ecumenismo – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Wed, 24 Apr 2024 12:44:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 ecumenismo – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Para a SOUC – Semana de Oração pela Unidade Cristã https://observatoriodaevangelizacao.com/para-a-souc-semana-de-oracao-pela-unidade-crista/ Wed, 24 Apr 2024 12:44:05 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49733 [Leia mais...]]]>
A busca da unidade ao longo de todo o ano

Promovida mundialmente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) acontece em períodos diferentes nos dois hemisférios.

No hemisfério Norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) é de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908, por Paul Watson, pois cobriam o tempo entre as festas de São Pedro e São Paulo, e tinham, portanto, um significado simbólico.


No hemisfério Sul, por sua vez, as Igrejas geralmente celebram a Semana de Oração no período de Pentecostes (como foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem, em 1926), que também é um momento simbólico para a unidade da Igreja. No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lidera e coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados.

Levando em conta essa flexibilidade no que diz respeito à data, estimulamos a todos os cristãos, ao longo do ano, a expressar o grau de comunhão que as Igrejas já atingiram e a orar juntos por uma unidade cada vez mais plena, que é desejo do próprio Cristo (Jo 17:21). Clique aqui e baixe a logomarca da Semana.
Semana de Oração (SOUC), edição 2024

▶ PERÍODO
De 12 a 19 de maio.

▶ TEMA

“Amarás a Deus e a pessoa próxima como a ti mesmo.” (cf Lc 10,27)

▶ ORAÇÃO OFICIAL

Clique aqui e confira a Oração oficial da SOUC para 2024.

▶ E-BOOK DA SOUC 2024
Desde o ano de 2021, os materiais alusivos à SOUC passaram a ser exclusivamente virtuais.
Clique aqui e baixe o Caderno de Celebração (e-book da SOUC 2024).
Clique aqui e baixe Rodas de Conversa (com temas bíblicos) que preparamos como material complementar.

▶ VÍDEOS DA SOUC
Preparamos uma série de vídeos para animar a Semana de Oração 2024. Clique aqui para assistir.

▶ PLAYLIST (VÍDEOS) E PARTITURAS
Clique aqui e acesse a playlist de cantos preparada pela Comunidade Taizé de Alagoinhas.
Clique aqui e baixe as partituras (também preparadas prla Comunidade Taizé de Alagoinhas).

▶ CARTAZ

A arte escolhida foi enviada por Larissa Bichuete.

Clique aqui e leia a explicação do autor para a arte.
Clique aqui para baixar o cartaz em alta resolução.

▶ INTRODUÇÃO AO TEMA PARA O ANO DE 2024
Amarás a Deus e a pessoa próxima como a ti mesmo (cf. Lc 10, 27) é o tema da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC).
Os materiais da Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2024 foram preparados por uma equipe ecumênica de Burkina Faso, coordenada pela Comunidade Chemin Neuf (CCN). A CCN é uma comunidade católica com vocação ecumênica, nascida em Lyon, França, em 1973. Sua inspiração é a dinâmica do Vaticano II, a tradição inaciana e a experiência da Renovação Carismática. Para elaborar o material da SOUC 2024, a Comunidade Chemin Neuf convidou pessoas da Arquidiocese Católica de Uagadugu, das igrejas protestantes, dos órgãos ecumênicos e da CCN de Burkina Faso.
No Brasil, o CONIC convidou a Comunidade de Taizé de Alagoinhas/Ba para realizarem a adaptação dos subsídios. Para a nossa felicidade, a Comunidade de Taizé aceitou o convite e adaptou, com espírito ecumênico e comunitário, o material proposto pelas igrejas de Burkina Faso. Agradecemos profundamente a generosidade e a disposição dos irmãos e irmãs da Comunidade de Taizé de Alagoinha. O caderno apresenta três roteiros celebrativos, que formam um caminho com três paradas. Primeira: somos um; segunda: oração da cruz e terceira: oração da luz.
A escolha pelo versículo bíblico do Evangelho de Lc 10,27 brota do contexto permanente de tensão e perseguição experimentados pelas comunidades cristãs de Burkina Faso, um país cultural e religiosamente plural, em que aproximadamente 64% da população é muçulmana, 9% adere às religiões tradicionais africanas e 26% é cristã, sendo 20% católica e 6% protestante. Esses três grupos religiosos estão presentes em todas as regiões do país e em praticamente todas as famílias.
Nossos irmãos e irmãs de Burkina Faso nos contam que todas as comunidades religiosas são impactadas pela profunda crise de segurança vivida pelo país, em consequência de um grande ataque jihadista, organizado fora do país, ocorrido no ano de 2016. Burkina Faso enfrenta uma proliferação de ataques violentos promovidos por grupos extremistas, de ilegalidade e o tráfico de pessoas. Inúmeras escolas, centros de saúde e prefeituras foram fechados e grande parte da infraestrutura socioeconômica e de transporte foi destruída. Os ataques direcionados a grupos étnicos específicos aumentam o risco de conflitos intercomunitários.
As igrejas cristãs têm sido alvo específico de ataques armados. Sacerdotes, pastores e catequistas foram mortos durante celebrações e muitos foram sequestrados e seus paradeiros são desconhecidos.  Comunidades cristãs no norte, leste e noroeste do país foram fechadas por causa das ameaças extremistas. Não há mais culto cristão público em muitas dessas áreas. Em poucos locais somente é possível celebrar sob proteção policial, desde que os cultos e missas sejam breves.
Amarás a Deus e a pessoa próxima é um convite para refletir sobre os extremismos e exclusivismos religiosos. Deus jamais é a favor de perseguições, guerras e intolerâncias religiosas.
No Brasil, nós, pessoas cristãs, podemos celebrar e orar em liberdade e segurança. No entanto, isso não significa que a violência em nome de Deus esteja ausente. Se em Burkina Fasso há comunidades cristãs perseguidas, aqui, no Brasil, pessoas indígenas que praticam as espiritualidades ancestrais e pessoas afro-brasileiras, adeptas das inúmeras tradições religiosas aprendidas com seus antepassados são perseguidas por grupos cristãos extremistas.
Burkina Faso nos diz que a única possibilidade que a fé em Jesus Cristo nos oferece é expressar o amor a Deus amando a pessoa próxima, isso significa, respeitar e amar pessoas com práticas religiosas diferentes das nossas, pois o convívio e a unidade são a melhor forma de comprometimento com o amor gratuito de Deus pela humanidade.
Este ano, vamos fazer da Semana de Oração pela Unidade Cristã uma Semana com forte apelo Ecumênico. Vamos nos dar a oportunidade de ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs que vivem a sua fé de maneira diferente da nossa. Experimentar o amor em diversidade é encontrar Deus revelado na pessoa próxima. Estes encontros nos tornam pessoas melhores, menos conflitivas e mais amorosas.
▶ OFERTA DA SEMANA DE ORAÇÃO
A oferta da SOUC simboliza o comprometimento das pessoas com o ecumenismo. É uma forma concreta de mostrar que acreditamos realmente na unidade dos cristãos (João 17:21). Os frutos das ofertas doadas ao longo da Semana são distribuídos, anualmente, da seguinte maneira: 40% para a representação regional do CONIC (onde houver), que é destinado a subsidiar reuniões e atividades ecumênicas locais, e 60% para o CONIC Nacional, para projetos de maior alcance.
Vale lembrar que a oferta faz parte da celebração, logo, reserve um momento da liturgia para realizá-la. É um momento de gratidão pelas coisas boas que recebemos de Deus. Ofertas também poderão ser recolhidas nos encontros temáticos, durante a Semana.
Faça sua oferta ou doação por esse QR Code:

