Dom Joaquim Mol – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Mon, 28 Jun 2021 17:03:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Dom Joaquim Mol – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Você conhece a Academia de Juristas Católicos Humanistas – AJUCH que promove o direito e a cidadania À luz dos princípios cristãos? https://observatoriodaevangelizacao.com/voce-conhece-a-academia-de-juristas-catolicos-humanistas-ajuch-que-promove-o-direito-e-a-cidadania-a-luz-dos-principios-cristaos/ Mon, 28 Jun 2021 17:03:27 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=39864 [Leia mais...]]]>

A Academia dos Juristas Católicos Humanistas da Arquidiocese de Belo Horizonte (AJUCH/ABH) reúne juristas, advogados, membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e professores com a missão de refletir sobre os desafios da aplicação da legislação e dos institutos jurídicos no mundo contemporâneo. Criada e presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, em outubro de 2020, a AJUCH tem por fundamento o Novo Humanismo, proposto nos ensinamentos do papa Francisco.

“Somos um grupo de professores de direito e profissionais  ligados à PUC Minas  e também a diversas instituições da sociedade que têm visão católica, cristã e humanista. Nosso propósito é divulgar para os alunos, os advogados e a sociedade em geral ideias a respeito das muitas questões da atualidade, especialmente na área do direito, à luz dos valores cristãos”.

Prof. Marciano Seabra de Godoi, diretor-presidente da AJUCH/ ABH
Marciano Seabra de Godoi, diretor-presidente da AJUCH/ ABH

A Academia – segundo o seu diretor-presidente – participa de um conjunto de entidades ligadas ao Vicariato para a Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de Belo Horizonte (Veaspam), trabalhando em estreita articulação com as pastorais sociais e com a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese, no intuito de promover a defesa da vida, a justiça social, o diálogo com a sociedade e com a cultura. Tem a importante missão de fortalecer o entendimento de que o ser humano está à frente da ordem econômica, a partir do princípio da solidariedade e da amizade social, conforme ensina o papa Francisco na Carta Encíclica Fratelli Tutti. Nesse trabalho, busca informar as pessoas sobre seus direitos, garantias e deveres fundamentais.

A primeira ação efetiva da AJUCH, conforme destaca o diretor executivo da Academia, professor Leônidas Meireles Mansur Muniz de Oliveira, foi o curso de formação em Doutrina Social da Igreja, oferecido a todos os professores nomeados pelo Arcebispo para compor a instituição.

O objetivo da formação foi criar multiplicadores dos ideais que são fundamentais para uma sociedade justa e fraterna. Neste ano, a Academia decidiu dar continuidade ao curso, desta vez, com participação do público em geral. Iniciativa que despertou grande interesse, resultando em um número significativo de alunos.

Leônidas Meireles Mansur Muniz de Oliveira, diretor executivo da AJUCH/ ABH
Leônidas Meireles Mansur Muniz de Oliveira, diretor executivo da AJUCH/ ABH

Duas comissões temáticas também foram criadas pela Academia para tratar dos assuntos relacionados ao direito, à Igreja e à sociedade. Uma das comissões, a Comissão de Direito Ambiental e Urbanístico, ocupa-se das reflexões que envolvem questões urbanísticas e ambientais – temas como o abandono da população de rua e degradação voraz do meio ambiente são observados e refletidos, de perto, por essa comissão. Já a Comissão de Direitos Humanos e População Carcerária tem a missão de avaliar a efetivação das funções da penalidade do Estado, bem como acompanhar a implementação de direitos e políticas públicas. Desse modo, a AJUCH se consolida de modo ainda mais efetivo como espaço de reflexão/ação, que vai ao encontro da população em geral.

Com esse espírito de atuação, em fevereiro de 2021, a AJUCH promoveu, no canal oficial do Youtube da Arquidiocese de Belo Horizonte, diálogo sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica-2021, que trouxe o tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. Participaram professores da PUC Minas que chamaram atenção da população para a importância jurídica e social dos temas promovidos pela campanha – igualdade, laicidade, solidariedade, diálogo entre as religiões e fortalecimento do Estado Democrático de Direito foram questões centrais na discussão realizada junto à comunidade.

