Grupos de Jesus – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Mon, 23 Aug 2021 11:43:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Grupos de Jesus – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Da crise religiosa à progressiva Indiferença, com a palavra José Antonio Pagola https://observatoriodaevangelizacao.com/da-crise-religiosa-a-progressiva-indiferenca-com-a-palavra-jose-antonio-pagola/ Mon, 23 Aug 2021 11:43:01 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=40224 [Leia mais...]]]> Uma reflexão necessária na ação evangelizadora: a crescente indiferença religiosa no contexto urbano. Confira a reflexão de José Antonio Pagola para os membros dos grupos de Jesus:

A crise religiosa vai-se decantando pouco a pouco em direção à indiferença. Normalmente, não se pode falar propriamente de ateísmo, nem mesmo de agnosticismo. O que melhor define a posição de muitos é uma indiferença religiosa onde já não há questões, nem dúvidas, nem crises.

Não é fácil descrever esta indiferença. A primeira coisa que se observa é a ausência de inquietação religiosa. Deus não interessa. A pessoa vive na despreocupação, sem nostalgias nem qualquer horizonte religioso. Não se trata de uma ideologia. É, mais bem, uma «atmosfera envolvente» onde a relação com Deus fica diluída.

Há vários tipos de indiferença.

Alguns vivem nestes momentos um afastamento progressivo; são pessoas que se vão distanciando cada vez mais da fé, cortam laços com o religioso, afastam-se da prática; pouco a pouco Deus vai-se apagando nas suas consciências.

Outros vivem simplesmente absorvidos pelas coisas de cada dia; nunca se interessaram muito por Deus; provavelmente receberam uma educação religiosa débil e deficiente; hoje vivem esquecidos de tudo.

Em alguns, a indiferença é fruto de um conflito religioso, vivido por vezes em segredo; sofreram medos ou experiências frustrantes; não guardam uma boa recordação do que viveram em crianças ou adolescentes; não querem ouvir falar de Deus, pois isso magoa-os; defendem-se esquecendo-o.

A indiferença de outros é, antes, o resultado de circunstâncias diversas. Deixaram a pequena povoação e hoje vivem de forma diferente num ambiente urbano; casaram com alguém pouco sensível ao religioso e mudaram de costumes; separaram-se do seu primeiro cônjuge e vivem numa situação de casal não “abençoado” pela Igreja. Não é que estas pessoas tenham tomado a decisão de abandonar Deus, mas na verdade as suas vidas vão-se afastando Dele.

Há ainda outro tipo de indiferença encoberta pela piedade religiosa. É a indiferença de quem se habituou a viver a religião como uma «prática externa» ou uma «tradição rotineira». Todos devemos ouvir a queixa de Deus. Jesus recorda-nos com palavras tomadas do profeta Isaías: «Este povo me honra com os lábios, mas os seus corações estão longe de mim».

José Antonio Pagola
Tradutor: Antonio Manuel Álvarez Perez

(Grifos e adaptação para o Observatório da Evangelização: Edward Guimarães)

Fonte:

Grupos de Jesus

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“Círculos Bíblicos” são ou podem ser também “Grupos de Jesus”? https://observatoriodaevangelizacao.com/circulos-biblicos-sao-ou-podem-ser-tambem-grupos-de-jesus/ https://observatoriodaevangelizacao.com/circulos-biblicos-sao-ou-podem-ser-tambem-grupos-de-jesus/#comments Wed, 23 May 2018 20:21:11 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=28182 [Leia mais...]]]> O biblista espanhol José Antônio Pagola, autor de muitos estudos publicados sobre a pessoa de Jesus, os Evangelhos e seguimento de Jesus, vem promovendo a proposta de se formar “Grupos de Jesus”. Grupos de cristãos e pessoas de boa vontade que se reúnem para cultivar intimidade com o Evangelho do Reino e, assim, melhor conhecer a pessoa de Jesus, a fé de Jesus e o seu compromisso com o projeto do Reino de Deus, para mais amá-lo e segui-lo:

Os Grupos de Jesus são pessoas e grupos que querem viver juntos um processo de conversão individual e grupal a Jesus, mergulhando na essência do Evangelho de Jesus Cristo de maneira simples.

Estes grupos, convocados e encorajados por Jesus, vivem uma experiência renovadora num clima de amizade fraterna durante um período de quatro a cinco anos.

Isto não se destina a substituir outros processos catequéticos, de iniciação a vida cristã (catecumenatos) ou realidades semelhantes, que têm os seus próprios objetivos e métodos, mas sim para ajudar a construir uma Igreja mais fiel a Jesus, assim como colocar-se a serviço do projeto humanizador do Pai, o que Jesus chamava de Reino de Deus.

