Fernando Altemeyer – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Sat, 27 Feb 2021 02:55:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Fernando Altemeyer – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 A Igreja católica no Benin https://observatoriodaevangelizacao.com/a-igreja-catolica-no-benin/ Sat, 27 Feb 2021 02:55:51 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38421 [Leia mais...]]]>
Comunidade Católica no Benin – Foto: Sociedad de Misiones Africanas (SMA)

Em Benin há dez circunscrições eclesiásticas, sendo duas arquidioceses ou sedes metropolitanas e oito dioceses. Dois papas visitaram o país: João Paulo II, em fevereiro de 1982 e em fevereiro de 1993; Bento XVI em novembro de 2011.

Por Fernando Altemeyer *

Mapa de Benin

A superfície do país é de 112.622 quilômetros quadrados. Os idiomas falados são: francês, fon-ghe, ioruba, bariba, a-ja-gbe, auizo-gbe e inúmeros dialetos regionais. A capital do país é Porto Novo, com 272 mil habitantes. Benin faz fronteiras com Burkina Faso, Níger, Nigéria e Togo. A taxa de fecundidade é de 5,53 filhos por mulher, tendo uma esperança de vida de 56,8 anos. Sua população urbana é de 45%. O país é um grande produtor mundial de algodão.

Atualmente tem 12.575.000 habitantes, dos quais 4.250.000 católicos, ou seja, 33,8% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.

Dados eclesiais

Em Benin há dez circunscrições eclesiásticas, sendo duas arquidioceses ou sedes metropolitanas e oito dioceses. O episcopado conta atualmente com 13 prelados, sendo dois arcebispos na ativa, um núncio apostólico, três arcebispos eméritos e sete bispos. Está vacante a diocese de Djougou.

Papa Francisco com bispos do Benin – Foto: Vatican Media

A organização pastoral se faz por meio de 370 paróquias e 1.139 centros de atendimento pastoral. Ministros do povo de Deus: 890 prebíteros (742 padres do clero secular e 148 membros do clero religioso ou regular), 570 seminaristas, 115 irmãos, 30 membros de institutos seculares, 19 missionários leigos, 1323 religiosas consagradas e 11756 catequistas.

Censo religioso:

  • católicos …………………………………………………………………………………… 33,8%
  • muçulmanos ……………………………………………………………………………. 24,6%
  • religiões nativas (em forma sincrética com outras religiões) …….. 17,9%;
  • sem religião definida ………………………………………………………………… 5,2%;
  • igreja celestial …………………………………………………………………………… 5,0%;
  • metodistas ……………………………………………………………………………….. 3,2%.

Benin é o país originário do vodu, patrocinado pelo povo ioruba.

Curiosidades históricas

A evangelização principia efetivamente em 1860. A Prefeitura apostólica de Dahomey é criada em 26/06/1883, e elevada a Vicariato em 25/05/1901; tornar-se-á a arquidiocese de Coutonou em 14/09/1955, quando a hierarquia é estabelecida no país.

Benin conquistou sua independência no dia 1 de agosto de 1960. Em 1970 um governo marxista-leninista estatizou todas as escolas confessionais, prendeu presbíteros e expulsou missionários do país.

Dois papas visitaram o país: João Paulo II em fevereiro de 1982 e em fevereiro de 1993; Bento XVI em novembro de 2011.

Tráfico negreiro

Essa região é chamada de Costa dos Escravos, pelo grande número de escravos embarcados para o Novo Mundo durante o tráfico negreiro transatlântico, particularmente ao Brasil. Em 1715, um viajante francês comentou que Salvador parecia uma “nova Guiné”, devido à diversidade de origem dos escravos. São Salvador da Bahia tinha alta concentração de africanos escravizados que vinham do golfo do Benin, a segunda maior região escravista na África. Eram falantes das línguas gbè (ardras, minas e jejês, principalmente) trazidos à força para a Bahia durante o século XVIII.

A formação do Candomblé ilumina a presença de africanos da área gbè na Bahia setecentista. Cerca de 26,2% dos navios que traficaram em Uidá, entre 1727 e 1863, tiveram São Salvador da Bahia, do Brasil, como porto de origem, e 31,1% das embarcações em Porto Novo, Benin originaram-se da Bahia entre 1760 e 1850. 

Cardeal

Bernardin Gantin †, Arcebispo de Cotonou; nascido em 08/05/1922 e falecido em 13/05/2008. Criado cardeal pelo papa Paulo VI em 27/06/1977. Foi o primeiro cardeal africano a presidir um Dicastério da Cúria Romana, como o Prefeito da Congregação para os Bispos.

Nenhum bispo presente ao Concílio Vaticano I, de 08/12/1869 a 20/10/1870.

Presentes ao Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965. Todos já falecidos.

  1. André van den Bronk, S.M.A. †, Bispo de Parakou; Idade: 57.7
  2. Bernardin Gantin †, Arcebispo de Cotonou; Idade: 43.3
  3. Lucien Monsi-Agboka †, Bispo de Abomey; Idade: 39.3
  4. Noël Laurent Boucheix, S.M.A. †, Bispo de Porto Novo; Idade: 64.7
  5. Patient Honoré Pierre Yvon Redois, S.M.A. †, Bispo de Natitingou; Idade: 40.3
  6. Robert Chopard-Lallier, S.M.A. †, Prefeito de Parakou; ligado diretamente ao Vaticano; Cúria Romana; Idade: 42.5

* Perfil da Igreja Católica da República do Benin   République du Bénin, antes denominada Daomé (ou Dahomey).

Pesquisa para o Portal Consolata América preparada pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP.  Email: fajr@pucsp.br

Fontes da pesquisa: 

www.vatican.va

http://www.catholic-hierarchy.org/

http://cardinals.fiu.edu/

http://www.eglisecatholiqueaubenin.com/

https://secam.org/

Fonte:

www.consolataamerica.org

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A Igreja Católica na aRgélia https://observatoriodaevangelizacao.com/a-igreja-catolica-na-argelia/ Wed, 10 Feb 2021 14:24:50 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38026 [Leia mais...]]]>

Argélia é um país muçulmano. Os católicos são apenas 0,001% da população, organizados em 4 dioceses, 34 paróquias e 42 centros de atendimento pastoral. No país, em 1916 foi martirizado o bem-aventurado Charles de Foucault, o “irmão universal”.

Por Fernando Altemeyer *

Basílica de N.Sra. da África, Alger –
Foto: Marvellous World by Sonia (Flickr)

Argélia tem uma superfície de 2.381.741 Km². Os idiomas falados no país são o árabe, francês, algeriano, tamzight (berbere) e diversos idiomas locais. Sua capital é Alger, com 3,3 milhões de habitantes. Faz fronteiras com Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Sahara Ocidental e Tunísia.

A parte setentrional concentra 94% da população. Ao sul se estende o deserto do Sahara. O índice de fecundidade é de 2,59 filhos por mulher. A esperança de vida é de 73,5 anos. A população urbana é de 60%. O país é rico em petróleo e gás natural, ferro e fosfatos.

