Pacto das Catacumbas pela Casa comum – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Mon, 21 Oct 2019 10:19:08 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Pacto das Catacumbas pela Casa comum – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 “Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana”: eis o conteúdo dos 15 compromissos do Pacto das Catacumbas pela Casa Comum https://observatoriodaevangelizacao.com/por-uma-igreja-com-rosto-amazonico-pobre-e-servidora-profetica-e-samaritana-eis-o-conteudo-dos-15-compromissos-do-pacto-das-catacumbas-pela-casa-comum/ Mon, 21 Oct 2019 10:19:08 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=32505 [Leia mais...]]]> Pacto das Catacumbas pela Casa Comum

Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana 

Nós, participantes do Sínodo Pan-amazônico, partilhamos a alegria de habitar em meio a numerosos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, migrantes, comunidades na periferia das cidades desse imenso território do Planeta. Com eles temos experimentado a força do Evangelho que atua nos pequenos. O encontro com esses povos nos interpela e nos convida a uma vida mais simples de partilha e gratuidade. Marcados pela escuta dos seus clamores e lágrimas, acolhemos de coração as palavras do papa Francisco:

“Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. 
Por eles, com eles, caminhemos juntos”.

Evocamos com gratidão aqueles bispos que, nas Catacumbas de Santa Domitila, ao término do Concílio Vaticano II, firmaram o Pacto por uma Igreja servidora e pobre. Recordamos com veneração todos os mártires membros das comunidades eclesiais de base, de pastorais e movimentos populares; lideranças indígenas, missionárias e missionários, leigas e leigos, padres e bispos, que derramaram seu sangue, por causa desta opção pelos pobres, por defender a vida e lutar pela salvaguarda da nossa Casa Comum. À gratidão por seu heroísmo unimos nossa decisão de continuar sua luta com firmeza e coragem. É um sentimento de urgência que se impõe ante as agressões que hoje devastam o território amazônico, ameaçado pela violência de um sistema econômico predatório e consumista. 
Diante da Trindade Santa, de nossas Igrejas particulares, das Igrejas da América Latina e do Caribe e daquelas que nos são solidárias na África, Ásia, Oceania, Europa e no norte do continente americano, aos pés dos apóstolos Pedro e Paulo e da multidão dos mártires de Roma, da América Latina e em especial da nossa Amazônia, em profunda comunhão com o sucessor de Pedro, invocamos o Espírito Santo, e nos comprometemos pessoal e comunitariamente com o que se segue: 
1. Assumir, diante da extrema ameaça do aquecimento global e da exaustão dos recursos naturais, o compromisso de defender em nossos territórios e com nossas atitudes a floresta amazônica em pé. Dela vêm as dádivas das águas para grande parte do território sul-americano, a contribuição para o ciclo do carbono e regulação do clima global, uma incalculável biodiversidade e rica socio diversidade para a humanidade e a Terra inteira.
2. Reconhecer que não somos donos da mãe terra, mas seus filhos e filhas, formados do pó da terra (Gn 2, 7-8), hóspedes e peregrinos (1 Pd 1, 17b e 1 Pd 2, 11), chamados a ser seus zelosos cuidadores e cuidadoras (Gn 1, 26). Para tanto, comprometemo-nos com uma ecologia integral, na qual tudo está interligado, o gênero humano e toda a criação porque a totalidade dos seres são filhas e filhos da terra e sobre eles paira o Espírito de Deus (Gn 1, 2). 
3. Acolher e renovar a cada dia a aliança de Deus com todo o criado: “De minha parte, vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência, com todos os seres vivos que estão convosco, aves, animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra que convosco saíram da arca (Gn 9, 9-10 e Gn 9, 12-17).