Esta nova experiência eclesial foi iniciada há anos por José Antonio Pagola. Auxiliados pelos dois livros de Pagola, “Voltar a Jesus” (apresentação e fundamentação da proposta) e “Grupos de Jesus” (roteiros para os grupos de Jesus), criamos um espaço virtual (www.gruposdejesus.com) de comunicação e participação de todos os grupos de Jesus que existem hoje e de todos os interessados ​​em viver juntos este processo, em rede, a partir da dinâmica da “Igreja em saída” promovido pelo papa Francisco.

 

Entre nós, desde o final dos anos 60, em nossa busca criativa de receber e concretizar o Concílio Vaticano II, faz história os “Círculos Bíblicos”. Pequenos grupos de cristãos que se reúnem para conhecer e cultivar intimidade com a Palavra de Deus e, com a luz que irradia dessa Palavras, refletir criticamente sobre a nossa caminhada, com seus desafios e urgências.

Que semelhanças há entre as duas propostas? Elas podem ser vividas conjuntamente e com mútua inspiração? Para avaliar conheçamos mais de perto a proposta de Pagola:

 

Para a organização dos “Grupos de Jesus”

Primeiros passos

Fazer parte dos “Grupos de Jesus” não requer preparação especial. É suficiente que um grupo de pessoas queira ouvir juntos o Evangelho para voltar a Jesus com o desejo de melhor conhecê-lo, para mais amá-lo e segui-lo.
Não é necessário que eles sejam cristãos praticantes. Podem participar pessoas que  já creem com convicção, pessoas que estão em busca por se sentirem atraídas por Jesus e até mesmo pessoas que se sentem em dúvida. Ele está no coração de todos, despertando nossa fé ou o desejo de uma vida mais digna.

Sobre o papel do(a) moderador(a) ou coordenador(a)

Para iniciar um “Grupo de Jesus” não é necessário a presença de presbítero ou religioso(a). Mas é necessário que alguém discretamente conduza, anime e encoraje o grupo. Não é necessário que esta pessoa saiba mais do que ninguém. O grupo não se reúne para ouvi-la, mas para ouvir a Jesus, que nos fala pelo Evangelho.
A missão do(a) moderador(a) ou coordenador(a) é a de convocar todos os membros,  garantir que todos participem de um diálogo amigável, com respeito mútuo e de maneira positiva, que o Evangelho seja ouvido e que seja criado um clima de oração e conversão a Jesus, seguindo os vários passos da reunião.

 

A iniciativa dos leigos e leigas

Os “Grupos de Jesus” podem ser constituídos e animados por qualquer cristão. Os leigos e leigas encontrarão nestes grupos um novo espaço para o seu compromisso evangelizador.
Não devemos pensar em grupos grandes e complexos, mas, acima de tudo, em pequenas células em torno de doze pessoas mais ou menos.
Há grande variedade de grupos:  grupos formados por amigos, vizinhos, casais cristãos, casais em situação irregular, ex-alunos de uma escola, jovens, trabalhadores, religiosos e mães…

Duplo compromisso

Começar a jornada em um “Grupo de Jesus” exige um duplo compromisso com o qual todos, juntos, são chamados a assumir e ser solidários:
1. Nós nos comprometemos a preparar pessoalmente a reunião: o bom progresso do grupo dependerá, em grande parte, do trabalho que cada um faz em casa antes da reunião.

2. Nós nos comprometemos a participar ativamente das reuniões. Nem todo mundo tem a mesma facilidade para falar e dialogar, mas todos nós estamos no grupo para, com toda simplicidade, contribuir e não apenas para receber.

Criatividade do grupo

No livro Grupo de Jesus, os participantes encontram todo o auxílio necessário: para descobrir entre todos a mensagem do Evangelho, para motivar a conversão pessoal, para estimular o compromisso do grupo no e com o projeto de Jesus e para praticar a oração. Sugestões de oração também são propostas ao grupo, mas, naturalmente, o grupo deve desenvolver sua própria criatividade (músicas, símbolos, gestos, música ambiente…).

Antes de começar a caminhada

É conveniente que a caminhada seja feita de forma correta, mas é o grupo que, com autonomia, tem que decidir, de acordo com a sua realidade, a periodicidade e o ritmo das reuniões, bem como o local mais adequado e a sua duração …
Portanto, antes de começar a caminhada é muito importante fazer uma reunião ou duas para começar a se conhecer, entender melhor o que é um “Grupo de Jesus”, especificar e buscar o consenso entre todos sobre os aspectos práticos necessários: o lugar e a frequência das reuniões, a distribuição das tarefas, a aquisição dos materiais, a preparação do primeiro encontro…

 

Fonte:

www.gruposdejesus.com

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