Oração – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Wed, 24 Apr 2024 12:44:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Oração – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Para a SOUC – Semana de Oração pela Unidade Cristã https://observatoriodaevangelizacao.com/para-a-souc-semana-de-oracao-pela-unidade-crista/ Wed, 24 Apr 2024 12:44:05 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49733 [Leia mais...]]]>
A busca da unidade ao longo de todo o ano

Promovida mundialmente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) acontece em períodos diferentes nos dois hemisférios.

No hemisfério Norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) é de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908, por Paul Watson, pois cobriam o tempo entre as festas de São Pedro e São Paulo, e tinham, portanto, um significado simbólico.


No hemisfério Sul, por sua vez, as Igrejas geralmente celebram a Semana de Oração no período de Pentecostes (como foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem, em 1926), que também é um momento simbólico para a unidade da Igreja. No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lidera e coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados.

Levando em conta essa flexibilidade no que diz respeito à data, estimulamos a todos os cristãos, ao longo do ano, a expressar o grau de comunhão que as Igrejas já atingiram e a orar juntos por uma unidade cada vez mais plena, que é desejo do próprio Cristo (Jo 17:21). Clique aqui e baixe a logomarca da Semana.
Semana de Oração (SOUC), edição 2024

▶ PERÍODO
De 12 a 19 de maio.

▶ TEMA

“Amarás a Deus e a pessoa próxima como a ti mesmo.” (cf Lc 10,27)

▶ ORAÇÃO OFICIAL

Clique aqui e confira a Oração oficial da SOUC para 2024.

▶ E-BOOK DA SOUC 2024
Desde o ano de 2021, os materiais alusivos à SOUC passaram a ser exclusivamente virtuais.
Clique aqui e baixe o Caderno de Celebração (e-book da SOUC 2024).
Clique aqui e baixe Rodas de Conversa (com temas bíblicos) que preparamos como material complementar.

▶ VÍDEOS DA SOUC
Preparamos uma série de vídeos para animar a Semana de Oração 2024. Clique aqui para assistir.

▶ PLAYLIST (VÍDEOS) E PARTITURAS
Clique aqui e acesse a playlist de cantos preparada pela Comunidade Taizé de Alagoinhas.
Clique aqui e baixe as partituras (também preparadas prla Comunidade Taizé de Alagoinhas).

▶ CARTAZ

A arte escolhida foi enviada por Larissa Bichuete.

Clique aqui e leia a explicação do autor para a arte.
Clique aqui para baixar o cartaz em alta resolução.

