Arquidiocese de Belo Horizonte e da CNBB e com os valores vivificantes do evangelho de Jesus, novas práticas de fé a partir do cumprimento do distanciamento social, da higienização dos espaços sagrados, do uso de máscara e da transmissão das missas e demais atividades religiosas via redes sociais e canais digitais, demonstrando assim o seu compromisso com a vida e a com a nossa casa comum.

Para melhor conhecer o nosso trabalho de evangelização

Os interessados em acompanhar as atividades e participar da Pastoral do Surdo pode encontrar mais informações da pastoral nos seguintes endereços eletrônicos:

Facebook:

https://www.facebook.com/pastoralsurdobh/

https://www.facebook.com/watch/pastoralsurdobh/

Instagram:

https://www.instagram.com/pastoralsurdobh/

E-mail:

pastoraldosurdodebelohorizonte@yahoo.com.br

You Tube:

https://www.youtube.com/channel/UCWjtHv-6A9I2V16Pcy81KJQ

Endereço:

Rua: Lindolfo de Azevedo, 345 – Nova Suíça, Belo Horizonte – MG, 30421-265

  • Você gostaria de conhecer a Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte?
  • Você já pensou em fazer parte de nossa Pastoral?

Crislaine Barbosa Santos

Coordenadora surda das Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte

Cláudia Soares e Pe. Wagner Douglas Gomes de Souza

Representantes da Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte

Glaucon Durães da Silva Santos

Membro da equipe ampliada do Observatório da Evangelização PUC Minas

Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães

Secretário Executivo do Observatório da Evangelização e

Coordenador do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais”


[1] “Papa: cultura do encontro, base para um mundo mais unido e reconciliado”. (VATICAN NEWS, 2021). In: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-audiencia-instituto-europeu-estudos-internacionais-suecia.html. Acesso: 04/03/2021.

[2] “Francisco: ‘difundir a cultura do acolhimento’”. (VATICAN NEWS, 2018). In:

 https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-03/papa-acolhimento-audiencia-trento.html. Acesso: 04/03/2021.

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Você conhece a Associação “Projeto Vida – Vida Projeto” que atua na Arquidiocese de Belo HOrizonte? https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-a-associacao-projeto-vida-vida-projeto-presente-na-arquidiocese-de-belo-horizonte/ Fri, 27 Nov 2020 01:39:52 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=36861 [Leia mais...]]]>

“O Senhor me deu o seu Espírito, pois Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres. Ele me enviou para animar os aflitos; para anunciar a libertação aos escravos e livrar os oprimidos de suas cadeias. Ele me enviou para consolar os que choram; para dar-lhes uma coroa de alegria, em vez de tristeza; um perfume de felicidade, em vez de lágrimas e roupas de festa, em vez de luto”

Isaias 61, 1-3

A experiência cristã provoca o crescimento na fé, na esperança e suscita aquela paz inquieta de Jesus que nos faz criativos no amar e no se colocar a serviço da vida e da dignidade das pessoas. A Associação Projeto Vida – Vida Projeto brotou da experiência de fé inquieta e missionária da Irmã Maria do Carmo de Paiva e de outras pessoas que a ela deu as mãos. Nascida em meados do ano de 2014, interpelada pela busca de resposta aos desafios de uma sociedade marcada pela profunda desigualdade social, ela foi ao encontro das pessoas pobres e lutadoras que trabalham nas ruas de Belo Horizonte, tornando-se assim presença solidária junto aos trabalhadores e trabalhadoras da economia informal, em especial os vendedores ambulantes e os catadores de material reciclável não associados a cooperativas.

Apresentação do Projeto Vida – Vida Projeto

A Associação encontrou no seio da comunidade de Nossa Senhora da Conceição, no bairro da Lagoinha, um terreno fértil para fincar suas raizes. Ela foi regada pelo amparo da Arquidiocese de Belo Horizonte, presente desde o seu primeiro momento.

A Associação Projeto Vida – Vida Projeto, associação sem fins lucrativos e com estatuto próprio, foi convidada a participar do grupo das pastorais sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte. Ela se configura como uma experiência de inserção missionária urbana. Desse modo, está em plena consonância com o magistério do papa Francisco na exortação apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), que desperta a necessidade de construirmos uma igreja pobre e para os pobres, samaritana, de portas abertas, verdadeiro hospital de campanha no cuidado com a vida e em saída missionária ao encontro das pessoas.

A ação missionária da Associação “Projeto Vida – Vida Projeto” é um ponto de partida de irmãs e irmãos de fé e boa vontade que vão ao encontro de trabalhadoras e trabalhadores da economia informal: jovens, adultos, idosos e crianças que, por não terem uma vaga nas creches ou alguém que lhes preste os cuidados necessários, acompanham os seus pais ou avós; Enfim, pessoas de todas as idades, pobres e vítimas da invisibilidade social, mas que lutam com perseverança por uma vida digna e abundante, tal como na mensagem de Jesus registrada no evangelho de João: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).

A ação permanente do Projeto Vida se concretiza em três frentes de luta:

  1. Defender o direito de trabalhar na rua, de maneira regulamentada e organizada;
  2. Oferecer cursos de capacitação para facilitar um trabalho formal ou pequenos empreendimentos individuais;
  3. Desenvolver e apoiar empreendimentos de economia solidária.

O Cristo na face dos trabalhadores de rua

“Meu Pai trabalha sempre e eu também trabalho” – Jo 5, 17.

A atual situação de grave crise sociopolítica e econômica que o Brasil vive, desde 2016, exige respostas novas para o acompanhamento dos pobres e excluídos em suas lutas pela vida e pela conquista de seus direitos de cidadão. Mais do que isso, exige uma ação transformadora, iluminada pela mensagem amorosa, libertadora e revolucionária do Evangelho de Jesus.

Em nossa sociedade contemporânea, marcada em grande parte pelo individualismo e a indiferença social, pela competitividade e pelo apego aos bens materiais, pouca atenção é dada, infelizmente, para a angústia de não ter um salário fixo e nem mesmo o direito de trabalhar na rua. Quase nenhuma atenção é dada ao sofrimento e ao desespero de um pai ou de uma mãe, que, ao perderem o pouco que conseguiram comprar para revender, apreendido pela fiscalização, não tem como alimentar seus filhos e manter a dignidade de sua família. O código de postura de muitas cidades, inclusive o de Belo Horizonte, proíbe o trabalho na rua. No entanto, não oferece outras alternativas para a inclusão social e a garantia de todos ao acesso da cidadania.