No mês de abril, a Comissão de Direito Ambiental e Urbanístico desenvolveu importante evento, dando destaque para a mineração no Estado de Minas Gerais e os danos causados em Brumadinho e Mariana. As reflexões, propostas por meio de painéis, contaram com a participação de diversos professores que, com o bispo auxiliar dom Vicente Ferreira de Paula, apresentaram o quanto a legislação, a população e o governo devem se dedicar para a proteção do meio ambiente. O evento foi transmitido ao vivo pela rede social (facebook) da AJUCH e totalizou duzentos inscritos. O público-alvo foram os alunos da PUC Minas e a comunidade em geral.

No mês de maio, em parceria com a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz (CAJP), a Academia realizou evento on-line tendo como tema a democracia, a Constituição e a laicidade do Estado. Promoveu ainda diálogo entre a Reitoria da PUC Minas, a Coordenação do Programa de Pós-graduação em Direito da PUC Minas e a Direção da Faculdade Mineira de Direito, com a presença do Professor Eduardo Suplicy, sobre a renda básica e sua implementação no Brasil contemporâneo.

Segundo o diretor-presidente da AJUCH, professor Marciano Seabra, duas importantes iniciativas estão programadas para o próximo semestre: um curso a respeito das encíclicas do papa Francisco e um seminário, promovido pela Comissão de Direitos Humanos e População Carcerária, sobre o retrocesso que representa a equivocada política de rearmamento da população defendida pelo atual governo.

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A Igreja no mundo urbano: “fermento de fraternidade na cidade” https://observatoriodaevangelizacao.com/a-igreja-no-mundo-urbano-fermento-de-fraternidade-na-cidade/ Sat, 12 Jun 2021 12:06:44 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=39740 [Leia mais...]]]> Conduzido pelo dom Joaquim Mol, o encontro virtual webinar “Igreja no Brasil Painel” contou com a presença do teólogo pe. prof. dr. Francisco de Aquino Júnior, autor do livro “Pastoral Urbana: novos caminhos da Igreja no Brasil”, e do assessor das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, o teólogo prof. dr. Celso Pinto Carias.

Em maio de 2019, a 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), refletiu sobre a evangelização do mundo urbano, uma reflexão que faz parte das atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, para o quadriênio 2019-2023.  A temática também foi trabalhada no 14º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), realizado em 2018, em Londrina (PR).

Sobre as palavras de dom Joaquim Mol

Segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, o objetivo destes encontros virtuais mensais é “refletir e compartilhar assuntos e realidades importantes para a vida dos cristãos e cristãs, e para todos que de boa vontade, desejam ver e vivenciar a Igreja em saída para as periferias e também desejam ver e vivenciar um Brasil melhor, um outro Brasil possível”, insistindo em que “aqui nós trabalhamos à luz do Magistério do papa Francisco e da CNBB. Assim vamos conectando, formando redes, de partilha de conhecimento, de fé, de boas práticas evangelizadoras, de boas práticas sócio transformadoras”.

O mundo urbano é uma realidade muito presente no Brasil, pois 85% dos brasileiros vivem nas cidades. As cidades brasileiras sofrem cada vez mais as consequências do baixo crescimento econômico, do alto desemprego, segundo dom Mol. Ele define o atual como “um tempo em que se recuou muito as políticas públicas e sociais determinadas pela receita do neoliberalismo, assumida pelo Governo Federal e por vários governos estaduais”.

Tudo isso provoca, segundo o bispo auxiliar de Belo Horizonte, reitor da PUC Minas e coordenador do Observatório da Evangelização, que as cidades brasileiras sofram com a violência, a dificuldade na mobilidade, a especulação imobiliária, que tira os mais pobres dos lugares principais das cidades. O bispo se perguntou como ser Igreja nas periferias das cidades brasileiras, com seus impactos sociais, econômicos, ambientais, que gera exclusão social e degradação do meio ambiente.

Dom Mol apresentou o padre Francisco Aquino Junior, como um dos maiores teólogos pastoralistas da Igreja do Brasil, e Celso Pinto Carias, teólogo leigo, assessor nacional das CEBs, homem experimentado na caminhada eclesial, cheio de esperança e confiante que devemos avançar no processo de “comunitarização” eclesial, porque não há Igreja sem comunidade, insistia o bispo.

Sobre a reflexão de Francisco de Aquino Junior

A revolução industrial marcou o crescimento das cidades, segundo Francisco Aquino Junior, tendo a desigualdade e a segregação como elementos que as definem. O modo de vida na cidade vai se gestando baseada nos bens, nas relações entre as pessoas, na realização das pessoas nessas relações e na satisfação de suas necessidades. “Essa forma segregacionista de organização da cidade, ela repercute nas relações que as pessoas vão estabelecendo umas com as outras. Ela repercute nos valores e nas práticas que vão se tornando cotidianas na vida das pessoas, e ela repercute na realização ou frustração da vida humana”, insiste o teólogo.  