▶ INTRODUÇÃO AO TEMA PARA O ANO DE 2024
Amarás a Deus e a pessoa próxima como a ti mesmo (cf. Lc 10, 27) é o tema da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC).
Os materiais da Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2024 foram preparados por uma equipe ecumênica de Burkina Faso, coordenada pela Comunidade Chemin Neuf (CCN). A CCN é uma comunidade católica com vocação ecumênica, nascida em Lyon, França, em 1973. Sua inspiração é a dinâmica do Vaticano II, a tradição inaciana e a experiência da Renovação Carismática. Para elaborar o material da SOUC 2024, a Comunidade Chemin Neuf convidou pessoas da Arquidiocese Católica de Uagadugu, das igrejas protestantes, dos órgãos ecumênicos e da CCN de Burkina Faso.
No Brasil, o CONIC convidou a Comunidade de Taizé de Alagoinhas/Ba para realizarem a adaptação dos subsídios. Para a nossa felicidade, a Comunidade de Taizé aceitou o convite e adaptou, com espírito ecumênico e comunitário, o material proposto pelas igrejas de Burkina Faso. Agradecemos profundamente a generosidade e a disposição dos irmãos e irmãs da Comunidade de Taizé de Alagoinha. O caderno apresenta três roteiros celebrativos, que formam um caminho com três paradas. Primeira: somos um; segunda: oração da cruz e terceira: oração da luz.
A escolha pelo versículo bíblico do Evangelho de Lc 10,27 brota do contexto permanente de tensão e perseguição experimentados pelas comunidades cristãs de Burkina Faso, um país cultural e religiosamente plural, em que aproximadamente 64% da população é muçulmana, 9% adere às religiões tradicionais africanas e 26% é cristã, sendo 20% católica e 6% protestante. Esses três grupos religiosos estão presentes em todas as regiões do país e em praticamente todas as famílias.
Nossos irmãos e irmãs de Burkina Faso nos contam que todas as comunidades religiosas são impactadas pela profunda crise de segurança vivida pelo país, em consequência de um grande ataque jihadista, organizado fora do país, ocorrido no ano de 2016. Burkina Faso enfrenta uma proliferação de ataques violentos promovidos por grupos extremistas, de ilegalidade e o tráfico de pessoas. Inúmeras escolas, centros de saúde e prefeituras foram fechados e grande parte da infraestrutura socioeconômica e de transporte foi destruída. Os ataques direcionados a grupos étnicos específicos aumentam o risco de conflitos intercomunitários.
As igrejas cristãs têm sido alvo específico de ataques armados. Sacerdotes, pastores e catequistas foram mortos durante celebrações e muitos foram sequestrados e seus paradeiros são desconhecidos.  Comunidades cristãs no norte, leste e noroeste do país foram fechadas por causa das ameaças extremistas. Não há mais culto cristão público em muitas dessas áreas. Em poucos locais somente é possível celebrar sob proteção policial, desde que os cultos e missas sejam breves.
Amarás a Deus e a pessoa próxima é um convite para refletir sobre os extremismos e exclusivismos religiosos. Deus jamais é a favor de perseguições, guerras e intolerâncias religiosas.
No Brasil, nós, pessoas cristãs, podemos celebrar e orar em liberdade e segurança. No entanto, isso não significa que a violência em nome de Deus esteja ausente. Se em Burkina Fasso há comunidades cristãs perseguidas, aqui, no Brasil, pessoas indígenas que praticam as espiritualidades ancestrais e pessoas afro-brasileiras, adeptas das inúmeras tradições religiosas aprendidas com seus antepassados são perseguidas por grupos cristãos extremistas.
Burkina Faso nos diz que a única possibilidade que a fé em Jesus Cristo nos oferece é expressar o amor a Deus amando a pessoa próxima, isso significa, respeitar e amar pessoas com práticas religiosas diferentes das nossas, pois o convívio e a unidade são a melhor forma de comprometimento com o amor gratuito de Deus pela humanidade.
Este ano, vamos fazer da Semana de Oração pela Unidade Cristã uma Semana com forte apelo Ecumênico. Vamos nos dar a oportunidade de ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs que vivem a sua fé de maneira diferente da nossa. Experimentar o amor em diversidade é encontrar Deus revelado na pessoa próxima. Estes encontros nos tornam pessoas melhores, menos conflitivas e mais amorosas.
▶ OFERTA DA SEMANA DE ORAÇÃO
A oferta da SOUC simboliza o comprometimento das pessoas com o ecumenismo. É uma forma concreta de mostrar que acreditamos realmente na unidade dos cristãos (João 17:21). Os frutos das ofertas doadas ao longo da Semana são distribuídos, anualmente, da seguinte maneira: 40% para a representação regional do CONIC (onde houver), que é destinado a subsidiar reuniões e atividades ecumênicas locais, e 60% para o CONIC Nacional, para projetos de maior alcance.
Vale lembrar que a oferta faz parte da celebração, logo, reserve um momento da liturgia para realizá-la. É um momento de gratidão pelas coisas boas que recebemos de Deus. Ofertas também poderão ser recolhidas nos encontros temáticos, durante a Semana.
Faça sua oferta ou doação por esse QR Code:

Ou faça um Pix:
conic@conic.org.br

 

 

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“Reconstruindo nossa identidade”, com a palavra Alfredo Sampaio Costa, SJ https://observatoriodaevangelizacao.com/reconstruindo-nossa-identidade-com-a-palavra-alfredo-sampaio-costa-sj/ Wed, 10 Nov 2021 11:00:00 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=42601 [Leia mais...]]]>

A oração não tem somente uma finalidade de nos elevar até Deus. Ao fazer isso, restabelece nossa ligação originária com o Criador e revela igualmente quem somos como criaturas:

“Nesse diálogo que se origina entre corpo, pensamento e afetividade, e que nos percorre incessantemente por dentro, vamos clarificando o que realmente somos e o que queremos. Saber dizer “olá” ao novo e “adeus” ao que deixamos, sem ficar divididos e dilacerados entre o que rejeitamos e o que escolhemos, é forma de saúde e disponibilidade evangélica. Cada decisão tem o seu momento junto, a “hora” precisa que não devemos adiantar nem adiar. Saber perceber o “agora” de cada decisão, quando o dom de Deus aparece em nossa realidade, supõe amadurecer os processos até o instante preciso, sem acelerá-los pela ansiedade nem os adiar pelo medo”.

GONZÁLEZ BUELTA, Benjamín. Orar em um mundo fragmentado, p. 104.

