Dom Walmor Oliveira de Azevedo – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Fri, 05 Mar 2021 04:52:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Dom Walmor Oliveira de Azevedo – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Dom Walmor: o mundo precisa da coragem e da fraternidade do Papa Francisco https://observatoriodaevangelizacao.com/dom-walmor-o-mundo-precisa-da-coragem-e-da-fraternidade-do-papa-francisco/ Fri, 05 Mar 2021 04:52:25 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38600 [Leia mais...]]]> O presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mensagem sobre a iminente viagem do Papa ao Iraque, que começa nesta sexta-feira, louva a Deus pelo testemunho de fé do Pontífice que inspira pessoas e transforma culturas, pela coragem, coração aberto e exemplaridade fraterna, que “é o que o mundo mais precisa”.

Está previsto um encontro entre o Papa e al Sistani, a máxima autoridade muçulmana xiita do país  (AFP or licensors)

Andressa Collet – Vatican News

“A missão do Papa Francisco no Iraque é rica de lições para o mundo, especialmente no que se refere ao diálogo inter-religioso e ao compromisso cristão de se promover a paz.”

Dom Walmor

Assim o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, define a iminente visita do Pontífice ao Iraque, que começa na sexta-feira (5/03/2021). Uma viagem que está sendo considerada a mais difícil e importante do pontificado de Francisco ao decidir encontrar os cristãos do país e estender a mão aos muçulmanos, também em sinal de apoio à reconstrução de um Iraque devastado pelas guerras e pelo terrorismo:

“O Papa Francisco visita um país que sofre com a guerra, em que a população está em permanente estado de medo, uma nação de maioria muçulmana. De coração aberto, o Papa Francisco, com a sua simplicidade, com seu ardor missionário, vai testemunhar o que está na sua Carta Encíclica ‘Fratelli tutti’, ensinando que as diferenças não são barreiras para se construir a amizade social. Quando as diferenças são trabalhadas e administradas no amor e no compromisso fraterno do diálogo, elas se tornam riquezas.”

Dom Walmor

Inspiração e exemplo para os cristãos no mundo

O arcebispo de Belo Horizonte/MG também acredita a viagem do Papa ao Iraque, mesmo para quem vive num contexto longínquo, como aquele do cristão brasileiro, possa servir de inspiração para testemunhar o Evangelho no dia a dia. O exemplo de Francisco, com essa peregrinação de 3 dias junto ao povo do Iraque, é mais um grande passo em direção à fraternidade e à amizade social:

“Cada cristão possa inspirar-se no exemplo do Papa Francisco, testemunhando a fé não apenas com palavras, mas com a disponibilidade para dialogar, para ouvir, cultivando proximidade. Essa presença afetuosa, sincera, é forte testemunho do Evangelho, inspira pessoas, transforma culturas. Permaneço em comunhão com Papa Francisco em minhas orações, suplico a Deus que o ilumine de modo ainda mais especial nessa sua importante missão no Iraque. Deus seja louvado por sua coragem, por seu coração aberto, por sua exemplaridade fraterna, é o que o mundo mais precisa.”

Dom Walmor

Fonte:

www.vaticannews.va

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Dom Walmor Oliveira: Sem fraternidade humana não vamos avançar https://observatoriodaevangelizacao.com/dom-walmor-oliveira-sem-fraternidade-humana-nao-vamos-avancar/ Thu, 18 Feb 2021 00:06:41 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38172 [Leia mais...]]]> Ter lucidez, mudar de estilo de vida, oferecer ao mundo uma vida ao sabor do Evangelho, pensar a vacinação universalizada, superar qualquer tipo de contraposição à ciência. Esses foram alguns dos apontamentos de necessidades da sociedade brasileira no momento atual feitos pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, durante a live “Ciência e fé católica: Universalização do acesso à vacina e amizade social”, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB em parceria com a Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos, na quinta-feira, dia 4 de fevereiro de 2021.

A conversa, baseada no diálogo entre a fé e a razão, tratou da universalização do acesso à vacina contra a covid-19, no objetivo de superar a pandemia, em consonância com a proposta da Igreja de uma Fraternidade Social, apresentada pelo papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti.

Sem fraternidade humana, não vamos avançar

O papa Francisco fala na encíclica Fratelli Tutti que a união de pessoas para gerar processos sociais de fraternidade e justiça para todos “entra no «campo da caridade mais ampla, a caridade política». Trata-se de avançar para uma ordem social e política, cuja alma seja a caridade social”. A partir dessa ideia, dom Walmor ressaltou que, “sem fraternidade humana, não vamos avançar”.

Tal avanço prescinde de uma mudança de estilo de vida, perspectiva própria do Evangelho de Jesus e que aponta a conversão, como destacou dom Walmor.

Precisamos oferecer ao mundo uma vida ao sabor do Evangelho. O Evangelho de Jesus Cristo é uma fonte inesgotável de humanismo, de espiritualidade, de fraternidade humana, de ensinamentos que se nós vivermos nós faremos grandes revoluções. Muitas vezes estamos amarrados em sentimentos, em disputas, incompreensões que não nos ajudam”.