Atualmente têm 44.004.000 habitantes, dos quais 6.500 católicos, ou seja, 0,001% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.

DADOS ECLESIAIS

Há quatro circunscrições eclesiásticas, sendo uma arquidiocese e três dioceses. O episcopado conta atualmente com sete bispos, sendo um arcebispo, um núncio, três bispos na ativa e dois eméritos.

Quatro dioceses da Argélia

A organização pastoral se faz por meio de 34 paróquias e 42 centros de atendimento pastoral. Ministros do povo de Deus: 84 sacerdotes (27 padres do clero secular e 57 membros do clero religioso), um diácono permanente, quatro seminaristas, 18 irmãos, um membro de instituto secular, 14 missionários leigos, 160 religiosas consagradas, dois catequistas.

Senso religioso:

  • muçulmanos sunitas são 97,9%;
  • sem filiação são 1,8%;
  • religiões nativas vão de 0,99 a 6% (sincretismos presentes);
  • católicos 0,001%

CURIOSIDADES

A evangelização principia desde os tempos apostólicos, extirpada com a devastação dos vândalos no século V e depois pela conquista muçulmana em 709, sobrevivendo em pequenas comunidades até o século XII. Santo Agostinho nasceu na Argélia e foi bispo de Hipona (atual cidade de Annaba).

A organização católica volta a existir quando da presença colonial francesa a partir de 1830. Acompanham os franceses os grupos missionários de trinitários e lazaristas. A diocese de Alger é erigida em 1838. A hierarquia é restabelecida em 1880.

Em 13/01/1904, em território dos tuaregues, no lugar conhecido como Tamanrasset, se estabelece o bem-aventurado Charles de Foucault, assassinado em 01/12/1916. Em 27 de maio de 2020, o Vaticano anunciou que ele será canonizado em breve. 

Irmão Charles de Foucault: “irmão universal” – Foto: Divulgação

Chega à independência depois de guerra crudelíssima em 05/07/1962. A Guerra da Argélia (1954-1962) foi um grave e cruel conflito dos argelinos contra franceses invasores para conquistar a independência do país. O conflito provocou a morte de mais de 300 mil argelinos, 27.500 soldados franceses e o êxodo de 900 mil colonos franceses. A violência retorna ao país anos depois e 80 mil pessoas foram assassinadas em anos recentes, incluídos os sete monges trapistas do mosteiro de Atlas e o bispo católico de Oran, em 21 de maio de 1996.

Padroeiros:

São Cipriano de Cartago e Nossa Senhora da África.

Cardeais:

  1. Charles-Martial-Allemand Lavigerie, M.Afr.,  (nascido em Saint-Esprit, Huire, diocese de Aire, França em 31/10/1825, falece em 26/11/1892). Criado cardeal pelo papa Leão XIII em 27/03/1882.
  2. Léon-Étienne Duval, nascido em Chênex, França em 09/11/1903 e falecido em 30/05/1996. Criado pelo papa Paulo VI em 22/02/1965.

Bispos presentes ao Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870.

  1. Charles-Martial Allemand-Lavigerie †, cardeal arcebispo de Alger; Idade: 44.1
  2. Félix-Joseph-François-Barthélemy de Las Cases †, bispo de Constantine (-Hippone); Idade: 60.2
  3. Jean-Baptiste-Irénée Callot †, bispo de Oran; Idade: 55.0

Bispos presentes ao Concílio Vaticano II de 1962 a 1965. Hoje falecidos.

  1. Bertrand Lacaste †, bispo de Oran; Idade: 68.2
  2. Gaston-Marie Jacquier †, bispo auxiliar de Alger; Idade: 61.6
  3. Georges-Louis Mercier, M. Afr. †, bispo de Laghouat; Idade: 63.1
  4. Léon-Etienne Duval †, Cardeal, arcebispo de Alger; Idade: 61.8
  5. Paul-Pierre-Marie-Joseph Pinier †, bispo de Constantine (-Hippone); Idade: 65.9

Mártires da Igreja argelina:

  1. Bem-aventurado Charles de Foucauld, sacerdote e mártir (+01/12/1916). Em breve será canonizado santo;
  2. Bem-aventurados mártires da Argélia, irmãos trapistas e mártires de Tibhirine (+ 21/05/1996);
  3. Bem-aventurado Francesco Zirano, sacerdote franciscano conventual e mártir (+25/01/1603).

* Perfil da Igreja Católica da República democrática da Argélia (Al-Jumhunyan Al-Jaza´Iriyah ad-Dimuquatiyah ash-Sha’biyah   Pesquisa para o portal da Consolata preparada pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior do Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP.  Email: fajr@pucsp.br  

Fontes da pesquisa:

www.vatican.va

http://www.catholic-hierarchy.org/

http://cardinals.fiu.edu/

http://www.ada.asso.dz/

https://secam.org/

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A IGREJA CATÓLICA NA ÁFRICA DO SUL https://observatoriodaevangelizacao.com/a-igreja-catolica-na-africa-do-sul/ Fri, 05 Feb 2021 01:58:41 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=37914 [Leia mais...]]]>
O Secretário Geral da ONU, Javier Pérez de Cuéllar (direita), se reune com Nelson Mandela, Presidente do Congresso Nacional Africano. 3 de dezembro de 1991. – Foto: ONU/Eskinder Debebe

A figura eminente da luta sul-africana contra o “apartheid” é Nelson Mandela (1918-2013), recordado anualmente pela ONU. O papa São João Paulo II visitou o país em setembro de 1995.

Por Fernando Altemeyer

A superfície da África do Sul é de 1.219.912 quilômetros quadrados. Os idiomas falados são: africâner, inglês, ndébélé, sotho, pedi, xhosa, zulu, sesotho, tsonga, venda, siswati, tswana e inúmeros dialetos regionais. A capital administrativa é Pretória, a capital legislativa é Cape Town e a capital judiciária é Bloemfontein.

O país faz fronteira com Botswana, Moçambique, Swazilândia, Lesoto, Namíbia e Zimbabwe. A taxa de fecundidade é de 2,22 filhos por mulher e a esperança de vida é de 56,10 anos, com uma população urbana de 58%.  Há abundantes minas de ouro, platina, prata, diamante, ferro, carvão, urânio. Pode ser considerada a locomotiva da África, enfrenta séria questão do tráfico sexual de menores e mulheres.

Atualmente tem 57.812.000 habitantes, dos quais 4.046.840 católicos, ou seja, 7,2% da população, segundo as estatísticas publicadas pela Santa Sé.

DADOS ECLESIAIS

No país há 27 circunscrições eclesiásticas, sendo cinco arquidioceses ou sedes metropolitanas, um ordinariato militar, um vicariato apostólico e vinte dioceses. O episcopado conta atualmente com 40 prelados sendo um cardeal arcebispo, cinco arcebispos ativos, um núncio apostólico, quatro arcebispos eméritos, dezoito bispos diocesanos, um vigário apostólico e dez bispos eméritos. Atualmente estão vacantes quatro circunscrições: Eshowe, Kimberley, Kokstad e Queenstown.

