I Congresso brasileiro de Teologia Pastoral – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Fri, 07 May 2021 14:08:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 I Congresso brasileiro de Teologia Pastoral – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Parturientes do novo: acenos do I Congresso de Teologia Pastoral do Brasil https://observatoriodaevangelizacao.com/oxala-estejamos-vivendo-as-dores-de-parto-de-um-algo-novo-engendrado-pelo-espirito-no-seio-da-igreja-e-da-sociedade-e-que-nos-como-membros-do-povo-com-solicitude-e-presteza-eva/ Fri, 07 May 2021 14:08:55 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=39397 [Leia mais...]]]> Oxalá estejamos vivendo as dores de parto, de algo novo engendrado pelo Espírito no seio da Igreja e da sociedade. E que nós, como membros do Povo de Deus, com solicitude e presteza evangélicas, de ouvidos atentos, olhos abertos e mãos operosas, sejamos todos parturientes…

Confira a reflexão do prof. dr. ir. Denilson Mariano, SDN:

Parturientes do novo: acenos do I Congresso de Teologia Pastoral do Brasil

Findo o 1º Congresso de Teologia Pastoral no Brasil, totalmente online, devido às exigências de isolamento social, buscamos captar percepções reveladas por meio dos participantes e perspectivas que se abrem a partir deste acontecimento.

Para uma breve ideia do alcance imediato deste Congresso vale notar de 1.714 pessoas participaram das conferências, 639 dos seminários, 503 nos painéis, 98 comunicações foram apresentadas e as visualizações das conferências e painéis, no Youtube, alcançaram cerca de 10 mil visualizações. A articulação do grupo de pesquisa teologia pastoral da FAJE, juntamente com as várias entidades organizadoras deste Congresso, permitiu a criação de um ambiente virtual de profunda reflexão teológico-pastoral e de fecundas pistas para engajamento em variadas realidades eclesiais e sociais.

Registro do momento de encerramento do I CBTP, no qual foi apresentado um balanço prospectivo do evento, na noite do dia 06/05/2021.

Em acenos vindos dos participantes, sobretudo por meio da comunicação via “chat”, captamos algumas percepções: “Este congresso não apenas leva a refletir, leva a nos reencantar com a pastoral, com a catequese”. Este foi um dos reflexos que permearam o “chat” da conferência de encerramento deste congresso. Evidentes sinais de um reencantamento pastoral em que a teologia se mostrou próxima, acessível, iluminadora. Víctor Codina sempre nos recorda que Espírito atua a partir de baixo, a partir dos simples. Desde modo, se o olhar a partir das conferências e painéis nos leva a vislumbrar as questões maiores e os aprofundamentos necessários, a partir de baixo, a partir dos participantes, captamos um reencantamento, uma nova presença do Espírito que continua a conduzir a Igreja. O Congresso propiciou um ambiente que possibilitou saciar um pouco da sede teológico-pastoral dos que dele participaram. E esta “brisa suave”, esse saciar da sede nele experimentada há de ser prolongada em novas reflexões teológicas e em novas ações pastorais pela ação do Espírito, desde que nos abramos às suas moções e ouçamos os Seus clamores.

Outro aceno vem a partir do formato virtual assumido pelo congresso. “As próximas edições dos Congressos de Teologia manterão a participação online?”. Se, por um lado sentimos falta de encontro presencial, de estar com as pessoas, com os participantes, com os conferencistas, com os teólogos, pastoralistas, autoridades religiosas, por outro, o ambiente virtual favoreceu a uma participação mais ampla e gratuita. O formato online quebrou certas dificuldades impostas pelas distâncias geográficas, por questões econômicas, limitações de tempo na agenda e parecem apontar para a criação de outros espaços virtuais que favoreçam a reflexão e a prática teológico-pastorais de maneiras mais acessíveis a todos. Talvez apontem para eventuais modelos híbridos, que sejam capazes de conjugar momentos presenciais com interações e participações virtuais. Diante disso é preciso acolher a pergunta: o que o Espírito quer dizer às entidades e instituições que se encarregam do ensino e da reflexão teológica? Por onde o Espírito quer nos conduzir nestes novos e desafiantes tempos que vivemos?