Esta é a realidade dos trabalhadores e trabalhadoras de rua assistidos pelo grupo de voluntários da Associação “Projeto Vida – Vida Projeto”, que em grande parcela são pessoas com pequenas deficiências físicas ou cognitivas, idade avançada, doenças e outras situações de vulnerabilidade, como por exemplo a dura realidade do analfabetismo e a extrema dificuldade de conseguirem se capacitar para um emprego formal de qualquer natureza.

Nenhum trabalhador sem emprego

Casa José e Maria

“Ide também vós trabalhar na minha Vinha” – Mt 20,7.

A Associação “Projeto Vida – Vida Projeto”, atualmente presidida por Jarbas Arêdes e dirigida por Maria do Carmo de Paiva, mantem a Casa José e Maria, um espaço de acolhida, espiritualidade, convivência fraterna e capacitação, onde são realizadas diversas atividades, dentre elas, a realização de oficinas, orações comunitárias, orientações, descanso e diálogo.

No último sábado de cada mês é realizado uma tarde de encontro entre trabalhadores e trabalhadoras, voluntários e voluntárias e algumas pessoas amigas. Neste dia especial, todos podem experimentar tempos fortes de oração, de partilha dos problemas, busca de soluções e compartilhar um lanche, o que está estreitamente afinado com a mensagem da “cultura do encontro” do papa Francisco que em sua homilia do dia 13 de setembro de 2016 na capela da Casa Santa Mônica, pediu para trabalharmos para a construção de uma verdadeira cultura do encontro, que vença a cultura da indiferença.

Os voluntários e voluntárias da associação buscam atender a cada pessoa em sua situação concreta e, quando é o caso, realizam-se encaminhamentos junto às instituições e órgãos públicos, buscando a solução das demandas apresentadas, construindo portanto um fecundo ambiente de solidariedade e partilha gratuita, de recursos materiais, financeiros, de tempo e de trabalho, de diálogo e amor solidário.

Ir. Maria do Carmo de Paiva, convidando para 2ª feijoada beneficente do Projeto Vida – Vida Projeto em 2019.

Em uma audiência pública realizada em agosto de 2019 pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais para discutir o chamamento público para o exercício de atividades comerciais com veículos de tração humana, o Projeto Vida-Vida Projeto pediu que a Prefeitura de Belo Horizonte revisasse os seus dados, aumentasse o número de vagas para os ambulantes, regulamentasse a atividade e discutisse de forma efetiva com os próprios trabalhadores e trabalhadoras, as necessidades deles. Confira abaixo um exemplo de apoio a luta dos trabalhadores e trabalhadoras:

Solidariedade e ação

“Consolai, consolai o meu povo” – Is 40, 1.

Apesar de todos os desafios deste ano de 2020, dentre eles o da pandemia da Covid-19, a Associação “Projeto Vida – Vida Projeto”, não parou as suas atividades, pelo contrário, deu continuidade à sua missão e obteve conquistas importantes para a sua ação missionária de luta e defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras de rua, das quais destacam-se a aquisição e habilitação de cinco carrinhos de empurrar para os primeiros sorteados na Jornada Produtiva da Prefeitura de Belo Horizonte, a oferta de cestas básicas, máscaras e kits de higiene para 30 famílias entre os meses de março a dezembro, ajudas financeiras e a presença solidária em situações mais urgentes de saúde e cuidado.

Para melhor conhecer o nosso trabalho de evangelização

Os interessados em acompanhar as atividades e participar da Associação “Projeto Vida – Vida Projeto” pode encontrar mais informações de nossa Associação no:

Visite-nos no facebook: https://www.facebook.com/projetovidavidaprojeto

Endereço:

Rua Adalberto Ferraz, 31 Lagoinha

Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

  • Você gostaria de conhecer mais de perto a Associação Projeto Vida – Vida Projeto, que atua na Arquidiocese de Belo Horizonte?
  • Você já pensou em fazer parte deste projeto solidário?

Jarbas Arêdes e Maria do Carmo de Paiva

Representantes da Associação “Projeto Vida-Vida Projeto”

Glaucon Durães da Silva Santos

Membro da equipe ampliada do Observatório da Evangelização PUC Minas

Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães

Secretário Executivo do Observatório da Evangelização e

Coordenador do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais”

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Você conhece a Pastoral da Sobriedade da Arquidiocese de Belo Horizonte? https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-a-pastoral-da-sobriedade-da-arquidiocese-de-belo-horizonte/ Thu, 26 Nov 2020 05:34:15 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=36832 [Leia mais...]]]>

“É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão.”

Gálatas 5, 1

“…estejamos sóbrios e revestidos com a couraça da fé e do amor, tendo a esperança da salvação como capacete.”

1 Tessalonicenses 5, 8

Tendo diante de nós a beleza da liberdade cristã, sermos libertados, pela graça de Deus em Jesus Cristo, para a prática do amor e da justiça, somos interpelados pelo sofrimento de tantas famílias por causa da triste realidade da dependência de um ou mais de seus membros. A Pastoral da Sobriedade nasce da busca de reposta diante desta difícil realidade social.

A Pastoral da Sobriedade é uma ação concreta da Igreja Católica que evangeliza pela busca da sobriedade como modo de vida, procurando tratar toda e qualquer forma de dependência. Ela vai além da dependência química. Pela Terapia do Amor procura libertar as pessoas de todo e qualquer tipo de dependência. Ela propõe mudança, valoriza a pessoa humana e vem para resgatar e reinserir os excluídos. Enfrenta de maneira real o problema da exclusão social, da miséria e da violência.

A caminhada da Pastoral da Sobriedade iniciou-se no Brasil no ano de 1998, com dom Irineu Danelon. O ano de 2001 pode ser considerado como o marco inicial da Pastoral da Sobriedade na Arquidiocese de Belo Horizonte, quando fomos provocados pela Campanha da Fraternidade, que tinha como tema “Vida sim, drogas não”. Em 22/03/2003 foi realizado o primeiro encontro arquidiocesano da Pastoral da Sobriedade em Belo Horizonte, com a presença do então bispo auxiliar dom Décio Zandonaide, no centro pastoral, à Rua Além Paraíba, 208, Lagoinha.

