Márcia Maria de Oliveira – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Tue, 14 Jul 2020 13:07:49 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Márcia Maria de Oliveira – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 “AMAZONIZAR”: UMA LEITURA DO SÍNODO PARA A AMAZÔNIA https://observatoriodaevangelizacao.com/amazonizar-uma-leitura-do-sinodo-para-a-amazonia/ Tue, 14 Jul 2020 13:07:49 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=35081 [Leia mais...]]]> Que significa AMAZONIZAR, quando se tem presente a caminhada já trilhada desde a convocação do Sínodo para a Amazônia pelo papa Francisco (2017), a criação da Rede Eclesial Panamazônica, o longo processo de preparação, com a escuta dos povos e atores sociais da Amazônia e elaboração do Documento de Trabalho, a realização do Sínodo para a Amazônia (out/2019), o Documento Final, a publicação da Exortação pós-sinodal “Querida Amazônia” (fev/2020), a criação da Conferência Eclesial da Amazônia (jun/2020).

Dom Erwin Kräutler, Bispo emérito de Xingú (PA), e a Professora Márcia Maria são os convidados desta importante live, cujo tema é AMAZONIZAR: UMA LEITURA DO SÍNODO PARA A AMAZÔNIA. O mediador desse bate-papo é Leon Souza, coordenador de articulação do REPAM.

Por seu conteúdo, vale a pena acompanhar. Confira:

Para aprofundar o conteúdo desta live:

A Amazônia está no foco de quatro recentes publicações que a Edições CNBB, a editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, disponibiliza para aprofundar a realidade de um dos biomas mais importantes para o equilíbrio do planeta. Algumas delas tratam da publicação do texto, na íntegra, da exortação apostólica pós-sinodal do Santo Padre Francisco: “Querida Amazônia”, sendo uma edição como “Documentos pontifícios”, uma edição do próprio Vaticano e outra edição de luxo.

Com a exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazônia, o Papa Francisco quer expressar os sentimentos que lhe assomaram durante o percurso do Sínodo Pan-Amazônico, cujo ponto alto foi a realização do evento em outubro de 2019, em Roma. O seu desejo é o de oferecer um breve quadro de reflexão que encarne na realidade amazônica uma síntese de grandes preocupações já manifestadas em documentos anteriores, que ajude e oriente para uma recepção harmoniosa, criativa e frutuosa de todo o caminho sinodal.

A outra publicação é o primeiro e o segundo volume da coleção “Amazonizarorganizada pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). Segundo a Repam, a coleção quer revelar a necessidade de conhecer para amar, proteger e defender a criação, em um processo permanente de escuta dos povos do planeta.

“A coleção busca apresentar as palavras mais significativas a respeito do meio ambiente e do desafio ecológico, visando uma leitura cristã sobre os cuidados com a criação e sobre a promoção de uma vida digna para todos”.

Nossa mãe Terra: uma leitura cristã do desafio ambiental

Uma das grandes contribuições do primeiro volume da coleção, “Nossa mãe Terra: uma leitura cristã do desafio ambiental“, é sistematizar em um só lugar o conjunto de “discursos, audiências e homilias” proferidas pelo Santo Padre desde o início de seu magistério, em 2013. No último capítulo, intitulado “Uma Grande Esperança”, o leitor encontrará um texto inédito do Papa Francisco sobre a questão ambiental como um grande desafio dos tempos atuais. O caminho de reflexão proposto pelo Santo Padre circula em torno de quatro palavras: “dom, arrependimento, oferta e fraternidade”.

“Essas quatro palavras traduzem uma visão da realidade e da criação, mas também indicam um caminho de cura da necessidade de posse, de poder e de abuso, em direção à partilha, à colaboração e ao respeito”, conclui o Papa afirmando que este é um caminho que leva à fraternidade universal apontada por São Francisco de Assis.

A Edições CNBB lançou também o segundo volume da coleção Amazonizar cujo título é “Por uma Igreja com rosto Amazônico. Este segundo volume da coleção Amazonizar faz memória da experiência dos dias de intenso trabalho na assembleia sinodal, de modo que as discussões não estejam restritas somente para quem esteve em Roma, mas que alcancem aquilo que foi experimentado e anunciado naquele grande evento eclesial que marcou, e provavelmente marcará para sempre, a história da Igreja da Pan-Amazônia e de todo o mundo.

Por uma Igreja com rosto amazônico.

Fonte:

www.cnbb.org

]]>
35081
O protagonismo das mulheres no Sínodo para a Amazônia https://observatoriodaevangelizacao.com/o-protagonismo-das-mulheres-no-sinodo-para-a-amazonia/ Mon, 04 Nov 2019 10:06:18 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=32955 [Leia mais...]]]>
No dia 26 de Julho, o papa Francisco nomeou a professora doutora Márcia Maria de Oliveira, do Curso de Ciências Sociais da UFRR, para participar da Assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, na condição de perita.

No início dos trabalhos do Sínodo para a Amazônia publicamos aqui o artigo “As mulheres no Sínodo da Amazônia”, sinalizando a presença e o protagonismo das mulheres neste evento de grande relevância para a Amazônia. Finalizado o Sínodo no dia 27 de outubro de 2019 em Roma, a participação das mulheres apresenta um balanço extremamente positivo.