Ele se perguntou como entender a Igreja em meio disso, lembrando o número 41 das atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, onde diz que “é tarefa da Igreja fazer com que o Evangelho de Jesus Cristo chegue ao coração das pessoas, às estruturas sociais e às diversas culturas”. Aquino Junior lembra o princípio da fraternidade, uma ideia impulsada pelo papa Francisco, que leve a “se relacionar de uma forma harmoniosa, saudável”, o que deve repercutir na cultura, algo “relevante no contexto que a gente está vivendo, de tanta tensão, de tanta polarização, de tanto ódio, de tanta aversão aos direitos humanos, de tanta guerra nas redes sociais, às vezes verdadeiras milícias digitais que vão tomando conta de nossas comunidades”.

O papel da Igreja na cidade é fazer com que “o Evangelho chegue no coração das pessoas e interfira na sociedade, configure por dentro a cultura”, segundo o pastoralista, que citando Paulo VI insistiu em que a evangelização não pode ser verniz. O caminho privilegiado para isso, segundo as Diretrizes, é a comunidade como lugar de vida fraterna, onde a gente sabe que não está sozinho, a comunidade como lugar de acolhida e de consolo, daqueles que vivem momentos de angustia e de desespero, como fermento de fraternidade na cidade, colaborando no processo de democratização e as lutas por direitos.

No coração da cidade, a Igreja se constitui como lugar onde se aprende a viver como irmão e como fermento de fraternidade, resgatando e afirmando os valores fundamentais do Evangelho, a dignidade e a democratização da cidade, algo que vai fazer com que a Igreja se constitua como hospital de campanha, como casa de portas abertas, como fermento de transformação, segundo Aquino Junior. 

Pensar a Igreja na cidade implica considerar as cidades concretas onde a gente está, com uma desigualdade profunda, que nega a grande parte da população as condições necessárias para uma vida digna, decente, o que gera tensão, violência e frustrações. Aquino Junior lembrou a insistência do Papa Francisco de que “no centro da fé cristã está a fraternidade”, a forma cristã de viver a filiação divina. Ele resumiu o papel da Igreja na cidade em ser “comunidade em torno da Palavra, do Pão e da Caridade, com a missão de ser fermento de fraternidade, renovando a cidade a partir de dentro com a força do Evangelho”.

Sobre a reflexão de Celso Pinto Carias

Não há uma preocupação do direito à cidade, também insistiu o assessor nacional das CEBS. Ele refletiu a partir de exemplos concretos, lembrando uma conversa com dom Sérgio Castriani, falecido recentemente, em que o então arcebispo de Manaus dizia saber muito bem como trabalhar nas comunidades ribeirinhas, mas que o grande desafio era Manaus, se questionando sobre o desafio de articular as periferias.

Essa vida na cidade se concretiza na vida do povo, como aconteceu com seu irmão motorista de ônibus naquele tempo que foi convidado para ser padrinho de batismo e não conseguia participar dos encontros de preparação a serem realizados durante três domingos, pois na cidade o domingo não é mais dia de folga para muita gente.

Segundo o professor da PUC-Rio, falando sobre a realidade do mundo urbano, “estamos demorando, do ponto de vista da evangelização a buscar mecanismos que atendam esse desafio”. Ele refletiu sobre a evangelização superficial, sobre o fato de que “a gente não vai às raízes das questões que perpassam o processo de evangelização, que é um diálogo com profundidade”. Celso Carias se perguntou o que significa ser família nessa realidade urbana? O trabalhador passa muitas horas foras de casa, sem folga, sem condições de cuidar das relações familiares. Junto com isso, o fato de que muitas mulheres são chefes de família, o que o leva a afirmar que o modelo tradicional de família exclui muita gente.

O teólogo insiste na necessidade de repensar o modelo, tendo como ponto de partida as Diretrizes, pensando o que significa fazer missão, ser comunidade, articular a paróquia. Nesse ponto lembrou de José Comblin, que em 1989, numa assessoria à CNBB, foi um dos primeiros a levantar a questão da evangelização da cidade. Lá, o teólogo belga falava sobre a burocratização das paróquias, que podem se tornar verdadeiros cativeiros paroquiais. Nesse ponto se referia ao Documento 100 da CNBB, que segundo ele ainda não foi bem recebido, se questionando sobre quantas paroquias no Brasil funcionam enquanto rede de comunidades, insistindo que “esse é o caminho”. Segundo Carias, “a comunidade precisa ser o lugar do encontro”, e junto com isso “esse lugar onde as pessoas sejam reconhecidas na sua condição humana” e “espaços de solidariedade e de festa”.