Ou faça um Pix:
conic@conic.org.br

 

 

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Francisco: a unidade dos cristãos é um testemunho ao mundo ferido pela divisão https://observatoriodaevangelizacao.com/francisco-a-unidade-dos-cristaos-e-um-testemunho-ao-mundo-ferido-pela-divisao/ Wed, 24 Apr 2024 02:39:10 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49699 [Leia mais...]]]> O Papa, em mensagem ao Fórum Cristão Global reunido em Gana até sábado (20), espera que o encontro consiga reacender o amor fraterno e aumentar “a unidade visível entre todos os cristãos”. Durante 25 anos, a iniciativa “tornou-se uma valiosa ferramenta ecumênica”, acrescentou Pe. Flavio Pace, que leu o texto do Pontífice e falou em nome do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Confira…

Andressa Collet – Vatican News

O Papa Francisco também se faz presente no quarto encontro mundial organizado pelo Fórum Cristão Global que termina no próximo sábado (20), em Acra, capital de Gana, que recebe 240 líderes cristãos de 60 países diferentes. Através de uma mensagem enviada nesta quinta-feira (18), o Pontífice começou recordando a importância de reunir participantes de todo o mundo na África, “o que respeita um belo mosaico do cristianismo contemporâneo com a sua rica diversidade, ao mesmo tempo em que permanecem fundamentados na nossa identidade comum de seguidores de Jesus Cristo”.

No texto em inglês, lido no evento por Pe. Flavio Pace, secretário do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o Papa refletiu sobre o tema do encontro em Gana: “Para que o mundo conheça” (Jo 17, 23b), inspirado na oração de Jesus pouco antes da sua paixão e morte, quando expressou anseio pela unidade entre os fiéis. Uma forma, escreveu Francisco, de exortar “os cristãos a incorporar a unidade e o amor do Deus Uno e Trino na vida pessoal deles e da Igreja, de modo a dar testemunho a um mundo ferido pela divisão e rivalidade”.

“A unidade é um elemento indispensável para abraçar a visão do Reino de Deus. Portanto, há um vínculo intrínseco entre o ecumenismo e a missão cristã. Ao longo da sua história, o Fórum Cristão Global contribuiu significativamente para a promoção desse vínculo, proporcionando um espaço onde os membros, especialmente aqueles provenientes de diferentes expressões históricas da fé cristã, crescem no respeito mútuo e na fraternidade, ao se encontrarem em Cristo.”

Francisco encerrou a mensagem, parabenizando pelo aniversário de 25 anos do Fórum Cristão Global, no desejo de que o encontro em Gana consiga reacender o amor fraterno enquanto todos rezam juntos, contam as histórias pessoais e enfrentam os desafios que a comunidade cristã global enfrenta. A exortação final do Papa foi para que o evento consiga aumentar “a unidade visível entre todos os cristãos”.

De fato, o Fórum Cristão Global procura reunir cristãos de diferentes tradições para aprofundar as conexões e enfrentar os desafios globais. Por meio de adoração, ensinamentos e discussões em busca da unidade cristã, os encontros procuram dar testemunho de Cristo no mundo de hoje.

O ‘espaço aberto’ do Fórum Cristão Global

O Pe. Flavio Pace, em nome do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, também fez a sua intervenção no “evento ecumênico” após a leitura da mensagem de Francisco, enaltecendo, inclusive, o processo sinodal da Igreja Católica vivido desde 2021 – que não pode ser feito “sem a dimensão ecumênica”. O secretário recordou a vigília de oração com a presença de líderes de diferentes denominações cristãs ao lado do Papa Francisco (2023). O evento em Gana, afirmou “com certeza” o representante vaticano, “também é animado pelo espírito da sinodalidade”, pois reúne “líderes cristãos de todo o mundo, representando uma rica tapeçaria do cristianismo, incluindo igrejas ortodoxas, católicas, protestantes, evangélicas, pentecostais, independentes e organizações ecumênicas. Ele reflete nossa diversidade global, abrangendo várias experiências eclesiais e carismas pessoais”.