Desde então sucessivas coordenações vêm implementando trabalhos pastorais em uma ou mais das cinco frentes de atuação, a saber:

  • prevenção;
  • intervenção;
  • reinserção familiar e social;
  • atuação política;
  • recuperação.

Há diversas formas de dependência, desde substâncias psicoativas (álcool, drogas, remédios), passando-se pelas dependências emocionais até a mais recente forma de dependência, a tecnológica, que inclui o “uso abusivo” da internet, redes sociais, celulares e jogos.

As múltiplas dependências são tratadas a partir da vivência do Programa de Vida Nova à luz da PEDAGOGIA DOS DOZE PASSOS para a sobriedade cristã, sendo eles: admitir, confiar,

  • admitir;
  • confiar;
  • entregar;
  • arrepender-se;
  • confessar;
  • renascer;
  • reparar;
  • professar a fé;
  • orar e vigiar;
  • 10º servir;
  • 11º celebrar;
  • 12º festejar.

O objetivo geral da Pastoral da Sobriedade é prevenir e recuperar da dependência química e outras dependências e a sua missão é evangelizar, apresentando o amor incondicional, gratuito e misericordioso do Pai, anunciando Jesus Cristo Libertador através do serviço, do diálogo e do testemunho de comunhão fraterna, integrando fé e vida e promovendo a dignidade da pessoa e da família, contribuindo para a construção de uma sociedade justa, solidária.

Um dos desafios da Pastoral da Sobriedade é o de implantar o Grupo de Auto-Ajuda nas paróquias. Tais grupos reúnem-se semanalmente para a vivência do passo da semana, que está fundamentado na Palavra de Deus e na pedagogia de Jesus Cristo libertador.

Os três primeiros grupos de autoajuda cadastrados na Arquidiocese de Belo Horizonte foram os grupos das seguintes paróquias:

  • Paróquia Coração Eucarístico de Jesus, na forania São Francisco das Chagas (25/08/2003);
  • Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, forania Senhor Bom Jesus (25/08/2003);
  • Paróquia Santa Mônica, forania Santo Antônio de Venda Nova (10/01/2004).

A Pastoral da Sobriedade está ligada ao VEASPAM (Vicariato Episcopal para a ação social, política e ambiental), no bairro Lagoinha. Faz encaminhamentos de dependentes para tratamento em casas de recuperação, que atualmente, ao lado dos vários atendimentos prestados nas paróquias, é a maior demanda pastoral. Existe uma relação de casas de acolhimento de dependentes neste sentido.

Muitas coordenações contribuíram para a existência da Pastoral da Sobriedade na Arquidiocese de Belo Horizonte, dentre elas: Maria José Diniz, Maria Delza Magaldi, Maria Solene Garboci, Maria das Dores Carvalho e Maria do Carmo Ferreira de Souza.

A atual coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Sobriedade é a senhora Vilma Miranda Saraiva, eleita em 23 de fevereiro de 2019 para a função. A reunião de eleição contou com a participação de 17 coordenadores paroquiais, bem como a presença da então coordenadora Maria do Carmo Ferreira de Souza e do então Assessor Eclesiástico da Pastoral, o padre Pedro José dos Santos.

A partir de então, novos membros foram incluídos na equipe de coordenação, contando hoje com as valiosas contribuições: do padre José Geraldo de Souza, atual assessor eclesiástico, e de dois colaboradores, o padre Frei Inácio José, da paróquia Nossa Senhora das Mercês, em Ibirité, e o padre Rogério Eustáquio Fernandes, da paróquia São Francisco de Assis, no bairro São Francisco, em Belo Horizonte.

Várias ações vêm sendo desenvolvidas em vilas, favelas e aglomerados no âmbito da Arquidiocese de Belo Horizonte à luz do projeto de Evangelização Proclamar a Palavra. Ao todo são 27 grupos espalhados pelas regiões episcopais no intuito evangélico de fazer dos excluídos os preferidos.

A saudação dos membros da pastoral é “Sobriedade e Paz!”. Ao que se responde “Só por hoje, graças a Deus!”. A sobriedade é uma conquista de cada dia e para a vida toda e não depende apenas do esforço humano, que é necessário e importante, mas muito mais da graça de Deus, que realiza o milagre por meio da perseverança daquele que se entrega confiante nas mãos Dele e na vivência do programa de vida nova.

O que mais encanta na Pastoral da Sobriedade é a alegria do Evangelho, a alegria de fazer dos excluídos os preferidos por meio da união e da fraternidade.

Para melhor conhecer o nosso trabalho de evangelização

Rua Além Paraíba, 208 – Bairro Lagoinha
CEP.: 31.210-120 – Belo Horizonte/MG
Informações: (31) 3421-1447

  • Você gostaria de conhecer a Pastoral carcerária da Arquidiocese de Belo Horizonte?
  • Você já pensou em fazer parte de nossa Pastoral?

Vilma Miranda Saraiva (coordenadora Arquidiocesana) 

E-mail: mirandasaraiva@yahoo.com.br – (031) 98340-1390


Harrison Martins Saraiva (secretário da pastoral na Arquidiocese): 

E-mail: harrisonsaraiva1@yahoo.com.br (031)98435-7706

Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães

Secretário Executivo do Observatório da Evangelização e

Coordenador do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais”

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Projeto de evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais Sociais” https://observatoriodaevangelizacao.com/projeto-de-evangelizacao-impulso-de-fe-para-uma-primavera-das-pastorais-sociais/ Sun, 22 Nov 2020 03:19:45 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=36554 [Leia mais...]]]> O Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental- VEASPAM, o Vicariato Episcopal para Ação Pastoral – VEAP, ambos vicariatos episcopais da Arquidiocese de Belo Horizonte, e o Observatório da Evangelização, órgão do Anima PUC Minas, depois de um rico diálogo provocado pelas diretrizes aprovadas na VI Assembleia do Povo de Deus e o discernimento dos sinais dos tempos e seus desafios e urgências, celebraram uma parceria aberta com o objetivo de concretizar um projeto de evangelização para incentivar e promover uma “primavera das pastorais sociais”. na Arquidiocese de Belo Horizonte.