Conferência Episcopal dos Bispos da África Austral (SACBC)

A organização pastoral se faz por meio de 792 paróquias e 3.159 centros de atendimento pastoral. Ministros do povo de Deus: 1228 sacerdotes (573 padres do clero secular e 655 membros do clero religioso ou regular), 231 diáconos permanentes, 413 seminaristas, 136 irmãos, quatro membros de institutos seculares, 54 missionários leigos, 2024 religiosas consagradas e 11.622 catequistas.

  • protestantes …………………………………………………………. 47,5%;
  • religiões tradicionais africanas nativas ………………….. 28,5%,
  • sem religião ………………………………………………………….. 15,3%,
  • católicos ……………………………………………………………….. 7,2%
  • muçulmanos …………………………………………………………. 2%
  • hinduístas ……………………………………………………………… 1,5%.

Segundo recenseamento oficial há 26 diferentes denominações religiosas no país.

CURIOSIDADES

A evangelização principia com a colonização dos portugueses em 1488, no Transvaal, em Natal e Orange. Chegam posteriormente colonos britânicos e holandeses (os Boers) que fundam Cape Town em 1652 expulsando os católicos.

O castelo da Boa Esperança: edifício colonia mais antigo da África do Sul – Foto: Flickr

No século XIX há uma ação missionária organizada junto ao povo banto. O vicariato apostólico do Cabo da Boa Esperança é criado em 18/07/1818.  O primeiro bispo estabelece residência em 1837. A hierarquia só será efetivada em 1951 durante o pontificado de Pio XII.

A Igreja atual fez um imenso trabalho junto aos portadores de HIV. Durante o regime segregacionista e inumano do “apartheid” houve cristãos presos e perseguidos, e cristãos colaboracionistas favoráveis a segregação racial.

  • Padroeiras

Nossa Senhora da Assunção e Nossa Senhora de Shongweni.

  • Cardeais:
  1. Owen McCann (1907+1994), arcebispo de Cape Towncriado cardeal por São Paulo VI em 22/02/1965. Falecido.
  2. Wilfrid Fox Napier, O.F.M. Arcebispo de Durban, África do Sul, nascido em 08/03/1941. Criado cardeal em 21/02/2001 pelo papa São João Paulo II. Cardeal presbítero titular da Igreja de San Francesco d´Assisi ad Acilia. Eleitor até 08/03/2021. Atualmente com 79,8 anos. Membro do Conselho de Economia da Santa Sé.

  • Bispos presentes ao Concílio Vaticano I de 08/12/1869 a 20/10/1870.
  1. Marie-Jean-François Allard, O.M.I. †, bispo titular de Samaria, Vigário Apostólico de Natal, África do Sul; Idade: 63.0. De origem francesa.
  2. Thomas Grimley †, bispo titular de Antigonia, Vigário Apostólico do Cabo da Boa Esperança , Western District, África do Sul; Idade: 48.0. De origem irlandesa.

  • Bispos presentes ao Concílio Vaticano II entre 1962 a 1965 foram 25 prelados.

Vive atualmente dom Daniel Alphonse Omer Verstraete, OMI, nascido em Oostrozebeke, Bélgica e bispo emérito de Klerksdorp, África do Sul, presente na quarta Sessão Conciliar em 1965.

  • Mártires recentes da Igreja sul-africana:
  1. Padre Jozef (Jef) Hollanders, nascido na Bélgica, Missionário Oblato de Maria Imaculada (OMI), morto em 12/01/2020 na África do Sul (agência FIDES).
  2. Beato Benedict Daswa, leigo martirizado em 02/02/1990.

OS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA NA ÁFRICA DO SUL E ESWATINI

Os Missionários da Consolata chegaram na África do Sul em 1940, quando 89 padres italianos foram deportados do Quênia, como prisioneiros de guerra (ver lista). Os religiosos ficaram presos durante três anos no campo de concentração de Koffiefontein.

Em 1948 fixaram residência na Cidade do Cabo para acolher os padres destinados a frequentar cursos de especialização. Somente em 1971 começaram suas atividades missionárias no país quando os padres Giovanni Bertè e Giovanni Viscardi foram enviados para a missão de Piet Retief na Prelazia de Volksrust, que se tornou a Diocese de Dundee a 19 de Novembro de 1982.

Ao longo dos anos, os Missionários da Consolata trabalharam em várias missões da Diocese de Dundee com objetivo de formar e fortalecer a Igreja local. Estabeleceram presenças também em Waverley e Mamelodi West, na Arquidiocese de Pretória (1995); em Daveyton, na Arquidiocese de Joanesburgo (2004); abriram o Seminário Teológico em Merrivale, na Arquidiocese de Durban (2008); assumiram a Paróquia São Martin de Porres, em Woodlands (Pietermaritzburg) (2009).

Dom José Luis Ponce de León, imc, argentino, bispo da Diocese de Manzini em Eswatini.

A partir de 2016, a Delegação IMC estendeu as suas atividades à Diocese de Manzini em Eswatini, antiga Suazilândia, que tem com bispo o Missionário da Consolata argentino, Dom José Luis Ponce de León, imc.

Atualmente trabalham na África do Sul e Eswatini, 15 padres, 3 diáconos e 1 bispo. O Seminário de Merrivale conta com 12 estudantes professos.

* Pesquisa para o Portal da Consolata preparada pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP.  Email: fajr@pucsp.br

Fontes:

www.vatican.va

http://www.catholic-hierarchy.org/country ; 

https://countrymeters.info/

http://cardinals.fiu.edu/

http://www.globalreligiousfutures.org/;

http://www.sacbc.org.za/;

https://secam.org/

http://www.deepask.com;  

https://pt.wikipedia.org

https://www.pewforum.org/.

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Em tempos de Igreja nas casas, não é hora de se propor novos ministérios femininos? https://observatoriodaevangelizacao.com/em-tempos-de-igreja-nas-casas-nao-e-hora-de-se-propor-novos-ministerios-femininos/ Tue, 07 Apr 2020 18:01:42 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34567 [Leia mais...]]]> Em tempos de Igreja nas casas é hora de propor novos ministérios femininos: 

Se houve na história mulheres doutoras (didascalias) na Igreja Antiga e até algumas foram reconhecidas oficialmente como eminentes pensadoras tais como: Santa Catarina de Sena, Santa Teresa d’Ávila, Santa Hildegard de Bingen e Santa Teresa do Menino Jesus, por que não haveria atualmente e no futuro de nossas Igrejas domésticas? 

Se houve diaconisas (Febe, nossa irmã, diaconisa, citada por Paulo em sua carta aos Romanos 16, 1.2), por que não haveria novamente? 

Se a partir do século XII, o número de mulheres canonizadas supera o de homens, quais as lições que devemos tirar para a estrutura concreta da Igreja no século XXI? 