O Fórum Cristão Global, comentou Pe. Flavio, “tornou-se uma valiosa ferramenta ecumênica”, desafiando “as percepções do mundo sobre o cristianismo como uma mera fonte de divisão e conflito, demonstrando o poder transformador do Evangelho”. Por 25 anos, o Fórum “tem proporcionado um ‘espaço aberto’ onde representantes de todas as correntes do cristianismo global podem se reunir para cultivar o respeito mútuo, compartilhar histórias de fé pessoais e eclesiais, abordar desafios e aspirações comuns e explorar novas formas de promover a unidade cristã em uma época de mudanças significativas no cristianismo global”.

“Quando cristãos de diversas origens se reúnem, abraçando sua identidade compartilhada em Cristo, eles dão testemunho do poder reconciliador do Evangelho. Sua unidade se torna um testemunho do poder da fé cristã que transcende as diferenças humanas.”

Fonte: Vaticannews.va

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Bispos reunidos em assembleia refletiram sobre pentecostalismo no Brasil https://observatoriodaevangelizacao.com/bispos-reunidos-em-assembleia-refletiram-sobre-pentecostalismo-no-brasil/ https://observatoriodaevangelizacao.com/bispos-reunidos-em-assembleia-refletiram-sobre-pentecostalismo-no-brasil/#comments Mon, 05 Sep 2022 23:43:52 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=45831 [Leia mais...]]]> Reunidos durante a 59ª assembleia geral da CNBB, encerrada na sexta-feira passada (02/09), os bispos do Brasil refletiram sobre “Pentecostalismo e Evangelização” através de uma análise de conjuntura eclesial elaborada pelos membros da INAPAZ (Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi) e sistematizada pelo teólogo pe. Geraldo De Mori, SJ (FAJE).

A reflexão, apresentada em três etapas (diagnóstico, análise e prospecção), foi introduzida por uma nota prévia de autoria do pe. Marcial Maçaneiro (PUCPR) em que se explicitou, com maior detalhamento, o que se entende por pentecostalismo e quais suas manifestações eclesiais, seja em comunidades de tradição protestante, seja dentro da própria Igreja Católica, como é o caso do movimento da Renovação Carismática Católica (RCC).

Para um diagnóstico mais sistêmico, o INAPAZ tomou, além da RCC, também as igrejas do Evangelho Quadrangular e Assembleias de Deus como referências para a análise dos principais aspectos positivos e dificuldades, desafios e oportunidades do pentecostalismo católico e evangélico no Brasil. Foram levados em conta nestas leituras os atores de cada instituição, suas metodologias, subsídios e dinâmicas pastorais, bem como os aspectos sociais, econômicos, culturais, políticos, ambientais e tecnológicos que as constituem e afetam.  

Dentre os pontos fortes mencionados, merecem destaque três características que se verificam, mesmo que com particularidades locais, em todas as expressões analisadas: a marcante autonomia e presença do laicato nos processos de evangelização, o dinamismo e simplicidade na comunicação da fé (especialmente nas redes sociais) e os fortes laços entre os fiéis, resultantes de processos de suporte mútuo e de relacionamentos interpessoais contínuos. Quanto aos pontos fracos, podem-se resumir em: fundamentalismos e frágil formação teológica; religiosidade alienante das questões sociopolíticas e, mais frequentemente, filiada a grupos políticos ultraconservadores e da extrema direita. O próprio documento, no entanto, ressalta que “o fenômeno pentecostal é muito diverso e complexo” e que o diagnóstico não chegou a abarcar as igrejas “da terceira onda, identificadas como neopentecostais, que tiveram grande expansão nas últimas décadas”.       

Do ponto de vista dos desafios do pentecostalismo para a evangelização na Igreja católica, o documento destaca tendências de “fragmentação no tecido eclesial” atestada pela “proliferação de alguns grupos e comunidades que, ao invés da lógica da comunhão e da busca de unidade dada pelo Espírito, segue a dos interesses pessoais dos fundadores, tornados novos gurus ou vendilhões do templo a explorar a fé simples dos mais pobres.” Além disso, nota-se em tendências do neopentecostalismo uma certa “afinidade eletiva com os princípios do neoliberalismo” que abre espaço para as teologias da prosperidade e do domínio e que facilmente descambam para religiosidades de tipo “mágico e devocional, e a da autoajuda, utilizando-se da linguagem do coaching, ambas com forte tendência individualista”. Essas concepções favorecem uma cosmovisão em que “os problemas da sociedade são de ordem espiritual, sem nenhuma origem social econômica ou política.” Tendo em vista a presença massiva dos grupos pentecostais e neopentecostais nos meios populares, essas tendências preocupam, especialmente, por não favorecem entre as comunidades uma consciência crítica que as ajude a lutar por direitos e cidadania, papel social também importante da religião.

Particularmente, no mundo pentecostal católico, o documento destaca com preocupação o crescimento do uso das mídias sociais e da ação de influenciadores na difusão de ideologias neotradicionalistas que, não raramente, se opõem frontalmente às orientações da CNBB e do Papa Francisco, no que muitos teólogos tem chamado de verdadeiro “cisma”, que, “embora não seja de fato e de direito declarado, o é nos sentimentos e na ruptura real com as orientações do conjunto do magistério”.

A análise, no entanto, não teve como escopo a demonização do pentecostalismo (como em outros momentos históricos), ao contrário, apontou valores e perspectivas fundamentais dessas manifestações tais quais a “capacidade de tocar o afeto do indivíduo pós-moderno, fragmentado, fortemente marcado pelo mundo tecnológico”, “a resposta comunitária à tendência individualista” e a expertise no uso das mídias sociais no processo evangelizador. Sobretudo, apontou-se para o provocador chamado à conversão que o movimento pentecostal sugere às estruturas hierárquicas e institucionais da Igreja católica no que diz respeito à uma maior abertura ao protagonismo laical e uma renovada aproximação das periferias urbanas, onde a expressão evangélica do pentecostalismo é decididamente presente.