Confira:

PROJETO DE EVANGELIZAÇÃO “IMPULSO DE FÉ PARA UMA PRIMAVERA DAS PASTORAIS SOCIAIS”

Promover a Ecologia Integral e a Presença Pública da Igreja em todos os municípios que compõem a Arquidiocese:

• provocando uma “primavera das Pastorais Sociais”, priorizando-as, incentivando sua criação e organização onde não existem, incrementando as que já atuam, oferecendo adequada formação aos seus agentes, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja;

• praticando o cuidado com a Casa Comum em todas as comunidades eclesiais, como exercício de um novo modo de ser no mundo e como exemplo das mudanças estruturais que levam a uma ecologia integral. De modo especial, envolver-se com as questões relativas às consequências da mineração.

(DAE-ABH 2019-2023, Casa da Caridade, n. 11b, p. 16)

I – O QUE É?

Trata-se de projeto nascido de um diálogo impulsionado pelas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte, aprovadas na VI Assembleia do Povo de Deus (VI APD). Este diálogo ajudou sonhar e concretizar uma parceira aberta entre o Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental – VEASPAM, o Vicariato Episcopal para Ação Pastoral – VEAP e o Observatório da Evangelização, órgão do Anima PUC Minas. Esta parceria tem como objetivo ajudar a impulsionar uma primavera, vista como cada vez mais necessária, das pastorais sociais.

Por primavera aqui entende-se o impulsionar de um processo histórico, fecundo e criativo, com o objetivo primeiro de revitalização para um novo florescimento da rica caminhada das pastorais sociais enquanto resposta, que brota da fé, aos desafios e urgências discernidas no complexo contexto atual. Além disso, pretende tornar as pastorais sociais – a caminhada concretizada e os feitos históricos – mais conhecidas, admiradas e amadas.

Esta parceria se compreende radicalmente aberta para acolher a participação e a contribuição de outras entidades, organizações, grupos e movimentos que desejam, por sintonia fina com este projeto, enriquecê-lo e ampliá-lo.

II – QUEM?

Sintam-se convidados, chamados e interpelados todos batizados e batizadas conscientes das exigências do Evangelho e do seguimento de Jesus; todos os cristãos e as cristãs que já percebem as dimensões social, política e ambiental da ação evangelizadora da Igreja como estruturantes, constitutivas e decisivas, inclusive, para a credibilidade da experiência cristã na Igreja e na sociedade; todos os homens e mulheres de fé que estão em sintonia com o magistério do papa Francisco, que nos encontros com os movimentos populares, na sua Evangelii Gaudium, Laudato Si’, Querida Amazônia, Fratelli Tutti, nas suas homilias, nos seus gestos proféticos e nos seus projetos Economia de Francisco e Pacto Global pela Educação, explicita de modo claro e inconfundível estas dimensões intrínsecas a nossa fé. Trata-se, em última instância, de fidelidade à práxis libertadora de Jesus Cristo e ao Evangelho do Reino da Justiça e da Fraternidade que ele anunciou e testemunhou até as últimas consequências na cruz. (A título de exemplo, veja: PAPA FRANCISCO, Exortação apostólica Evangelii Gaudium. A alegria do Evangelho. Sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. São Paulo: Paulus/ Loyola, 2013, p. 107-145).

Em primeiro lugar, é um projeto que implica e envolve diretamente as pessoas que participaram, participam ou desejam participar da caminhada das pastorais sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte, bem como, eventualmente, de outras dioceses que dele desejam participar. Segundo, pela sua importância e potencial evangelizador, o projeto estará sempre aberto a todos os cristãos e cristãs, que dele desejam participar e contribuir em sua efetivação.

III – COMO?

Todo processo que visa a uma caminhada histórica prospectiva e, portanto, esperançada, é feito de objetivos, passos, balanços e retomadas. Os processos impulsionados pela experiência cristã são marcados pela engajada, estradeira e mística, pela “fé/pé na caminhada”; são igualmente marcados pela mobilização que nasce de corajosa e teimosa ESPERANÇA; e, por fim, são também marcados pela CARIDADE, esta energia poderosa do amar que, no caminhar, se faz compaixão pelos e com os pobres e vulneráveis, solidariedade fraterna-sororal e partilha dos bens, da mesma utopia do Reino de Deus e das lutas travadas por dignidade e justiça.

Assumimos como metodologia o consagrado método VER-JULGAR-AGIR como fonte de inspiração. Aqui o VER é entendido e assumido como a busca de conhecimento crítico da realidade analisada a partir do uso de mediações analíticas adequadas para se conquistar leitura crítica-autocrítica da realidade vivida (momento analítico); o JULGAR é compreendido como momento específico de iluminação da fé, quando a realidade é interpretada à luz da experiência cristã consignada na Tradição da fé (momento hermenêutico da fé); o AGIR é concebido como mediação histórica para práxis cristã autêntica na Igreja e, sobretudo, na sociedade. Trata-se daquele agir consciente e crítico que é discernido e planejado, em suas dimensões sociopolíticas, econômicas, culturais e religiosas com objetivos de curto, médio e longo prazo (momento da práxis transformadora).

Na tradição latino-americana das Comunidades eclesiais de base – CEBs, acrescentam-se quatro outros verbos ao método em questão para melhor explicitar a riqueza do dinamismo histórico por ele impulsionado: VER-JULGAR-AGIR-AVALIAR-CELEBRAR-CORRIGIR-RETOMAR de forma recorrente o rumo da caminhada. 

Em relação aos passos de concretização do projeto que foram organizados para serem trilhados, levando-se em conta a situação atual e suas possibilidades, por cada uma das pastorais sociais a partir da tensão dialética fecunda entre PASSADO-PRESENTE-FUTURO. Neste sentido, o movimento de volta ao passado não tem nada de saudosismo, mas se trata do necessário cultivo da memória do caminho trilhado. E isso em duas dimensões, seja para aquecer e revigorar o coração, seja para revisitar elementos estruturantes que se perderam, em vista de revigorar o ânimo e a alegria no discernimento e no planejamento; no mesmo sentido, o discernimento do tempo presente não tem nada de lamento, mas, impulsionados pela fé no Deus da vida, sempre estradeiro conosco, se trata da busca sempre inconclusa, pela análise de conjuntura, de encorajamento diante da percepção dos sinais dos tempos. E isso em dois sentidos, seja para melhor compreender o cenário em que nos encontramos, seja para enfrentar, com clareza, as ameaças e dificuldades, estando cientes dos ventos (des)favoráveis e das novas possibilidades; igualmente, o projetar o futuro não tem nada de alienação ou fuga da realidade, mas da condição humana de quem, ciente de ser sujeito coletivo capaz de escrever a própria história, sabe aonde quer chegar. E isso em duas direções, seja para compartilhar sonhos e utopias que nos animam, seja para discernir e planejar passos concretos a curto, médio e longo prazo.