Dom Walmor Oliveria de Azevedo

Acesso às vacinas

Dom Walmor partilhou a exposição com o professor doutor titular do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros (MG), Hercílio Martelli Júnior. O acadêmico partilhou produções científicas que relacionam o contexto da pandemia com o olhar da humanidade com os mais pobres, destacando a necessidade de cooperação mútua entre os países.

Citando a conclusão de outros estudiosos de que o novo coronavírus não reconhece fronteiras, explicou o prof. Hercílio:

Se as nações pensarem em si, apenas nos seus habitantes, e esquecerem que estamos numa casa comum que é o planeta terra, dificilmente passaremos por esse desafio que estamos vivendo. Não encontraremos solução, não superaremos o momento pandêmico se nós tivermos o olhar, mais uma vez isolado”.

Prof. dr. Hercílio Martelli Júnior

O acesso universalizado às vacinas, nesse sentido, foi destacado em estudos como premissa para, junto com a fraternidade e a amizade social, evitar que a humanidade pague “um preço muito alto”, o que já tem acontecido.

Dom walmor salientou que:

Falou-se muito da politização em relação à vacinação. E é um fato, mostrando deficiências muito graves na gestão do Governo Federal, de governos estaduais e municipais e de uma desarticulação. O preço, estamos pagando, e vamos pagar alto pelas consequências exatamente de atrasos, de não entendimentos adequados, de não definição de estratégias a seu tempoPrecisamos fazer um caminho para que a vacinação chegue para todos. Mas não basta. É preciso vacinação e um novo estilo de vida”.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Assim, ao pensar a amizade social, dom Walmor reforçou a importância de pensar a vacinação universalizada, “de modo estratégico, com investimento, sem manipulações, sem mesquinhez política, exatamente olhando os vulneráveis que não podem estar esquecidos e que tem aumentado”.

Superar contraposição à ciência

Ao final da live, dom Walmor fez um convite a todos: “que nós superemos decisiva e definitivamente qualquer tipo de contraposição à ciência”. Para o arcebispo, “é importante que governos e que segmentos da sociedade providenciem com inteligência, competência e celeridade vacina para todos e que todos a recebam”.

Doutor Hercílio Martelli Júnior, por sua vez, reforçou a importância “da responsabilidade da informação que estamos gerando” e desejou, “acima de tudo, que junto à vacina, além da capacidade de gerar anticorpos contra o sars-cov, que gerasse também anticorpos imbuído a responsabilidade, o amor fraterno, a melhor convivência”.

Confira a live completa:

Fonte:

www.cnbb.org.br

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“A ocupação dos ambientes não pode ser flexibilizada”: orientações de dom Walmor para a celebração do Natal https://observatoriodaevangelizacao.com/a-ocupacao-dos-ambientes-nao-pode-ser-flexibilizada-orientacoes-de-dom-walmor-para-a-celebracao-do-natal/ Sat, 19 Dec 2020 14:33:53 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=37175 [Leia mais...]]]> O crescimento dos casos de contaminação do novo coronavírus inspirou o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, a pedir prudência nas celebrações deste fim de ano. “Usar máscaras, manter o distanciamento social, evitar aglomerações, permanecer em casa, são cuidados muito importantes. A vida é um dom inviolável . Sejamos responsáveis uns pelos outros”, orienta o Arcebispo.

Em mensagem dedicada ao Povo de Deus na Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo reforça: “O contexto atual indica e pede que o Natal e a chegada do Ano Novo sejam celebrados com simplicidade, mais silêncio e contemplação, evitando, definitivamente, manifestações, na família ou em qualquer ambiente, que venham a comprometer o dom precioso da saúde de todos. Essa recomendação é um especial apelo aos nossos jovens, cuidando de si mesmos e preservando os outros entes, todos destinatários especiais de seu amor, muito importantes para suas vidas.”

Às comunidades de fé, o Arcebispo pede: “Em consideração ao momento atual, reduza-se pela metade o número dos que participam das celebrações e outros momentos vividos nos espaços das paróquias, com o cumprimento rígido de todos os protocolos e controles sanitários.”

A seguir, a mensagem completa:

“E a luz brilha nas trevas, e as trevas não mais conseguiram dominá-la” (Jo 1,5)

Amados irmãos, amadas irmãs – Povo de Deus na Arquidiocese de Belo Horizonte -, saúde e paz!

A celebração do Natal é a renovação do ápice da delicadeza de Deus para com a humanidade: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós “(Jó 1,14), para nos salvar e dar-nos vida plena. Faço votos de que este tempo do Natal seja de fortalecimento de nosso vigor espiritual e humano para darmos conta, à luz do Evangelho de Jesus, das reconstruções, dos novos caminhos e na aprendizagem de um novo estilo de vida, edificando uma sociedade solidária e justa, a caminho do Reino Definitivo.

O momento exige de todos nós uma especial atenção no sentido de redobrar os cuidados considerando os altos índices de contaminação e de óbitos em razão da COVID-19. A pandemia não acabou e nem está menos ameaçadora. Diante dessa realidade, somos chamados a renovar nosso pacto pela vida e pela saúde integral de todas as pessoas.