Essa forma de organizar a vida, que concentra bens, que segrega pessoas, ela é alimentada por uma forma de individualismo muito aguçado em que cada um deve pensar em si mesmo”, afirma Aquino Junior. Ele refletiu sobre a tentativa de que as pessoas se despreocupem pelos outros, de romper vínculos de solidariedade, de tornar as pessoas insensíveis ao sofrimento dos outros, criando a cultura da indiferença, a cultura do descartável. Segundo ele, “o individualismo acompanha e justifica a lógica do capitalismo”.

Diante disso, o que torna a vida possível na cidade diante de tantas tragédias são os vínculos que se criam: família, amigos, vínculos afetivos, os grupos. Nessa realidade, a Igreja deve ser lugar de vínculo, de fraternidade num nível que vai além do sangue, alargando os vínculos que se fundamentam num Deus que é amor e comunhão Trinitária. Nesse contexto, “a Igreja é chamada a ser sinal de reconciliação dos seres humanos entre si e com Deus”, segundo o teólogo. Ele vê a Igreja como “lugar de vínculos fundado no Mistério amoroso de Deus e na ação do Espírito que é quem reúne”. Frente à lógica do ódio, cada vez mais presente na sociedade brasileira, a Igreja, nesse contexto, tem que ser fermento de fraternidade.

Diante da questão do pentecostalismo, Celso Carias partiu da ideia de que a espiritualidade pentecostal é uma espiritualidade legítima. Por outro lado, ele afirmou que “a teologia que sustenta o mundo pentecostal permite uma flexibilidade que pode ser utilizada por aqueles que são mal-intencionados”, o que deu lugar ao neopentecostalismo. Na sua opinião, a lógica do poder precisa de um mecanismo que o sustente.

Daí a necessidade de não esquecer que o centro é o caminho de Jesus, é o Reino de Deus, para não ser utilizado pelos centros de poder. O caminho a seguir deve vir do fato de ter a coragem de dialogar, mesmo diante da dificuldade de fazê-lo, inclusive com espaços pentecostais dentro da Igreja católica. Na sua opinião, a paróquia não deveria ser lugar de oferta de um único modelo espiritual, o que ajudaria a superar essa crise que estamos passando no momento.

Para assistir à live na íntegra:

Sobre o autor:

Luis Miguel Modino

Luis Miguel Modino – Padre diocesano de Madri, missionário fidei donum na Amazônia, residindo atualmente em Manaus – AM. Faz parte da Equipe de Comunicação da REPAM. Correspondente no Brasil de Religión Digital e colaborador do Observatório da Evangelização e em diferentes sites e revistas.

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Votos de Feliz Natal de dom Joaquim Mol, Coordenador do Observatório da Evangelização PUC Minas https://observatoriodaevangelizacao.com/votos-de-feliz-natal-de-dom-joaquim-mol-coordenador-do-observatorio-da-evangelizacao-puc-minas/ Thu, 24 Dec 2020 15:04:23 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=37329
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CNBB participa de audiência pública sobre PEC 133 na Comissão de Educação do Senado https://observatoriodaevangelizacao.com/cnbb-participa-de-audiencia-publica-sobre-pec-133-na-comissao-de-educacao-do-senado/ Wed, 02 Oct 2019 19:40:42 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=32018 [Leia mais...]]]>

O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), reitor da PUC Minas e coordenador do Observatório da Evangelização, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na 49ª sessão extraordinária da Comissão da Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal. 

O objetivo da audiência pública foi discutir a cobrança das contribuições previdenciárias para as entidades educacionais filantrópicas presente na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 133 de 2019, cujo relator é senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O autor do requerimento da audiência pública foi o Senador Jorginho Mello (PL-SC).

O representante da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), João Otávio Bastos Junqueira, foi o primeiro a fazer uso da palavra. Como representante de uma instituição que atende mais de 1 milhão de estudantes no Ensino Superior, ele disse estar credenciado a demonstrar a enorme preocupação com as consequências para a saúde financeira das instituições caso a redação seja aprovada.