Muitas pessoas têm receio de abandonar-se nos colóquios ao Senhor, temendo aquilo que o Senhor poderá lhe pedir na oração, e que terá consequências “desagradáveis” para a acomodação com que elas vivem a sua vida espiritual. Para Inácio de Loyola, Deus é o “Deus sempre maior”, surpreendente, que nos chama para o “mais”, desinstala, acredita sempre nas nossas potencialidades…

Não é nada fácil resistir à ansiedade que atropela os processos sem pressa do Espírito. Qual o momento preciso para passar à decisão?

“As grandes decisões marcam a vida em sua orientação fundamental nos momentos de encruzilhada, mas é necessário estar sempre atentos para não chegar a um porto diferente do escolhido, pois na vida cotidiana estamos expostos a muitos ventos enviesados, ou a correntes submarinas que nos podem desviar de nossa rota enquanto dormimos.  Nunca assumimos plenamente nossas decisões fundamentais com todo o nosso ser, sempre ficam dimensões escuras que não foram integradas à opção, e que em algum momento posterior ameaçam, distorcendo a eleição realizada”.

GONZÁLEZ BUELTA, Benjamín. Orar em um mundo fragmentado, p.105.

Será provavelmente nos momentos dos colóquios onde experimentaremos no nosso coração os grandes, mas também os delicados apelos do Senhor, movendo o nosso coração, tocando os nossos afetos, sugerindo, animando, acompanhando-nos rumo a uma vida de maior amor e serviço. Enfrentando furacões, ventanias de todo tipo, iremos aos poucos percebendo a brisa suave onde Deus se faz sentir.

No confronto com o outro, descubro quem sou

Neles experimentamos que não estamos sós, nunca estivemos e nunca estaremos, porque somos criados em relação e numa relação de Amor. Descobrimos que os outros e, principalmente, o Outro que é Deus é que nos permitem descobrir quem somos nós.

Contudo, a experiência da relação nem sempre é vivenciada como sendo algo agradável e que me realiza como pessoa. É importante pois considerar diversas situações que se podem apresentar quando nos sentimos na presença de um outro:

  • O outro pode se apresentar como um dom que me complementa, com sua beleza, bondade, inteligência, fortaleza. Mas todos somos limitados. Em alguma parte acabam nossas forças, nossa saúde ou nossas habilidades aprendidas. Frequentemente oramos a Deus para que nos tire os limites que se cravam na carne como espinhos. Alguns limites se superam, mas outros Deus nos ajuda a reconhecê-los, aceitá-los e a receber de outros o que necessitamos para viver e para cumprir a missão que ele nos confia. Em vez de eliminar o limite que aumenta minha suficiência, enviar-me-á ao outro que aumenta minha comunhão, como se referiu Moisés a seu irmão Aarão, que falava bem, quando se queixou de sua pouca facilidade de palavra para levar adiante sua missão (Ex 4, 14). “Procurar Aarão” humildemente é um desafio para nosso orgulho e nossa autossuficiência. Também é uma provocação me aproximar do outro com gratuidade, e não pelo que posso tirar dele.
  • O outro pode ser uma diferença que desinstala meus julgamentos e minhas posturas vitais. Cada vez mais experimentamos hoje uma violenta polarização de opiniões, juízos, ideologias, onde o “diferente” é quase sinônimo de “inimigo” e, portanto, deve ser eliminado ou, ao menos, ignorado. O confronto com o outro sempre será uma oportunidade para rever minhas posturas e nos abrirmos a outros modos de sentir, ver, falar e viver.
  • O outro pode ser uma pobreza que me tira de meu egoísmo. Sabemos como o contato com os pobres e descartados da sociedade nos impacta e exige uma resposta de vida. Na sua tremenda indigência, apela à nossa solidariedade e compaixão.
  • O outro pode ser um Caim, uma agressão poderosa que ameaça mutilar minha pessoa ou destruir minha vida[1]. A trágica história dos dois irmãos paira sempre como uma ameaça real sobre nós quando temos que enfrentar o outro que está no nosso caminho. Conhecemos muito bem as resistências e bloqueios que experimentamos diante de conversas com pessoas desconhecidas. O mundo nos faz desconfiar de tudo e de todos, carregando de hostilidade e suspeita qualquer relacionamento humano.

Pois bem, quando nos pomos a rezar, com qual desses “outros” eu me deparo?

Podemos em um ou outro momento experimentar mais uma destas situações, e é importante ter consciência de como sentimos o outro, pois dependendo do modo como nós o sentimos, será a nossa resposta: não é o mesmo responder a um estranho desconhecido, a um parente, a um amigo íntimo ou a um inimigo mortal.

