OIT – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Wed, 20 Sep 2017 20:14:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 OIT – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 A ação evangelizadora diante dos graves desafios do mundo do trabalho https://observatoriodaevangelizacao.com/a-acao-evangelizadora-diante-dos-graves-desafios-do-mundo-do-trabalho/ Wed, 20 Sep 2017 20:14:29 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=24861 [Leia mais...]]]> Evangelizar é, essencialmente, o anúncio de uma boa notícia da parte de Deus para quem está sem vida, condenado ou excluído da mesa da dignidade. A prática libertadora de Jesus, por ensinamentos e posturas proféticas, explicitou em plenitude o projeto salvífico universal do Deus da vida. Deus não é indiferente a nossa dor: escuta o nosso clamor, suscita profetas e lideranças para promover a caminhada de libertação rumo a vida plena. Evangelizar, portanto, também é denúncia dos sistemas de morte com suas inúmeras ameaças à dignidade da  vida.

Entre nós, merece destaque a clareza da Doutrina Social da Igreja, as ações proféticas das pastorais sociais – Pastoral Operária, Pastoral da Terra, Pastoral do Migrante, Pastoral Indigenista, Pastoral dos Sem Casa ou do Povo da Rua, Pastoral da Mulher Marginalizada, Pastoral do Menor, Pastoral Carcerária, dentre muitas outras – e dos movimentos populares que surgem da mobilização e da luta em defesa da dignidade da vida.

Os cristãos, por vocação batismal e coerência com o Evangelho do Reino, não podem ficar indiferentes. Ao contrário, são interpelados pela vida de Jesus de Nazaré e dos profetas e profetizas da história a engajar-se na caminhada. A matéria a seguir explicita uma realidade que desafia a toda a humanidade:

 

OIT: Escravidão moderna afeta 40 milhões de pessoas no mundo; trabalho infantil atinge 152 milhões

 

ONU

Uma nova pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Fundação Walk Free, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), revela a grave escala da escravidão moderna em todo o mundo.

Os dados, lançados na terça-feira (19/09/2017) durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, mostram que mais de 40 milhões de pessoas foram vítimas da escravidão moderna em 2016 globalmente. Além disso, a OIT também lançou uma nova estimativa de que cerca de 152 milhões de crianças entre 5 e 17 anos foram submetidas ao trabalho infantil no mesmo ano.

 

Menino é vítima de trabalho forçado no Paquistão. Foto: OIT/M.Crozet

Menino é vítima de trabalho forçado no Paquistão. Foto: OIT/M.Crozet

As novas estimativas mostram que as mulheres e as meninas são as mais afetadas pela escravidão moderna, chegando a quase 29 milhões ou 71% do total. As mulheres representam 99% das vítimas do trabalho forçado na indústria comercial do sexo e 84% dos casamentos forçados.

A pesquisa revela que, entre as 40 milhões de vítimas da escravidão moderna, cerca de 25 milhões foram submetidas a trabalho forçado e 15 milhões foram forçadas a se casar.

O trabalho infantil continua concentrado principalmente na agricultura (70,9%). Um em cada cinco trabalhadores infantis trabalha no setor de serviços (17,1%), enquanto que 11,9% dos trabalhadores infantis trabalham na indústria.

Segundo o diretor-geral da OIT, Guy Ryder:

A mensagem que a OIT está enviando hoje – junto com nossos parceiros da Aliança 8.7 – é muito clara: o mundo não estará em posição de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a menos que aumentemos de maneira dramática os nossos esforços para combater esses problemas. Essas novas estimativas globais podem ajudar a moldar e desenvolver intervenções para prevenir o trabalho forçado e o trabalho infantil”.

Sobre os dados estarrecedores disse o presidente e fundador da Fundação Walk Free, Andrew Forrest:

“O fato de que, como sociedade, ainda tenhamos 40 milhões de pessoas na escravidão moderna é uma vergonha para todos nós. Se considerarmos os resultados dos últimos cinco anos, para os quais coletamos dados, 89 milhões de pessoas tiveram alguma experiência de escravidão moderna, por períodos de tempo que variam de alguns dias a cinco anos. Isso fala diretamente com a discriminação e a desigualdade enraizadas profundamente em nosso mundo atual, associadas a uma tolerância chocante da exploração. Isso precisa parar. Todos nós temos um papel a desempenhar na mudança dessa realidade – empresas, governos, sociedade civil, cada um de nós”. 

As novas estimativas globais são um esforço coletivo dos membros da Aliança 8.7, a parceria mundial para acabar com o trabalho forçado, a escravidão moderna, o tráfico de pessoas e o trabalho infantil, que reúne parceiros-chave representando governos, organizações das Nações Unidas, setor privado, organizações de empregadores e trabalhadores e sociedade civil, a fim de atingir a Meta 8.7 da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.

Os dados estão publicados em dois relatórios:

  • Estimativas Globais da Escravidão Moderna: trabalho forçado e casamento forçado, elaborado em conjunto pela OIT e pela Fundação Walk Free, em parceria com a OIM;
  • Estimativas Globais de Trabalho Infantil: resultados e tendências 2012-2016, elaborado pela OIT.

Os dados estão disponíveis em www.alliance87.org/2017ge.

0021

Notas

1. Escravidão moderna

Existem cerca de 40 milhões de pessoas presas na escravidão moderna. Mulheres e meninas são afetadas desproporcionalmente, chegando a quase 29 milhões ou 71% do total. Uma em cada quatro vítimas da escravidão moderna são crianças (cerca de 10 milhões). Por volta de 37% (ou 5,7 milhões) das pessoas forçadas a casar eram crianças.

 

2. Trabalho forçado

Cerca de 25 milhões de pessoas estavam em situação de trabalho forçado em qualquer momento em 2016. Fora isso, 16 milhões de pessoas estavam em situação de exploração de trabalho forçado no setor privado, como trabalho doméstico, construção e agricultura. Além disso, cerca de 5 milhões de pessoas estavam em situação de exploração sexual forçada, e pouco mais de 4 milhões de pessoas (ou 16% do total) estavam em situação de trabalho forçado imposto por autoridades de governos.

 

3. Casamento forçado

Estima-se que 15,4 milhões de pessoas viviam em casamentos forçados em qualquer momento de 2016. Desse total, 6,5 milhões de casos ocorreram nos últimos cinco anos (de 2012 a 2016). O restante começou antes desse período, mas continuou durante ele. Mais de um terço de todas as vítimas do casamento forçado eram crianças no momento em que se casaram, e quase todas essas crianças vítimas eram meninas.

 

4. Trabalho infantil

Um total de 152 milhões de crianças — 64 milhões de meninas e 88 milhões de meninos — estão sujeitas ao trabalho infantil, representando quase uma em cada dez crianças no mundo. O maior número de crianças de 5 a 17 anos envolvidas em trabalho infantil foi encontrado na África (72,1 milhões), seguida da Ásia e do Pacífico (62 milhões), das Américas (10,7 milhões), da Europa e da Ásia Central (5,5 milhões) e dos Estados Árabes (1,2 milhões).

Aproximadamente um terço das crianças de 5 a 14 anos envolvidas em trabalho infantil estão fora do sistema educacional. Além disso, entre as crianças que realizam trabalhos perigosos, 38% das que têm de 5 a 14 anos e quase dois terços das que têm de 15 a 17 anos trabalham mais de 43 horas por semana.

Fonte:

Da ONU Brasil, in EcoDebate, 20/09/2017

]]>
24861