Estamos em oração pelos enfermos e reafirmamos nossa solidariedade fraterna para com todos que perderam seus entes queridos, impactados pelos números de mortos e infectados, crescentes a cada dia.

Lamentamos o clima de descaso, por parte de pessoas e grupos, inclusive de autoridades governamentais, no enfrentamento desta triste realidade.

Louvamos o empenho de tantas pessoas, instituições, segmentos e estruturas da sociedade que se dedicam à missão de cuidar da vida humana e da Casa Comum.

Aguardamos, com esperança, a vacina que deve ser gratuita e para todos. Afinal, somos todos irmãos.

Deste modo, ao aproximarem-se as celebrações do Natal do Senhor e as festas de final de ano, recomendamos, insistentemente, às famílias o cuidado e atenção necessários para que os encontros fraternos e festivos, caso sejam feitos, sigam, rigorosamente, as normas sanitárias.

Usar máscaras, manter o distanciamento social, evitar aglomerações, permanecer em casa, são cuidados muito importantes. A vida é um dom inviolável . Sejamos responsáveis uns pelos outros.

Às Paróquias da Arquidiocese de Belo Horizonte determinamos que sigam integralmente as orientações estabelecidas no Documento “Evangelização Missionária: um novo tempo”, que está em vigor desde o dia 17 de junho de 2020. Normas e determinações válidas para todos, em obediência ao compromisso com a vida de cada um, dom precioso, razão da oferta da vida do Verbo, Cristo Jesus, que se encarnou e veio morar entre nós para nos salvar.

Cumpra-se, de modo exemplar, no horizonte da tarefa educativa da Igreja servidora no mundo, com zelo especial pelos mais pobres e vulneráveis, a determinação de que a ocupação dos ambientes não pode ser flexibilizada e, em consideração ao momento atual, reduza-se pela metade o número dos que participam das celebrações e outros momentos vividos nos espaços das paróquias, com o cumprimento rígido de todos os protocolos e controles sanitários.

O contexto atual indica e pede que o Natal e a chegada do Ano Novo sejam celebrados com simplicidade, mais silêncio e contemplação, evitando, definitivamente, manifestações, na família ou em qualquer ambiente, que venham a comprometer o dom precioso da saúde de todos. Essa recomendação é um especial apelo aos nossos jovens, cuidando de si mesmos e preservando os outros entes, todos destinatários especiais de seu amor, muito importantes para suas vidas.

Que o Natal do Senhor, vivido e celebrado no silêncio e em orações de modo ainda mais intensos, fecunde e faça crescer em nós uma renovada dedicação na luta pela vida e dignidade de todos, pois Jesus Cristo veio para que todos tenham vida, e a tenham em plenitude (Jo 10,10).

Receba deste primeiro servidor um especial abraço, com apreço grande e amizade.

Feliz Natal e abençoado 2021!

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano
Arquidiocese de Belo Horizonte

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Diante das graves ameaças promovidas pelo atual modelo econômico, nasce em Belo Horizonte o Comitê Arquidiocesano das Águas https://observatoriodaevangelizacao.com/diante-das-graves-ameacas-nasce-o-comite-arquidiocesano-das-aguas/ Mon, 06 Jul 2020 20:25:18 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34993 [Leia mais...]]]> O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, criou, a partir de decreto publicado neste dia 6 de julho de 2020, o Comitê Arquidiocesano das Águas (COAGUAS), que reúne especialistas de diferentes áreas do conhecimento.

O Comitê tem “a missão de tornar realidade as orientações inspiradas na Carta Encíclica “Laudato Si: sobre o Cuidado da Casa Comum”, do papa Francisco (24/05/2015), no território da Arquidiocese de Belo Horizonte, com seus 28 municípios, na esperança de responder efetivamente aos clamores das águas, bem e dom indispensáveis a todo ser vivo.

Desse modo, entre as atribuições do Comitê estão, principalmente, ações que contribuam na formulação de políticas públicas de modo a garantir a preservação e o acesso universal à água, bem essencial à vida.

“Fazer denúncias, formalizá-las e publicizá-las, na medida em que se descubram flagrantes desrespeitos às normas de proteção do meio ambiente e das águas, com o objetivo de mobilizar a sociedade e evitar a degradação ambiental”

Também são atribuições do Comitê, que se dedicará, ainda, a promover “aulas abertas”, contribuindo para que a população exerça a cidadania também na defesa dos recursos naturais.

Situação deixada pela mineradora Santa Paulina, desativada há quase dez anos, mas que deseja, com sede de lucros, voltar a destruir as serras e os mananciais de água da região de Ibirité – MG.

O decreto do Arcebispo lembra do acesso desigual à água, com os mais pobres excluídos do direito a esse bem imprescindível à vida:

“Cresce a tendência de se privatizar as águas e já consolidam-se empresas para torná-las mercadoria sujeita às leis do mercado, negando, assim, que o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental, universal, porque determinante na sobrevivência das pessoas e, portanto, condição para o exercício de outros direitos humanos”, afirma o documento.