4. Renovar em nossas igrejas a opção preferencial pelos pobres, em especial pelos povos originários, e junto com eles garantir o direito de serem protagonistas na sociedade e na Igreja. Ajudá-los a preservar suas terras, culturas, línguas, histórias, identidades e espiritualidades. Crescer na consciência de que estas devem ser respeitadas local e globalmente e, consequentemente favorecer, por todos os meios ao nosso alcance, que sejam acolhidas em pé de igualdade no concerto mundial dos demais povos e culturas.  
5. Abandonar, como decorrência, em nossas paróquias, dioceses e grupos toda espécie de mentalidade e postura colonialista, acolhendo e valorizando a diversidade cultural, étnica e linguística num diálogo respeitoso com todas as tradições espirituais.
6. Denunciar todas as formas de violência e agressão à autonomia e direitos dos povos originários, à sua identidade, aos seus territórios e às suas formas de vida.
7. Anunciar a novidade libertadora do evangelho de Jesus Cristo, na acolhida ao outro e ao diferente, como sucedeu com Pedro na casa de Cornélio: “Vós bem sabeis que a um judeu é proibido relacionar-se com um estrangeiro ou entrar em sua casa. Ora, Deus me mostrou que não se deve dizer que algum homem é profano ou impuro” (At 10, 28).
8. Caminhar ecumenicamente com outras comunidades cristãs no anúncio inculturado e libertador do evangelho, e com as outras religiões e pessoas de boa vontade, na solidariedade com os povos originários, com os pobres e pequenos, na defesa dos seus direitos e na preservação da Casa Comum
Instaurar em nossas igrejas particulares um estilo de vida sinodal, onde representantes dos povos originários, missionários e missionárias, leigos e leigas, em razão do seu batismo, e em comunhão com seus pastores, tenham voz e voto nas assembleias diocesanas, nos conselhos pastorais e paroquiais, enfim em tudo que lhes compete no governo das comunidades.
9. Empenhar-nos no urgente reconhecimento dos ministérios eclesiais já existentes nas comunidades, exercidos por agentes de pastoral, catequistas indígenas, ministras e ministros e da Palavra, valorizando em especial seu cuidado em relação aos mais vulneráveis e excluídos.
10. Tornar efetiva nas comunidades a nós confiadas a passagem de uma pastoral de visita a uma pastoral de presença, assegurando que o direito à Mesa da Palavra e à Mesa de Eucaristia se torne efetivo em todas as comunidades. 
11. Reconhecer os serviços e a real diaconia do grande número de mulheres que hoje dirigem comunidades na Amazônia e procurar consolidá-los com um ministério adequado de mulheres dirigentes de comunidade.
12. Buscar novos caminhos de ação pastoral nas cidades onde atuamos, com protagonismo de leigos e jovens, com atenção às suas periferias e aos migrantes, aos trabalhadores e aos desempregados, aos estudantes, educadores, pesquisadores e ao mundo da cultura e da comunicação.
13. Assumir diante da avalanche do consumismo um estilo de vida alegremente sóbrio, simples e solidário com os que pouco ou nada tem; reduzir a produção de lixo e o uso de plásticos, favorecer a produção e comercialização de produtos agroecológicos, utilizar sempre que possível o transporte público.
14. Colocar-nos ao lado dos que são perseguidos pelo profético serviço de denúncia e reparação de injustiças, de defesa da terra e dos direitos dos pequenos, de acolhida e apoio a migrantes e refugiados.

15. Cultivar amizades verdadeiras com os pobres, visitar as pessoas mais simples e os enfermos, exercitando o ministério da escuta, da consolação e do apoio que trazem alento e renovam a esperança. 

Conscientes de nossas fragilidades, de nossa pobreza e pequenez diante de tão grandes e graves desafios, confiamo-nos à oração da Igreja. Que sobretudo nossas Comunidades Eclesiais nos socorram com sua intercessão, afeto no Senhor e, sempre que necessário, com a caridade da correção fraterna.