Seguindo as pistas do pontificado de Francisco, o Congresso firma os passos e se compromete com uma perspectiva de uma Igreja em “saída missionária”, saída na direção das periferias geográficas e existenciais, próxima e solidária aos mais sofridos. Há de seguir na linha de uma reflexão teológico-pastoral que nasça do encontro com o povo, da escuta de seus dramas e sonhos. Uma teologia que tenha “cheiro das ovelhas”, que conheça de perto a realidade do povo e com ele – e não para ele, e muito menos sem ele – busque alternativas pastorais. Uma teologia que tenha, de fato, na pastoral o seu momento primeiro e cujo momento segundo, o da reflexão, seja iluminador para vida e a realidade do povo, que favoreça reconhecer que Deus caminha ao lado de seu povo e faz história com ele.

A sinodalidade, o caminhar juntos, é outra luz que brilhou forte em todo o Congresso. Ela como que pede cadeira permanente no seio da Igreja, em todas as suas instâncias, desde as decisões mais simples e cotidianas, até às mais delicadas e difíceis. Fazer valer a comum dignidade dos batizados, em que os diferentes ministérios, e a variadas funções não sejam mais que formas variadas de um mesmo e comum serviço ao Reino de Deus. Nesta linha vai o compromisso e empenho para a realização da Conferência Eclesial Latino-americana, marcada para o final deste ano no México, bem como o anseio, manifestado em diferentes oportunidades no Congresso, de que a CNBB possa dar passos e colocar em sua pauta a criação de uma Conferência Eclesial da Igreja do Brasil. Uma Conferência com representantes de todo o povo de Deus, no anseio de caminhar juntos, valorizando cada vez mais a “comum dignidade dos filhos e filhas de Deus”.

Reforçar e apoiar as Comunidades Eclesiais de Base, o núcleo primeiro da Igreja. Comunidades em que a Palavra de Deus seja, de fato, a fonte de animação de toda a sua vida e pastoral. Comunidades que se convertam em ninhos acolhedores para a devida iniciação à vida cristã, propiciando a formação de discípulos missionários que voltem a Jesus recriando suas opções no hoje de nossa história. Comunidades vivas que recuperem a sua força de fermento transformador da sociedade. Esse foi outro aceno surgido no Congresso. Uma Igreja povo, organizada a partir de baixo, de olhos abertos, em que a emoção, os apelos do coração, não levem a fechar os olhos, nem caiam no emocionalismo que sacrifica a teologia e a racionalidade. Uma Igreja rede de comunidades, que procure somar forças e cultive a unidade na diversidade, recuperando a importância do diálogo respeitoso, maduro e fecundo.

Esse anseio vem amparado pelo desejo de se fazer uma segunda recepção de Vaticano II e de Medellín, recuperando seu espírito de diálogo com o mundo e de sensibilidade aos dramas que afetam os nossos povos. Nesta direção a presença da Igreja da Amazônia, com as bases firmadas com o último Sínodo dos bispos, levam a busca de novos caminhos pastorais ancorados, também em uma ecologia integral e em uma fraternidade universal e social, como ensejados por Francisco.

Outro aceno vem ainda na busca efetiva de melhorias de condições de vida, como indicado por Tânia Bacelar. A necessidade e o empenho para “distribuir os ativos”: terra e conhecimento. Esse é o caminho para que o Brasil possa avançar para dias melhores de maior dignidade e inclusão de todos. O que está em sintonia pela defesa da tríade de “T” lembrada por Francisco no encontro com os Movimentos Populares: Terra, Teto e Trabalho para todos.

