José Maria Castilho – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Wed, 16 Jan 2019 09:33:09 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 José Maria Castilho – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 O Papa está suportando a resistência do clericalismo… https://observatoriodaevangelizacao.com/o-papa-esta-suportando-a-resistencia-do-clericalismo/ Wed, 16 Jan 2019 09:33:09 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=29757 [Leia mais...]]]> O clericalismo é um dos maiores problemas da atual configuração do cristianismo católico, pois, esta deturpação do poder clerical de bispos e padres impede a reforma da Igreja, o crescimento da corresponsabilidade dos leigos e leigas e, o que é ainda pior, enfraquece a sua capacidade de responder aos desafios e urgências de nosso tempo. Vale a pena ler o artigo do teólogo espanhol José Maria Castillo:

“Este Papa está suportando a resistência do clericalismo fanático, que não suporta a transparência”. Artigo de José María Castillo

“O que teria que preocupar a todos nós são, sobretudo, os silêncios da Igreja. Os silêncios do clero. E os silêncios daqueles que dizem que somos crentes em Cristo”. A reflexão é de José María Castillo, teólogo espanhol, em artigo publicado por Religión Digital, 14-01-2019. A tradução é de André Langer.

Eis o artigo.

No relato da paixão e morte de Jesus, o Evangelho de João recorda um episódio tão humilhante quanto eloquente: a primeira bofetada que um guarda deu em Jesus, na frente do sumo sacerdote Anás (Jo 18, 22). Por que semelhante desprezo ali e naquele momento?

Simplesmente porque Jesus disse àquele personagem sagrado que ele tinha “falado ao mundo com liberdade” e que não havia “dito nada às escondidas” (Jo 18, 20). Aqui é importante notar que o texto grego do Evangelho não usa a palavra “liberdade”, mas o termo “parrhesia”, que significa exatamente “liberdade para dizer tudo” e sem se calar (“pán”, “résis”).

Está claro: Jesus não suportava os segredos e as ocultações. Na mesma medida em que o tribunal sagrado não suportava a liberdade daqueles que dizem toda a verdade, sem se calar, mesmo que isso lhes custe o cargo e a própria dignidade. E (se for necessário) até a própria vida.

Se a Igreja fosse fiel a essa conduta de Jesus, sem dúvida alguma, teria que suportar, não uma, mas muitas bofetadas. Muito mais do que já suportou.

Foi o que disse o próprio Jesus (Mt 10, 16, 32 par). Além disso, Jesus chegou a dizer: “Chegará um tempo quando quem vos matar pensará oferecer culto a Deus” (Jo 16, 2). Sem dúvida, “a experiência religiosa de todos nós não é mais confiável, porque nos remete à falsa religião” (REUTER, T. El Dios falsificado. Madrid: Trotta, 2011, p. 228).

O que quero dizer com isto? Muito simples: acredita em Deus quem não se cala diante do sofrimento daqueles que são pior tratados pela vida e pelos poderes públicos, independente da cor que forem, estejam à direita, no centro ou à esquerda.

Posto isso, o que teria que preocupar a todos nós são, sobretudo, os silêncios da Igreja. Os silêncios do clero. E os silêncios daqueles que dizem que somos crentes em Cristo. Silêncios em tantas coisas que clamam ao céu. Mas agora mesmo – e acima de tudo – em dois assuntos de enorme gravidade e urgência.

A começar pelo silêncio diante de tantos e tantos escândalos clericais de “homens da Igreja” que abusaram de crianças e adolescentes. Abusos criminosos que as autoridades eclesiásticas ocultaram. Porque era uma determinação que vinha do Vaticano, para que o prestígio da Igreja não fosse prejudicado.

Teve que vir o Papa Francisco, que “tirou o manto”, para que se saiba tudo e se faça justiça. O mais sofrido e preocupante é o que este Papa precisa suportar, pela resistência do clericalismo fanático, que não suporta a transparência que desvelou a falta de vergonha de não poucos setores do mundo clerical.

E para terminar, o outro silêncio preocupante que estamos vivendo na Espanha e em outros países da Europa e da América. Refiro-me ao silêncio de bispos e do clero em geral, que inexplicavelmente se calam diante dos políticos e governantes que, com suas decisões, são responsáveis pelo sofrimento de milhares e milhares de criaturas inocentes, ao mesmo tempo que permitem e incentivam a concentração do capital mundial, cada vez mais, nas mãos de menos pessoas.

No Evangelho ficou claro que Jesus não suportava o sofrimento dos pobres, doentes, marginalizados e estrangeiros. Como também não suportava o desprezo ou a desigualdade das mulheres. As preocupações da nossa Igreja e dos nossos bispos coincidem com as de Jesus? Mais uma vez fica claro que falar com liberdade é muito perigoso.