Se houve mulheres chamadas apóstolas como Júnia (Rm 16, 7), por que não outra vez? 

Se houve profetisas, como Miriam, Ana, Noadias… matriarcas, como Sara, Rebeca, Raquel… e líderes guerreiras como Débora, Jael, Dalila, Rute, a mãe dos macabeus… e tantas mártires de nossa América Latina, por que não reconhecê-las formalmente na Igreja? 

Se houve coordenadoras de Igrejas domésticas, como Priscila (1 Cor 16, 19), Lídia, em Filipos (At 16, 15), Júlia (Rm 16, 15), Ninfa, em Laodicéia (Cl 4, 15)… e as coordenadoras de grupos de famílias nas ruas, bairros e pastorais diversas, por que não mulheres nas coordenações de comunidades, paroquias, decanatos, foranias, dioceses e até mesmo na Cúria Romana?

 As mulheres são ministras da palavra e da coordenação de grande habilidade e compaixão. Sobre o diaconato feminino há a opinião favorável do eminente teólogo Monsenhor Dr. Roberto Mascarenhas Roxo:

Se a revelação permite o diaconato feminino e a história o comprova, a cultura moderna o exige como resposta coerente da Igreja aos movimentos de valorização da mulher; a pastoral pede o diaconato feminino (Cf. ROXO, Roberto Mascarenhas. O diaconato feminino, in: Revista de Cultura Teológica, ano 1, n. 4, São Paulo: Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, 1993, p. 23-24)”.

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Fernando Altemeyer é teólogo leigo, possui graduação em Filosofia e em Teologia, mestrado em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Atualmente é o Chefe do Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP.

Fonte:

Facebook

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Dados eclesiais e eclesiásticos da Igreja Católica no Brasil https://observatoriodaevangelizacao.com/dados-eclesiais-e-eclesiasticos-da-igreja-catolica-no-brasil/ Thu, 25 Apr 2019 10:00:11 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=30343 [Leia mais...]]]> Na data de 24/04/2019, na véspera da 57ª Assembleia Geral da CNBB, o pesquisador Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, do Departamento de Ciência da Religião da PUC-SP, publica os seguintes dados eclesiais e eclesiásticos da Igreja Católica no Brasil:

No Brasil há 277 circunscrições eclesiásticas:

  • 216 dioceses;
  • 044 arquidioceses ou sedes metropolitanas;
  • 003 eparquias orientais;
  • 001 arquieparquia de rito oriental;
  • 009 prelazias territoriais;
  • 001 exarcado;
  • 001 ordinariato para fieis de rito oriental sem ordinário próprio;
  • 001 ordinariato militar do Brasil;
  • 001 administração apostólica pessoal. 

O episcopado católico atuante está organizado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com 481 membros vivos.

Na composição da CNBB inclui:

  • 077 arcebispos metropolitanos, sendo 09 cardeais arcebispos (03 cardeais arcebispos na ativa no Brasil + 06 cardeais arcebispos eméritos), somados a 68 arcebispos metropolitanos (42 na ativa e 26 arcebispos eméritos);
  • 404 bispos diocesanos (265 na ativa e 139 bispos eméritos).

Há também 01 cardeal atuando no Vaticano não contado como membro da CNBB, dom Braz de Aviz e 02 exarcas do rito armênio atuando na Argentina e América Latina.

Dos 265 bispos diocesanos que estão na ativa, exercendo funções, há:

  • 205 bispos diocesanos de rito latino;
  • 002 bispos das eparquias orientais (maronita e ucraniano);
  • 001 exarca apostólico de toda America Latina do rito armênio presente em Buenos Aires e São Paulo;
  • 001 administrador apostólico permanente para S. João Maria Vianney;
  • 046 bispos auxiliares;
  • 001 coadjutor;
  • 009 prelados. 

Dos 139 bispos eméritos, atualmente, são:

  • 119 bispos diocesanos eméritos;
  • 009 bispos auxiliares eméritos;
  • 001 eparca emérito;
  • 010 prelados eméritos. 

Sobre o episcopado reunido como CNBB:

  • 481 bispos, sendo 310 na ativa e 171 eméritos;
  • 284 bispos são diocesanos;
  • 197 bispos são religiosos;

Entre os 09 cardeais:

  • 06 são diocesanos;
  • 03 são religiosos. 

Entre os 67 arcebispos:

  • 39 são diocesanos;
  • 28 são religiosos.

Entre os 405 bispos:

  • 239 são diocesanos;
  • 166 são religiosos.

Em 24/04/2019, dos 481 bispos vivos no Brasil: 

  • 002 foram nomeados pelo papa são João XXIII;
  • 035 foram nomeados pelo papa beato Paulo VI;
  • Nenhum bispo foi nomeado para o Brasil pelo papa bem-aventurado João Paulo I;
  • 223 foram nomeados pelo papa são João Paulo II;
  • 124 foram nomeados pelo papa Bento XVI (hoje papa emérito);
  • 097 foram nomeados, de 19/03/2013 até 24/04/2019, pelo atual papa Francisco. 

Dos atuais 310 bispos ativos na hierarquia católica no Brasil:

  • 097 foram nomeados pelo papa são João Paulo II;
  • 116 foram nomeados pelo papa Bento XVI;
  • 097 foram nomeados pelo atual papa Francisco.

Dos atuais 171 bispos eméritos na Igreja do Brasil:

  • 002 foram nomeados pelo papa são João XXIII (D. Serafim cardeal Fernandes de Araujo, em 19/01/1959, e dom José Mauro Ramalho de Alarcon Santiago, em 13/10/1961, são os dois últimos padres conciliares);
  • 035 foram nomeados pelo papa beato Paulo VI (Hummes, Majella, Falcão, Fedalto, Piccinini, Pereira Lopes, Gonçalves Amaral, Araujo Sales, Grechi, Alano Pena, Edmilson da Cruz, Silva Chaves, Chemello, Dotti, Lorenzo Gonzalez, Gerna, Casaldáliga Plá, Afonso de Miranda, Moretto, Maimone, Allgayer, Antonio de Sousa, Morelli, Sandalo Bernardino, Paulo da Silva, Mongiano, Alves da Rocha, Celso de Queiros, Romer, Pignoli, José Heleno, Hilgert, Ebejer, Sinésio Bohn e Freire Régis);
  • 126 foram nomeados pelo papa são João Paulo II;
  • 008 foram nomeados pelo papa Bento XVI;
  • Obs.: Nenhum foi nomeado pelo atual papa Francisco.

Para a Igreja do Brasil já foram nomeados 1.168 bispos, entre 25/02/1551 até 24/04/2019.

No mundo atualmente há 5.498 bispos vivos.