No decreto de criação, dom Walmor explica que o Comitê inspira-se na Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado com a casa comum, do papa Francisco. O Arcebispo lembra que

As diversas crises que, no decorrer dos anos, envolveram e envolvem as águas no território da Arquidiocese de Belo Horizonte, sejam elas provocadas por enchentes ou períodos de racionalização no uso de água, impostos por longas estiagens e abaixamento da umidade relativa do ar, bem como a contaminação de águas em nascentes, riachos e rios e, ainda, pela canalização de córregos e ribeirões, são sintomas de uma questão tratada inadequadamente pelos poderes públicos.”.

Integram o Comitê:

  • Profª. Aleluia Heringer Lisboa Teixeira, doutora em educação;
  • Prof. Antônio Luiz Gonçalves do Nascimento, especialista em direito urbanístico e ambiental;
  • Profª. Elaine de Fátima Ferreira Barros, especialista em geografia humana;
  • Prof. Geraldo Tadeu Rezende Silveira, doutor em meio ambiente;
  • Prof. Henrique Paprocki, doutor em entomologia;
  • Prof. João Henrique Rettore Totaro, doutor em linguística;
  • Profª. Mônica de Cássia Souza Campos, doutora em ciências naturais.
  • Pe. Fernando César do Nascimento, vigário episcopal para o meio ambiente;

Confira, na íntegra, o Decreto:

Decreto – Comitê arquidiocesano para as águas

Fonte:

www.arquidiocesebh.org.br

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Dom Walmor: “A mudança no Ministério da Justiça evidencia intervenção política no comando de instituições que, nos parâmetros da Constituição Federal, devem e não podem deixar de ter autonomia e independência” https://observatoriodaevangelizacao.com/dom-walmor-a-mudanca-no-ministerio-da-justica-evidencia-intervencao-politica-no-comando-de-instituicoes-que-nos-parametros-da-constituicao-federal-devem-e-nao-podem-deixar-de-ter-autonomia/ Fri, 24 Apr 2020 22:45:45 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34712 [Leia mais...]]]> O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, anunciou a demissão nesta sexta-feira, dia 24. O ex-juiz federal deixa a pasta após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonoro. A demissão foi motivada pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para o posto pelo agora ex-ministro. A Polícia Federal é vinculada à pasta da Justiça.

Diante da notícia, o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Walmor Oliveira de Azevedo, decidiu se pronunciar sobre a questão nas redes sociais:

A mudança no Ministério da Justiça e Segurança Pública evidencia intervenção política no comando de instituições que, nos parâmetros da Constituição Federal, devem e não podem deixar de ter autonomia e independência, inclusive para investigar autoridades. Trata-se de algo muito grave, que fere ainda mais a credibilidade do Governo e das instâncias que deveriam zelar pelo cumprimento das leis. Oportuno recordar o que diz a Doutrina Social da Igreja: ‘No Estado de direito, a lei é soberana, e não a vontade dos homens.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB.

Fonte:

www.cnbb.org.br

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Igrejas da capital e de 27 municípios podem se tornar hospitais de campanha https://observatoriodaevangelizacao.com/igrejas-da-capital-e-de-27-municipios-podem-se-tornar-hospitais-de-campanha/ Thu, 26 Mar 2020 18:45:02 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34432 [Leia mais...]]]> Arcebispo dom Walmor oferece 1,5 mil templos e outros espaços aos prefeitos da Grande BH

No lugar dos padres, médicos e enfermeiros. Em vez de bancos, leitos. E as imagens continuarão nos altares para “receber” os pacientes e abençoar. O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ofereceu aos prefeitos da capital e de 27 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte os templos da Igreja Católica para serem hospitais de campanha e outros pontos de referência. Nesta época de pandemia de coronavírus, o objetivo é amparar idosos, enfermos e pessoas pobres, neste tempo de combate à pandemia do coronavírus. 

Segundo a Arquidiocese, a Igreja não tem condições de fazer com que esses espaços se tornem hospitais de campanha, mas coloca sua rede de comunidades à disposição do poder público. São aproximadamente 1,5 mil igrejas no território que integra a Arquidiocese de BH.

Atualmente, missas, círculos bíblicos e momentos celebrativos que tradicionalmente reúnem muitas pessoas, por decisão da Arquidiocese de BH, são transmitidos por seus meios de comunicação. “Em casa, os fiéis são convidados a participarem dos momentos de oração”, diz o arcebispo.
Além dos templos, a Arquidiocese de BH disponibilizou outros espaços para as prefeituras, a exemplo da Catedral Cristo Rei, em construção na Avenida Cristiano Machado, na Região Norte da capital, mas com significativa parte de sua infraestrutura edificada, e o Centro Olímpico da PUC Minas. No diálogo com prefeitos, dom Walmor e os bispos auxiliares ainda reafirmaram o compromisso da Igreja de promover ações solidárias dedicadas aos mais pobres e ajudar na partilha de informações sobre formas de prevenção ao covid-19. Conforme explica dom Walmor, os prefeitos têm recebido com gratidão a oferta de ajuda da Igreja.