O documento salientou ainda os avanços observados no diálogo ecumênico entre o pentecostalismo e o catolicismo, alimentando um importante horizonte de contribuição no “discernimento das leituras conflitantes que hoje permeiam a sociedade e a Igreja do Brasil, como também o movimento carismático católico”.

Para ler o estudo na íntegra, clique aqui: Pentecostalismo e Evangelização.  

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Matheus Cedric Godinho

É professor de Filosofia e Ensino Religioso e autor de material didático para Educação Básica nas mesmas áreas. Leigo católico, cofundador da Oficina de Nazaré e membro do Conselho Editorial da Revista de Pastoral da ANEC. Atualmente coordena o Observatório da Evangelização PUC Minas.

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1ª Romaria dos Povos, das Águas e do Meio Ambiente https://observatoriodaevangelizacao.com/1a-romaria-dos-povos-das-aguas-e-do-meio-ambiente/ https://observatoriodaevangelizacao.com/1a-romaria-dos-povos-das-aguas-e-do-meio-ambiente/#comments Wed, 18 May 2022 12:00:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=45008 [Leia mais...]]]> No próximo domingo, dia 22 de maio, ocorrerá a I Romaria dos Povos, das Águas e do Meio Ambiente, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O evento religioso será promovido pelos movimentos sociais Salve Santa Luzia e SOS Vargem das Flores, com a colaboração da Arquidiocese de Belo Horizonte, das paróquias “Bom Jesus e Nossa Senhora Aparecida”, “Santa Luzia” e “São Raimundo Nonato”,bem como da Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais, da Pastoral Afro Brasileira, da Pastoral Ecumênica da PUC Minas e da ONG Solidariedade. Será uma romaria inter-religiosa, em defesa da cultura, da religiosidade, da luta do povo preto de Santa Luzia e região, e contra as ameaças de destruição socioambiental do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte sobre as comunidades tradicionais e quilombolas.

O projeto do Rodoanel prevê que esta rodovia de grande porte vai perpassar 13Km do território de Santa Luzia, há apenas, 200 metros do Cemitério dos Escravos, 3km do quilombo de Pinhões e 5Km do quilombo Manzo Ngunzo Kaiango. Haverá impactos também nos quilombos de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, Arturos, em Contagem, Mangueira, em Belo Horizonte e Pimentel, em Pedro Leopoldo.

A Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é signatário desde 2004, estabelece que obras de infraestrutura a até 10Km de comunidades tradicionais, demandam a adoção de um protocolo de Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI). Além de não ter realizado as consultas prévias sobre o Rodoanel, o governo Romeu Zema (Novo) promoveu, no último dia 08 de abril, a flexibilização da Consulta Prévia, Livre e Informada em Minas Gerias, por meio de uma resolução conjunta publicada pelas secretarias estaduais de Desenvolvimento Social e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, colocando, assim, as comunidades tradicionais mineiras, em situação de vulnerabilidade e risco.

Frente as várias irregularidades identificadas no projeto do Rodoanel, bem como o seu grande potencial poluidor e degradador, afetando o meio ambiente, comunidades quilombolas, sítios arqueológicos e bairros urbanos periféricos, o deputado federal Rogério Correia (PT) e a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), protocolaram representações na Procuradoria-Geral do Ministério Público de Minas Gerais e no Ministério Público Federal. E no dia 05 de abril de 2022, a Academia dos Juristas Católicos Humanistas de Belo Horizonte e a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz da Arquidiocese de Belo Horizonte, fizeram uma Manifestação de Apoio a representação dos deputadas, em defesa das comunidades tradicionais (SANTOS, 2022)[1]

A Romaria dos Povos, das Águas e do Meio Ambiente, é a segunda atividade desenvolvida pelos movimentos Salve Santa Luzia e SOS Vargem das Flores, no Cemitério dos Escravos, contra o Rodoanel. No dia 02 de novembro de 2021, foi realizado o Abraço Simbólico ao Cemitério dos Escravos durante a Ação de Graças da tradicional Missa Afro, realizada pela Pastoral Afro da paróquia São Raimundo Nonato, em memória dos escravizados ali enterrados (SANTOS et. al. 2021)[2]. Desta vez, com a romaria, se pretende seguir os passos dos primeiros negros escravizados que foram enviados da antiga Sesmaria das Bicas para a região em que hoje se encontra o quilombo de Pinhões. Será uma travessia mística, por uma estrada cheia de histórias, e reunindo os vários credos religiosos contra um projeto rodoviário, que é compreendido por vários religiosos e ativistas, como sendo de Racismo Ambiental, por colocar comunidades étnicas em situação de degradação socioambiental.

A abertura da romaria ocorrerá às 08:00 horas da manhã, do Cemitério dos Escravos, na estrada rural Dâmaso José Diniz, junto a capela de Nossa Senhora da Conceição, em terras da antiga Sesmaria das Bicas, em Santa Luzia. Logo após a benção inicial, a romaria seguirá pela MG-020 até a capela de Nossa Senhora do Rosário, no quilombo de Pinhões, com previsão de chegada às 10:00 horas da manhã, para a celebração de uma Missa Conga, realizada pela Pastoral Afro da Paróquia São Raimundo Nonato. Durante a Romaria ocorrerão três paradas de 5 minutos, para a reflexão contemplativa e o descanso. A primeira parada será em frente a Capela de Nossa Senhora da Conceição, no entroncamento da estrada Dâmaso José Diniz com a MG020. A segunda parada ocorrerá no encontro do Rio das Velhas com a MG020. E a terceira parada ocorrerá na praça do quilombo de Pinhões. Após a Missa Conga, haverá um almoço, com gastronomia quilombola luziense, na Capela de Nossa Senhora da Conceição, na comunidade de fé dos Fechos, promovido pela ONG Solidariedade.