Acolhemos de coração aberto o convite do Cardeal Hummes para nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo nestes dias do Sínodo e no retorno às nossas igrejas:

“Deixem-se envolver no manto da Mãe de Deus e Rainha da Amazônia. Não deixemos que nos vença a auto-referencialidade, mas sim a misericórdia diante do grito dos pobres e da terra. Será necessária muita oração, meditação e discernimento, além de uma prática concreta de comunhão eclesial e espírito sinodal. Este sínodo é como uma mesa que Deus preparou para os seus pobres e nos pede a nós que sejamos aqueles que servem à mesa”. 

Celebramos esta Eucaristia do Pacto como um ato de amor cósmico. “Sim, cósmico! Porque mesmo quando tem lugar no pequeno altar duma igreja de aldeia, a Eucaristia é sempre celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo”. A Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação. O mundo saído das mãos de Deus, volta a Ele em feliz e plena adoração: no Pão Eucarístico “a criação propende para a divinização, para as santas núpcias, para a unificação com o próprio Criador”. “Por isso, a Eucaristia é também fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira”.

Catacumbas de Santa Domitila
Roma, 20 de outubro de 2019

Alguns registros do momento histórico da assinatura do Pacto das Catacumbas para a Casa Comum. Fotos de Jaime C. Patias:

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Grupo de padres sinodais e de lideranças participantes do Sínodo renova o “Pacto das Catacumbas” https://observatoriodaevangelizacao.com/grupo-de-padres-sinodais-renova-o-pacto-das-catacumbas/ Sun, 20 Oct 2019 21:53:55 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=32491 [Leia mais...]]]> Seguindo os passos de um grupo profético dos Padres conciliares, em 1965, no final do Concílio Vaticano II, um grupo de participantes no Sínodo para a Amazônia foi às Catacumbas de Domitilla para reafirmar o compromisso com a opção pelos pobres e, de modo contundente, em defesa da Casa comum.

Padres sinodais nas Catacumbas de Domitilla 

Silvonei José, Amedeo Lomonaco – Cidade do Vaticano

A Igreja renova, no mesmo lugar e com o mesmo espírito, o forte compromisso assinado em 16 de novembro de 1965, poucos dias antes do encerramento do Concílio Vaticano II. Foi o dia em que 42 padres conciliares celebraram a Eucaristia nas catacumbas de Domitilla para pedir a Deus a graça de “ser fiel ao espírito de Jesus” no serviço aos pobres. Foi assinado o documento “Pacto por uma Igreja serva e pobre”: o compromisso assumido foi o de colocar os pobres no centro da pastoral. O texto, também conhecido como “Pacto das Catacumbas”, teve a adesão de mais de 500 padres conciliares.

Passos do Concilio e novos caminhos

Depois de 54 anos, a herança dos Padres conciliares foi assumida por um grupo de participantes no Sínodo dos Bispos para a região pan-amazônica, focalizado no tema: “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. O espírito daquele dia vivido em 1965 nas Catacumbas de Domitilla foi renovado. Na manhã deste domingo, na presença de dezenas de pessoas – entre os quais mais de 40 padres sinodais -, o cardeal Claudio Hummes, relator-geral do Sínodo para a Amazônia, presidiu a Santa Missa no mesmo lugar, o maior e mais antigo cemitério subterrâneo de Roma. E foi precisamente nas Catacumbas de Domitilla, estabelecendo uma forte ligação com o documento assinado em 1965, que foi assinado um documento intitulado “Pacto das Catacumbas pela Casa Comum”. A novidade é que não foram somente os padres sinodais a assinar o documento, mas todos os participantes – sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos – afirmando a sua adesão ao Pacto em prol da Casa Comum. Presentes também representantes da Igreja Anglicana e da Assembleia de Deus.

Cardeal Hummes: É preciso crer fortemente na oração

Durante a missa o cardeal Hummes no início da sua homilia falou desse “momento comovente e significativo”. Depois de recordar que a Missa é um memorial sacramental da pessoa Jesus Cristo, seus ensinamentos e práticas proféticas e que as Catacumbas eram cemitérios antigos dos romanos e dos primeiros cristãos que enterravam seus mártires, afirmou que todos os presentes se encontravam numa terra santa, “essa que nós pisamos aqui é verdadeiramente terra santa”.