Solidariedade

Em carta dirigida aos fiéis, o dom Walmor ressaltou a importância da solidariedade especialmente neste momento em que o mundo enfrenta uma pandemia: “Exemplares são os empreendedores que dedicam parte de seus recursos para investir em equipamentos hospitalares, tão importantes para acolher quem mais sofre com o coronavírus. Também toca o coração a atitude dos que mesmo tendo pouco, procuram ajudar. São jovens que fazem compras para os idosos, profissionais que oferecem graciosamente serviços a partir das redes digitais. A força da solidariedade vai vencer a pandemia.” 
Sobre a campanha Templos de Acolhida, dom Walmor ressaltou que “a Igreja está aberta para acolher os doentes, unindo esforços ao Sistema Único de Saúde (SUS).” 


Veja a carta, na integra, a carta de dom Walmor sobre os Templos de Acolhida:


Amado Povo de Deus, saúde e paz

Paradoxalmente, a pandemia do COVID-19 coloca-nos em isolamento social, mas, ao mesmo tempo, florescem muitas iniciativas de generosidade. Mesmo distantes uns dos outros, não nos afastamos do compromisso cristão de ajudar. Exemplares são os empreendedores que dedicam parte de seus recursos para investir em equipamentos hospitalares, tão importantes para acolher quem mais sofre com o coronavírus. Também toca o coração a atitude dos que mesmo tendo pouco, procuram ajudar. São jovens que fazem compras para os idosos, profissionais que oferecem graciosamente serviços a partir das redes digitais. A força da solidariedade vai vencer a pandemia. Deus seja louvado pela vida dos que irradiam a generosidade.

A Arquidiocese de Belo Horizonte fortalece a sua adesão a essa rede de solidariedade. Nossos templos, cerca de 1500, na Capital Mineira e em outros 27 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Catedral Cristo Rei e o Centro Olímpico da PUC Minas estão sendo colocados à disposição do poder público para serem “hospitais de campanha”, espaços de acolhida, dedicados aos mais pobres.

A Igreja está aberta para amparar os doentes, unindo esforços ao Sistema Único de Saúde (SUS). Sejam, pois, as nossas igrejas, grandes e pequenas, no ambiente urbano ou rural, templos da acolhida aos enfermos, a serviço da saúde, na tradição bonita da Igreja Católica de sempre amparar especialmente os mais pobres.

Peço a ajuda de todos os fiéis, cidadãos, homens e mulheres de boa vontade, na missão de acolhermos os enfermos. Com a intercessão de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, Cristo Rei nos guiará na tarefa de vencer a pandemia.

Fraterno abraço

www.em.com.br

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Presidente da CNBB reforça apelo para que as pessoas não saiam de casa e cobra responsabilidade das autoridades https://observatoriodaevangelizacao.com/presidente-da-cnbb-reforca-apelo-para-que-as-pessoas-nao-saiam-de-casa-e-cobra-responsabilidade-das-autoridades/ Wed, 25 Mar 2020 22:53:50 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34422 [Leia mais...]]]> Em profética homilia no dia de hoje, 25/03/2020, Dom Walmor de Oliveira Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte, na capela da residência dos bispos, fala da importância de nos tornarmos, como os primeiros cristãos, uma Igreja de casa em casa e comprometida com a defesa da vida do povo e atenta aos mais pobres.

Dom Walmor recorda das diversas pandemias que ameaçam a vida: a pandemia do extermínio, a pandemia do feminicídio, a pandemia dos crimes ambientais, a pandemia da exclusão social, a pandemia da indiferença. Diz que é preciso buscarmos outra forma de vida que não comprometa a nossa Casa comum. E divergindo veementemente do conteúdo irresponsável da declaração do presidente Jair Bolsonaro, em rede nacional, na noite de ontem, terça feira, 24’03/2020, clama para que em comunhão com a humanidade nesse contexto de pandemia de coronavírus, fiquemos em casa em postura de defesa da vida.

Cuidar do trabalho sim, apresentar projeto de contingenciamento sim, cuidar dos mais pobres e vulneráveis sim, apresentar propostas concretas de mudança sim, renunciar a lucros e benesses sim, garantir a ordem constitucional sim, uma nova ordem econômica e política sim, mas sem comprometer a dignidade da vida! É preciso aprender as lições desse tempo. Agir com responsabilidade e colocar a sociedade brasileira nos trilhos da solidariedade, da justiça e da paz.

Veja a homilia na íntegra:

Fonte:

www.arquidiocesebh.org.br

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Milhares de fiéis participam da 1ª Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral a Brumadinho https://observatoriodaevangelizacao.com/milhares-de-fieis-participam-da-1a-romaria-da-arquidiocese-de-belo-horizonte-pela-ecologia-integral-a-brumadinho/ Mon, 27 Jan 2020 14:17:45 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=33959 [Leia mais...]]]> A chuva deu uma trégua para acolher os fiéis  das comunidades de fé de Belo Horizonte e das várias regiões do país, neste sábado, 25 de janeiro de 2020, na Primeira Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral a Brumadinho.

O Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Walmor, levou seu apoio às famílias das 272 vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de minério, participando junto com o povo de Brumadinho da Missa presidida, no fim da tarde, pelo bispo auxiliar para a Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser), dom Vicente Ferreira.

Para além das orações e palavras de conforto, o Arcebispo destacou que a Arquidiocese de Belo Horizonte “quer iluminar o caminho de nossas vidas com o Evangelho, que é luz. E, assim, fazer de todos nós aprendizes dessas lições, muitas delas surgidas dessa tragédia-crime ocorrida em Brumadinho, um ano atrás. Portanto, o convite é para sermos aprendizes, pois há muito a se fazer, embora se diga que muito está se fazendo. Mas tudo isso é uma gota d’água no oceano, diante das urgentes mudanças que nós precisamos operar na nossa sociedade brasileira, particularmente pensando aqui em Minas Gerais, mas também em outros lugares do Brasil, quanto ao modo de fazer a mineração. Não podemos continuar como está”.

Dom Walmor reconheceu que houve alguns avanços, mas sublinhou que é preciso maior velocidade, “para que nós não sejamos vítimas, como tantas pessoas aqui foram vítimas, como tantas famílias que carregam um grande luto. É preciso um novo tempo”. O Arcebispo lembrou que ainda não se fez o que era preciso, por parte de governos, de instituições e, sobretudo, para corrigir a impunidade que continua. “Aqueles que cometeram crime precisam ser punidos adequadamente, para que um novo rumo seja construído na sociedade brasileira. E nós queremos iluminar tudo isso com a luz do Evangelho e a força do amor de Deus. Essa luta abrirá a sociedade brasileira para um novo tempo”.

A Romaria

Logo no início da manhã, os romeiros se uniram aos familiares das 272 vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de minério, em um momento de partilha e oração. Todos traziam na testa uma cruz feita com barro, durante a celebração da Palavra que antecedeu a Romaria, simbolizando a lama que invadiu as casas e as vidas dos moradores de Brumadinho. Em seguida, conduzidos pelo bispo auxiliar dom Vicente Ferreira, os romeiros deram início à caminhada, relembrando, com cânticos e reflexões, um ano da tragédia.

Em silêncio, após alguns minutos de oração, os fiéis retornaram ao letreiro, que fica na entrada da cidade, e se encontraram com familiares das vítimas. Nesse momento de grande emoção, foram lidos todos os nomes das pessoas que perderam a vida em decorrência do rompimento da barragem. Às 12h28, no mesmo horário em que a barragem se rompeu, há um ano, centenas de balões vermelhos e brancos foram soltos, colorindo o céu de Brumadinho. Os profissionais que ainda trabalham na localização dos corpos, receberam homenagem especial.

Dom Vicente caminha com fiéis na 1ª Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral a Brumadinho

Dom Vicente Ferreira afirmou que as ações em defesa de uma Ecologia Integral devem ser contínuas e fazer parte do compromisso de todo cristão. O Bispo recordou, então, a passagem do Evangelho em que Jesus diz “Eu vim para que todos tenham vida” e afirmou: “a vida humana não deve ser desassociada do cuidado com a natureza”. Dom Vicente também destacou  a mensagem enviada pelo papa Francisco ao povo de Brumadinho, deixando claro que o problema enfrentado no município não se trata de um problema local, mas que diz respeito a toda humanidade.

Às 15h, integrantes de comunidades indígenas afetadas pela lama da barragem, que até hoje polui o Rio Paraopeba, se uniram em momento de espiritualidade . Emocionado, o pagé da tribo Pataxó, Aracati Dias lembrou dos tempos em que a sua comunidade, situada às margens do Rio Paraopeba, atingido pela lama de rejeitos de mineração, não dependia de ajuda para sobreviver. “Hoje, o rio está todo contaminado e cheira mal. O índio não pode mais pescar. Tem muita doença na tribo. Tudo está muito difícil”. Indígenas de outros estados também participaram da romaria, em apoio à tribo que vive às margens do Paraopeba.

Também integraram a caminhada grupos de congado e moradores de outras localidades onde existem barragens. Foram celebradas missas na Igreja São Sebastião, em Brumadinho, e na Igreja Nossa Senhora das Dores, no Córrego do Feijão, onde a barragem se rompeu.

Durante o trajeto, foram distribuídas velas, corações vermelhos e laços de fitas na cor marrom, em alusão à lama que inundou Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019,e que mudou a vida de todos os habitantes da cidade, a exemplo do operador de equipamentos Geraldo Oliveira Silva. Ele perdeu um irmão, uma prima e conhecia mais da metade das vítimas da tragédia. Geraldo, que trabalha na Vale há mais de 25 anos e está afastado desde 2017 por motivos de saúde, afirma que se fortalece diariamente na fé e sempre busca força na família e na Igreja. “Sou um sobrevivente, junto com um dos meus irmãos que estava lá. É um momento de dor profunda, mas acredito que o desânimo não é o caminho. As ações da Arquidiocese de Belo Horizonte, de modo muito especial as ações de evangelização de dom Walmor, dom Vicente e dos outros sacerdotes da cidade, são muito importantes para nossa comunidade. Hoje é um dia para a cidade de Brumadinho renovar a sua fé, que cresce cada dia mais, sempre pensando com carinho nos que se foram, nos familiares que estão aqui, e nos solidarizando uns com os outros”.