Fonte:

IHU

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Teólogo analisa o sucesso e o fracasso do papa Francisco https://observatoriodaevangelizacao.com/teologo-analisa-o-sucesso-e-o-fracasso-do-papa-francisco/ Tue, 14 Nov 2017 12:52:28 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=26810 [Leia mais...]]]> O sucesso do papa Francisco

O sucesso do papa Francisco – e também seu fracasso – se explica e se entende a partir do momento em que, com o Evangelho nas mãos, percebemos que estamos testemunhando uma reprodução do sucesso e do fracasso de Jesus”.

A reflexão é de José María Castillo, teólogo espanhol, em artigo publicado por Religión Digital, 13-11-2017. A tradução é de André Langer.

É um fato que o papa Francisco está dando muito que falar. Alguns, a favor. E outros, contra, como sabemos. Mas o fato em si é indiscutível. Basta entrar nas redes sociais. E imediatamente, mais cedo ou mais tarde, aparece o Papa. Este papa, não os anteriores. Qual é a explicação para esta inesgotável atualidade do papa Bergoglio?

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Cada um terá, sem dúvida, sua própria explicação. E é claro que haverá aqueles que dizem que tudo isso não tem nenhuma importância para eles. Mas, independentemente do que cada um estiver dizendo, o fato está aí. Por quê?

Não sei com certeza se estou certo. Em todo caso, tenho a intuição de que talvez possa oferecer alguma luz sobre este assunto a proposta que há alguns anos vem fazendo o famoso filósofo italiano Gianni Vattimo. Refiro-me ao tema do “pensamento fraco”, sobre o qual tem sido dito com razão que essa maneira de pensar é logicamente o “pensamento dos fracos”.

Eu não quero agora (nem se trata disso aqui) deter-me a explicar em que consiste a contribuição de Gianni Vattimo quando explicou em que consiste o chamado “pensamento fraco”. Teríamos que falar sobre a crise da metafísica, sobre a contribuição que a este respeito deram Nietzsche, Heidegger ou Derrida, por exemplo. Não. Não é disso que se trata.

O que quero enfatizar é que o papa Francisco atrai tanto a atenção pela simples razão de que fala para as pessoas simples e fracas de forma que todos se interessam e todos o entendem. Um fato que se acentua e se nota especialmente quando este papa abandona os textos, que seus teólogos certamente escrevem, e se coloca ele mesmo, espontaneamente, a dizer aos ouvintes o que lhe vem à mente e como lhe brota.

Por outro lado, insisto em que Bergoglio tem tanto mais sucesso, quanto mais simples e humildes são as pessoas que o escutam. É então que fica claro que, afetivamente, o “pensamento fraco” é justamente o “pensamento dos fracos”. E é com eles que mais e melhor este papa está em sintonia.

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Onde está o segredo desta sintonia? O professor Julio Moreno-Dávila explicou acertadamente a conexão que, obviamente, existe entre o “pensamento fraco” e a “fraqueza” do Deus “kenótico” (esvaziado), assim como o apóstolo Paulo apresenta o Deus do cristianismo, que se “despojou de sua condição” e apareceu em nossa terra “como um de nós”. Ou, mais exatamente, “sob a forma de escravo” (Fl 2, 6-8). É o Deus sem grandeza, humanizado na fraqueza de um modesto galileu, assim como foi, viveu e falou Jesus de Nazaré.

O sucesso do Papa Francisco – e também seu fracasso – se explica e se entende a partir do momento em que, com o Evangelho nas mãos, percebemos que estamos testemunhando uma reprodução (tão tímida e pálida quanto se queira) do sucesso e do fracasso de Jesus. E se, de fato, o Papa Francisco está reproduzindo o que acabei de apontar, não é isso que justifica o papa na Igreja e no mundo?

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Pe. José María Castillo é um renomado teólogo e escritor espanhol. Dentre sua vasta produção teológica destacamos: Jesus, a humanização de Deus; A religião de Jesus;  A Igreja e os direitos humanos; Espiritualidade para insatisfeitos.