Quando vamos rezar, entram em ação as imagens que temos de Deus, e elas afetarão imensamente nossa relação com Ele. Estabelecerão o clima do encontro, amistoso ou hostil. Importa, pois, ajustar nossa lente para captar quem é Deus verdadeiramente. Quem vem em nosso socorro para esta tarefa é o Filho Amado, Jesus.

Deus se faz outro em Jesus

“Em Jesus, Deus se fez outro, próximo e misterioso, débil e forte, fascinante e marcado pelos limites, entregue a outros para que vivam em plenitude e necessitado de outros para poder existir e chegar à plenitude de sua própria identidade. Decide encarnar-se como Senhor da história, mas ao mesmo tempo pede permissão a Maria, adolescente e camponesa. É o amor sem medida, mas tem que ser acolhido e amado de maneira incondicional por uma mãe antes de existir, sem saber como será e de que forma orientará sua vida. Jesus não só é um dom do Pai, mas também um dom dos que o acolheram e cuidaram. Com ele começou uma nova etapa da história, mas ele se encarnou em toda a história que o precedeu, onde homens e mulheres amaram e lutaram para elaborar a cultura e a comunidade onde pôde formar-se e ser um homem que pôde dizer “nós”, como todo ser humano”.

GONZÁLEZ BUELTA, Benjamín. Orar em um mundo fragmentado, p. 126-127.

Jesus nos revela o Pai, ou melhor, nos mostra o Amor infinito do Pai, sua Compaixão sem limites. Quando nos dirigimos a Deus nos colóquios, deixamo-nos invadir por uma presença amorosa de alguém que nos ama de tal forma que quer se fazer um de nós, alguém a quem podemos nos dirigir chamando-o de “Tu”.

“Em Jesus encontramos a Deus mesmo, que acolheu todos os que lhe saíram ao encontro, e aos que ele mesmo procurou pelos caminhos e praças onde estavam perdidos e paralisados.  Jesus nos oferece a imagem de um Deus que não pôs no centro de sua vida a conservação de sua própria pessoa, a segurança e o prestígio social que podia adquirir facilmente graças a sua inigualável personalidade, mas a toda outra pessoa que encontrava em seu caminho, superando qualquer classificação discriminatória, paralisante ou excludente”.

GONZÁLEZ BUELTA, Benjamín. Orar em um mundo fragmentado, p. 128.

Em todo outro podemos encontrar o Outro

Deus nos salva fazendo-se outro. Não só em Jesus de Nazaré, ao qual nós podemos contemplar, amar e seguir. Continua salvando-nos, fazendo-se outro em toda pessoa que nos sai ao encontro. O encontro nos salva porque nos permite entrar na comunhão necessária que nos fortalece. Deus se faz outro, com letra minúscula, em Jesus de Nazaré e em toda pessoa, para que todos possamos nos aproximar dele, e para que em todo outro tratemos de descobri-lo e possamos encontrá-lo e amá-lo”[2]. Cada vez mais e de formas novas!

Sobre o autor:

Como estamos organizados – Rede Servir – Jesuítas do Brasil
Pe. Alfredo Sampaio Costa, SJ

Pe. Alfredo Sampaio Costa SJ é professor e pesquisador no departamento de Teologia da FAJE

https://faculdadejesuita.edu.br/fajeonline/palavra-presenca/reconstruindo-nossa-identidade/

[1] Benjamín GONZÁLEZ BUELTA, Orar em um mundo fragmentado, 124-126.

[2][6] Benjamín GONZÁLEZ BUELTA, Orar em um mundo fragmentado, 128.

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Preparemo-nos: Ele está para chegar! https://observatoriodaevangelizacao.com/preparemo-nos-ele-esta-para-chegar/ Sat, 09 Dec 2017 12:44:41 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27084 [Leia mais...]]]> Viver plenamente esse tempo de graça e esperança, que é o Advento, é possível quando alimentamos a espiritualidade, profundamente. A espiritualidade é o que nos dá vida e dinamismo. O que nos anima. O Espírito é o próprio Sopro de Deus!

Há diferentes formas de cultivar a espiritualidade, no entanto, certamente poderemos reconhecer se o Espírito que a move é o de Jesus se a fé se torna ação libertadora, pois assim foi o Peregrino de Nazaré: livre e libertador! A espiritualidade genuinamente centrada em Jesus suscita nosso comprometimento com a transformação de nossa realidade injusta, desumana, desigual, sem ética e sem compaixão em outra que se molda pelos valores evangélicos. Será pautada nos valores do Reino se for libertadora. Entretanto, ao contemplarmos Jesus de Nazaré observamos que antes de Ele agir há muitas pausas para oração a fim de se manter continuamente em sintonia com o Abba. Assim se fortalecia para a jornada.