Em 24/04/2019 há treze dioceses brasileiras vacantes:

  • 1. Diocese de Bonfim (BA): vacante desde o dia 3 de janeiro de 2018, quando dom Francisco Canindé Palhano foi nomeado o novo bispo da diocese de Petrolina (PE). Está sob os cuidados do administrador diocesano, padre Jarbas Gonçalves dos Santos;
  • 2. Diocese de Cachoeira do Itapemirim, ES, vacante desde 07/11/2018 quando o bispo dom Dario Campos, OFM foi transferido para arcebispo de Vitória, ES, Administrador diocesano Padre Walter Luiz Barbiere Milaneze Altoé;
  • 3. Diocese de Cachoeira do Sul (RS): vacante desde o falecimento de dom Remídio Bohn, em 6 de janeiro de 2018. Monsenhor Elcy Arboitt é o administrador diocesano;
  • 4. Arquidiocese de Campinas (SP): a arquidiocese paulista está vacante desde a nomeação de dom Airton José dos Santos para a arquidiocese de Mariana (MG), em 25 de abril de 2018. É o administrador diocesano o padre José Eduardo Meschiatti, nomeado em 26/06/2018;
  • 5. Diocese de Catanduva (SP): está sob os cuidados do arcebispo emérito de Sorocaba (SP), dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, que exerce o ofício de administrador apostólico. Sede vacante desde 10/10/2018 quando da renuncia ao governo pastoral pelo então bispo Otacílio Luziano da Silva; 
  • 6. Diocese de Rubiataba-Mozarlândia (GO): diocese vacante desde 27/02/2019, quando o papa Francisco transferei o então bispo para Formosa (GO); 
  • 7. Diocese de Foz do Iguaçu (PR): está vacante desde 29 de setembro de 2018, quando faleceu dom Dirceu Vegini. Foi escolhido como administrador diocesano o padre Dionísio Hülse;
  • 8. Diocese de Guanhães (MG): vacante desde a acolhida do pedido de renúncia apresentado por dom Jeremias Antônio de Jesus, em quatro de junho de 2018. A diocese está sob os cuidados de um administrador apostólico: o arcebispo metropolitano de Diamantina (MG), dom Darci José Nicioli;
  • 9. Diocese de Ipameri (GO): vacante desde sete de fevereiro de 2018, quando dom Guilherme Antônio Werlang foi nomeado para a diocese de Lages (SC). Padre Orcalino Lopes da Silva é o administrador diocesano;
  • 10. Diocese de Leopoldina, MG, vacante desde 12/12/2018 quando o então bispo dom Jose Eudes Campos do Nascimento foi transferido para a diocese de São João del Rei, MG, administrador diocesano: padre Volnei Ferreira Noro;  
  • 11. Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo dos Greco-Melquitas (rito oriental): vacante desde 20/02/2018, quando o papa Francisco autorizou a transferência de dom Joseph Gébara para a arquieparquia de Petra e Filadélfia (Jordânia) dos Greco-Melquitas. O bispo auxiliar de São Paulo (SP) dom Sérgio de Deus Borges foi designado como administrador apostólico;
  • 12. Diocese de Santarém, vacante desde 19/09/2018, quando o então bispo dom Flávio Giovenale, SDB, foi transferido para a diocese de Cruzeiro do Sul, AC. Administrador diocesano: padre Odirley Sousa Maia;
  • 13. Diocese de Uruaçu-GO– vacante desde 14/11/2018, quando o então bispo dom Messias dos Reis Silveira, foi transferido para a diocese de Teófilo Otoni, MG. Administrador diocesano: padre Francisco Agamenilton Damascena, desde 19/02/2019.

Bispos que já completaram os 75 anos de idade e aguardam sucessor diocesano:

  • 26 Ago 1943 – 75,6 anos, bispo Alessandro Carmelo Ruffinoni, C.S., bispo de Caxias do Sul, RS;
  • 06 Set 1943 – 75,5 anos, bispo Bernardino Marchió, bispo de Caruaru, PE;
  • 19 Set 1943 – 75,5 anos, arcebispo Murilo Sebastião Ramos Krieger, S.C.I., arcebispo S. Salvador, BA.

Em relação aos outros ministérios eclesiais, ele tem dados de 2014. Sobre os membros da Igreja Católica no Brasil e seus distintos ministérios nas comunidades:

  • 24.598 presbíteros;
  • 3.849 diáconos permanentes;
  • 2.073 membros de institutos seculares;
  • 122.170 missionários leigos;
  • 2.674 irmãos;
  • 8.779 seminaristas maiores;
  • 29.868 religiosas consagradas;
  • 700.000 catequistas.
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Fernando Altemeyer é teólogo leigo, possui graduação em Filosofia e em Teologia, mestrado em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Atualmente é professor e integra o Departamento de Ciência da Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.

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Reflexões de fé diante da indiferença e da xenofobia praticada em nosso país https://observatoriodaevangelizacao.com/reflexoes-de-fe-diante-da-indiferenca-e-da-xenofobia-contra-os-venezuelanos-em-nosso-pais/ https://observatoriodaevangelizacao.com/reflexoes-de-fe-diante-da-indiferenca-e-da-xenofobia-contra-os-venezuelanos-em-nosso-pais/#comments Tue, 21 Aug 2018 03:03:08 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=28787 [Leia mais...]]]>

“Eu era estrangeiro e me acolhestes”

Mt 25,35

Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – PUC-SP

O Evangelho de Mateus nos apresenta o julgamento final a partir de cinco situações humanas vividas pelos pobres. É um julgamento de atitudes antes de pensamentos e orações. São as práticas ou omissões que decidem. Afinal, não é o julgador quem separa ovelhas de cabritos, mas as atitudes das pessoas durante a vida que nos fizeram optar por caminhos “ovelhais” ou “cabritais”.

O julgamento envolve elementos de uma grande epopeia: a certeza da chegada do Filho, a visão do séquito de anjos e do trono de glória, a convocação de todas as nações para uma reunião derradeira da humanidade, e a separação de uns e outros pelo critério da misericórdia e do amor do pastor. Não é julgamento frio nem legal stricto sensu. É reconhecimento de benção e maldição pelas decisões concretas do viver. É coerência de vida sendo apresentada aos olhos de todos que já sabiam que estes eram os valores ou desvalores de cada um dos companheiros e companheiras da nossa viagem vital na terra dos viventes.

As situações paradigmáticas são estas: fome, sede, ser forasteiro ou migrante, nudez ou fragilidade radical, doença ou preconceito contra o corpo e aprisionamento. Todas as seis situações ferem a alma e o corpo. Todas as seis podem ser vistas nas ruas de qualquer cidade ou serem invisibilizadas por óculos de desprezo e cumplicidade. São situações que qualquer ser humano pode viver em algum momento da vida. Fome, sede, nudez, doença nos acompanham diariamente do acordar ao adormecer. Ser migrante ou preso parecem reservadas aos estranhos ou outros casos raros, mas pode, entretanto, ser vivida por qualquer pessoa sem trabalho, ou situada em um ambiente hostil em sua própria cidade. Basta pensar-se sozinho nas madrugadas frias de uma grande megalópole e do outro lado da rua vislumbrar um estranho para que o medo irrompa voraz e o coração bata descontrolado. Sentimos perseguição até de fantasmas interiores.