 

 

Fonte:

IHU

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Por que o jeito humano de ser do papa Francisco tem despertado tanto ódio em setores importantes da Igreja? https://observatoriodaevangelizacao.com/por-que-o-jeito-humano-de-ser-do-papa-francisco-tem-despertado-tanto-odio-em-setores-importantes-da-igreja/ Mon, 31 Jul 2017 13:00:16 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=22353 [Leia mais...]]]> Na busca de entendermos o sentido da crescente oposição ao jeito humano e humilde do Papa exercer o ministério de Pedro, este pequeno texto do teólogo espanhol José Maria Castillo aponta provocantes pistas de reflexão. Vale a pena conferir:

Para o teólogo José Maria Castillo: “É urgente e necessário humanizar a Igreja”

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“Se Deus se humanizou para trazer a salvação, por que a Igreja não se despoja de seus privilégios?… Os caminhos de Deus, de Jesus, não teriam que ser os caminhos da Igreja?”

“os ‘homens de Igreja’ mantém suas fileiras, privilégios e dignidades ao custo de ‘desumanizar-se’ em não poucos assuntos entre os mais fortes da vida que temos que enfrentar enquanto seres humanos.”

Entendo que haja pessoas que, ao ler o título deste breve artigo, sintam um certo receio ou talvez experimentem desconfiança e até mesmo emitam uma declarada rejeição. Isso porque muitos de nós fomos educados na convicção de que humano e divino se contrapõem. E isso, levado até últimas consequências, leva, sem mais, à ideia fixa de que “quanto mais humanidade, menos divindade”. Ou seja, que “humanizar a Igreja” equivaleria a roubar ou retirar dela sua condição sagrada, sobrenatural e divina.
Não obstante a essa constatação, atrevo-me a dizer que “humanizar a Igreja”, não somente é lícito, mas sobretudo é inteiramente necessário e urgente. Se é que se pensa este assunto desde a fé e da mentalidade cristã. Por que vamos mostrar aqui que, segundo a nossa crença, foi o que fez Deus, para trazer solução e salvação ao mundo?

Os cristãos dizemos que essa pergunta tem sua resposta a partir do mistério da Encarnação de Deus em Jesus. O que, traduzido em uma linguagem mais sensível, quer dizer a humanização de Deus em um modesto galileu que se chamava Jesus, o Nazareno. São Paulo o explica dizendo algo muito forte: “Ele, apesar de sua condição divina, não se apegou a sua categoria de Deus; ao contrário, se despojou de seu rango e tomou a condição de escravo, fazendo-se um de tantos” (Filipenses 2, 6-7)/

Há mais de dez anos, que me preocupo com o que isto entranha e representa. Publiquei quanto livros e diversos artigos sobre o tema. Agora quero dar um passo a mais, que me parece urgente e decisivo. Por que, se o que acabo de indicar é indispensável para entender o cristianismo, não seria isso o mais urgente e necessário para entender a Igreja?

O que equivale a se fazer esta outra pergunta, talvez mais incômoda para alguns: Se Deus se rebaixou e se humanizou para trazer a salvação a este mundo, por que a Igreja não se abaixa também de suas fileiras, dignidades e privilégios, de forma que dela possamos dizer que se humanizou? E o pior de tudo isso é que, como sabemos, (e com frequência), os ‘homens de Igreja’ mantém suas fileiras, privilégios e dignidades ao custo de desumanizar-se em não poucos assuntos entre os mais fortes da vida que temos que enfrentar enquanto seres humanos.

Por suposto, Deus não é a religião. Nem Deus é a Igreja. Mas, em todo caso, os caminhos de Deus, de Jesus, não teriam que ser os caminhos da Igreja?

Dá muito que pensar o que está acontecendo com o papa Francisco. Por causa de suas numerosas manifestações de humanidade e espontaneidade é odiado para um setor importante do clero. Por que será que isso está ocorrendo?

(José María Castillo, 29/07/2017, em Religião Digital, tradução Edward Guimarães)

 

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Pe. José María Castillo é um renomado teólogo e escritor espanhol. Dentre sua vasta produção teológica destacamos: Jesus, a humanização de Deus; A religião de Jesus;  A Igreja e os direitos humanos; Espiritualidade para insatisfeitos.

 

 

Fonte:

Religión Digital

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Evangelizar é anunciar e testemunhar a missão de Jesus: humanizar o mundo em que vivemos https://observatoriodaevangelizacao.com/evangelizar-e-testemunhar-como-pratica-de-liberdade-a-missao-de-jesus-humanizar-o-mundo-em-que-vivemos/ Thu, 20 Jul 2017 10:00:46 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=22120 [Leia mais...]]]> Para evangelizar é preciso conhecer, com profundidade, a vida de Jesus de Nazaré e os desafios e urgências de nosso tempo. Trata-se de um dinamismo histórico processual e transformador, inspirado pelo Espírito Santo, que visa humanizar este mundo. As comunidades cristãs, formadas pelos/as seguidores/as de Jesus, buscam testemunhar a vida nova como fermento que transforma esse mundo pela prática da justiça, da misericórdia e do amor fraterno. Os cristãos são chamados a participar, junto com os movimentos populares, das ações em defesa da dignidade da vida e da construção de outra sociedade possível.