Nossa realidade demanda que não nos acomodemos. Preparar-nos para o Natal não se trata, certamente, de alimentar o mercado de consumo e descarte; mas suster o espírito. É necessário, sim, nutrir-nos do maior dos alimentos para prosseguir na missão a nos confiada. Um belo instrumento a nos oferecido e que poderá (e muito!) nos auxiliar a viver melhor este tempo de preparação para o Natal de Jesus é o cultivo da  mística e espiritualidade com as canções meditativas de Taizé.

Na sua comunidade, antes de cada encontro celebrativo, é possível criar um ambiente de silêncio e reflexão, de acolhida e oração com refrãos meditativos como aqueles de Taizé.

Ânimo, portanto. Preparemos a casa do coração porque Ele está pra chegar…

Tânia Jordão

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=k95tnMUvwVY

 

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A força do silêncio https://observatoriodaevangelizacao.com/a-forca-do-silencio/ Wed, 06 Dec 2017 01:59:31 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27047 [Leia mais...]]]> “Então, senti um choque! Porque a minha vivência de Igreja aqui, vamos dizer assim, é sempre coisas muito mais… barulhentas! E a gente chega em local que tem o silêncio como o principal elemento […]. Experiência mais profunda comigo mesma. Silenciar! Meditar esses cantos… algo muda dentro.” Esse é um trecho do relato de Priscila Abreu, em depoimento a este Observatório, após voltar de Taizé. Priscila participava de um Festival Internacional de Jovens, na França, com as religiosas da Assunção, quando teve oportunidade de conhecer a comunidade ecumênica de Taizé.

Vale a pena acolher sua partilha:

Cheguei lá num sábado à tarde. Tive uma experiência muito rápida lá. Porque são 7 dias, né? O pessoal chega num domingo e fica até o sábado, normalmente.

Quando cheguei participei da oração das 8. Na capela tinha muita gente, muita gente. E eles não falam nada, nenhuma palavra antes de começar. Começam a tocar e a oração vai fluindo, sabe? Isso foi no primeiro dia. A oração vai até umas três da manhã. Os Irmãos de Taizé ficam cerca de uma hora e depois se retiram e a oração segue até a última pessoa sair da capela.

No domingo participei da Eucaristia, e foi, tudo no mesmo estilo da oração da noite anterior. Muitos cantos meditativos… uma experiência ecumênica, havia hóstia e pão consagrado também, para outros cristãos.

Pessoas de muitas línguas diferentes. Mesmo a gente não conseguindo se comunicar com as outras pessoas a coisa fluía, qualquer coisa lá. As atividades são realizadas pelas pessoas que estão passando por lá. Na parte da manhã você ajuda na limpeza, na cozinha, em qualquer coisa e, na parte da tarde, é o momento em que você vai meditar… desenvolver seu lado espiritual.

Então, senti um choque! Porque a minha vivência de Igreja aqui, vamos dizer assim, é sempre coisas muito mais… barulhentas! E a gente chega em local que tem o silêncio como o principal elemento… foi um pouco chocante. Interessante… Obriga a olhar para dentro. Mesmo pouco tempo valeu muito a pena.

Experiência mais profunda comigo mesma. Silenciar! Meditar esses cantos… algo muda dentro.

Para nós, jovens, é uma experiência bem profunda, porque a gente vive na agitação. Esse momento de interioridade foi muito especial, porque a gente chegou em Taizé e foi fazendo um caminho. Eu voltei pro Brasil com mais sede de procurar mais a Deus. Foi importante pra mim.

Priscila, que seu testemunho seja força para outras/os jovens. Obrigada!

(Fotos retiradas do face de Priscila)

 

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Os jovens querem se encontrar com Deus https://observatoriodaevangelizacao.com/os-jovens-querem-se-encontrar-com-deus/ Tue, 05 Dec 2017 01:59:48 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27017 [Leia mais...]]]>                             “Cantarei ao Senhor enquanto viver. Louvarei o meu Deus enquanto existir. Nele encontro minha alegria.”

Incrível como o que é belo atrai! A natureza, por exemplo, nos “fala” tanto de Deus graças a força estética que dela transborda. Sabendo disso, quando buscamos um momento de maior intimidade com o Doador de toda beleza, também nos esmeramos em preparar para isso tudo o que toca nossos sentidos. Na espiritualidade cristã, valorizamos particularmente os sons e o visual, por percebermos que, na liturgia, a estética favorece o encontro com Deus. Jovens, adultos e mesmo idosos que vivem a Oração de Taizé sabem disso muito bem, pois assim alimentam sua espiritualidade.