Já confirmaram a participação na romaria e na missa conga, os seguintes líderes religiosos: Dom Vicente Ferreira, que é bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte; Babalorixá Erisvaldo Pereira do Santos, da Casa de Axé Ogum Traz Alegria; Pastora Irani Junia de Oliveira Santos, pastora da Comunidade Evangélica Caminho da Vida, de Contagem; Pe. Jotaci Brasiliano, da Pastoral Afro Brasileira; Pastor Flávio Lages, da Igreja Presbiteriana Jardim Alvorada de Belo Horizonte e membro da Pastoral Ecumênica da PUC Minas; Frei Gilvander Moreira, da Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais; e Maria Goreth Costa Luz, que é Rainha Estrela Guia da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do quilombo dos Arturos, em Contagem. Outras lideranças religiosas estão em fase de confirmação da participação na romaria.

Por fim, o movimento Salve Santa Luzia convida todos e todas a participarem da I Romaria dos Povos, das Águas e do Meio Ambiente. É recomendado que todos usem calçados confortáveis para a caminhada de 6 km, que estejam bem agasalhados para se protegerem do frio dos primeiros instantes da manhã e que levem água e guarda-sol para se protegerem do calor do período do final da manhã.


[1] In: https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/a-arquidiocese-de-belo-horizonte-e-a-luta-contra-o-rodoanel/ Acesso em: 16/05/2022.

[2] In: https://www.brasildefatomg.com.br/2021/11/04/missa-afro-no-cemiterio-dos-escravos-denuncia-devastacao-do-rodoanel-em-santa-luzia Acesso em: 16/05/2022.

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Glaucon Durães da Silva Santos
É católico leigo da paróquia Bom Jesus e Nossa Senhora Aparecida, Santa Luzia/MG, doutorando em Ciências Sociais pela PUC Minas, professor de Sociologia, membro da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais e colaborador jovem do Observatório da Evangelização da PUC Minas. Desenvolve pesquisa nas áreas da Sociologia da Religião e da Sociologia PolíticaAtualmente é representante da Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte (Santuário Arquidiocesano de Santa Luzia) no Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Santa Luzia.

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Formação da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo inter-religioso da CNBB Leste 2 https://observatoriodaevangelizacao.com/formacao-da-comissao-para-o-ecumenismo-e-o-dialogo-inter-religioso-da-cnbb-leste-2/ Wed, 16 Mar 2022 12:00:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=44370 [Leia mais...]]]> À luz do tema ”Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso: conhecer e avançar na prática pastoral” a Regional Leste 2 da CNBB promoverá, no dia 17 de Março, às 19h30, uma formação assessorada por Dom Francisco Costa, Bispo Diocesano de Sete Lagoas e referencial da Comissão, e pelo Prof. Edward Guimarães, Assessor Teológico da Comissão e membro da Equipe Executiva do Observatório da Evangelização.

O momento será conduzido virtualmente através da plataforma ZOOM.

Faça sua inscrição no link ➡ https://www.encurtador.com.br/ehnzA

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“A guerra é a derrota do ecumenismo”. Entrevista com Andrea Riccardi. https://observatoriodaevangelizacao.com/a-guerra-e-a-derrota-do-ecumenismo-entrevista-com-andrea-riccardi/ Mon, 07 Mar 2022 21:00:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=44179 [Leia mais...]]]> A divisão do cristianismo está fundada na falta de diálogo, escuta e entendimento de seus elementos humanos, bem como uma teologia atenta ao momento histórico. O diálogo inter-religioso se mostra como caminho urgente, mas pouco ainda desenvolvido em contextos iminentes ao conflito. A guerra na Ucrânia se torna o novo ponto de inflexão deste diálogo mais que necessário, urgente. Acompanhe a opinião de Andrea Riccardi, historiador italiano, fundador da comunidade de Santo Egídio, na entrevista originalmente publicada por Paolo Viana no portal Avvenire e traduzida para o portugês por Luisa Rabolini:


♦ Professor Riccardi, há seis dias, a comunidade de Santo Egídio propôs fazer de Kiev uma “cidade aberta” e, em vez disso, a capital ucraniana ainda está sob ameaça das bombas e tanques de Moscou. É realista imaginar esta solução?

Ainda é possível salvar Kiev da destruição – responde Andrea Riccardi, historiador, fundador da comunidade de Santo Egídio e ministro do governo Monti -, na luta casa por casa, rua por rua, e é preciso fazer isso para salvar vidas humanas, pelo valor da cidade – Kiev é a Jerusalém da ortodoxia da Rus’ e, portanto, para a ortodoxia bielorrussa russa e ucraniana -, e porque tirar Kiev da guerra significa tirar espaço do confronto armado. Kiev não deve se tornar Aleppo.

♦ O que você acha da proposta russa de abrir corredores humanitários?

Os corredores humanitários são sempre um objetivo de quem quer a paz, mas em geral são algo diferente das propostas russas de hoje. Sem falar que os corredores para fugir já existem e os ucranianos os estão usando.

♦ Os ucranianos, no entanto, gostariam de estar mais protegidos nesta fuga. A decisão da OTAN de não declarar a Zona de exclusão aérea é um ato de fraqueza e causará um massacre, como afirma Zelensky?

Entendo o presidente ucraniano, mas o Ocidente tem duas responsabilidades: com a Ucrânia e com o Ocidente. Li a decisão de não declarar a Zona de exclusão aérea, que também poderia levar a uma escalada do conflito com a Rússia, como um ato de responsabilidade e não de fraqueza.

♦ Como lê a resistência ucraniana?