1ª Reunião do VEASPAM, do VEAP e do Observatório da Evangelização com os representantes das pastorais sociais para definição do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais” – Dia 16/10/2020.

DINÂMICA E CRONOGRAMA

1º passo:

Cada pastoral social, depois de uma reunião interna, escolheu seu(s) representante(s) para ser(em) o(s) animador(es) do projeto. Estes, junto com a equipe do Observatório, formam o núcleo executivo gestor do projeto.

A função do(s) representante(s) de cada pastoral social é basicamente o de garantir o elo de comunicação entre a sua pastoral e o núcleo executivo do projeto. Trazer e levar informações, apresentar demandas e dificuldades, animar, promover e criar no seio de sua pastoral as condições favoráveis para a concretização dos passos do projeto. Para facilitar a comunicação interna do núcleo executivo gestor do projeto foi criado um grupo de WhatsApp.

Assim que a escolha foi feita, cada pastoral social envolvida enviou o nome e o contato do representante para o e-mail do Observatório da Evangelização: observatoriodaevangelizacao@gmail.com.

(Outubro de 2020)

2º passo:

Este passo será concretizado em duas etapas.

Na primeira, cada pastoral elaborará uma apresentação, estilo folder, para ser divulgada o rosto de cada pastoral social no Observatório da Evangelização.

(Previsão: novembro de 2020 a fevereiro de 2021).

Na segunda, cada pastoral sistematizará a memória do caminho percorrido em cada pastoral social. Consistirá em 1. Pesquisar, organizar e narrar as origens históricas de cada pastoral social específica, todos os registros históricos disponíveis: nomes, datas, eventos, folders, fotos, vídeos etc. 2. Pesquisar, organizar e narrar os grandes feitos históricos e conquistas desta pastoral, igualmente, com todos os registros disponíveis. A equipe do Observatório da Evangelização vai ajudar na sistematização destas narrativas.

(Previsão: Março-abril de 2021)

3º passo:

Discernimento do tempo atual: numa reunião ampliada, envolvendo toda a coordenação do VEASPAM, com os membros ou número de representantes escolhidos de cada pastoral social específica para um grande balanço crítico e esperançado do presente em que estamos envolvidos para elaboração de uma síntese dos pontos positivos (ventos favoráveis da conjuntura atual) e dos pontos negativos (limites e ameaças percebidas), com breve justificativa explicativa (fazer registro de fotos deste evento).

Aqui sugeriu-se contar com assessoria analítica, mas sem perder a necessária escuta das bases e dos participantes das pastorais sociais. Registrar com fotos e narrar o processo de elaboração deste passo e a síntese conquistada;

(Previsão: maio-junho de 2021)

4º passo:

Cientes do caminho percorrido e da análise de conjuntura, definir aonde cada pastoral social específica quer chegar e ousar planejar, coletivamente, metas concretizáveis a curto, médio e longo prazo. Com breve justificativa. Registrar com fotos e narrar o processo de elaboração deste importante passo;

(Previsão: julho-agosto de 2021)

5º passo: O Observatório da Evangelização assume a tarefa de ler, organizar e publicar, paulatinamente, cada um dos passos dados – divulgação de todo o processo – por cada pastoral social específica e, no final, organizar para a Arquidiocese e toda a Igreja uma publicação, física e/ou digital, como fruto do projeto de evangelização.

(Previsão: final do ano de 2021)

2ª Reunião do VEASPAM, do VEAP e do Observatório da Evangelização com os representantes das pastorais sociais para avançarmos no início do Projeto de Evangelização “Impulso de fé para uma primavera das pastorais sociais” – Dia 30/10/2020.

IV – PARA QUE?

Todo projeto de ação pastoral enraizado na vida de Jesus, o Bom Pastor por excelência, visa a realização do Reino de Deus entre nós, Reino de justiça e fraternidade-sororidade, dinamismo histórico do projeto salvífico do Deus da vida.

Dizendo concretamente, o projeto de evangelização “Impulso de fé para a primavera das pastorais Sociais” visa a concretização de “outra sociedade possível”, sociedade garantidora da vida, pautada pela justiça, pela opção pelos pobres e vulneráveis e pela inclusão de todos na mesa da cidadania e da vida digna, pois Jesus veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).  

Nucleo executivo gestor do Projeto

  • Ana Lúcia (Pastoral Carcerária)
  • Diácono Augusto (Pastoral da Saúde)
  • Camilla Moreira (Observatório da evangelização)
  • Carlos (Pastoral Metropolitana dos Sem Casa)
  • Cláudia (Pastoral do surdo)
  • Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães (Observatório da evangelização)
  • Elma Vilaça (Pastoral da Criança)
  • Emely (Pastoral de Direitos Humanos)
  • Eny (Pastoral do Menor)
  • Evelina (Pastoral da Pessoa Idosa)
  • Pe. Francisco Lewden (Pastoral do Mundo do Trabalho)
  • Frederico Santana Rick (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Pe. Gildésio (Pastoral da Saúde)
  • Glaucon Durães da Silva Santos (Observatório da Evangelização)
  • Gustavo Moreira (Pastoral Carcerária)
  • Harrison Martins Saraiva (Pastoral da Sobriedade)
  • Janaina Gonçalves (Observatório da evangelização)
  • Jarbas Arêdes (Projeto Vida)
  • Pe. Joel Maria dos Santos (Observatório da Evangelização e (Vicariato episcopal para ação pastoral – VEAP)
  • Julimar (Pastoral da Aids)
  • Pe. Júlio Gonçalves Amaral (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Maíla (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Marcelo (Vicariato episcopal para ação social, política e ambiental – VEASPAM)
  • Maria Perpétua (Projeto Vida)
  • Nelcina (Pastoral da Criança)
  • Paulo Vinícius Faria Pereira (Observatório da Evangelização)
  • Sandra (Pastoral de Rua)
  • Suzana (Vicariato episcopal para ação pastoral – VEAP)
  • Vilma Miranda Saraiva (Pastoral da Sobriedade)
  • Pe. Wagner Douglas Gomes de Souza (Pastoral do Surdo)

Prof. Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães

Secretário Executivo do Observatório da Evangelização

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“Primavera dos movimentos sociais”, com a palavra Pe. Alfredo J. Gonçalves https://observatoriodaevangelizacao.com/primavera-dos-movimentos-sociais-com-a-palavra-pe-alfredo-j-goncalves/ Tue, 15 Sep 2020 22:29:07 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=35649 [Leia mais...]]]>

Com a primavera batendo à porta, a pergunta emerge com energia redobrada: quando nos será lícito e legítimo utilizar a expressão do título para anunciar, em alto e bom som, um novo despertar das forças sociais!