O cardel Hummes continuou afirmando que as Catacumbas nos recordam os primeiros tempos da Igreja, da comunidade de discípulos e discípulas de Jesus em Roma:

Tempos difíceis, de perseguição, mas também de muita persistência, de muita fé, de muito testemunho. Por isso muitos morreram, por causa de seu testemunho. Tudo isso nos deve dar força, nos deve inspirar, pedindo para que Deus nos fortaleça, como ele fortalecia os cristãos daquela época”.

A Igreja sempre vai se reformando através dos tempos – sublinhou – ela deve sempre voltar às suas raízes que estão aqui e em Jerusalém, para se inspirar em qualquer tipo de reforma. Também as reformas que o papa Francisco quer fazer e está fazendo, devem se inspirar e se inspiram,  certamente, nos tempos primitivos da Igreja. O Papa sempre diz isso, que é preciso purificar a Igreja das coisas que são meramente culturais de uma época que já passou, são coisas históricas, para de novo redescobrir aquilo que é o grande fulcro da mensagem de Jesus e encarná-lo no nosso tempo, na nossa cultura, nas nossas aspitações, na nossa maneira de vivermos a fé.

Depois de recordar que as leituras do dia falam principalmente da oração, da pregação da Palavra sem medo, “com profunda fé, devemos nós mesmos nos deixar invadir por essa Palavra e proclamar essa Palavra à qual aderimos”. É preciso crer fortemente na oração, afirmou:

Que essa missão continue, principalmente lá na Amazônia, e leve pouco a pouco a Igreja a se desenvolver nestas regiões. Neste Sínodo pedimos novos caminhos, melhores condições para podermos realizar a nossa missão, a missão de proclamar a Palavra”.

Insistir, disse dom Cláudio, de modo oportuno ou inoportuno, porque às vezes devemos falar de modo inoportuno. Para aqueles que se opõem ao Reino de Deus, o que mais se opõe ao reino de Deus é o dinheiro e o desejo de acumular riqueza, às custas dos outros, às custas da natureza:

Todas as grandes maldades do mundo são por causa do dinheiro; é a corrupção, é o roubo, guerras, conflitos, são mentiras. Tudo para juntar dinheiro, para ganhar dinheiro às custas de qualquer coisa. O dinheiro é o grande inimigo de Jesus, pois você não pode servir a Deus e ao dinheiro”.

Dom Cláudio Hummes abraça Dom Erwin e passa-lhe a estola de Dom Helder com a qual presidiu a celebração da missa do Pacto das Catacumbas em 1965.

A Igreja deve ser sempre orante – voltou a dizer o cardeal Hummes – em certas épocas mais do que em outras. Nós aqui devemos acreditar na oração por esse Sínodo, na força da oração:

Não somente estar aqui para discutirmos, debatermos e depois chegarmos a uma grande comunhão ao redor do texto final, mas rezar, pedir a Deus luzes, pedir a Deus adesão à sua inspiração, ao seu Espírito. Escutar o Espírito, escutar os nossos povos da Amazônia, escutar os gritos da terra. Termos essa abertura. A oração nos prepara para isso. Deus atende as orações”.

Dom Cláudio pergunta, recordando o texto do Evangelho sobre o juíz iníquo, sobre a realidade dos pobres: será que Deus vai fazê-los esperar, será que Deus vai fazer esperar os pobres e sofridos? Deus irá fazer esperar os nossos indígenas? Não, diz Jesus, Deus não os fará esperar. Na oração devemos ter essa certeza de que Deus não os fará esperar: “eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa”. Jesus nos dá essa convicção. Devemos ter essa convicção. Mas somos nós que devemos acolher, preparar o povo para acolher aquilo que Deus prepara, que é o seu caminho, que é o seu Reino. “Eu tenho certeza que esse Pacto das Catacumbas – afirmou o cardeal – é algo que nos vai ajudar muito para estarmos unidos neste trabalho todo”.