A terceira separação que será feita pelo pastor que é o Filho de Deus em nome do Pai tem como rosto concreto os migrantes, refugiados e estrangeiros em qualquer terra ou lugar. É um paradoxo a nos recordar que somos todos peregrinos e ninguém é dono de lotes na terra nem tem direito de cercar e cercear o caminhar da vida e a pulsão da esperança de quem busca pão em outras latitudes. O texto original em grego diz assim na parte positiva que chama os benditos (Mt 25, 35): “fui estrangeiro, e vocês me trataram como alguém convidado”. E na parte negativa ao afastar os da esquerda e amaldiçoa-los (Mt 25, 43): “fui estrangeiro, e vocês não me receberam”. Acolher em casa como um convidado de honra é aquilo que julga e decide para onde iremos na eternidade. Acolher ao diferente e ao estrangeiro e não o parente, consanguíneo ou parceiro de sonhos, idiomas ou lutas. Acolher como convidado àquele que ninguém considera como digno de acolhida. Acolher o que fala idioma incompreensível, acolher o que come comida distinta, o que reza por outras cartilhas ou até que não reza por cartilha nenhuma, acolher o que talvez até nos incomode e questione mesmo silente ou distante.

No antigo Israel havia normas e prescrições concretas para acolher um estrangeiro. Especialmente na festa da Páscoa se um estrangeiro quisesse tomar parte da festa e da partilha do cordeiro devia ser previamente circuncidado (Ex 12, 48; Nm 9, 14). A acolhida ao estrangeiro era uma obrigação de memória e compromisso de justiça. Lembrados de que haviam sido estrangeiros no Egito, os judeus deviam acolher bem aos estrangeiros. Não podiam ser oprimidos (Lv 19, 33-34), podiam ceifar as bordas dos terrenos dos judeus para comer o pão diário (Lv 23, 22), se o estrangeiro viver na penúria o judeu devia sustentar esse irmão de sofrimentos (Lv 25, 35), e jamais prejudicar um estrangeiro ou necessitado (Dt 24, 18). Todos, entretanto, estavam submetidos às regras da lei e da pureza judaicas.

Jesus não só acolhe estrangeiros ou refugiados de outras terras e povos, como diz que são exemplo para o povo hebreu. Exemplos de fé imensa e de atitudes radicalmente amorosas como a mulher samaritana (Jo 4, 1-26). Jesus bebe primeiro da água da estrangeira que lhe oferece sua cumbuca. É o imigrante que se dá com amor e por Jesus é acolhido com amor. Reconhece também a fé abundante do centurião romano depois de uma súplica que comove as entranhas do Filho de Deus (Mt 8, 5-13). Tem um milagre arrancado de si pela siro-fenícia das bordas do mundo para curar a filha moribunda (Mt 15, 26). Jesus faz até o que não convém em favor da forasteira (Mc 7, 27).

O ministério de Jesus é completado na redação do evangelista Mateus por esse texto lapidar e duro. A descrição do juízo final possui tintas fortes e pouco se assemelham ao detalhes de Dante Alighieri em sua Divina Comédia. É um ato de discernimento sobre a conduta da vida pessoal e coletiva que nos julga. De certa forma podemos dizer que nós mesmos sabemos o que nos julga e com que régua seremos julgados. Não há surpresas nem mal-entendidos. O Evangelho é sempre uma escolha entre isto e aquilo. Entre este ou aquele. Ou, ou. Trigo ou joio. Peixe bom ou peixe ruim. Servo bom ou desleal e relapso. O Evangelho não é imparcial ou amorfo e sem nervatura antropológica. Ele escolhe posições em sociedades assimétricas e injustiças. Não há como ficar em cima do muro. Pior ainda é ficar omisso e alienado da vida dos forasteiros que batem em nossas portas e cidades.

O que de fato surpreende é a medida do julgamento ou, diríamos, desse Supremo Tribunal. Não é dinheiro ou sequer gestos religiosos ou discursos falaciosos de bem e bondade sem prática e compromisso fraterno. Falar não conta. Seremos julgados pelo amor e pelos nomes que possamos proclamar diante do juiz supremo. Se passamos o viver na indiferença ou cumplicidade com o poder e a riqueza, não teremos nomes a proclamar. Estaríamos afônicos diante do Trono. Quem nos salva são os outros. A salvação cristã é uma conexão como povo e como fraternidade. São os famintos, sedentos, forasteiros, desnudos, enfermos e prisioneiros os que trazem nossa alforria divina e infinita. O que é feito a estes últimos é feito ao próprio Deus. Não há distinção nem separação. Deus e o pobre se fazem um só destino e desafio atitudinal. O que fizermos a estes é reconhecido como feito a Deus. São os pobres que nos abrem as portas da eternidade.

Certamente sabemos bem que a amplitude da fome, nudez e prisão não estão restritas aos famélicos da terra que garimpam nas lixeiras urbanas o resto do que ricos e classe média desprezaram. Estes e estas são só o rosto primeiro de uma exigência radical. A escolha pelo pequenino é um símbolo na escala de valores. Afinal o nu e o faminto é o próprio ser humano. Cuidar dos pequenos deve se transformar em modus vivendi, em modo de vida. Dizia o mestre João Batista Libanio: “Cada cuidado pequeno, a quem quer que seja, é ao Senhor que fazemos”.

Para chegar ao julgamento final é preciso que ouçamos as advertências de Deus e de seus profetas em nossa história concreta. As parábolas da vigilância presentes nos evangelhos sugerem cuidados preventivos para que não falte óleo em nossa lâmpada e que estejamos despertos quando o Dia do Senhor nos tocar na fronte. Estar preparados é viver preparados seguindo atitudes distintas de quem ama e perdoa.

Deus envia seus profetas para que saibamos que não estamos órfãos. Em primeiro lugar o próprio Filho que se fez um de nós. De forasteiro na eternidade a irmão de carne e sangue da humanidade e no tempo. Depois Paulo Apóstolo que se faz missionário entre gregos como um entre eles. Milhares de mártires e santos encarnados em povos e culturas distintas, Pregadores como Domingos de Gusmão, Francisco de Assis e Antônio de Lisboa e Pádua, companheiros entre os pobres. E marcando o nosso coração brasileiro recordamos a São Vicente de Paulo que há exatos quatrocentos anos nos convoca à caridade afetiva e efetiva. O padre Gregory Gay, Superior Geral da Congregação da Missão (ordem dos padres, fundada por São Vicente de Paulo), definiu que entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2017 será o Ano da Acolhida ao Estrangeiro.

