Felipe Magalhães Francisco – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Fri, 28 Dec 2018 11:51:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Felipe Magalhães Francisco – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Para bem celebrarmos as oitavas do Natal… https://observatoriodaevangelizacao.com/para-bem-celebrarmos-as-oitavas-do-natal/ Fri, 28 Dec 2018 11:51:19 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=29714 [Leia mais...]]]> Ecos do Natal: reflexões espirituais

O Filho de Deus assume, integralmente, nossa vida humana para nos ensinar o quão bom é realizar nossa humanidade.

A pedagogia do Natal nos leva a conhecer de modo mais profundo o rosto amoroso de Deus.
A pedagogia do Natal nos leva a conhecer de modo mais profundo o rosto amoroso de Deus. (Irina Murza by Unsplash)


Por Felipe Magalhães Francisco*

Estamos chegando ao que, no calendário litúrgico, chamamos de Oitavas de Natal. Dada a importância da festa celebrada, a da memória do nascimento do Menino-Deus, a Igreja guarda um tempo de assimilação da importância de tal celebração. As Oitavas são um prolongamento da festa: tempo propício para se colher os frutos espirituais daquilo que se celebrou. Esta é uma pedagogia importante para que possamos adentrar na profundidade do mistério que significa celebrar a encarnação do Filho de Deus, sua visita radical à nossa humanidade.

O Filho de Deus assume, integralmente, nossa vida humana para nos ensinar o quão bom é realizar nossa humanidade: vivermos aquilo a que somos chamados a ser. O tempo do Natal, mesmo que marcado por outras simbologias, eivadas de contravalores do sistema econômico que nos aprisiona, continua a ser propício para nutrir em nós valores que contribuem para nossa humanização, isto é, para despertar o melhor em nós e nos conduzir ao melhor que podemos ser.

Tempo de afetos, de gentilezas, de generosidades. Esses são gestos-valores que devemos nutrir em nós, para que eles possam nos identificar, nos fazer reconhecidos como pessoas, verdadeiramente humanas. Prolongar essa festa é permitir que tudo aquilo que o Natal nos revela, alcance-nos desde dentro, provocando o melhor de nós. É preciso não restringir os valores natalinos à época: é preciso vivê-los cotidianamente. Esses são frutos espirituais que essa ocasião litúrgico-celebrativa nos inspira.

A pedagogia do Natal nos leva a conhecer de modo mais profundo o rosto amoroso de Deus, o que é possibilidade fecunda de conhecermos melhor a nós mesmos, bem como nossas potencialidades existenciais. Deixar que o Natal – e tudo o que este tempo nos traz – ecoe em nós é uma postura virtuosa que nos abre ao caminho de descoberta daquilo que a humanidade traz de melhor em si.

Pedagogias natalinas

Daniel Reis abre nossa conversa, com o artigo: Natal: solidariedade de Deus. No texto, Daniel reflete sobre o significado profundo da solidariedade presente no assumir, por parte de Deus, nossa humanidade, de modo verdadeiro e genuinamente gratuito. Essa solidariedade divina também nos inspira à solidariedade, a fim de unirmos Natal e Páscoa, na busca por criarmos mundo novo.

No segundo artigo, Natal, ternura de Deus, Sandra Sousa reflete sobre a pedagogia própria deste tempo, a partir da ternura do amor de Deus, que nos visita e nos transforma. A ternura divina, que nos enriquece com sua descida até nós, eleva-nos espiritualmente à expansão de nossas potencialidades e renova as esperanças.

Natal é encontro. É a encruzilhada na qual, definitivamente, o divino e o humano se encontram. É o que reflete Edward Guimarães, no texto Natal, acolhida humana de Deus, no qual resgata a dupla significação da encarnação do Filho de Deus: a iniciativa divina de nos salvar e a acolhida humana, que recebe, naquilo que a humanidade é, a própria vida de Deus. Esse encontro traz consequências e interpelações profundas para todos nós.

Boa leitura!

*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). E-mail: felipe.mfrancisco.teologia@gmail.com.

Fonte:

Dom Total

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Pentecostes, a festa da diversidade! https://observatoriodaevangelizacao.com/pentecostes-a-festa-da-diversidade/ Sat, 03 Jun 2017 14:58:22 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=19092 [Leia mais...]]]>

A festa de Pentecostes celebra a união de todos na fé e, ao mesmo tempo, a dispersão dos discípulos para cumprirem sua missão.

Cinquenta dias após a festa da páscoa, celebra-se Pentecostes, quando a tradição cristã rememora o envio do Espírito do Santo sobre os apóstolos reunidos, enviando-os a anunciar o núcleo fundamental da fé cristã: a morte-ressurreição de Jesus. É o evento de Pentecostes que torna público o mistério pascal de Jesus: é o início da missão eclesial dos seguidores e seguidoras de Jesus, no anúncio do Reino.

A festa de Pentecostes tem um duplo aspecto: ela celebra a união de todos na fé e, ao mesmo tempo, celebra a dispersão dos discípulos para cumprirem sua missão. Essa unidade não significa uniformidade – essa é, infelizmente, uma tentação que sempre ronda o cristianismo –, mas unidade na diversidade. A narrativa dos Atos dos Apóstolos chama a atenção para o fato de que o anúncio era compreendido por todos os presentes na pregação de Pedro, em sua própria língua nativa. A dinâmica da dispersão, por sua vez, aponta para a dimensão de todos e todas, indistintamente, são convidados por Deus à festa do Reino. Esses dois aspectos reforçam a importância de que valorizemos a diversidade.