Concluiu recordando que ele estava usando a estola que pertenceu a Dom Hélder Câmara:

Uma relíquia, que eu me sinto muito emocionado de estar usando. Dom Hélder nos dá esse grande exemplo, nos lembra do Vaticano II e toda obra que o Vaticano II fez. Nós sabemos que esse Sínodo é produto do Vaticano II, ele é fruto do Vaticano II, é um levar a efeito o Vaticano II. Isso é muito importante a gente ver essa referência, essa relação que tem: são os frutos, são as formas como o Vaticano II já nos indicava. Certamente temos também as nossas assembleias latino-americanas e outras também, mas é o Vaticano II que está aí. E aí temos a figura de Dom Hélder no Vaticano II recordando sempre que a Igreja não pode se esquecer dos pobres“.

Dom Cláudio concluiu recordando uma entrevista recente do superior dos lefrevianos que dizia para aqueles que eram contra o Sínodo: “vocês não podem ser contra o Sínodo, o que é isso. Como é que vocês são contra o Sínodo, porque o Sínodo é um fruto legítimo do Vaticano II. Nós não. Nós somos contra porque éramos contra o Vaticano II, mas vocês não podem ser contra”. Devemos dar graças a Deus por esse fruto belo do Vaticano II, conclui dom Cláudio.

O Pacto das Catacumbas pela Casa Comum

No documento assinado neste domingo, os participantes no Sínodo para a Amazônia recordam que partilham a alegria de habitar em meio a numerosos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, migrantes, comunidades na periferia das cidades desse imenso território do Planeta. Com eles – afirmam – experimentaram a força do Evangelho que atua nos pequenos.

O encontro com esses povos nos interpela e nos convida a uma vida mais simples de partilha e gratuidade.  Marcados pela escuta dos seus clamores e lágrimas, acolhemos de coração as palavras do papa Francisco: ‘Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos’”.

Os signatários do documento se comprometem a “renovar a opção preferencial pelos pobres”, a abandonar “todo tipo de mentalidade e atitude colonial” e a proclamar “a novidade libertadora do Evangelho de Jesus Cristo”. Comprometem-se também a reconhecer “os ministérios eclesiais já existentes nas comunidades” e a buscar “novos caminhos de ação pastoral”.

A Aliança para uma Igreja Serva e Pobre

Por isso, o dia de hoje está ligado ao dia 16 de Novembro de 1965 e, sobretudo, ao “Pacto das Catacumbas” que contém uma exortação dirigida aos “irmãos no episcopado” a levar uma “vida de pobreza”, a ser uma Igreja “pobre e serva”, segundo o espírito proposto pelo papa João XXIII. Dois meses antes dessa celebração, o papa Paulo VI tinha ido às Catacumbas e tinha afirmado:

Aqui o cristianismo afundou as suas raízes na pobreza, no ostracismo dos poderes estabelecidos, no sofrimento das perseguições injustas e sangrentas; aqui a Igreja foi despojada de todo o poder humano, foi pobre, humilde, piedosa, oprimida, heróica. Aqui o primado do espírito, de que nos fala o Evangelho, teve a sua obscura, quase misteriosa, afirmação, o seu testemunho incomparável, o seu martírio“.

Pe. José Oscar Beozzo e, ao fundo, dom Cláudio Hummes durante o “Pacto das Catacumbas pela Casa comum”. Domingo, 20/10/2019

Uma Igreja pobre para os pobres

O compromisso assumido pelos Padres conciliares em 1965 foi também um dos primeiros desejos expressos pelo papa Francisco logo após a sua eleição para assumir o ministério de Pedro. No dia 16 de março de 2013, ao receber os representantes da mídia na Sala Paulo VI, o papa Francisco afirmou: “Como eu gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres!

Fonte:

www.vaticannews.va

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