Enfim, se a proposta deste Congresso era “Discernir a pastoral em tempos de crise: realidade, desafios e tarefas”, podemos concluir que esse objetivo foi alcançado. O Congresso favoreceu o encontro com diferentes realidades, a partilha de muitas experiências pastorais, permitiu uma aproximação a variados desafios e propiciou o surgimento de novos anseios, alguns deles aqui sinalizados, e que permanecem como tarefas a serem levadas adiante. Notadamente a crise pandêmica e a dura realidade experimentadas, nestes tempos turbulentos, de inseguranças, de frágil democracia e exagerada violência, revelam-se como momentos fecundos, propícios a novas iniciativas pastorais, a novas reflexões teológicas. Oxalá estejamos vivendo as “dores de parto” de um algo novo engendrado pelo Espírito no seio da Igreja e da sociedade. E que nós, como membros do povo, com solicitude e presteza evangélicas, de ouvidos atentos, olhos abertos e mãos operosas, sejamos todos parturientes…

Prof. Dr. Ir. Denilson Mariano, SDN

Denilson Mariano é missionário sacramento e tem se dedicado decisivamente à formação de um laicato com fé adulta e consciência crítica-autocrítica na Igreja e na sociedade. Alinhado com o magistério do papa Francisco, sonha em mutirão com uma Igreja Povo de Deus e sacramento do Reino do Evangelho, que se coloca a serviço e participa da construção de outra humanidade possível. A partir da centralidade da Palavra de Deus, fonte da experiência da proximidade amorosa do Deus que se revela estradeiro conosco, e de iluminação para o discernimento e compromisso com os pobres nas lutas em defesa da dignidade da vida e do cuidado com a nossa Casa Comum. Ele é doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), onde fez as graduações em Filosofia e Teologia e o mestrado em Teologia. Denilson Mariano é o atual diretor da Revista de Evangelização O Lutador, participa da equipe missionária do Movimento da Boa Nova (MOBON), é assesssor das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), da CNBB, e é colaborador do Observatório da Evangelização.

Fonte:

revista.olutador.org.br

]]>
39397
Confira a programação do Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral https://observatoriodaevangelizacao.com/confira-a-programacao-do-congresso-brasileiro-de-teologia-pastoral/ Mon, 03 May 2021 13:29:41 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=39345 [Leia mais...]]]>

O Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral, previsto inicialmente para 2020, no contexto das polarizações políticas presentes no mundo e na Igreja, não pôde ser realizado, por causa das restrições da pandemia e do pouco uso da tecnologia da informação por parte de instituições, estudantes e professores/as dedicados à teologia. A temática do congresso atualiza a de 2020 com a seguinte formulação: Discernir a pastoral em tempos de crise: realidade, desafios, tarefas.

Como não podia deixar de ser, a questão da pandemia será o grande “sinal dos tempos” a ser pensando teologicamente no congresso. De fato, de muitas maneiras a religião foi utilizada nesse período. O nome de Deus serviu a propósitos díspares, inclusive para respaldar posições ideológicas contrárias à vida. A própria compreensão de Igreja foi afetada, levando muitos a se perguntarem sob que figura ela subsistirá no pós-pandemia.

João Batista Libanio, em 2012, na obra Cenários da Igreja num mundo plural e fragmentado, identificava então no Brasil cinco cenários:

  • 1. o da Igreja instituição;
  • 2. o da Igreja carismática;
  • 3. o da Igreja da pregação;
  • 4. o das Comunidades Eclesiais de Base;
  • 5. o da Igreja fragmentada, pós-moderna.

O surgimento, nos últimos anos, de grupos tradicionalistas e fundamentalistas, muito ativos na mídia social, indica a irrupção de um novo cenário, que aposta na polarização, manipula o uso da tradição, mas rompe com o Concílio Vaticano II, o magistério do papa Francisco e as orientações da CNBB. Preocupa ainda a persistência, em muitos grupos e movimentos eclesiais, do clericalismo e de estruturas eclesiásticas contrárias às mudanças empreendidas pelo atual Pontífice.

