Palavras finais do papa Francisco no Sínodo para a Amazônia dia 26/10/2019 – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Sun, 27 Oct 2019 11:00:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Palavras finais do papa Francisco no Sínodo para a Amazônia dia 26/10/2019 – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Sobre a fala final do papa Francisco no Sínodo para a Amazônia https://observatoriodaevangelizacao.com/sobre-a-fala-final-do-papa-francisco-no-sinodo-para-a-amazonia/ Sun, 27 Oct 2019 11:00:00 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=32728 [Leia mais...]]]>

As diagnoses (diagnósticos) feitas pelo Sínodo são a sua vitória

Francisco fez uma longa análise sobre o Sínodo, pedindo que se dê atenção ao conjunto do que foi feito e não que se perca em “miudezas”.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Depois de participar ativamente das três semanas de trabalhos sinodais, o papa Francisco tomou a palavra no final da tarde deste sábado, dia 26/10/2019, para se dirigir a todos os participantes e encerrar as sessões.

Como é seu estilo, falou a partir de sua experiência, compartilhando sua perspectiva e revelando algumas decisões.

Antes de tudo, agradeceu a todos pelo testemunho de “trabalho, escuta e busca” por colocar em prática o “espírito sinodal”:

Estamos percebendo sempre mais o que é este caminhar juntos e estamos entendendo o que significa discernir, o que significa escutar, o que significa incorporar a rica tradição da Igreja nos momentos conjunturais”.

Exortação pós-sinodal

Francisco citou o compositor austríaco Gustav Mahler, que dizia que a tradição é a salvaguarda do futuro e não a custódia das cinzas. E confidenciou que ainda não tomou uma decisão sobre o tema do próximo Sínodo, que pode ser justamente o da sinodalidade, já que foi um dos três temas que recebeu votação majoritária.

Sobre a Exortação pós-sinodal, o Papa recordou que não é obrigatória, que o mais simples seria dizer: “Eis aqui o documento, vejam vocês”. “Em todo caso, uma palavra do Papa sobre o que se viveu no Sínodo pode ser uma boa coisa e gostaria de fazê-lo antes do final do ano, de modo que não passe muito tempo.”

As quatro dimensões

Francisco falou na sequência sobre as quatro dimensões tratadas no Sínodo Amazônico: cultural, ecológica, social e pastoral.

Quanto à primeira, foram abordados temas como a inculturação, a valorização das culturas e a tradição. Sobre a segunda, o Papa manifestou sua admiração pelo Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, um dos pioneiros na conscientização do problema ecológico e da exploração compulsiva, da qual a Amazônia é um dos alvos principais.

Já a dimensão social chama em causa a exploração das pessoas e a destruição da identidade cultural. A quarta dimensão – a pastoral – é  “a principal”. “O anúncio do Evangelho é urgente, urgente. Porém, que seja entendido, assimilado e compreendido por essas culturas.” Para Francisco, uma das expressões fundamentais é “criatividade nos novos ministérios”, inspirados em “Ministeria Quaedam de Paulo VI.

O Papa assumiu o compromisso de reforçar a Comissão para o estudo do diaconato permanente. “Vocês sabem que se chegou a um acordo entre todos que não era claro. (…) Recolho o desafio que foi lançado: “que sejamos ouvidas”… recolho este desafio”, disse Francisco em meio aos aplausos.

Outro tema mencionado pelo Pontífice foi a “reforma”: para a formação sacerdotal, para o zelo apostólico e para a redistribuição do clero, inclusive entre continentes. A este ponto, fez um agradecimento aos verdadeiros sacerdotes “fidei donum” que “não se apaixonam pelo Primeiro Mundo”.

Mulheres, reformas e ritos

Francisco falou também da mulher: “Nós não nos damos conta do que significa a mulher na Igreja.” O seu papel vai muito além da “parte funcional”, afirmou mais uma vez entre aplausos.

A Rede Eclesial Pan-amazônica (Repam) também foi mencionada como modelo a seguir para uma “semi-conferência episcopal” para a região ou um “Celam amazônico” (Conselho Episcopal Latino-americano). Outra sugestão, desta vez dentro da Cúria Romana, seria criar uma seção amazônica no Dicastério para a Promoção Humana Integral.

Quanto à abertura a novos ritos, Francisco disse que este aspecto cabe à Congregação para o Culto Divino e se pode fazer seguindo certos critérios e “eu sei que se pode fazer muito bem e fazer as propostas necessárias para a inculturação”.

Elite católica

Por fim, os agradecimentos a quem trabalhou “escondido” nas secretarias e também aos meios de comunicação. Aos profissionais da imprensa, um conselho: do Documento final, ressaltar sobretudo a parte da “diagnose” feita, porque

é realmente a parte em que o Sínodo mais se expressou: diagnose cultural, social, pastoral, ecológica, porque a sociedade deve assumir a sua responsabilidade. Mais importante do que saber o que foi decidido sobre um aspecto particular, disciplinar, ou “qual partido venceu”, é saber que “todos vencemos com as diagnoses feitas e com o que foi avante nas questões pastorais e intereclesiásticas”.

Francisco falou de grupos da elite cristã, sobretudo católica, que se preocupam com “miudezas” e se esquecem das grandes coisas. A propósito, citou uma frase do escritor francês Charles Péguy: “Porque não têm a coragem de estar com o mundo, creem estar com Deus. Porque não têm a coragem de comprometer-se nas opções de vida do homem, creem lutar por Deus. Porque não amam ninguém, creem amar a Deus”.

Ao se desculpar pela “petulância”, o Papa concluiu com sua já tradicional maneira: pedindo que rezem por ele. 

Fonte:

www.vaticannews.va

]]>
32728