Desde que tragédia ocorreu, a moradora de Brumadinho Zenilda Aparecida Soares Pereira conta que muitas pessoas de sua família só dormem à base de remédio.”Até hoje, Brumadinho vive um pesadelo. Às vezes saio pra rua e tenho vontade de voltar logo pra casa,  onde tento reconfortar minhas memórias. Hoje, o que ameniza nossa tristeza são esses momentos de união, fé, solidariedade e partilha.”

A romeira Ivani Maria do Socorro Sousa destaca a importância da Romaria para que as pessoas e a sociedade não se esqueçam daqueles que morreram em consequência do rompimento da barragem. “A cidade não é a mesma desde então e, por isso, devemos lutar para que ela não se entristeça ainda mais. Espero que a nossa luta conscientize as pessoas e as empresas a fazerem mais pelo meio ambiente”.

FONTE: Arquidiocese de Belo Horizonte

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Presidente da CNBB pede solidariedade e justiça diante dos atentados contra indígenas https://observatoriodaevangelizacao.com/presidente-da-cnbb-pede-solidariedade-e-justica-diante-dos-atentados-contra-indigenas/ Wed, 18 Dec 2019 22:53:28 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/2019/12/18/presidente-da-cnbb-pede-solidariedade-e-justica-diante-dos-atentados-contra-indigenas/ [Leia mais...]]]>
Não deixemos agravar essa cicatriz da sociedade brasileira que é a perseguição aos povos originários do Brasil”, afirmou o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo. Em vídeo, divulgado na quarta-feira, 18 de dezembro de 2019, dom Walmor comenta os recentes atentados sofridos por indígenas e comunidades tradicionais no Brasil: “é preciso se solidarizar com os índios. Mais do que isso, devemos exigir das autoridades competentes séria e célere apuração dos fatos. Que a justiça seja feita”.

Para dom Walmor, “é vergonhoso ter que conviver, em pleno século XXI, com perseguições e atentados contra a população indígena em razão da ganância, da ganância da mineração, sobretudo, crimes graves, movidos pela ambição desmedida, por uma escravidão ao domínio do dinheiro”.

O presidente da CNBB reforça que “exercer a opção preferencial pelos pobres, selo de autenticidade da fé cristã, é estar ao lado dos índios, dos que vivem nas ruas, dos sofredores e marginalizados, todos nossos irmãos e irmãs”.

Ao citar a mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2020, no próximo 1º de janeiro, na qual o pontífice fala dos sinais de guerras e conflitos que a humanidade traz “na memória e na carne”, dom Walmor pede:

Não deixemos agravar essa cicatriz da sociedade brasileira que é a perseguição aos povos originários do Brasil. Não se troca a vida por riquezas. A paz é o maior tesouro que uma civilização pode conquistar. Seja a busca pela paz o horizonte permanente das relações humanas, compromisso inarredável que exige respeito a todos os povos, principalmente aos indígenas, excluídos de nossa sociedade, a exemplo de Jesus e dos que Dele estavam próximos no templo do presépio”.

Confira o vídeo de dom Walmor:

Fonte:

www.cnbb.org.br

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11ª Congregação do Sínodo: “o desafio é convivermos com a consciência do dom de sermos todos filhos amados de Deus” https://observatoriodaevangelizacao.com/11a-congregacao-do-sinodo-o-desafio-e-convivermos-com-a-consciencia-do-dom-de-sermos-todos-filhos-amados-de-deus/ Wed, 16 Oct 2019 11:47:38 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=32405 [Leia mais...]]]> A 11ª Congregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado à região Pan-Amazônica teve início às 9h da manhã de terça-feira (15/10/2019), na Sala sinodal, no Vaticano, com rico momento de oração na presença do papa Francisco. Os trabalhos deste dia são guiados pelo presidente Delegado, o cardeal brasileiro, dom João Braz de Aviz.

Sivonei José – Cidade do Vaticano

Como ocorre todos os dias os trabalhos sinodais têm inicio com a oração comum e com uma reflexão proposta por um dos padres sinodais. Nesta terça-feira, dia 15/10/2019, a meditação foi proposta pelo arcebispo metropolitanto de Belo Horizonte e presidente da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Com o título “Chamados filhos de Deus”, dom Walmor iniciou a sua reflexão com uma pergunta:

Como pode o amor de Deus permanecer nele? Esta é a interpelante pergunta respondida por São João no terceiro capítulo de sua primeira carta. A resposta a esta pergunta é a questão central na construção da autenticidade no seguimento de Jesus. O discípulo e a discípula são remetidos a uma verificação do tecido que configura o núcleo mais íntimo de seu ser. A referência ao coração, a estação da interioridade, muito além de qualquer possível e arriscado intimismo, é pôr-se em corajoso exercício de análise e levantamentos a respeito da constituição misericordiosa de si mesmo O coração do discípulo é visceralmente constituído dos sentimentos norteadores da competência de ver o outro e a ele não se fechar, mas sobre ele debruçar-se, comovendo-se, para atender-lhes demandas à luz do conhecimento de suas necessidades e carências”.