Nesse contexto e nesses cenários, permanecem, contudo, as questões:

  • O que é evangelizar?
  • Como ser testemunha da alegria do Evangelho, sobretudo nas periferias existenciais, no cuidado da casa comum, em atitude samaritana?
  • Como participar ativamente do processo de reforma da Igreja ao qual nos chama o papa Francisco?

PROGRAMAÇÃO E LINKS

03/05 | 19h30 às 21h Abertura e Conferência Discernir a Pastoral em tempos de crise

04/05 | 19h30 às 21h Conferência Provocações para uma leitura do tempo presente

05/05 | 14h às 16h Painéis 

05/05 | 19h30 às 21h Conferência Desafios e perspectivas para a pastoral no Brasil hoje

06/05 | 14h às 16h Painéis

06/05 | 19h30 às 21h Encerramento: Horizontes Pastorais do Congresso

Link:    https://www.youtube.com/watch?v=3aDe8xAqAIM

]]>
39345
Começa hoje o I Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral https://observatoriodaevangelizacao.com/comeca-hoje-o-i-congresso-brasileiro-de-teologia-pastoral/ Mon, 03 May 2021 12:32:21 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=39336 [Leia mais...]]]>

Fazei isso em memória de mim” (Lc 22,19)

Entre os dias 3 e 6 de maio, um grupo de instituições católicas de Belo Horizonte (FAJE, ISTA, PUC Minas, Centro Loyola), com o apoio de várias instituições católicas do Brasil, realiza o Primeiro Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral. O tema escolhido “Discernir a pastoral em tempos de crise: realidade, desafios, tarefa”, é uma oportunidade para viver o mandato de Jesus na última ceia: “fazei isso em memória de mim” (Lc 22,19).

Certamente o mandato de reiterar o ato do “partir o pão”, em memória do mistério da entrega de sua vida até o ato supremo, evoca fundamentalmente o que se celebra na eucaristia, enquanto sacramento do corpo e do sangue do Senhor entregue para o perdão dos pecados. Contudo, o que se celebra em sacramento, deve traduzir-se na vida de cada fiel que participa da “Ceia do Senhor” e da comunidade na qual isso é celebrado. Portanto, o ato de fazer memória tem muitos significados. Não se reduz ao gesto litúrgico celebrado em cada eucaristia, mas inscreve-se na história de quem celebra. E o fazer memória não é somente recordar-se de algo acontecido no passado, mas é trazer esse passado para o presente de quem o celebra. Com isso, o ato passado se torna presente de novo. E é importante ainda insistir, não como repetição meramente ritual do que aconteceu no passado, mas como gestos novos vividos por quem celebra no lugar e tempo que celebra.

Em que sentido um evento acadêmico e pastoral, como um congresso de teologia, é um ato eucarístico de fazer memória? No sentido apontado por João XXIII no discurso de abertura do Concílio Vaticano II. Segundo ele, o Concílio não tinha que elaborar novos dogmas, novas doutrinas, nem condenar os que os colocavam em questão. Urgia, mais do que nunca, traduzir a imensa riqueza do “depósito da fé” em linguagem compreensível, que pudesse dar sentido à vida dos fiéis e tornar sua fé relevante na sociedade. Vários teólogos, ao relerem esse discurso e a ênfase dada por ele à “pastoral”, têm insistido muito no princípio da “pastoralidade” como central para se compreender o que quis o Concílio.

O que seria o princípio da pastoralidade?

Nada mais do que realizar o mandato da última ceia: “fazei isso em memória de mim”. Ajudar os discípulos e discípulas de Jesus a repetirem em cada lugar e tempo o que o Mestre havia realizado, ou seja, repetir os gestos jesuânicos. As igrejas locais são chamadas a ser as principais intérpretes do mandato do Nazareno, no sentido de perceberem quais são as melhores respostas, diante dos desafios dos “sinais dos tempos”, que melhor encarnam a realização da memória viva de seu Senhor.