Com os cortes no orçamento público das instituições públicas de Ensino Superior, no financiamento estudantil (Fies) e com a eminência de ter um profundo corte no Programa Universidade para Todos (PROUNI), ele afirmou que uma geração inteira corre o risco de ficar fora dos bancos universitários por absoluta incapacidade de acesso. Ele ressaltou que para cada R$ 1.00 que o Estado brasileiro deixa de arrecadar com a imunidade fiscal, a contrapartida é de R$ 7,39 em benefícios entregues à população.

Em sua intervenção, dom Joaquim Mol, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, disse ser um equívoco grave a partir de então o Estado cobrar das instituições filantrópicas a cota patronal da folha salarial para buscar resolver os problemas da previdência. Sobretudo porque a imunidade fiscal, assegurada pela Constituição Federal de 1988, de que gozam as entidades filantrópicas representa apenas 2.5% do total do montante arrecadado pela previdência.

Se nós estamos tratando de um equívoco penso que, sob o ponto de vista ético e moral, deveríamos caminhar a passos largos para tentar de fato sanar o problema de modo a não prejudicar milhões de pessoas no campo da educação e da saúde”, disse.

Contrapartida social

Caso seja aprovada a proposta na PEC 133, muitas instituições filantrópicas deixarão de prestar relevantes serviços na área da educação e da saúde. Segundo a pesquisa “A Contrapartida do Setor Filantrópico no Brasil”, lançada em março pela consultoria Dom Strategy Partners, só no campo da saúde deixariam de ser ofertados 260 milhões de procedimentos ambulatoriais e hospitalares.

O que não podemos admitir é que em uma cidade onde o único hospital que existe terá que fechar as suas portas porque não poderá mais atender toda a população. Aliás este hospital está ali naquela região suprindo uma obrigação que é do Estado”, afirmou.

No campo da educação, o representante da CNBB, disse que acontecerá a mesma coisa caso a proposta seja aprovada. As bolsas de estudo concedidas, segundo dom Mol, são retiradas das receitas das instituições. “Nós passaremos a contribuir com efetivamente menos. Não há como entender esta lógica que nos coloca numa situação como esta”, disse.

Dom Mol conclamou aos senadores presentes o bom senso de impedir que a proposta seja aprovada “sob pena de termos um grande problema sem solução: milhões de pessoas beneficiadas que serão colocadas à margem de seu desenvolvimento como pessoa e como cidadão neste nosso país”.

O senador Tasso Jereissati, presente na audiência pública, disse que a proposta não é contra a filantropia muito menos contra a assistência social. “As entidades filantrópicas de caráter religioso e civil são fundamentais na assistência social em todas as áreas no Brasil”, disse.

Contudo, ele afirmou não ser justo que entidades como o Hospital Albert Eistein, por exemplo, que cobram preços relevantes de seus usuários não contribuam com a previdência. “Não queremos acabar com a filantropia muito menos com a assistência social. Não estamos discutindo o fim da imunidade tributária apenas uma contribuição previdenciária de seus funcionários”, disse.

Também fizeram uso da palavra o representante da Associação Catarinense das Fundações Educacionais, Claudio Alcides Jacoski, a representante do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas, Lia Maria Herzer Quintana, o representante da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Leonardo Alves Rangel, o representante da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, irmão Paulo Fossati e o presidente do Fórum Nacional de Insituições Filantrópicas (FONIF), Custódio Pereira.

Fonte:

www.cnbb.org.br

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Dom Joaquim Mol, coordenador do Observatório, deseja a todos abençoada Páscoa… https://observatoriodaevangelizacao.com/dom-joaquim-mol-coordenador-do-observatorio-deseja-a-todos-abencoada-pascoa/ Wed, 17 Apr 2019 02:16:11 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=30306 Acolher a pessoa de Jesus Cristo como a luz verdadeira que revela o amor gratuito Deus significa fundamentalmente fazer-se filho de Deus, um irmão que procura iluminar pelo amar e servir…

Feliz Páscoa!

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Votos de feliz Natal – Dom Joaquim Mol, coordenador do Observatório da Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com/votos-de-feliz-natal-dom-joaquim-mol-coordenador-do-observatorio-da-evangelizacao/ Mon, 24 Dec 2018 12:25:08 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=29697 [Leia mais...]]]> O prof. Dom Joaquim Mol, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, reitor da PUC Minas e coordenador do Observatório da Evangelização, compartilha conosco seus votos de abençoado Natal.