É uma guerra estranha, que não esperávamos e que Putin também não esperava. No entanto, era evidente que o envio de jovens russos criados em tempos de paz e jovens ucranianos que eram irmãos dos russos há anos – estou pensando nos laços criados por viagens, comércio e especialmente mídias sociais – teria provocado diferenças. Surge a grande contradição dos laços globais que vão além das fronteiras. Cada um pertence ao seu próprio país e a muito mais, e cada um sente que a guerra está rompendo laços importantes. A leitura russa de que a Ucrânia teria caído facilmente se mostrou muito errada: vi personalidades pró-Rússia e de língua russa se posicionarem contra esse conflito. Li o metropolita chefe da Igreja Ortodoxa ucraniana dirigindo-se ao Patriarca Kirill e Putin defendendo os argumentos ucranianos.

♦ Há igrejas ortodoxas em guerra, há católicos russos e católicos ucranianos em guerra, sem falar nas diferenças entre católicos e ortodoxos nos países vizinhos. A teologia muda com base em onde a pessoa está?

O catolicismo é uma grande “internacional” e para a Igreja Católica a guerra é um terreno impossível porque os católicos estão sempre deste lado e do outro. Somos uma minoria nos dois países em guerra e o verdadeiro drama, quero lembrá-los, é precisamente aquele dos ortodoxos, para não falar da difícil situação dos greco-católicos. As igrejas ortodoxas têm um problema muito sério: a Ortodoxia de Moscou está dividida entre a Rússia e a Ucrânia e o Patriarcado de Moscou está na posição em que Pio XII estava quando foi criticado pelos “silêncios” diante da guerra mundial.

♦ A guerra silenciará o ecumenismo?

O ecumenismo significa paz e a guerra é a derrota das Igrejas. O Patriarca Atenágoras dizia “Igrejas irmãs, povos irmãos”. Esta guerra é objetivamente a derrota do ecumenismo cristão: a ortodoxia já está dividida e neste momento devemos acreditar que a paz será o desafio da Igreja para todo o século que vivemos.

A paz será o desafio da Igreja para todo o século que vivemos.
(Andrea Riccardi)

♦ O mundo católico está fazendo a sua parte?

Surpreende-me até a vitalidade da reflexão em curso no mundo católico, que redescobriu o tema da paz. Como todos os papas, Francisco falou claramente contra a guerra. É claro que, para ser honesto, eu esperava das Igrejas europeias uma resposta mais ativa às palavras do Pontífice. Assim como, da Igreja alemã, um debate sobre o rearmamento da Alemanha. Vejam bem, este não é o tema “usual” para uma discussão eclesial. Aqui não se trata de concordar com as palavras de um documento, mas de tomar partido entre a vida e a morte.

♦ Na Itália ainda haverá divisão sobre a guerra “justa”?

Estou muito angustiado ao ver pessoas fugir e morrer para me preocupar com a “guerra justa”.

♦ Putin é acusado de ser o novo Hitler: historicamente, qual é a diferença entre a Polônia de 1939 e a Ucrânia de 2022?

A história deve esclarecer-nos, mas a história não é aquela dos cartões postais, a história não julga, a história compreende. A Rússia foi humilhada e cercada pela OTAN e está se relançando através de uma presença imperial não apenas na Ucrânia. Não sou o defensor de Putin, mas existem dinâmicas e existe um cenário. A cada dia que passa fica mais difícil, mas devemos sair dessa guerra deixando uma rota de fuga não apenas para os refugiados, mas também para o líder russo.

♦ O que você acha dos diálogos de Brest?

Que está faltando um mediador.

♦ Quem poderia ser?

Angela Merkel. Os governos europeus deveriam procurá-la. E rápido.

♦ A famosa “diplomacia paralela” de Santo Egídio caminha nessa direção?

Santo Egídio está se movendo para oferecer solidariedade aos ucranianos, as nossas comunidades na Polônia, Hungria e Eslováquia estão trabalhando. E trabalhamos para Kiev ser uma cidade aberta.

♦ O senhor foi Ministro da Cooperação Internacional e Integração. Como avalia este tsunami humanitário que está assolando a Europa?

Nestas horas, lembro-me das divergências entre os países orientais e ocidentais sobre a gestão dos refugiados sírios. Agora não há mais divisões e isso é bom. Espero que a Polônia peça aos outros parceiros europeus que assumam quotas de refugiados e espero uma resposta rápida e positiva. Estamos falando de seis milhões de pessoas, uma maré difícil de administrar. Quando temos medo de tantas pessoasem fuga, precisamos lembrar que eles estão fugindo da morte e que são as cuidadoras que cuidam de nossas mães e os caminhoneiros que abastecem as nossas lojas… pessoas como nós. Também desta vez.

♦ Esta guerra mudará a Europa?

Espero que sim e acredito que seja inevitável. O rearmamento alemão deveria ocorrer no quadro de um instrumento de defesa europeu que se torna urgente e necessário, bem como de uma política externa comum. Acredito que a guerra ucraniana tenha compactado ainda mais os europeus, depois que a pandemia os convenceu de que só podemos nos salvar juntos. Mas, repito, agora devemos parar a guerra, porque as guerras do nosso século são intermináveis. Que o diga a Síria.

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Andrea Riccardi
É um historiador e acadêmico italiano. Graduado em História Contemporânea pela Universidade de Estudos de Roma III, é notável estudioso da Igreja na Idade Moderna e Contemporânea, bem como fundador da Comunidade de Santo Egídio.

Paolo Viana
É repórter enviado especial do portal italiano Avvenire. Graduado em Ciências Políticas pela Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão.