Espiritualidade é uma maneira própria que a humanidade tem para tocar o sagrado, suscitada pelo Espírito Santo. As pessoas que se reúnem à noite, na última sexta-feira de cada mês, na Paróquia de Nossa Senhora da Consolação e Correia, em Belo Horizonte, cultivam essa experiência no silêncio, na meditação, no canto, na acolhida da palavra.

Um dos iniciadores da Oração de Taizé naquela paróquia, Guilherme Gutierrez, nos deu o seguinte depoimento:

A oração de Taizé aqui na comunidade da Consolação nasceu em setembro de 2016. Uma vez por mês a realizamos. Nasceu a partir de uma conversa com frei Luiz. Nós, enquanto Pastoral da Juventude, já tínhamos essa prática de fazer a experiência da espiritualidade de uma forma mais ecumênica; e trazemos o anseio de poder rezar, de falar a linguagem dos jovens e fazer um processo de interiorização que não passe por aquilo que a gente já tem; que às vezes é de catarse, aquela coisa toda… Nosso desejo é que fosse algo mais de silêncio, de interior.

E a gente já conhecia a comunidade de Taizé, o modelo da oração de Taizé, e conversando com ele [Frei Luiz], ele cedeu o espaço, deu total apoio pra gente começar a organizar, e o grupo foi se ampliando… A gente assume aqui o caráter ecumênico. A paróquia é só o espaço, mas, nosso anseio é que a gente consiga estabelecer contatos com jovens de outras comunidades, de outras tradições cristãs, que rezem com a gente a partir do pilar da oração de Taizé, que é: a reconciliação, a confiança e o processo de interioridade.

Aqui a gente começou abrindo para os alunos do Colégio Santo Agostinho. A gente já teve orações com mais de 150 pessoas. Mas falta divulgação, apesar de termos um face. O Observatório fazendo isso, abre horizontes. Porque as pessoas passam por aqui e veem a oração acontecendo, às vezes perguntam o que está acontecendo, entram, participam com a gente e voltam. Tem paroquianos que participam, mas a maioria são pessoas de outras regiões da Grande BH.

A paróquia, em uma região central, com o grupo que trabalha, que prepara em torno das reflexões que a gente propõe todo mês, atinge e colabora com a vivência e responde de alguma forma aos anseios das pessoas que vem em busca de um proposta de interioridade, de rezar a vida mesmo.

Eu acho que no meio da cidade ter um espaço para isso é muito interessante. E tá fluindo. Tá fluindo bastante.

Nós primamos por esse contato ecumênico. Tanto que na hora da oração a gente retira as reservas eucarísticas, para propor um espaço ecumênico de fato. Nós já buscamos o CONIC, buscamos algumas religiões tradicionais também; só que por falta de comunicação, por falta de divulgação, sobretudo, a gente não tem conseguido atingir a proposta. E sobretudo no horário que a gente faz, que é sexta-feira à noite, muitos jovens estão na faculdade, então é um pouco difícil mesmo.

É assim, tudo muito tímido, tá tudo começando. Essa é a primeira proposta. Nós temos a colaboração do CEBI, que é ecumênico também… Toda construção teológica da oração é do CEBI. Tem o pessoal da equipe de música… A oração não começa do nada, né? Tem todo um preparo antes, para poder ser o que é a oração de Taizé.

Obrigada, Guilherme, por seu testemunho apaixonado.

 

(fotos retiradas da página “Oração de Taizé”, do facebook)

 

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Rezar com os místicos (I): Teilhard de Chardin https://observatoriodaevangelizacao.com/rezar-com-os-misticos-teilhard-de-chardin-i/ Tue, 30 Aug 2016 15:05:00 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=10108 [Leia mais...]]]> 2015_04_teilhard-de-chardin
O Deus, que fez o homem para que este o encontre é tão espalhado e tangível como a atmosfera em que nós somos banhados. Ele nos envolve por todos os lados.

Teilhard de Chardin (1881-1955), padre jesuíta francês, filósofo, teólogo e paleontólogo, teve uma sólida formação intelectual. Demonstrando desde muito jovem um grande potencial como cientista, teve grande paixão pela Terra, só não maior que o seu amor à Deus, inclusive, retirando daí sua síntese: não há separação radical entre o mundo material e o mundo espiritual, já que todo o Universo nos apresenta Deus.

Segundo Luiz Balsan, para Teilhard de Chardin, Deus se encontra em todas as formas de vida, através de seu calor, de sua radiação, de seu poder, de sua energia e de sua beleza. Sua obra O Meio Divino é fonte inspiradora que contem os principais pontos do legado espiritual deste grande místico cristão.

