Os povos indígenas continuam sendo crucificados – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Wed, 28 Aug 2019 12:26:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Os povos indígenas continuam sendo crucificados – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Nota profética do CIMI: “Bolsonaro insiste na mentira, mantém atitude incendiária e de repugnante agressividade aos povos originários” https://observatoriodaevangelizacao.com/nota-profetica-do-cimi-bolsonaro-insiste-na-mentira-mantem-atitude-incendiaria-e-de-repugnante-agressividade-aos-povos-originarios/ Wed, 28 Aug 2019 12:26:57 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=31301 [Leia mais...]]]>

O presidente Bolsonaro insiste na mentira e na sorrateira tergiversação. Diante da devastação ambiental provocada por desmatamentos e queimadas criminosas, especialmente na região amazônica, mantém atitude incendiária e de repugnante agressividade aos povos originários e aos seus direitos de existência digna.

Com isso, afronta e violenta não somente os povos indígenas, mas também a própria Constituição Brasileira, que garante a eles o direito originário às suas terras tradicionais devidamente demarcadas e protegidas, onde possam viver dignamente com suas organizações sociais, costumes, línguas, crenças e tradições (Artigo 231 da Constituição Federal).

O Artigo 20 da Constituição Brasileira estabelece que as terras indígenas são Bens do Estado brasileiro. Frente a isso, as acusações, públicas e recorrentes, do presidente da República de que a demarcação de terras indígenas atentaria contra o interesse e a soberania nacional são conscientemente falsas, injustas e potencializam o preconceito, o racismo e o sentimento de ódio contra os povos indígenas, cidadãos brasileiros historicamente vilipendiados e violentados em nosso país.

Frente a tantas agressões que sofrem do presidente da República, o Cimi manifesta irrestrita solidariedade aos povos originários do Brasil e reitera o compromisso no apoio às lutas que fazem em defesa de suas vidas e projetos de futuro.

Respeite os povos originários e a Constituição de nosso país, presidente Bolsonaro.

Conselho Indigenista Missionário (Cimi)

Brasília, 27 de agosto de 2019

Fonte:

www.cimi.org.br

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Cristãos celebram a Páscoa, mas os povos indígenas continuam sendo crucificados… https://observatoriodaevangelizacao.com/cristaos-celebram-a-pascoa-mas-os-povos-indigenas-continuam-sendo-crucificados/ Mon, 22 Apr 2019 18:34:53 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=30321 [Leia mais...]]]>

Nada é por acaso, e não é por acaso que no ano de 2019, o “Dia do Índio”, um termo pejorativo desde que foi acunhado pelos invasores europeus, seja na Sexta-feira Santa, o dia em que os cristãos católicos fazemos memória da Crucifixão de Jesus, alguém que morreu porque era contra o sistema estabelecido.

19 de abril, os povos indígenas continuam sendo crucificados

Reportagem do Pe. Luis Miguel Modino, missionário na Amazônia 

No Brasil, aos poucos foi se instalando um sistema que colocou os povos indígenas como “empecilho para o desenvolvimento”, uma ideia que cobrou força no tempo da Ditadura Militar, que assolou o país por mais de vinte anos e marcou uma política de perseguição contra os povos originários, especialmente na Amazônia, onde os grandes projetos foram se instalando como promessa de um desenvolvimento que que só beneficiou uns poucos e prejudicou os mais pobres e o meio ambiente, preservado secularmente pelos povos originários, os melhores guardiões da Casa Comum.

Governo Bolsonaro decretou guerra aos povos indígenas?

Essa foi uma política contínua nos últimos cinquenta anos, mas que a partir de 1º de janeiro de 2019 aumentou de forma desmedida com o novo governo que, em seus primeiros 100 dias, parece ter decretado guerra aos direitos e à dignidade dos povos indígenas, como afirmou Fiona Watson, diretora de pesquisas da Survival International, protetora dos direitos indígenas.

No artigo, publicado originalmente no blog 35000 Milliones / Planeta Futuro, ela afirma que “esta administração racista está lançando abertamente um ataque sem precedentes contra os povos indígenas do Brasil, com o objetivo explícito de destruí-los como povos, assimilando-os pela força e saqueando suas terras”. Desde uma visão cristã poderíamos dizer que os povos indígenas, no Brasil, estão sendo crucificados, por um governo que diz se sustentar em princípios cristãos, uma afirmação que de fato não responde às atitudes reais.

A visão racista do novo presidente é uma constante em sua vida política, com afirmações que em muitos países seriam motivo de punição, pois não respeitam os princípios da Constituição Federal, lei suprema do Estado brasileiro. Resultam inaceitáveis algumas de suas afirmações, “pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios”, ao mesmo tempo que outras mostram uma grande falta de conhecimento histórico, “não tem terra indígena onde não têm minerais. Ouro, estanho e magnésio estão nessas terras, especialmente na Amazônia, a área mais rica do mundo. Não entro nessa balela de defender terra pra índio”. Por outro lado, aqueles que o elegeram sabiam quais eram seus propósitos, “se eu assumir [a Presidência do Brasil] não terá mais um centímetro para terra indígena”.

No dia 11 de abril, um decreto presidencial extinguia os conselhos sociais do governo federal, dentre eles vários que tem a ver com os povos indígenas, como o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena (CNEEI), que acompanhava a execução de políticas públicas para quase 3 mil escolas indígenas espalhadas pelo país. A medida visa asfixiar os instrumentos democráticos de participação social na definição de políticas públicas e controle social, como recolhe em seu site o Conselho Indigenista Missionário – CIMI, que já foi definido pelo atual presidente brasileiro como “parte podre da Igreja católica”.

Qual é o futuro dos povos indígenas no Brasil?

Essa é uma pergunta que cada vez está mais presente na mente de muitos brasileiros. É por isso que se faz necessária uma reação a partir da fé naquele que foi crucificado. Não podemos esquecer que a vida está acima da morte, que estar junto aos povos indígenas é estar do lado de quem pode nos ensinar a cuidar da Mãe Terra como um bem sagrado e indispensável no presente e no futuro da humanidade.

A Igreja católica está vivendo um tempo de graça, um kairós, com o Sínodo da Amazônia, onde os povos indígenas têm um papel fundamental, resultando decisivo seu aporte na tentativa de encontrar novos caminhos para uma ecologia integral.

Escutemos suas dores. Ela é a mesma dor daquele que foi transpassado pela lança de um sistema que o via como inimigo para seus planos perversos. Fazer memória do passado é instrumento para ler o presente. Ajuda-nos a entender, como cristãos, que Jesus continua sendo crucificado nos povos indígenas. Ajuda-nos, inclusive, a entender as ações de quem se diz religioso e acha que está agindo em nome de um Deus que ele coloca acima de tudo.

Sobre o autor:


Fonte:

IHU

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