Luisa Rabolini
Possui graduação em Biologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e graduação em Letras – Tradutor e Intérprete pela mesma instituição. Atualmente é tradutora de italiano para o Instituto Humanitas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Fonte: https://www.ihu.unisinos.br/616667-kiev-nao-pode-ser-a-nova-aleppo-a-guerra-derrotada-do-ecumenismo-entrevista-com-andrea-riccardi

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CONIC celebra 40 anos de diálogo e ações por direitos entre igrejas evangélicas e católica. https://observatoriodaevangelizacao.com/conic-celebra-40-anos-de-dialogo-e-acoes-por-direitos-entre-igrejas-evangelicas-e-catolica/ https://observatoriodaevangelizacao.com/conic-celebra-40-anos-de-dialogo-e-acoes-por-direitos-entre-igrejas-evangelicas-e-catolica/#comments Tue, 22 Feb 2022 23:38:05 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=43818 [Leia mais...]]]>

Pela passagem dos 40 anos do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), a colunista Magali Cunha elabora um belo memorial da caminhada do movimento ecumênico no Brasil, culminando na criação e atuação do CONIC como importante espaço de comunhão e diálogo. Numa perspectiva de verdadeira esperança cristã, Magali ressalta que a jornada do CONIC e suas proféticas 4 décadas de existência apontam ainda para um projeto de Igreja e nação transformadas pela solidariedade e comunhão. Leia o artigo completo, cuja reprodução foi gentilmente autorizada pela revista Carta Capital:

Celebrar aniversário é uma valiosa oportunidade de recuperar a memória para iluminar o presente e projetar o futuro. Os 40 anos da fundação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), que marcam este 2022, nos chamam a celebrar a existência deste significativo organismo ecumênico e a realizar este exercício de memória, em especial nestes tempos medonhos que o Brasil vive. Afinal, como nos ensinou o teólogo Rubem Alves, “a memória tem uma função subversiva. (…) Talvez que a memória das esperanças já mortas seja capaz de trazê-las de novo à vida, de forma que o passado se transforme em profecia e a visão do paraíso perdido dê à luz a expectativa de uma utopia a ser conquistada” (em Dogmatismo e Tolerância, Ed. Loyola, 2004).

“Talvez que a memória das esperanças já mortas seja capaz de trazê-las de novo à vida, de forma que o passado se transforme em profecia e a visão do paraíso perdido dê à luz a expectativa de uma utopia a ser conquistada”
(Rubem Alves)
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O CONIC é expressão do movimento ecumênico nacional e de um momento de reconstrução democrática do Brasil (como a que é urgente no presente!). Naquele 1982, o País ainda vivia uma ditadura (194-1985), sob a liderança do presidente general João Batista Figueiredo. As pressões nacionais e internacionais por um retorno à democracia, depois de muita perseguição, tortura e morte de opositores do regime, havia tornado possível um período denominado de “abertura democrática”. Os efeitos da ditadura haviam sido terríveis sobre o movimento ecumênico.

Uma das expressões evangélicas mais significativas no mundo, no século 20, o ecumenismo, do grego oikoumene (ecumene, “mundo habitado”, “casa comum”) nasceu de pessoas sensíveis à necessidade da construção de pontes, da rejeição da competição entre os diferentes segmentos religiosos, inspiradas nos ventos dos humanismos que sopravam entre cristãos desde o século 19.

Os ventos levaram essas pessoas a retornarem às bases cristãs do respeito, da misericórdia, do diálogo, do entendimento. Surgiu então o movimento ecumênico, alicerçado no respeito às diferenças, na superação das tensões em torno de divergências e na busca de diálogo, na comunhão e na cooperação entre os diferentes cristãos e as distintas religiões em ações em prol da paz e da justiça. A ênfase no relacionamento entre os diferentes grupos passava a se assentar nas bases da fé que unem e não no que divide.

Recuperava-se a compreensão de fé sobre a casa comum, de todas as pessoas e povos, o mundo criado por Deus que precisa ser cuidado, para que tudo e todos que nele existem vivam em harmonia, comunhão, justiça e paz.

O movimento ecumênico brotou de ações de evangélicos que se uniam em muitas frentes desde o século 19: movimentos de jovens, de missionários, de educadores, de mulheres, de pacifistas, de grupos que atuavam na restauração de pessoas e povos nas guerras mundiais, de pessoas que se uniam em torno de práticas de oração e de estudo da Bíblia. Gente sensível que enfatizava os elementos do Cristianismo que chamavam à aproximação e à cooperação incondicionais em nome da justiça e da paz.

No Brasil, além dos movimentos estudantis cristãos desde os anos 1920, a Confederação Evangélica do Brasil (CEB), fundada em 1934, marcou a história das igrejas evangélicas no País. Fez diferença no espaço público com atividades como o Setor de Responsabilidade Social da Igreja (Departamento de Estudos), o Departamento de Ação Social (com o importante trabalho relacionado à imigração), o Departamento da Mocidade (ações com a Juventude), prestação de serviços à imprensa (para uma digna cobertura das atividades das igrejas evangélicas), entre outras.

A ditadura civil-militar teve ação repressiva devastadora sobre os organismos ecumênicos brasileiros. Centenas de líderes de igrejas, católica romana e evangélicas (pastores, padres, homens e mulheres leigos, adultos e jovens), foram perseguidos, presos de forma arbitrária, torturados, desaparecidos forçosamente, assassinados, expulsos e banidos, exilados. A CEB foi invadida e fechada. Os ideais cristãos, calcados na justiça e na paz, sobreviveram à custa de muita perseverança em tornos do princípio do ecumenismo e de ações subversivas para manter vivo o compromisso que unia fé e democracia.

Isso tornou possível que o movimento ecumênico brasileiro continuasse vivo na forma de muitas associações de igrejas, de jovens, de promoção da vida em todas as dimensões, de estudos. E, com a abertura democrática, nasceu o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), em 1982, resultado de conversações, ao longo de sete anos, entre as igrejas Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista, que compunham a CEB, e a Igreja Católica Romana.

Desde então, por 40 anos desse marco, o CONIC tem buscado promover relações ecumênicas entre as igrejas-membro, seus membros fraternos e as demais igrejas e expressões religiosas do Brasil. Atua também no fortalecimento do testemunho conjunto na defesa dos direitos humanos, como forma de fidelidade à mensagem de justiça e paz contida no Evangelho de Jesus, que alimenta os princípios cristãos. Com sede em Brasília (DF), as ações do CONIC são conduzidas pela diretoria em conjunto com a secretária-geral, a pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana Romi Bencke.