A prática libertadora de Jesus, ao ser repensada e compreendida no contexto atual, inspira, entusiasma e oferece critérios éticos de discernimento para as ações evangelizadoras.

Para melhor conhecer o núcleo central da vida de Jesus, fonte para as ações evangelizadoras, vale a pena ler o artigo do teólogo espanhol Pe. José Maria Castilho:

 

“O núcleo central na vida de Jesus não foi a religião, mas a missão de humanizar este mundo”. Artigo de José María Castilho

 

“Mais do que com a religião, deveríamos nos preocupar com a saúde, a alimentação e as relações humanas”

 

A teologia, que rege o pensamento da Igreja e orienta as decisões da Igreja, é mais importante que o Papa, os cardeais, os bispos, os clérigos, os teólogos, os fiéis, as leis, os ritos, os costumes e todo o resto que existe na Igreja. A teologia, no final das contas, diz a todos nós o que Deus quer e o que nos ordena. De forma que o Papa (seja quem for) diz o que a teologia lhe indica. Por isso a teologia é tão importante.

O problema está em que, para um número significativo de cristãos, a teologia não importa praticamente nada. Não sabem muito de teologia. O que é compreensível. Porque a teologia, essa que se costuma ensinar (onde ela é ensinada), utiliza uma série de palavras, conceitos e critérios, inventados pelos gregos da Antiguidade, mas que, atualmente, a maioria das pessoas não sabe nem o que quer dizer esse vocabulário, nem para que serve.

O núcleo, o eixo e a chave da teologia cristã não é o pensamento dos sábios gregos da Antiguidade. Menos ainda os mitos religiosos anteriores ao judaísmo, que na Bíblia lemos como “Palavra de Deus”.

A teologia cristã deveria ter como núcleo, eixo e chave o que é a origem e o princípio determinante do cristianismo: aquele humilde artesão galileu, que foi Jesus de Nazaré – sua forma de viver, o que fez, o que disse, o que lhe interessou e preocupou, o que viram nele as pessoas que o conheceram e a “memória perigosa” que aquele homem tão singular nos deixou.

Esta “memória perigosa” de Jesus ficou escrita no Evangelho, que foi resumida e reunida em quatro coleções de relatos, os quatro Evangelhos, ou seja, a “teologia narrativa”, resumo determinante de toda possível teologia que pretenda chamar-se “cristã”. O núcleo da teologia cristã não pode estar fora do Evangelho. Nem pode ser teologia cristã se não entranhar uma “memória perigosa”.

Pois bem, lendo e relendo a teologia narrativa que os Evangelhos nos apresentam, o que nesse conjunto de relatos fica imediatamente claro, é que as três grandes preocupações que ocuparam e monopolizaram a vida de Jesus, são:

  1. a saúde dos seres humanos: relatos de curas, expressadas no “gênero literário” dos milagres;
  2. a alimentação repartida: as refeições das quais tanto se fala nos Evangelhos;
  3. as relações humanas: sermões e parábolas;

 

A fé, a relação com o Pai, os sentimentos pessoais mais profundos… tudo, na vida de Jesus  gira em torno destas três preocupações. E estas preocupações foram tão fortes que Jesus as colocou na frente das normas impostas pelos mestres da lei, das observâncias dos fariseus, da autoridade dos sumos sacerdotes. A tal ponto que isso lhe custou a vida.

Jesus fez tudo isso porque alegava que quem via a ele via Deus (Jo 14, 7-9). Ou seja, identificou-se com Deus.

O núcleo central na vida de Jesus não foi a religião. Foi humanizar este mundo tão desumanizado. Não deveríamos ficar tão preocupados com o diálogo das religiões. Deveríamos nos preocupar com o que é preocupação de todos os seres humanos: a saúde, a alimentação partilhada, as melhores relações humanas. Os três pilares de toda possível religião. É o que centrou a vida de Jesus: humanizar esta vida. Nisso está o caminho da esperança que nos leva a Deus.

(Publicado por Religión Digital, 06-07-2017. Traduzido por André Langer. Os grifos são nossos.)

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Pe. José María Castillo é um renomado teólogo e escritor espanhol. Dentre sua vasta produção teológica destacamos: Jesus, a humanização de Deus; A religião de Jesus;  A Igreja e os direitos humanos; Espiritualidade para insatisfeitos.

 

Fonte:

IHU

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