No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB é a instância de discernimento, para o conjunto dos fiéis católicos do país, dos novos desafios para tornar viva, significativa e atuante a memória de Jesus de Nazaré no território nacional. Em geral, todos os anos ela se reúne, seja em assembleia nacional, seja nas assembleias dos Regionais. As dioceses também, através de várias instâncias, buscam incessantemente estar à escuta do que o “Espírito diz às Igrejas” (Ap 2,7). Nos últimos anos, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) têm estado atentas, sobretudo, às grandes mudanças provocadas pelo processo de urbanização do país, com o surgimento de uma sociedade cada vez mais plural, na qual o indivíduo, com seus desejos, frustrações e sonhos, torna-se cada vez mais importante. Já na Conferência de Aparecida, essa preocupação com a subjetividade tinha ganhado importância. Nas últimas DGAE (2019-2023), a pastoral urbana e a ênfase em temas da sociedade pós-moderna são importantes na proposta de se pensar a evangelização a partir dos quatro pilares de uma casa: Palavra, Pão, Caridade, Missão.

Com a urgência sanitária, provocada pela pandemia da Covid-19, novas questões foram colocadas ao ato de “fazer memória” de Jesus (= pastoral) nas comunidades eclesiais do país. Impedidas de realizarem suas atividades habituais, elas tiveram que utilizar os recursos tecnológicos e digitais para suas liturgias, reuniões, atividades de proposição da fé na catequese, nos grupos de evangelização e na formação de lideranças. Também foram obrigadas a inventar novas formas de acompanhamento dos mais vulneráveis, dos que eram atingidos pela pandemia, das pessoas obrigadas a longos períodos de isolamento.

O papel da teologia no ato de fazer memória de Jesus é o de ajudar os fiéis e os pastores da Igreja para que possam estar “prontos da darem as razões de sua esperança” (1Pd 3,15) diante de cada nova situação em que se encontram, com os desafios que levantam ao testemunho cristão. Trata-se, portanto, de um serviço ao “povo santo de Deus”, como insiste tanto o papa Francisco, e ao magistério.

Nesse sentido, o Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral, que reunirá teólogos e teólogas de todo o Brasil, estudantes de teologia e muitas pessoas envolvidas na pastoral, quer ser um momento de escuta das questões de nosso tempo, à luz da memória de Jesus, para que, diante dos novos sinais dos tempos, possamos continuar realizando os mesmos gestos jesuânicos.

Além de palestras, painéis e seminários temáticos, que discutirão muitas questões levantadas hoje na pastoral concreta da Igreja do Brasil, também haverá a apresentação de comunicações, que são pesquisas realizadas por estudantes, professores e professoras de teologia. Também serão apresentadas algumas experiências significativas da pastoral. Oxalá esse evento acadêmico e pastoral possa abrir novas pistas para a pastoral no Brasil.

Para os que se interessarem, a maioria das atividades serão de acesso livre. Basta clicar na página do Portal da FAJE que dá informações sobre o congresso, que lá estarão os links dessas atividades: 

https://www.faculdadejesuita.edu.br/congresso-de-teologia-e-pastoral–120/congresso-de-teologia-e-pastoral–120

Geraldo Luiz De Mori SJ é professor e pesquisador do departamento de Teologia da FAJE.

Fonte:

http://faculdadejesuita.edu.br

]]>
39336
Um convite especial: vem aí o I Congresso brasileiro de Teologia Pastoral, confira: https://observatoriodaevangelizacao.com/um-convite-especial-vem-ai-o-i-congresso-brasileiro-de-teologia-pastoral-confira/ Wed, 04 Mar 2020 14:06:14 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34267 [Leia mais...]]]> Com o Concílio Vaticano II, a Igreja católica, através do “princípio da pastoralidade”, tem buscado aprofundar e testemunhar esta alegria do Evangelho, indo ao encontro das “alegrias e esperanças”, “tristezas e angústias” dos homens e mulheres de cada tempo e lugar (GS, n. 1).