Lembro que, no final da década de 1990, então como assessor do Setor Pastoral Social da CNBB, eu mesmo me vali dessa formulação num comentário destinado à análise de conjuntura. Atravessávamos outros desertos, os tempos se revelavam frutuosos, efervescentes e auspiciosos! Celebrava-se em todo mundo um triênio de preparação ao grande Jubileu do ano 2000. Paralelos e complementares aos eventos promovidos pela comemoração dessa data jubilar, transcorriam os debates da 3ª Semana Social Brasileira (SSB). O Grito dos Excluídos caminhava para a sua 5ª edição, enquanto se fortalecia a Campanha Jubileu Sul. Os plebiscitos populares levavam às ruas milhões de pessoas em todo território nacional.

Uma série de igarapés convergiam para o rio caudaloso de um novo projeto popular para o país. Iniciativa sempre em construção e que foi batizada pelas Semanas Sociais Brasileiras como “O Brasil que queremos”. Águas rebeldes e represadas, por isso mesmo portentosas, que, de alguma forma, indicavam um horizonte plural, aberto e democrático. Eram significativos tempos de madura safra, embora não tivéssemos consciência da colheita. Mas os frutos brotavam do chão com relativa abundância. Na evolução de um processo histórico, terá havido alguma geração com a sorte de presenciar mais de uma colheita! O mais razoável e menos frustrante é contentarmo-nos com apenas uma, ou tão somente com seus botões apontando “um novo céu e uma nova terra”.

Certo, não podemos esquecer que está em curso a 6ª Semana Social Brasileira, com o lema “Mutirão pela vida – por terra, teto e trabalho”. A exemplo das últimas, trata-se menos de eventos localizados no tempo e no espaço, do que um processo de debates que se desenvolve de norte a sul, de leste a oeste. Lançada na 58ª Assembleia Geral da CNBB, em abril de 2020, deverá desenrolar-se até julho de 2022. Em termos de participação de movimentos, entidades e organizações, entretanto, torna-se difícil comparar com as edições anteriores. Evidente, com a pandemia do Covid-19, estamos atravessando um terreno hostil e minado, inóspito e desconhecido. Mas, antes mesmo desse flagelo global, já era conhecida e notória a sonolência letárgica de não poucas organizações populares, junta mente com algumas de suas lideranças. Vale uma ressalva diante das inúmeras iniciativas solidárias em favor dos infectados e afetados pelo novo coronavírus, esse “inimigo silencioso e invisível”, como também em favor dos trabalhadores e trabalhadoras igualmente “invisíveis” e às famílias enlutadas de mais de 130 mil mortos.

A apatia e o desencanto, porém, parecem se perpetuar. Em que momento nos passaram uma rasteira que deixou no íntimo de cada um de nós, liderança, agente pastoral ou social, um gosto amargo de derrota, além da dificuldade de reerguer-se! Existe algum culpado de tal rasteira! Ou teríamos sido nós mesmos seus verdadeiros protagonistas, sofrendo-a a partir das entranhas do processo de conscientizaçãoorganização e mobilização! Hoje padecemos de uma espécie de saudade mórbida e doentia. Se por uma parte a saudade pode ser até remédio para alguns males, por outra o saudosismo é sempre venenoso. Amarra pés e mãos; cristaliza, petrifica e fossiliza a memória, o que equivale a paralisar a mente e a inteligência. Lamentar as mágoas do “paraíso perdido” irremediavelmente no passado costuma levar à miopia ou à cegueira. Mesmo na narrativa bíblica do livro de Gênesis, a expulsão do jardim idílico vem acompanhada com a necessidade de “buscar o pão com o suor do trabalho”.

O grande desafio que se coloca é justamente o de colocar em ação “o suor do trabalho” para resgatar e revigorar as energias sociais, hoje soltas e fragmentadas. Quem sabe rever o trabalho de base ou “de formiguinha”, no sentido de cavar fundo o solo árido para nele, e só a partir dele, encontrar a umidade e os ingredientes que nutrem a vida e a mudança. Sem mergulhar as raízes na terra, a flor, a espiga e a planta não podem se levantar do chão.

Fonte:

IHU

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Um prefácio escrito pelo papa Francisco como impulso profético para a "primavera das pastorais sociais", das CEBs e dos movimentos populares https://observatoriodaevangelizacao.com/o-prefacio-do-papa-francisco-como-impulso-profetico-para-uma-primavera-das-pastorais-sociais/ Tue, 17 Dec 2019 13:39:16 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=33831 [Leia mais...]]]> Apresentação

Fico particularmente muito feliz de abrir este volume, resultado da reflexão de muitas vozes, de um grupo de estudiosos de diferentes áreas e competências, que releram a experiência dos assim chamados “Movimentos Populares”, reconstruindo a gênese, os eventos, o desenvolvimento e o significado que teve esse ciclo de encontros com o Papa. Um acontecimento verdadeiramente sem precedentes na história recente da Igreja, da qual é útil recordar.

Esse arquipélago de grupos – associações, movimentos, trabalhadores precários, famílias sem-teto, camponeses sem-terra, trabalhadores ambulantes, vendedores de semáforos, artesãos de rua, representantes de um mundo de pobres, excluídos, não considerados, irrelevantes, que cheiram “a bairro, a povo, a luta” – representa, no panorama de nosso mundo contemporâneo, uma semente, um broto que, como a mostarda, dará muitos frutos: a alavanca de uma grande transformação social.

O futuro da humanidade “não está apenas nas mãos dos grandes líderes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos do povo, em sua capacidade de se organizar e também em suas mãos que regam esse processo de transformação com humildade e convicção ”[1].