Aos 33 anos, Teilhard de Chardin já havia conquistado um grande prestígio no meio científico. Como homem de vocação religiosa, convivia com o desconforto de constatar a terrível distância entre o mundo da ciência e o mundo da religião. No meio científico, bastante inundado pelas consequências últimas do positivismo, era uma voz díspar da maioria dos cientistas, já que nunca dissociou a sua capacidade de pesquisa, do desejo ardente de encontrar o sentido último de todas as coisas.  Como ressalta Luiz Balsan, dirigindo-se aos céticos, Teilhard diz: “Como vocês, e até melhor que vocês (…), eu quero dedicar-me de corpo e alma ao sagrado dever da pesquisa”. Com esta atitude, de “sagrado dever”, descortina os tênues arranjos que impedem o diálogo entre a ciência e a religião.

Embora tenha morrido poucos anos antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), foi capaz de antecipá-lo através de suas grandes contribuições filosóficas e teológicas, em um período no qual o cristianismo pouco tinha a dizer para o mundo secular, já que se eximia de participar das grandes transformações que a crença no progresso e desenvolvimento humano acarretava. Para Teilhard de Chardin, a grande suspeita desse tempo contra o cristianismo era a de que a religião torna desumanos os seus fiéis. De sensibilidade profunda e perspicaz, o padre cientista avaliava que “uma religião considerada inferior ao nosso ideal humano, sejam quais forem os prodígios de que ela se cerca, é uma religião perdida”. Na sua visão, “o Deus encarnado não veio diminuir em nós a magnífica responsabilidade, nem a esplêndida ambição de nos construirmos a nós mesmos”.

Sua dedicação à ciência e sua grande profundidade como teólogo, não o isentou dos arbítrios do Santo Ofício, não acostumado com os grandes espíritos livres, capazes de inovar, propor e atualizar a mensagem evangélica no diálogo com o mundo. Por isso, em seu tempo, teve seus escritos filosóficos e teológicos censurados. No entanto, nada disso foi capaz de esmorecê-lo, já que nada mais buscou a não ser demonstrar a grandeza do Criador em um Universo em evolução, sabedor de que Cristo é o centro cósmico de toda a Criação. Além da natureza humana e divina de Cristo, reconheceu a importância de se considerar sua dimensão cósmica, estimulando uma Cristologia em sintonia com os anseios de revitalização do mundo.

A mensagem de Teilhard de Chardin é sumamente importante para os cristãos leigos na contemporaneidade, uma vez que, a partir de sua constatação de que a presença do Verbo Encarnado penetra todas as coisas, de forma universal e infinitamente íntima, não se deve fragmentar a vida em duas dimensões: a material e a espiritual. Sendo assim, todo o agir humano pode ser uma ação santificadora. Nesse sentido, para Teilhard de Chardin, o cristianismo não é, como muitas vezes se apresenta, uma carga suplementar de práticas e obrigações. É, “na verdade, uma alma potente, que dá significação, um encanto e uma leveza nova àquilo que nós já fazemos”. Assim, procura romper com os dualismos que afastam as pessoas do cristianismo, quando se deparam com o dilema de ter que dividir o seu tempo entre cuidados materiais e vida espiritual. Constata que “dominados por este sentimento, muitíssimos cristãos levam uma existência praticamente dupla e torturada: eles precisam despojar-se de suas vestes de homens para sentirem-se cristãos, e somente cristãos inferiores”.

Vê-se, aqui, uma grande abertura para uma Igreja livre do clericalismo, que faz de alguns guardiões do sagrado e de outros mendicantes de um Deus distante da vida.

A fé madura é capaz de enxergar a Deus no mundo, nas atividades do cotidiano, na beleza da Criação, nas lutas que devem ser travadas em favor de todas as formas de vida. A fé madura torna as pessoas dinâmicas, ativas, sem complexos de inferioridade, capazes de reconhecer a ação de Deus na história.

Hoje, mais que nunca, é preciso ter essa maturidade para que possamos cooperar no cuidado com a Casa Comum, expressão presente na Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, que dialoga diretamente com as contribuições de Pierre Teilhard de Chardin, um homem extremamente contemporâneo.

ORAÇÃO DE TEILHARD DE CHARDIN

Centro em que tudo se encontra e que se estende por sobre todas as coisas para reconduzi-las a si, eu vos amo pelos prolongamentos de vosso Corpo e de vossa Alma em toda a Criação, por meio da Graça, por meio da Vida, por meio da Matéria.

Jesus, doce como um Coração, ardente como uma Força, íntimo como uma Vida.