Recorda-nos que mesmo diante das grandes ameaças do rei Herodes e do imperador Augusto, o Natal de Jesus, contra toda desesperança, aconteceu e a sua luz alimentou de alegria a esperança dos pequeninos e pobres! Hoje somos chamados a caminhar na esperança e a agir como Zacarias e Maria: a luz há de brilhar em nosso tempo!

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O que devemos ficar atentos neste período eleitoral? Veja o que nos orienta Dom Joaquim Mol https://observatoriodaevangelizacao.com/o-que-devemos-ficar-atentos-neste-periodo-eleitoral-veja-o-que-nos-orienta-dom-joaquim-mol-reitor-da-puc-minas/ https://observatoriodaevangelizacao.com/o-que-devemos-ficar-atentos-neste-periodo-eleitoral-veja-o-que-nos-orienta-dom-joaquim-mol-reitor-da-puc-minas/#comments Fri, 17 Aug 2018 18:51:34 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=28765 [Leia mais...]]]>

Bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) apresenta 5 pontos que merecem atenção no período eleitoral

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Prof. dom Joaquim Geovani Mol, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e reitor da PUC Minas.

Apesar do desencanto, da descrença e da falta de confiança na Política no Brasil, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG), prof. dom Joaquim Geovani Mol defende que é importante acompanhar o processo eleitoral pelo qual o país atravessa com as campanhas já nas ruas em plena busca de votos.

O reitor da pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais afirma que a política não é um mau sem si.

O mau são os políticos eleitos para trabalharem pelo bem comum e que passam a trabalhar pelos seus próprios interesses e interesses de grupos econômicos e elitistas da sociedade brasileira”, afirmou.

Neste processo eleitoral que o Brasil está vivendo, o religioso convoca os cristãos a ficarem atentos às falsas informações, conhecidas como “Fake News”.

Antes de acreditar, desconfie. Nunca passe adiante uma informação que você não tem certeza sobre ela”, ressaltou.

Há uma outra questão crucial, de vida ou morte, em sua avaliação:

A que segmento da sociedade e segmento político o candidato está vinculado?… Isso é indispensável porque, embora todos dizem que é necessário ‘mudar’ o Brasil, muitos querem mesmo é ‘continuar tirando proveito’ do Brasil”, avaliou.

Outra postura importante, ressalta dom Mol, é confrontar as informações que estão sendo disseminadas com a trajetória e com a vida do candidato, sempre com algumas perguntas em mente: Como ele vive? Quem são seus amigos? Com quem ele anda? O que ele faz com os pobres? Já exerceu cargos políticos? É um defensor das causas populares? Está envolvido com corrupção? Usa a religião para se promover? É democrático? Respeita as diversidades? Estimula a participação das pessoas? Pensa e trabalha por um Brasil mais justo e fraterno? É uma pessoa de paz e diálogo?

Só mesmo confrontando o que ‘falam’ com o que ‘fazem’ ou fizeram até agora poderemos ter mais possibilidade de acerto na escolha”, reforça.

O religioso também chama a atenção para a importância de prestar atenção às ideias dos candidatos alertando que muitas delas são pregadas em tempo de campanha eleitoral apenas para satisfazer o eleitor e fazê-lo acreditar que, o que ele deseja, está expresso naquelas ideias, mas apenas como recurso para angariar votos.

 

5 pontos que merecem atenção dos cristãos no Período Eleitoral do Brasil:

1. É preciso identificar candidatos/as que defendam a vida em toda em qualquer circunstância, da gestação ao seu término natural. Mas, como nos lembrou o papa Francisco, é preciso defender a vida tanto contra o aborto quanto contra as desigualdades sociais e suas mazelas e misérias. Pois ambos matam com a mesma intensidade. O Papa e a Igreja são movidos pela mesma convicção, numa postura de coerência, principalmente agora que ele declarou a pena de morte inaceitável em qualquer situação.

 

2. É preciso identificar candidatos/as que priorizem três áreas de atuação de forma clara e inequívoca e apresentem propostas concretas para a educação, a saúde e o emprego. Uma das graves causas da situação difícil de nosso País são os baixos níveis de qualidade na educação, no cuidado da saúde e na geração de empregos. Um povo educado com qualidade e consciência crítica, com boa saúde universalizada e pleno emprego consegue dar passos largos na construção dos seus destinos.

 

3. É preciso identificar candidatos/as que tenham compromisso sério com o meio ambiente, numa expressão do cuidado com a Casa Comum e neste contexto seja inserido o compromisso de respeito e forte defesa dos povos tradicionais, comunidades indígenas, ribeirinhas, negras e outras.