Quem são estes estrangeiros, atualmente? No Brasil, praticamente são todos os aqui viventes. Somos todos filhos, netos e bisnetos de imigrantes que aqui chegaram de uma centena de países distintos. Ainda que hoje existam somente um milhão de estrangeiros cadastrados pelo Ministério da Justiça sabemos que o planeta recebeu perto de dois milhões de brasileiros que hoje vivem fora da pátria como emigrantes. Exportamos mais que recebemos. Sabemos também que há desafios concretos em nossas cidades que estão a receber haitianos, venezuelanos, angolanos, moçambicanos, nigerianos, e, particularmente dezenas de sírios refugiados que buscam paz depois do massacre mantido pelos senhores da guerra. Acolher bem aos refugiados é a primeira marca do amor em nosso tempo de muros e segregações. É a pedra-de-toque proposta pelo amado papa Francisco. Há mais de 65 milhões de refugiados segundo a ACNUR. E sabemos que mais de um bilhão de seres humanos se encontram em situação de migração dentro e fora de seus países. Um em cada sete pessoas no planeta não vive em sua terra e busca ser acolhido e amado por outros povos e culturas. Muito a fazer. Muito a partilhar. Muito a pedir para que Deus nos ilumine e fortaleça na missão. Que nossa força seja a esperança feita amor. Seguindo o mote vicentino como música de nossa ação: “Amemos a Deus, meus irmãos, amemos a Deus, mas que isto seja a custa dos nossos braços, que isto seja com o suor dos nossos rostos”.

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Fernando Altemeyer é teólogo leigo, possui graduação em Filosofia e em Teologia, mestrado em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Atualmente é professor e integra o Departamento de Ciência da Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.

 

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Igreja: pão mofado? https://observatoriodaevangelizacao.com/igreja-pao-mofado/ Thu, 08 Jun 2017 18:30:12 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=19522 [Leia mais...]]]> CATOLICISMO MOFADO

Por Fernando Altemeyer

Andando por algumas cidades brasileiras é fácil encontrar jovens/adolescentes com uma espiritualidade doentia e alienante. Em certas dioceses e até com uma presumível cumplicidade de pastores brotam aos borbotões “escravos de Maria”, “cercos de Jericó”, “missas de cura e libertação” “marchas em roupas medievais”, “exorcismos descontrolados e líderes autoritários”.

Já se vê dezenas de jovens com correntes nos braços, nas pernas e amarrando cilício nas pernas e barriga para sangrar em “nome de Maria (sic)”. Meninas jovens de véu na cabeça nas missas, gente rezando terço fora de hora, plenos de tiques nervosos e exigindo receber a Eucaristia na boca, pois a mão não seria santa o suficiente.

Antropologia doente. Mente doente. Corpo adestrado. Há ainda os que seguem cegos a padres autoritários evidentemente narcisistas.

É a Igreja Feudal voltando com tudo e destroçando a pastoral da Igreja comunidade de comunidades. As orientações da CNBB nem sequer são conhecidas. A pastoral é desvinculada da Palavra de Deus.

Tudo fica reduzido a crendices e amuletos. E as Televisões católicas e livrarias católicas vendendo ainda mais amuletos, textos demagógicos, roupas e túnicas douradas e muito perfume e incenso grego caro e supérfluo. Há até exércitos com roupas exóticas em comunidades e igrejas.

Quando acordarmos da letargia, o estrago será profundo. Os fungos continuam em ação comendo o pão da vida e fazendo-o morrer. É preciso ver a doença e prevenir.

 

Fernando-Altemeyer-300x202Fernando Altemeyer é teólogo leigo, possui graduação em Filosofia e em Teologia, mestrado em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Atualmente é professor e integra o Departamento de Ciência da Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.

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Um balanço dos quatro anos do pontificado do papa Francisco: alguns dados interessantes https://observatoriodaevangelizacao.com/um-balanco-dos-quatro-anos-do-pontificado-do-papa-francisco-alguns-dados-interessantes/ Mon, 13 Mar 2017 12:29:03 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=13984 [Leia mais...]]]> A Igreja em reforma do papa Francisco nos pede que rezemos pelo ministério do bispo de Roma frente àqueles que o perseguem e são contra qualquer mudança e atualização da Igreja na fidelidade ao Cristo que chama e converte. Sejamos sujeitos da imensa missão batismal que é tarefa de todos e todas.

Fernando Altemeyer Junior

Em 19 de março de 2017 celebramos quatro anos do fenômeno “Francisco”. O bispo de Roma se apresenta como um reformador místico e sapiencial. Sua ação é centrada na misericórdia e no cuidado dos refugiados e imigrantes em um mundo sem muros.

A organização da Igreja Católica se faz atualmente por meio de 12 patriarcados, 610 arquidioceses, 2.113 dioceses, 44 prelazias territoriais, 10 abadias nullius, 25 exarcados de ritos orientais, 36 ordinariatos militares, 87 vicariatos apostólicos, 11 prefeituras apostólicas, oito administrações apostólicas, oito missões independentes–sui iuris e a rede de 132.642 centros missionários e 221.740 paróquias.

Há todo um ramo organizado de ação social e educativa articulado em 71.188 creches frequentadas por 6.728.670 crianças; 95.246 escolas de ensino fundamental para 32.299.669 alunos; 43.783 escolas de ensino médio para 18.869.237 alunos e 2.381.337 alunos do ensino superior; e 3.103.072 estudantes participantes das Universidades Católicas.

A ação social se organiza em 5.167 hospitais católicos, 15.699 casas para pessoas idosas, 10.124 orfanatos, 11.596 enfermarias, 14.744 consultórios de orientação familiar e 115.352 institutos beneficentes e assistenciais.

São 1,272 bilhão de batizados, 3.170.643 catequistas, 362.488 missionários leigos, 54.559 irmãos religiosos e 668.729 religiosas com votos perpétuos. O clero possui 5.437 bispos, 414.313 presbíteros, 45.000 diáconos casados permanentes e 116.939 seminaristas maiores.

O Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio exprime seu projeto:

Exige-se a toda a Igreja uma conversão missionária: é preciso não se contentar com um anúncio puramente teórico e desligado dos problemas reais das pessoas (AL 201).

Ele quer uma ação permanente de saída:

Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação (EG 27).

Francisco reconheceu publicamente 833 santos canonizados e outros 974 bem-aventurados, tornando-se o papa que mais santos incluiu no livro dos santos em toda a história da Igreja Católica. Alguns peritos afirmam que ele fará as canonizações de muitos mártires da América Latina e do Beato Charles de Foucauld. O Brasil espera também as canonizações da irmã Dulce dos Pobres, Helder Pessoa Câmara, Adelaide Molinari, Santo Dias da Silva, Josimo Moraes Tavares, Vicente Cañas, Ezequiel Ramin, Creusa do Nascimento, Simão Bororo, Luciano Mendes de Almeida, Sepé Tiarajú, entre tantas testemunhas.