As quatro décadas de existência do CONIC não foram isentas de turbulências e crises. Há, historicamente, muita reação ao ecumenismo por conta de exclusivismos, do divisionismo, de competição e de indiferença, em especial de lideranças religiosas, com as possibilidades de encontro e cooperação, especialmente entre os segmentos evangélicos brasileiros. No entanto, ainda que tenha expressão minoritária de membros associados, o CONIC dá continuidade no Brasil, ao histórico desafio de se derrubar muros e construir pontes, que aproximem não apenas cristãos e outros grupos religiosos, mas também as outras tantas parcelas de um mundo cada vez mais dividido.

O número 40, registrado nos textos da tradição judaico-cristã, tem um significado importante para a memória do CONIC. Da conhecida história do dilúvio (os 40 dias em que a terra ficou submersa), passando pelo tempo do êxodo do povo hebreu no deserto, do Egito à Terra Prometida (40 anos), ao número de dias que Jesus passou no deserto antes de iniciar sua intensa vida pública (40 dias), são muitas as referências ao número 40 nas narrativas da Bíblia. Em todas elas, este número indica não um tempo cronológico exato, mas, de acordo com a cultura e visão do mundo dos povos do Oriente Médio, um momento vivido na sua completude, que, frequentemente, marca a realização de um tempo significativo de decisões e mudanças.

Que o novo tempo do CONIC, ainda que viva um contexto de crises (inundações, mudanças forçadas, desertos), dentro e fora das igrejas, seja vivido em completude e represente oportunidade, com esta memória tão rica, de transformações e renovação para a necessária reconstrução do Brasil, como há 40 anos. ♦

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Magali Cunha
Jornalista e doutora em Ciências da Comunicação. É pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (ISER) e colaboradora do Conselho Mundial de Igrejas. É colunista na seção Diálogos da Fé, da revista Carta Capital. 

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/conic-celebra-40-anos-de-dialogo-e-acoes-por-direitos-entre-igrejas-evangelicas-e-catolica/

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https://observatoriodaevangelizacao.com/conic-celebra-40-anos-de-dialogo-e-acoes-por-direitos-entre-igrejas-evangelicas-e-catolica/feed/ 1 43818
O amor e a misericórdia não têm religião https://observatoriodaevangelizacao.com/o-amor-e-a-misericordia-nao-tem-religiao/ Thu, 07 Dec 2017 17:06:29 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27078 [Leia mais...]]]> “Fomos deixando de nos ver como irmãos e passamos a nos ver como concorrentes. Isso, dentro da comunidade cristã, é um pecado grave e que ignoramos. Quando olhamos para os passos de Jesus percebemos que suas escolhas não se parecem com as nossas.”  Afirma Rafael Morais em relação à vida cristã e ao ecumenismo. “Ele amava o que ninguém queria amar. Hoje, mesmo cheios de estudos e formações sobre o cristianismo, nós ainda não sabemos fazer as mesmas escolhas.” Continua o jovem que retornou, recentemente, de uma experiência de três meses em Taizé. “O amor e a misericórdia não têm religião, nasce do coração de Deus e cabe a nós, cristãos, darmos testemunho sincero em meio ao mundo.”

Esse jovem sensível ao Outro provoca-nos, pois, a olhar para o Mestre da Galileia e buscar realizar escolhas que Ele próprio faria se vivesse em nossa realidade. Abrir-nos, deixar-nos interpelar pelos desafios da sociedade à luz do Espírito de Jesus, unir oração à ação, cultivando sempre a beleza da escuta, do encontro… São interpelações que nos vem ao ler a entrevista de Rafael no jornal Opinião e Notícias desta arquidiocese. Vale a pena conferir!

rafael-taize

FONTE: OPINIÃO E NOTÍCIAS

 

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Juventudes: Espiritualidade… Oração de Taizé https://observatoriodaevangelizacao.com/juventudes-espiritualidade/ Fri, 01 Dec 2017 02:58:30 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27000 [Leia mais...]]]> Quando pensamos na necessidade do cultivo da espiritualidade, particularmente em relação às espiritualidades das juventudes, percebemos desde buscas que mesclam todo tipo de encontro transcendental – a pós-moderna espiritualidade líquida (se quisermos usar o conceito de Bauman) – até a espiritualidade libertadora, que norteia vários grupos de PJ (Pastoral da Juventude). O fato é que o imenso vazio das sociedades urbanas atuais acaba por produzir uma busca de um porto seguro, um referente que possa preencher, dar sentido à existência. Ou, quiçá, em todos os tempos tenha havido essa busca e isso mesmo nos faça “humanos”.

No caso das juventudes cristãs,  vários são os grupos que se fecham em um subjetivismo vertical, em orações catárticas, ditas “de adoração” ou “de libertação”, mas que desconhecem que a libertação trazida por Jesus de Nazaré é aquela que transforma a realidade daqueles que sofrem todo tipo de exclusão.

Mas há também jovens ecumênicas/os que se unem em oração a partir da interioridade, do silêncio; cantando refrães meditativos, acolhendo trechos das Escrituras Sagradas, rezando salmos…  Elas e eles refletem sobre a própria realidade e alimentam o espírito, por isso se comprometem com a transformação da sociedade e animam a existência.

O cultivo da vida interior leva, necessariamente, à solidariedade, na perspectiva de Taizé. É sobre essa experiência que dirigiremos nosso olhar neste advento. Neste momento histórico em que a espiritualidade da juventude, por vezes, tem sido relacionada à alienação, é esperançador conhecer jovens que desejam cultivar o ecumenismo, ou seja, se dispõem a ser dialogais em uma sociedade tão polarizada. Acompanhe-nos, nas próximas semanas, nesse encontro pelos caminhos da interioridade, da confiança e da reconciliação.

Professora Tânia Jordão

 

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