Jesus, em quem posso me fundir, com quem devo dominar e me libertar, eu vos amo como um Mundo, como o Mundo que me seduziu e sois Vós, agora vejo bem, sois Vós que os homens, meus irmãos, mesmo aqueles que não creem, sentem e perseguem através da magia do grande Cosmos.

Jesus, centro para o qual tudo se move, dignai-vos preparar para nós, para todos, se possível, um lugar entre as mônadas escolhidas e santas que, despegadas uma por uma do caos atual pela nossa solicitude, se agregam lentamente em Vós na unidade.

Fonte: IHU

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Teilhard deixou um documento ao morrer em cima da mesa. Era um retrato do radiante coração de Cristo, em cuja frente e verso ele escreveu de próprio punho: “Minha Litania”. Em termos veementes, fala de Deus, de Cristo e do cristianismo, de Jesus e de seu coração. Gostaria de citar algumas passagens dessa litania:

MINHA LITANIA

O Deus da evolução, o Crístico, o Sagrado Coração do Cristo, do Trans-Cristo…

O motor da evolução, o coração da evolução, o coração da matéria,

O coração de Deus…  do deleite do mundo,

O dínamo do cristianismo…

A essência de toda energia,

Coração do coração do mundo,

Foco da energia suprema e universal

Centro da esfera cósmica da cosmogênese

Coração de Jesus, coração da evolução,

Une-me a Ti.

Essa litania sintetiza a fé de toda a vida de Teilhard, a fervorosa crença de que o mundo possui um coração, um centro. O imenso processo cósmico do vir-a-ser tem um foco, um pólo, e o fogo divino do coração e do amor de Deus fornece todo o deleite e a energia de que o mundo precisa. A essência dessa energia é ativada e pode ser transmitida por meio do cristianismo, do fogo e do poder da fé cristã, cujo potencial para amar, para “amorizar” o mundo, deve se inflamar. Para ele o cristianismo é a religião da evolução por excelência, e seu Deus o “Deus de evolução”.

Teilhard estava buscando um Deus de evolução, um Deus cuja imagem fosse compatível com as complexas dimensões de nosso universo; um Deus que não se mantivesse à parte, que não fosse um princípio movente, mas estivesse profundamente envolvido com todo o processo cósmico, do qual somos parte integrante; um Deus verdadeiramente vivo, que está conosco aqui e agora, totalmente encarnado na matéria e em todo o vir-a-ser. Para ele, a essência do cristianismo é uma crença na unificação do mundo em Deus por meio da encarnação. Por causa dessa crença fundamental, Teilhard via o cristianismo – o não o cristianismo ocidental como o conhecemos, mas um cristianismo muito mais inclusivo e abrangente – como uma “religião de ação”, uma religião de evolução, uma religião do futuro.

Podemos abordar Teilhard em muitos níveis diferentes: ele foi um membro fiel da Igreja Católica e da Ordem dos Jesuítas; uma testemunha poderosa do evangelho cristão; debateu-se com a problemática de Deus na cultura contemporânea e percebeu a urgente necessidade de uma maior coerência entre ciência, religião e misticismo. Mas perfilou-se sobretudo em favor do poder e da dinâmica espiritualmente transformadores da fé cristã, de uma visão centrada no âmago e na essência do cristianismo: a crença em Deus encarnado  encarnado na humanidade e no mundo, no cosmos e na matéria.

Teilhard aderiu a essa fé com imensa santidade e sofrimento. Uma fé cuja aquisição não se deu facilmente, mas à custa de muito sacrifício, de muito esforço e de muita luta. A espiritualidade teilhardiana não se resumia à união e à adoração divinas. Pelo contrário, era também, total e literalmente, uma espiritualidade de resistência e de força, nascida da aflição. Sua consciência era verdadeiramente crística, uma espiritualidade mística nova e original:

LOUVOR AO SEMPRE GRANDIOSO CRISTO

Senhor, visto que, por inata tendência e em meio a todos os riscos de minha vida, fui impelido incessantemente a te buscar e a te estabelecer no coração do universo da matéria, hei de ter a alegria de, quando sobrevier a morte, fechar meus olhos em meio ao esplendor de uma transparência universal incandescente de fogo…

Senhor de consistência e de união, tu, cujo sinal característico e essência é o poder de tornar-te indefinidamente maior, sem distorção nem perda de continuidade, à medida da misteriosa Matéria cujo Coração preenches e cujos movimentos em última instância controlas.

Senhor de minha infância e de meus derradeiros dias. Deus, completo em relação a ti mesmo e no entanto, para nós, em contínuo nascimento… Deixa que tua universal Presença emane em um clarão que seja a um só tempo Diafania e Fogo.

Oh Cristo sempre maior!

Fonte: CIBERTEOLOGIA

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