As viagens e os documentos

Fez doze viagens em território italiano:

  • Lampedusa em 08/07/2013;
  • Cagliari em 22/09/2013;
  • Assis em 04/10/2013;
  • Campobasso e Isernia em 05/07/2014;
  • Caserta em 26/07/2014;
  • Cassiano all´Ionio em 21/06/2014;
  • Redipuglia em 13/09/2014;
  • Prato e Firenze em 10/11/2015;
  • Turim, 21 e 22/06/2015;
  • Pompeia e Nápoles em 21/03/2015;
  • E novamente duas vezes a Assis em 04/08/2016 e 20/09/2016.

As 17 viagens internacionais conduziram ao papa a tocar 24 países:

  • Brasil (22 a 29/07/2013);
  • Jerusalém (24 a 26/05/2014);
  • Coreia do Sul (13 a 18/08/2014);
  • Albânia (21/09/2014);
  • França (Estrasburgo, Parlamento Europeu, em 25/11/2014);
  • Turquia (28 a 30/11/2014);
  • Sri Lanka e Filipinas (12 a 19/01/2015);
  • Bósnia-Herzegovina (Sarajevo em 06/06/2015);
  • Equador, Bolívia e Paraguai (05 a 13/07/2015);
  • Cuba e Estados Unidos e sede da ONU (19 a 28/09/2015);
  • Quênia, Uganda e República Centro Africana (25 a 30/11/2015);
  • México (12 a 18/02/2016);
  • Lesbos, na Grécia em 16/04/2016;
  • Armênia em 24-26/06/2016;
  • Polônia, durante a JMJ de 27 a 31/07/2016;
  • Geórgia e Azerbaijão de 30/09 a 2/10/2016;
  • Suécia de 31/10 a 01/11/2016.

Viagem marcada para Portugal em 2017. Há expectativa de que venha para Colômbia, Argentina, Chile, Brasil e Uruguai. Poderemos ser surpreendidos por visitas surpresas a Moscou, na Rússia e Beijing, no coração da China!

Francisco até o momento já pronunciou 787 discursos, 215 homilias, escreveu duas exortações pós-sinodais: EvangeliiGaudium (A Alegria do Evangelho) publicada em 24/11/2013 e Amoris Laetitia (A alegria do amor) lançada em 08/04/2016; assinou 16 constituições apostólicas, 99 cartas, 38 cartas apostólicas, 18 motu próprios, acolheu milhares de peregrinos em 168 audiências gerais, e presidiu 367 celebrações na Casa Santa Marta, no Vaticano. Realizou com a Igreja universal o Ano da Misericórdia em 2016. Escreveu duas encíclicas: Lumen Fidei, de 29/06/2013, e a Laudato Si’, publicada em 18/06/2015.

Algumas medidas internas

  • Limitar o número de títulos honoríficos na instituição católica;
  • Criar de uma nova comissão de controle do Instituto para as Obras de Religião (IOR);
  • Nomear 44 cardeais eleitores;
  • Ele convocou para outubro de 2018 a XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema: Juventude – os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

Os 18 passos concretos já dados na reforma da Igreja

  1. Em 13 de abril de 2013, anúncio do Conselho de Cardeais (Consilium Cardinalium Summo Pontifici), hoje conhecido como C9;
  2. Em 24 de junho de 2013, foi erigida a Pontifícia Comissão referencial para o Instituto para as Obras de Religião-IOR;
  3. Motu Proprio de 11 de julho de 2013, delineou a jurisdição dos órgãos judiciais do Estado da Cidade do Vaticano em matéria penal;
  4. Em 18 de julho de 2013, constituída a C.O.S.E.A. (Pontifícia Comissão Referencial de Estudo e Guia para os Assuntos Econômicos e Administrativos);
  5. Motu Proprio de 8 de agosto de 2013, constitui o Comitê de Segurança Financeira da Santa Sé;
  6. Motu Proprio de 15 de novembro de 2013, consolida a Autoridade de Informação Financeira (A.I.F.);
  7. Motu Proprio de 24 de fevereiro de 2014 (Fidelis Dispensator et Prudens), erigidos Secretaria para a Economia e Conselho para a Economia;
  8. Motu Proprio (Fidelis Dispensator et Prudens), de 24 de fevereiro de 2014, erigida o Escritório de Revisor General (U.R.G.), como novo ente da Santa Sede encarregado de cumprir a revisão (audit) dos Dicastérios da Cúria Romana, das instituições relacionadas com a Santa Sede e as administrações do Governo do Estado da Cidade do Vaticano;
  9. Em 22 de março de 2014, instituída a Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores;
  10. Motu Proprio de 8 de julho de 2014, transfere a Seção Ordinária da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica para a Secretaria para a Economia;
  11. Em 22 de fevereiro de 2015 foram aprovados os Estatutos dos novos Organismos Econômicos;
  12. Motu Proprio de 27 de junho de 2015, erigida a Secretaria para a Comunicação;
  13. Dois Motu Proprios em 15 de agosto de 2015, que proveem a reforma do processo canônico para as causas de nulidade do matrimonio: Mitis et misericors Iesus, no Código Canônico das Igrejas Orientais; e Mitis Iudex Dominus Iesus, no Código de Direito Canônico da Igreja Latina;
  14. Motu Proprio de 04 de junho de 2016 (Como uma mãe amorosa), para prevenir a negligencia de bispos no exercício de seu oficio, especialmente no relacionado aos casos de abusos sexuais cometidos contra menores e adultos vulneráveis;
  15. Motu Proprio de 04 de julho de 2016 (Sobre os bens temporais), segue como principio de máxima importância que os organismos de vigilância estejam separados dos que são vigiados, e para isso foram delineados melhor os campos respectivos de competência da Secretaria para a Economia e a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica;
  16. Motu Proprio de 15 de agosto de 2016 (Sedula Mater), constituiu o Dicastério para os leigos, a família e a vida;
  17. Motu Proprio de 17 de agosto de 2016 (Humanam progressionem), constituiu o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral;
  18. Em 18 de outubro de 2016, aprovação do Estatuto da Pontifícia Academia para a Vida.

A Igreja em reforma do papa Francisco nos pede que rezemos pelo ministério do bispo de Roma frente àqueles que o perseguem e são contra qualquer mudança e atualização da Igreja na fidelidade ao Cristo que chama e converte. Sejamos sujeitos da imensa missão batismal que é tarefa de todos e todas. Animados por Francisco possamos cantar a melodia de Luiz Augusto Passos:

Canta Francisco, com a voz dos pobres,/ Tudo que atreveste a mudar./

Canta novo sonho, sonho de esperança,/ Que a liberdade vai chegar./

Canta Francisco, com a voz dos pobres,/ Tudo o que atreveste a mudar./

Canta novo sonho, sonho de menino,/ Novo céu e terra vai chegar.

Clique aqui para a acessar a música de Luiz Augusto Passos.

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Fernando Altemeyer Junior é teólogo leigo, doutor em Ciências Sociais, pós-graduado pelo programa de Ciências da Religião da PUC-SP com mestrado em Teologia e Ciências da Religião, obtido na Universidade Católica de Louvain-la-Neuve, Bélgica. Ele é professor do Departamento de Ciência da Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.

Fonte:

IHU

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