No Brasil, a CNBB, inicialmente através do Plano de Pastoral de Conjunto, traduziu as grandes intuições e orientações do Concílio, renovando e dinamizando a pastoral, conferindo-lhe criatividade, ousadia, profetismo e presença samaritana, aproximando a Igreja dos mais pobres e excluídos. Esta orientação, hegemônica em grande parte das dioceses, da vida religiosa e das lideranças laicais do país, conheceu, sobretudo a partir da década de 90’, vários deslocamentos e mudanças, provocados, por um lado, pelo avanço do pentecostalismo dentro e fora da Igreja, e, por outro, pelos desdobramentos da cultura pós-moderna e tecnológica. Tudo isso, em um contexto cada vez mais urbano, ainda marcado por grandes injustiças e desigualdades e que conhece um pluralismo de princípio, o qual afeta todos os âmbitos da vida, inclusive o religioso.

A proposta deste congresso acontece em um momento de grandes polarizações no mundo e na Igreja, presentes também em nosso país, onde coexistem visões eclesiais que avançam e retrocedem na maneira de entender o ser e o agir dos cristãos no mundo. Como o mostrou com lucidez o teólogo jesuíta João Batista Libanio, essas visões se distribuem em cinco cenários:

  • 1) o da Igreja da instituição, que tem como polos aglutinadores a face institucional da Igreja (paróquia, diocese, cúria romana), com tendência ao clericalismo, embora seja referência para um número significativo de católicos;
  • 2) o da Igreja carismática, fortemente hegemônica em muitos ambientes eclesiais, centrada na busca da experiência do sagrado, como emoção, consolo, cura e paz, dados pela experiência do Espírito, em meio às angústias e inseguranças do mundo, com tendência ao intimismo e a uma visão ingênua da realidade;
  • 3) o da Igreja da Pregação, marcada pela centralidade da Palavra e aquilo que a ela está associado: o saber doutrinal, o conhecimento, a pregação e o ensino;
  • 4) o da Igreja da práxis libertadora, nascida das Comunidades Eclesiais de Base, da opção pelos pobres e do compromisso profético da luta pela justiça, que foi hegemônica em muitas igrejas no país e hoje encontra-se em franco recuo;
  • 5) o da Igreja plural fragmentada pós-moderna, que acolhe as  novas tendências culturais da cultura pluralista e tecnológica atual, fortemente centrada no indivíduo e sua tendência a fixar-se no presente.

Cada cenário busca arregimentar adeptos e seguidores através de ações concretas e vários tipos de estratégias evangelizadoras e metodologias proselitistas de todos os matizes (cf. LIBANIO, J. B. Cenários da Igreja. Num mundo plural e fragmentado. São Paulo: Loyola, 2012). Neste contexto, urge se perguntar: o que é evangelizar? Como ser testemunha da alegria do Evangelho, sobretudo nas periferias existenciais e geográficas, às quais chama o papa Francisco?

O Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral quer debruçar-se sobre a pastoral no mundo contemporâneo a partir de duas imagens:

  • a) a da herança, que recorda o passado criativo, ousado e destemido das primeiras décadas de recepção do Vati
  • cano II no Brasil;
  • b) a do parto, que aponta para um presente que, mais que ao desânimo, apatia, autorreferencialidade ou imobilismo, convida à acolhida do novo que está em gestação ou prestes a ser dado à luz, que deve suscitar esperança, ser cuidado, para crescer e oferecer a alegria do Evangelho para o presente e o futuro.