Em nosso primeiro artigo, Cada um ouvia em sua própria língua, propomos uma reflexão a respeito da importância de a teologia, nos últimos anos, estar se debruçando sobre o papel do Espírito Santo na história da salvação. O resgate da reflexão a respeito da pneumatologia abre, para o cristianismo, novas perspectivas para sua própria compreensão, bem como para o diálogo ecumênico e inter-religioso. No entanto, pastoralmente, ainda é preciso dar significativos passos rumos à concretização, na prática, do que se está refletindo teologicamente.

O segundo artigo, O vento sopra onde quer, do Dr. Carlos Cunha, brinda-nos com uma leitura do versículo joanino. No artigo, o autor lança um olhar sobre a dimensão da espiritualidade, na cultura contemporânea, abrindo algumas perspectivas ecumênicas e inter-religiosas. O resgate de uma teologia espiritual mostra certa sensibilidade para com o sinal dos tempos, quando os homens e mulheres têm buscado, de diversas maneiras, fazer experiências de sentido. Nesse olhar, a espiritualidade não é compreendida de modo estático, mas dinâmico, o que torna possível um rico diálogo transreligioso.

Por fim, no terceiro e último artigo, Cristianismo e diversidade religiosa: entraves e perspectivas, fazemos uma rápida abordagem histórica do cristianismo e de sua relação com a diversidade. O longo caminho da história do cristianismo foi marcado por grandes entraves, graças à mentalidade possível de cada época, e, em certa medida, de possibilidades de renovação e de abertura para o diverso. Com o Concílio Vaticano II, novas perspectivas se abrem, interpelando a Igreja a uma nova postura, sensível e aberta, diante do mundo plural.

Boa leitura!

 

*Felipe Magalhães Francisco é doutorando em Ciências da Religião, pela PUC-MG, e mestre e bacharel em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).

Fonte:

www.domtotal.com

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Amoris Laetitia e as consequências da centralidade do amor https://observatoriodaevangelizacao.com/amoris-laetitia-um-elogio-ao-amor/ Sat, 22 Apr 2017 03:10:54 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=16731 [Leia mais...]]]>

Há um ano da publicação da Exortação Pós-Sinodal a Alegria do Amor (Amoris Laetitia), do Papa Francisco, parece que poucos avanços pastorais foram empreendidos. É certo, todavia, que há muito um documento papal não gerava tantos debates na vida eclesial. Se os gestos de Francisco foram escandalosos para os ultraconservadores, a publicação de tal Exortação foi o estopim para que se escancarasse uma oposição ao pastoreio do atual Bispo de Roma.

O pensamento de Francisco, exposto na Exortação, não traz muitas novidades, do ponto de vista da teologia proposta no Concílio Vaticano II. Mas trata-se, sem dúvidas, de uma tentativa de efetivação da teologia eclesiológica e pastoral desse Concílio. O aspecto novo trazido pela Exortação A Alegria do Amor está na perspectiva adotada por Francisco: não se trata de um documento magisterial que tem por pretensão resolver um problema, no caso, o do acesso ou não à comunhão por parte dos divorciados e recasados.

Francisco tem como ponto de partida o aspecto de valorização do amor, logo, uma perspectiva positiva. Dessa maneira, Francisco dá um passo significativo rumo ao abandono da compreensão do sacramento do matrimônio, de um ponto de vista jurídico-legal. Tão logo, no início da Exortação, ele deixa claro que o objetivo do texto não é criar nenhuma regra canônica ou simplesmente mudar a vigente. Não partindo das dificuldades que a famílias enfrentam atualmente, mas sem ignorá-las, Francisco faz opção pelo mais fundamental da família: o amor.

E por essa ser a questão central na Exortação Pós-Sinodal, é que o Prof. Dr. Geraldo De Mori,  no primeiro artigo de nossa matéria especial, O amor no matrimônio segundo a Amoris Laetitia, debruça-se sobre o tema do amor, como chave de leitura para a compreensão do texto papal. No artigo, o autor nos ajuda a compreender o específico do amor conjugal, considerando os seus desafios e limites.

Considerando a complexa teia das relações familiares, porque humanas e logo frágeis, não é possível ignorar aqueles casos nos quais os casais encontram seus limites e põem fim às relações conjugais e, por demanda da própria vida, contraem nova relação amorosa, bem como de outros casos que fogem ao ideal cristão. Sobre essas realidades tão reais é preciso um cuidado pastoral responsável e evangélico, que supere o mero legalismo. É o que reflete o segundo artigo de nossa matéria especial, Acompanhar, discernir e integrar as fragilidades da realidade familiar, do Drdo. Edward Guimarães.

Para melhor compreendermos a abertura pastoral feita por Francisco, é preciso um olhar para uma dimensão fundamental do humano, que é a consciência. Tal chave de leitura, proposta por Francisco na Exortação, é o assunto do terceiro artigo de nossa matéria, Formar as consciências, não substituí-las, escrito pelo Ms. Rodrigo Ladeira, abordada de um ponto de vista teológico. Refletir sobre a consciência dos sujeitos crentes é, longe de dúvidas, colocar na pauta do diálogo uma nova abordagem a respeito da cidadania eclesial dos batizados e batizadas.

Boa leitura!

Felipe

Felipe Magalhães Francisco é doutorando em Ciências da Religião, pela PUC-MG, e mestre e bacharel em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Coordena a Comissão Arquidiocesana de Publicações, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).

Fonte:

domtotal.com

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