O protagonismo das mulheres no Sínodo

Na mídia mundial, ocuparam uma média de 41% das principais matérias sobre o evento. Internamente, trouxeram importantes contribuições para pensar e decidir sobre seu papel e protagonismo na Igreja e na sociedade.

Nas 28 páginas do Documento Final do Sínodo, as mulheres são nomeadas 30 vezes e ocupam destaque importante no subcapítulo intitulado a presença e a hora da mulher com 5 parágrafos aprovados com a unanimidade dos votos sinodais. 

De forma resumida, a Assembleia Sinodal reconhece o  protagonismo das mulheres nas comunidades, pastorais, movimentos sociais e em todo conjunto da missão da Igreja na Pan-Amazônia. Da mesma forma, reconhece que é inegável a sua participação e representatividade no mundo da política, nos movimentos sociais, nas organizações de mulheres negras (quilombolas), indígenas e camponesas.

Reconhecimento da violência contra a mulher

O Documento também reconhece que os países da Pan-Amazônia têm em comum um contexto atual marcado pela violência contra as mulheres, e, no caso da Amazônia Brasileira, há estados como Roraima e Rondônia que apresentam alto índice de feminicídio.

Trata-se de uma violência histórica que se instalou na região com os processos de colonização e precisa ser tratada com seriedade pela Igreja, pelos Estados Nacionais e por toda sociedade. Entretanto, mesmo numa conjuntura de violência contra as mulheres, é inegável o seu protagonismo na luta para superar todas as formas de opressão, machismo, misoginia e discriminação, legado do patriarcado.

Diante do reconhecimento do papel central, a busca de um ministério oficial na vida eclesial

O processo sinodal desafiou a Igreja a “identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica”.

Nessa perspectiva, a realidade específica da Igreja na Pan-Amazônia, fundamentada na experiência da Igreja primitiva, quando “respondia a suas necessidades criando os ministérios oportunos” reconhece a vez e a hora das mulheres destacando seus carismas, talentos e o espaço que historicamente ocupam na sociedade.

Papa Francisco recebe das mãos da profª. dra. Márcia Maria de Oliveira alguns estudos sobre a Amazônia.

A mulher no Sínodo para a Amazônia

A experiência da Igreja na Pan-Amazônia aponta que a voz das mulheres seja ouvida, que elas sejam consultadas e participem nas tomadas de decisões e, deste modo, possam contribuir cada vez mais com o estilo feminino de atuar e de compreender os acontecimentos.

Na sua íntegra o parágrafo 101 destaca:

A sabedoria dos povos ancestrais afirma que a mãe terra tem um rosto feminino. No mundo indígena e ocidental, as mulheres são aquelas que trabalham em múltiplas instâncias, na instrução das crianças, na transmissão da fé e do Evangelho, são testemunhas e presença responsável na promoção humana, para que a voz das mulheres seja ouvida, para que sejam consultadas e participem das decisões e, assim, possam contribuir com sua sensibilidade à sinodalidade eclesial. Valorizamos o papel da mulher, reconhecendo seu papel fundamental na formação e continuidade das culturas, na espiritualidade, nas comunidades e nas famílias. É necessário que a Igreja assuma com maior força sua liderança dentro da Igreja, e que a Igreja a reconheça e promova, fortalecendo sua participação nos conselhos pastorais das paróquias e dioceses, ou mesmo nas instâncias de governo”.

O Documento Final do Sínodo da Amazônia foi entregue ao papa Francisco para subsidiar a sua elaboração do Documento Oficial denominado pela Igreja como Exortação Apostólica que apresentará orientações para a Igreja na Região Pan-Amazônica.  No aguardo desta publicação que, segundo o papa deverá ocorrer até o final deste ano, uma coisa é certa: o protagonismo das mulheres é reconhecido, reafirmado e assumido pela Igreja nesta região.

Considerado um sínodo histórico pelo número de mulheres participantes dos trabalhos na qualidade de peritas (05 doutoras em diversas áreas do conhecimento), auditoras (32 religiosas, leigas e lideranças de movimentos e organizações sociais) e uma observadora internacional.

A participação das mulheres também tem grande relevância pela qualidade do conteúdo que trouxeram para debater as questões centrais apresentadas pelo sínodo, com destaque para a Ecologia Integral, organização e articulação do trabalho em rede e das pastorais de conjunto, diálogo inter-religioso e intercultural, formação de lideranças, participação política e intervenções sociais são alguns dos destaques da hora e a vez das mulheres que marcaram definitivamente a história da igreja.

Sobre a autora:

Profª. dra. Márcia Maria de Oliveira

Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia ( PPGSCA/UFAM); Pós-Doutorado em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF/UFRR); Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA / UFAM), Mestre em Gênero, Identidade e Cidadania (Universidad de Huelva – Espanha); Cientista Social, Licenciada em Sociologia (UFAM); Pesquisadora do Grupo de Estudos Migratórios da Amazônia (GEMA/UFAM); Pesquisadora do Grupo de Estudo Interdisciplinar sobre Fronteiras: Processos Sociais e Simbólicos (GEIFRON/UFRR); Professora da Universidade Federal de Roraima (UFRR); pesquisadora do Observatório das Migrações em Rondônia (OBMIRO/UNIR). Assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM/CNBB e da Cáritas Brasileira.

Fonte:

www.repam.org.br

]]>
32955