Falando da compaixão, afirmou que a mesma:

A compaixão é o selo, único e insubstituível selo de autenticidade, cujas raízes de exemplaridade se encontram no modo de ser do mestre Jesus, aquele que tem compaixão dos seus, ovelhas sem pastor, consciente de sua missão de ungido e enviado para anunciar a boa nova dos pobres, anunciar-lhes o ano da graça, em vez de cinzas, o óleo da alegria”.

Ao discípulo é indicado o caminho da resposta à inquietante interrogação, “como pode o amor de Deus permanecer nele?” Uma interrogação que há de ser o mais significativo incômodo existencial no processo diário de qualificação discipular.

Põe-se em questão uma indispensável envergadura que é projeto divino em nós:

“O princípio é lembrado em 1 Jo 3,1: ‘Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos’. Esta é a moldura da interpelação existencial posta pela Palavra de Deus agora proclamada.

Dom Walmor continuou afirmando que

Um holofote aceso iluminando a consciência humana interpela à percepção e impacto de sua condição, filho de Deus, considerado o presente grande dado pelo Pai: somos chamados filhos de Deus. E nós o somos… Esta condição gratuita e amorosa se impulsiona pelo princípio do amor cuja lógica há de ser considerada como condição de fomentar o novo em lugar do velho que corrompe (1 Jo 4, 10-11) ‘Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecadosPois esta é a mensagem que ouvistes desde o início: que nos amemos uns dos outros.’ Só esta é a escolha possível. Não há outra. A outra opção possível é o pecado. Ora, aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo é pecador desde o princípio. Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. (1 Jo 3,10-13)… Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo: todo aquele que não pratica a justiça não é de Deus, como também não é de Deus quem não ama o seu irmão. Pois esta é a mensagem que ouvistes desde o início: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que, sendo do Maligno, matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, ao passo que as do seu irmão eram justas.

E sublinhou o presidente da CNBB:

Clareia o horizonte interpelativo diário para nos incomodar e, amparados e fecundados pela graça de Deus, darmos conta do que nos compete, exatamente na contramão do possuir riquezas neste mundo e vê o seu irmão passar necessidade, mas diante dele fechar o seu coração. Somos desafiados a uma finesse relacional de modo que não amemos só com palavras e de boca, mas por ações e na verdade. A verdade de Cristo é sua compaixão, suas entranhas de misericórdia. E sempre exigente, porque diária e de todo momento, a tarefa de conseguir estar, existencialmente, dentro do princípio da qualificada filiação divina: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou. Não há outra alternativa senão amar de verdade, correndo sempre o risco de ser dada por descontada, por justificações ou comodidades, por incompetência relacional ou entupimentos humano afetivos, por estreitezas ou por mesquinhez. Nenhuma condição humana, com as circunstâncias que a configuram, está isenta do distanciamento do amor de verdade.” 

O arcebispo de Belo Horizonte também recordou o dia em que a Igreja faz memória de Santa Teresa, virgem e doutora da Igreja:

Parece oportuno reportar-nos ao que ela indica como exercício vivencial diário, o que constitui a dinâmica da primeira morada do Castelo Interior/Moradas, uma de suas obras clássicas: Ela descreve a primeira morada com a indicação de duas dinâmicas sempre e permanentemente fundamentais na conquista e manutenção da qualificação da condição de filhos e filhas de Deus, discípulos e discípulas de Jesus, para a competência de amar de verdade: Conhece te a ti mesmo e a humildade... Ela lembra que mesmo tendo alcançado, permanente ou momentaneamente, o matrimônio espiritual, intimidade fecunda no amor de Deus, por limitação do humano, escorregamos e caímos no estágio sempre primeiro que requer exercitar a humildade e o conhecimento de si mesmo. Ninguém pode alimentar a pretensão de ter ultrapassado o estágio deste exercício espiritual diário sob pena de ilusão, endurecimento que entope e produz a dureza de coração que prejudica os pobres, faz sombra à razão, faz gostar de títulos, privilégios e dos primeiros lugares, se deixando levar pela disputa ou tomado por indiferenças, incapacitando para o alcance de percepções para gestos concretos de solidariedade, desapego, simplicidade. Ao contrário, alimentando à semelhança do coração dos fariseus um coração duro, o gosto pelas filacterias, amigos do dinheiro, distanciados também da misericórdia, da justiça e da verdade.

E, concluiu dom Walmor:

Santa Madre Teresa nos indica este fecundo caminho, como exercício espiritual e existencial permanente, conhecer-se a si mesmo e a humildade para qualificar nossa cidadania e nos oportunizar, fecundados pela graça de Deus, a conquistar a envergadura de verdadeiros filhos e filhas de Deus, dando tecido bom à nossa cidadania, com força de testemunho transformador e profética atuação no mundo testemunhando o Reino”. 

Fonte:

www.vaticannews.va

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