Estes “movimentos de pequenos”, que eu defini como “poetas sociais”, homens da periferia, uma vez no centro, como está bem explicitado neste livro, com sua própria bagagem de lutas desiguais e sonhos de resistência, estão colocando na presença de Deus, da Igreja e dos povos, uma realidade frequentemente ignorada e que, graças ao protagonismo e a firmeza profética de seu testemunho, está vindo à luz. Pobres que não se resignaram em sofrer na própria carne uma realidade violenta de injustiça e exploração, mas, ao contrário, que escolheram, como Jesus dócil e humilde de coração, se rebelar pacificamente “de mãos nuas” contra ela. Os pobres não são somente os destinatários preferidos da ação evangelizadora da Igreja, os privilegiados de sua missão, eles são sobretudo sujeitos ativos. Por isso, em nome da Igreja, quero expressar minha mais sincera solidariedade a esta galáxia de homens e associações que anseiam pela felicidade do “bem viver” e não aquele ideal egoísta de “vida boa”. Quero acompanhá-los em sua histórica caminhada autônoma. Essa rede de movimentos transnacionais, transculturais e de várias culturas religiosas representa uma expressão histórica tangível, no modelo poliédrico [2], onde se encontra na base um outro paradigma social, o da cultura do encontro. Uma cultura que tem a ver com a outra, com a diferente de si mesma.

Do conteúdo deste livro, que espero sinceramente que ajude a muitos entender com profundidade e a dar maior visibilidade e significado ao valor dessas experiências, quero sublinhar brevemente alguns aspectos que me parecem muito importantes, na esperança de que as palavras que eu lhes dirigir contribuam para despertar nas consciências daqueles que governam os destinos deste mundo, um renovado senso de humanidade e de justiça, para mitigar as condições hostis nas quais os pobres vivem no mundo.

Os movimentos populares, e esta é a primeira coisa que quero sublinhar, na minha opinião, representam uma grande alternativa social, um grito profundo, um sinal de contradição, uma esperança de que “tudo pode mudar”. Em seu desejo de não se conformar com esse sentido único, centrado na tirania do dinheiro, mostram com a própria vida, com seu trabalho, com seu testemunho, com seu sofrimento que é possível resistir e agir com coragem, boas decisões e seguir na contramão. Gosto de imaginar esse arquipélago de “descartados” do sistema, que comprometendo o planeta inteiro, como “sentinelas” que – mesmo no escuro da noite – perscrutam com esperança um futuro melhor.

O momento em que vivemos é caracterizado por um cenário sem precedentes na história da humanidade, que tentei descrever através de uma expressão sintética que é necessário compreender: “mais do que uma época de mudança, vivemos uma mudança de época”, necessário para entender . Uma das manifestações mais evidentes dessa mutação é a crise transnacional da democracia liberal. Resultado da transformação humana e antropológica, produto da “globalização da indiferença”, à qual tenho mencionado tantas vezes, esta crise gerou um “novo ídolo”: o do medo e da busca de segurança, da qual hoje um dos sinais mais tangíveis é a familiaridade que tantos têm com as armas e a cultura do desprezo, características do nosso tempo, que um notório historiador de nosso tempo definiu como: “a era da raiva”. O medo hoje passou a ser o meio de manipulação das civilizações, o agente causador de xenofobia e de racismo. Um terror semeado nas periferias do mundo – com saques, opressões e injustiças – que explode como vimos em nosso passado recente também nos centros do mundo Ocidental.

Os movimentos populares podem representar uma fonte de energia moral, para revitalizar nossas democracias, cada vez mais claudicantes, ameaçadas e colocadas na mesa de discussão em inúmeros fatores. Uma reserva de “paixão civil”, de “interesse gratuito pelo outro”, capaz de regenerar um renovado senso de participação, na construção de novos agrupamentos sociais que enfrentem as demandas, mostrando uma consciência mais positiva do outro. O antídoto para o populismo e para a política do espetáculo espetáculo está no protagonismo dos cidadãos organizados, particularmente daqueles que acreditam – como é o caso de tantas experiências presentes nos Movimentos – em suas pelejas cotidianas, enquanto fragmentos de outros mundos possíveis, e lutam para sobreviver à obscuridade da exclusão social. Dessas batalhas “grandes árvores crescerão, densas florestas de esperança surgirão para oxigenar este mundo”.[3] Os Movimentos Populares mostram que a “força de nós” é a resposta para esta hegemônica “cultura do eu”, que olha apenas para a satisfação dos próprios interesses, pois, cultivam – apesar de sua própria precariedade – o sonho de um outro mundo possível, diferente e mais humano.

O crescimento das desigualdades, agora globalizadas e transversais – e desigualdades não apenas econômicas, mas também sociais, cognitivas, relacionais e intergeracionais – é unanimemente reconhecido como um dos desafios mais graves com os quais a humanidade terá que enfrentar nas próximas décadas. Fruto de uma economia cada vez mais separada da ética, que privilegia o lucro e estimula a concorrência, causando uma concentração de poder e riquezas, que exclui como “o pobre Lázaro” bilhões de homens e mulheres . O “presente” para milhões de pessoas hoje é uma condenação, uma prisão marcada pela pobreza, pela exploração, pela falta de trabalho, mas sobretudo pela ausência de futuro. Um inferno que devemos por fim.

Nesse sentido, os Movimentos Populares – com sua “resiliência” – representam uma resistência ativa e popular a esse sistema idolátrico, que exclui e degrada, e com a experiência deles fica claro que a rivalidade, a inveja e a opressão não são necessariamente agentes de crescimento – pelo contrário – mostram que a concórdia, a gratuidade e a igualdade também podem fazer o produto interno bruto crescer.

Os três T

O direito aos “três T’s”: terra, teto e trabalho, direitos inalienáveis ​​e fundamentais, representa os pré-requisitos indispensáveis ​​de uma democracia não apenas formal, mas real, na qual todos os homens, independentemente de sua renda ou posição na escala social, são protagonistas ativos e responsáveis, atores de seu próprio destino. Sem participação, como alguns autores mostram e argumentam bem neste livro, a democracia se atrofia, torna-se uma mera formalidade porque deixa as pessoas de fora da construção de seu próprio destino.

Quero dar uma palavra sobre o terceiro desses “T”, que segundo a Doutrina Social da Igreja é um direito sagrado. Nos últimos anos, o mundo do trabalho mudou vertiginosamente. As recaídas antropológicas dessas transformações são profundas e radicais, e seus efeitos não estão totalmente claros. Há muito tempo estou convencido de que, no mundo pós-industrial, não há futuro para uma sociedade em que haja apenas “dar para ter” ou “dar por dever”.