 

4. É preciso identificar candidatos/as que promovam a paz e a dignidade humana; trabalhem contra toda violência; restaurem a confiança e a democracia, aperfeiçoando-a com a participação popular; comprometam-se com as reformas necessárias de forma justa, sem supressão de direitos do povo trabalhador e dos segmentos excluídos da sociedade; colaborem com a necessária reforma do Judiciário e do Ministério Público do País, que a cada dia se mostram como “castas” superiores e corporativistas.

 

5. Ainda, é preciso identificar candidatos/as que respeitem a laicidade do Estado e cuidem da pacífica convivência entre as várias culturas e religiões, as regionalidades e as tradições, com espírito fraterno de tolerância e justiça.
(Os grifos e destaques são nossos)
Fonte:
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Nesse momento de perplexidade e falta de perspectiva, a voz da Igreja vai no sentido de dizer ao povo: “erga a cabeça!” https://observatoriodaevangelizacao.com/nesse-momento-de-perplexidade-e-falta-de-perspectiva-a-voz-da-igreja-vai-no-sentido-de-dizer-ao-povo-erga-a-cabeca/ Thu, 04 May 2017 15:03:18 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=17303 [Leia mais...]]]> Sobre o momento nacional, dom Joaquim Mol afirma que a Igreja diz ao povo: “erga a cabeça!”

“Esta perplexidade tem causado um mal muito grande à nossa sociedade, que leva a população brasileira a desacreditar, a se desencantar com os poderes no Brasil, Legislativo, Executivo e Judiciário. E isso é não só muito ruim, mas grave, porque trata-se de instituições que têm que ter perenidade, elas garantem o desenvolvimento da sociedade, a organização da sociedade”.

O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovani Mol, falou aos jornalistas na tarde desta terça-feira, dia 2 de maio, sobre o atual momento nacional. A crise ética na política, a questão econômica e algumas preocupações do episcopado tiveram lugar na fala do prelado, como o da questão da violência, dos direitos das comunidades tradicionais, da criminalização dos movimentos sociais, do desemprego e a da degradação do meio ambiente.

A palavra de dom Mol foi de análise conjuntural, apresentando as situações que se colocam na realidade e algumas causas e pontuando papéis importantes na sociedade para a superação do quadro em que o país se encontra. Para o bispo, a reconstrução do país deverá salvaguardar quatro pontos fundamentais: a dignidade da pessoa humana, a liberdade, a paz e a justiça. “Temos esperança de que o povo brasileiro alcançará [a reconstrução] porque a nossa esperança está fundada em Jesus Cristo Nosso Senhor”, afirmou esperançoso.

Dom Joaquim Mol revelou que está sendo objeto de reflexão da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) um texto sobre o atual momento que o Brasil vive. Na manhã de hoje, os bispos debateram uma prévia do que será um pronunciamento oficial da entidade.

A Igreja, como serva da humanidade, assim chamada por Paulo VI no fim do Concílio Vaticano II, deve dar as contribuições à luz do Evangelho sobre tudo que diz respeito ao bem da humanidade, de acordo com dom Mol.

Situação atual
O momento é de perplexidade e de falta de perspectiva da população, segundo o bispo. Dom Mol começou abordando a situação da corrupção e desprezo da ética por parte de agentes púbicos e privados.

“Esta perplexidade tem causado um mal muito grande à nossa sociedade, que leva a população brasileira a desacreditar, a se desencantar com os poderes no Brasil, Legislativo, Executivo e Judiciário. E isso é não só muito ruim, mas grave, porque trata-se de instituições que têm que ter perenidade, elas garantem o desenvolvimento da sociedade, a organização da sociedade”, ponderou.

Para o bispo, o descrédito por parte da população não contribui para a solução dos problemas. Ele ressalta que a voz da Igreja vai no sentido de dizer ao povo: “erga a cabeça! Precisamos compreender o que está acontecendo há vários anos para tomarmos parte de tudo isso: viver, praticar uma democracia verdadeiramente participativa”. Tal envolvimento é uma obrigação com os atos acompanhar, zelar, questionar, ajudar e rezar pelas pessoas que representam a população.