Programação Completa: 

4 de maio – Segunda-feira 16h – Início do credenciamento

19h30 – Abertura

20h- Conferência de Abertura: Herança e novos cenários da pastoral – Professor doutor Agenor Brighenti (PUC Paraná)

5 de maio – Terça-feira 

7h30 – Momento de Espiritualidade

8h – Conferência 1: Provocações para uma leitura do tempo presente – Professor doutor Vladimir Safatle (USP)

9h30 – Intervalo

10h – Conferência 2: A nova face da religião no Brasil – Professora doutora Brenda Carranza (PUC Campinas)

12h – Intervalo

14h – Seminários Temáticos

  • 1. A animação bíblica da pastoral – Professora doutora Zuleica Silvano, FSP (FAJE);
  • 2. Fé, política e cidadania na Igreja hoje – Professor doutor Robson Sávio (PUC Minas);
  • 3. A pastoral e a via da beleza – Padre Jordélio Siles Ledo (Provincial Estigmatinos);
  • 4. Pastoral de gestação – Professor doutor Francys Adão Silvestrini, SJ (FAJE);
  • 5. Propor a fé para os jovens à luz da Christus vivit – Padre Antônio Ramos Prado, SDB, Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude (Universidade Salesiana de Campinas, CNBB);
  • 6. Análise de Conjuntura e leitura dos sinais dos tempos hoje – Professor doutor Edelcio Serafim Ottaviani (PUC São Paulo)

16h30 – Intervalo

17h- Comunicações de Pesquisas

19h – Encerramento

6 de maio – Quarta-feira 

7h30 – Momento de Espiritualidade

8h – Conferência 3: Desafios e perspectivas da evangelização na cidade – Professor doutor dom Leomar Brustolin (PUC RS)

9h30 – Intervalo

10h – Painéis

1. Evangelização e cultura digital – Professor doutor Moisés Sbardelloto (Unisinos) e mestre Aline Amaro da Silva (PUC/RS);

2. Evangelização e movimentos populares – Professor doutor Francisco Aquino Júnior (UNICAP) e professora doutora Moema Miranda (Instituto Teológico Franciscano, Petrópolis e REPAM);

12h – Intervalo

14h – Seminários Temáticos

  • 1. Pastoral nas vilas e favelas – Bispo auxiliar dom Vicente Ferreira (Arquidiocese de BH);
  • 2. A paróquia numa Igreja em saída – Professor José Manoel de Godoy (FAJE) e professor Matheus da Silva Bernardes (PUC Paraná);
  • 3. Os novos ministérios e a mulher – Professora doutora Solange Maria do Carmo (PUC Minas);
  • 4. A iniciação à vida cristã – Professora doutora Abimar Oliveira de Morais (PUC Rio);
  • 5. Perspectivas eclesiais que se abrem a partir do sínodo da Amazônia – Professor doutor Paulo Suess (ITESP);
  • 6. A pastoral, mundo do trabalho e economia de Francisco – Professor doutor Élio Gasda (FAJE);
  • 7. Ação Pastoral no Brasil: A contribuição do Vaticano II em tempos obscurantistas – Professor doutor Ney de Souza (PUC/SP Teologia).

16h30 – Intervalo

17h – Experiências Pastorais Inovadoras

7 de maio – Quinta-feira 

7h30 – Momento de Espiritualidade

8h – Conferência Final: As novas Diretrizes da Ação Evangelizadora 2019-2023: perspectivas para a pastoral hoje – Professor mestre dom Joaquim Mol (Reitor da PUC Minas e Bispo Auxiliar de BH)

9h30 – Intervalo

10h – Painéis

  • 1. O significado da sinodalidade para a pastoral – Professor doutor Mário de França Miranda, SJ (PUC Rio) e professora mestre Rosana Manzini (PUC São Paulo);
  • 2. Pentecostalidade e mística – Professor doutor Carlos Frederico Barbosa (PUC Minas) e professora doutora Ceci Maria Costa Baptista Mariani (PUC Campinas).

12h – Encerramento do Congresso

INSCRIÇÕES & INFORMAÇÕES

www.faculdadejesuita.edu.br/eventos/congressoteopastoral 

Envio de Proposta de Comunicação ou Experiência até 03/04/2020

Inscrições para Participação até 30/04/2020

]]>
34267