Trata-se de “criar uma nova via de saída à sufocante alternativa entre as teses neoliberais e as neoestatais. Os movimentos populares são, nesse sentido, um testemunho concreto e tangível, que mostra que é possível contrastar a cultura do descarte, que considera homens, mulheres, crianças e idosos como excessos inúteis ou massa sobrante – e frequentemente prejudiciais – do processo produtivo, através da geração de novas formas de trabalho, centradas na dimensão solidária e comunitária, em uma economia artesanal e popular. Por tudo isso, decidi unir a minha voz e sustentar junto a causa de tantos que praticam os negócios mais humildes – na maioria das vezes, privados do direito a uma remuneração digna, à previdência social e cobertura de pensão. Nesse estado de paralisia e desorientação, a participação política dos movimentos populares pode derrotar a política dos falsos profetas, que exploram o medo e o desespero e que pregam um bem-estar egoísta e uma segurança ilusória.

Tudo o que lhes disse, como mostra este livro, está em total harmonia com a Doutrina social da Igreja e com o Magistério de meus antecessores. Espero, neste sentido, que a publicação deste livro seja uma maneira de continuar – embora à distância – a reforçar essas experiências, que antecipam com seus sonhos e lutas, a urgência de um novo humanismo, para acabar com o analfabetismo da compaixão e o eclipse progressivo da cultura e da noção de bem comum.”

Francisco

  • [1] Encontro com os movimentos populares, Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, 9 de julho de 2015.
  • [2] Evangelii Gaudium.
  • [3] Encontro com os movimentos populares, Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, 9 de julho de 2015.

Fonte:

www.vaticannews.va

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Bispos ligados às Pastorais Sociais aprofundam os compromissos assumidos na Conferência de Medellín https://observatoriodaevangelizacao.com/bispos-ligados-as-pastorais-sociais-aprofundam-os-compromissos-assumidos-na-conferencia-de-medellin/ Wed, 01 Aug 2018 20:49:49 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=28625 [Leia mais...]]]> 16 bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que acompanham as pastorais sociais nacionalmente e nos regionais se reuniram no Centro Cultural de Brasília (CCB) em Brasília (DF), de 30 a 31 de julho, para um momento de formação, partilha e espiritualidade. O objetivo do encontro, segundo o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora, frei Olavo Dotto foi:

proporcionar momentos de partilha entre os bispos sobre sua missão, enquanto animadores das Pastorais Sociais e Organismos vinculados à CNBB e, à luz do documento de Medellín, aprofundar a temática do compromisso social dos leigos e leigas”.

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Os bispos estudaram o tema: “Compromisso social dos leigos a partir de Medellín”, segunda conferência geral do episcopado latino-americano, realizada em 1968, na Colômbia. O padre José Oscar Beozzo, historiador e membro do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP) ajudou a retomar as contribuições desta conferência por meio de um panorama histórico. Segundo ele,

esta conferência provocou na América Latina e, de modo muito particular no Brasil, a “criação de uma nova identidade da Igreja, levando a falar com propriedade de uma pastoral, teologia e de um rosto eclesial latino-americano e caribenho”.

O bispo de Lages (SC), dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão para Ação Social Transformadora, defende que é muito importante para os novos bispos aprofundar as contribuições de Medellín sobretudo porque a Pastoral Social da CNBB nasceu a partir das opções feitas pelos bispos latino-americanos nesta conferência.

A nossa e a nova geração de bispos devemos apropriar tanto das colocações e opções do Vaticano II quanto da aplicação dele na América Latina por meio da Conferência de Medellín”, ressaltou.

O bispo-auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, presente ao encontro, reafirmou a importância de Medellín para ajudar a encontrar caminhos pastorais que auxiliem diante dos desafios sociais do presente. Na ocasião Dom Leonardo comunicou que a CNBB publicará, pela primeira vez no Brasil, o documento completo de Medellín.

Encontros como este, defende o bispo auxiliar de São Paulo (SP), dom Eduardo Vieira dos Santos, referencial da Pastoral da Mulher Marginalizada, contribuem muito para refletir sobre as diversas realidades enfrentadas pelos bispos em suas dioceses e frentes de atuação.

Este encontro e as reflexões a partir dos 50 anos de Medellín nos animam a caminhar construindo uma sociedade que visa sempre o bem comum, a fraternidade e a comunhão”, disse.

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Bispos presentes:

  • Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, diocese de Itapeva (SP) e referencial da Caritas no Regional Sul 1;
  • Dom André de Witte, diocese de Rui Barbosa (BA), referencial do regional Norte 3, presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT);
  • Dom Canísio Klaus, diocese de Sinope (MT);
  • Dom Eduardo Vieira, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (SP) e referencial para a Pastoral da Mulher Marginalizada e Campanha da Fraternidade, CEBs e Pastorais Sociais no Regional Sul 1;
  • Dom Edson Oliveira, diocese de Eunápolis (BA), referencial da Pastoral dos Nomades;
  • Dom Enemésio Lazzaris, diocese de Balsas (MA), presidente da Comissão Episcopal para o Enfrentamento ao Tráfico Humano e referencial do regional Sul 5;
  • Dom Francisco Cota de Oliveira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba (PR), referencial para a Pastoral Carcerária regional Sul 2;
  • Dom José Luiz Azcona, diocese de Marajó (PA), referencial do regional Norte 2 e da Comissão para Justiça e Paz;
  • Dom José Valdeci, diocese de Brejo (MA) referencial para o Conselho Pastoral dos Pescadores e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora;
  • Dom Guilherme Werlang, diocese de Lages (SC), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Social Transformadora;
  • Dom Luiz Gonzaga Fecchio, diocese de Amparo (SP), referencial da da Pastoral do Menor Nacional;
  • Dom Mario Marquez, diocese de Joaçaba (SC), referencial das Pastorais Sociais no regional Sul 4;
  • Dom Moacir Aparecido de Freitas, diocese de Votuporanga (SP);
  • Dom José Reginaldo Andrietta, diocese de Jales (SP), referencial da Pastoral Operária e Comissão Especial para o Ano do Laicato;
  • Dom Roberto Ferreria Paz, da diocese de Campos (RJ) e referencial da Pastoral da Saúde Nacional;
  • Dom Rodolfo Weber, arquidiocese de Passo Fundo (RS), membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora.

Com colaboração de Jardel Lopes, coordenação da Pastoral Operária Nacional

Fonte:

www.cnbb.org.br

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