Economia
O contexto econômico é de “verdadeiro suplício”, de acordo com dom Joaquim Mol. Ele explica a expressão lembrando de uma fala do papa Francisco: “uma economia que não coloca a pessoa humana à frente como primazia, ela mata as pessoas, porque, no lugar das pessoas, coloca o mercado, o capital”. Dom Mol recordou ainda que a Doutrina da Igreja evidencia a primazia da pessoa humana sobre o mercado e do trabalho sobre o capital, “exatamente o contrário do que propõe a economia de mercado”. O pensamento da Igreja é aquilo que satisfaz a condição humana de viver com dignidade sobre a face da terra.

“Quando a economia inverte esses valores, ela se torna um suplício para boa parte da população”, alerta dom Mol. Neste sentido, para uma pequena parte da população a economia é “escandalosamente” benéfica, por conta do acúmulo de riquezas. O bispo ressaltou a necessidade de o Estado ser o regulador do mercado.

Os últimos pontos da análise apresentada pelo bispo foram: a questão dos direitos das populações tradicionais, a criminalização dos movimentos sociais, o desemprego e a violência, também gerada pela falta do trabalho. “É uma violência para a família”, disse referindo-se ao desemprego.

“É violência também esse esforço que tantas pessoas fazem de incutir ideias, privações e legitimações nas nossas cabeças de forma escravizante. A isso a gente dá o nome de ideologias escravizantes, totalitárias, que vão nos fazendo mover dentro da na sociedade, não na perspectiva de transformar a sociedade, mas de mantê-la assim, como satisfaz apenas a um pequeno grupo”, denunciou.

Dom Mol ainda falou da falta de perspectiva para os jovens que, sem direcionar seu olhar para o futuro, procura-o “de maneira fantasiosa através de outros recursos que ele pensa que são favoráveis à sua vida”, gerando um terreno fértil para a entrada das drogas e outros males. Outra preocupação dos bispos apresentada é a degradação e exploração irracional do meio ambiente.

Papeis importantes
O Poder Judiciário e a imprensa têm um papel importante no processo de reconstrução do país. O primeiro na medida em que garante o direito e a justiça, porque esse é seu papel, mas é esperada uma atuação independente, autônoma, fundada no cumprimento da lei, isonômica, igual para todos. E a mídia, à qual cabe informar e colocar-se a serviço da verdade. “No nosso entender, deve ser uma atuação livre, plural e independente”, afirmou o bispo que concluiu: “entendemos que o caminho do diálogo até a exaustão em momentos de crise e de acirramento é fundamental para que o país possa se entender, se compreender para criar condições de desenvolvimento para todos”.

Veja, a seguir, a fala de Dom Joaquim Mol na íntegra:

Fonte:

www.cnbb.net.br

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Votos de Feliz Páscoa de Dom Joaquim Mol, coordenador do Observatório da Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com/votos-de-feliz-pascoa-de-dom-joaquim-mol-coordenador-do-observatorio-da-evangelizacao/ Sat, 15 Apr 2017 22:34:17 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=16271  

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Prof. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães

Coordenador do Observatório da Evangelização – PUC Minas

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Brasil no caos: e um bispo levanta a voz https://observatoriodaevangelizacao.com/brasil-no-caos-e-um-bispo-levanta-a-voz/ Mon, 20 Mar 2017 12:20:38 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=14421 [Leia mais...]]]> “Os brasileiros precisamos ter a consciência da gravidade do momento político, social, econômico e moral que vivemos nos últimos meses.”

Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo auxiliar de Belo Horizonte e reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Em 2016, o governo tomou decisões que terão consequências nefastas para trabalhadores e pobres devido à Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241 na Câmara Federal e PEC 55 no Senado), com a qual praticamente cessam as contribuições para a reforma da Previdência Social.

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O país se encontra diante do contínuo agravamento das condições de vida das populações indígenas, das mudanças no Estatuto do Desarmamento, das alterações nas leis referentes à classe operária, dos inúmeros casos de corrupção envolvendo políticos, empresários e advogados suspeitos de se livrarem dos vestígios das suas atividades iníquas.

“Famílias da chamada classe média  veem rapidamente diminuir seu poder de compra, tendo que adiar sonhos como o de possuir o imóvel próprio, aumentar a família, formar os filhos na universidade ou que seja viajar e descansar da rotina de trabalho, cada vez mais massacrante.”

É dura a acusação do bispo contra o governo, que defende os interesses do grande capital, exigindo sacrifícios ao mais pobres que lutam para sobreviver. O sistema financeiro é privilegiado. Os bancos vão muito melhor do que o país e acumulam riquezas. Assiste-se a um triste atraso de iniciativas de resgate da dignidade popular. O neoliberalismo torna-se desenfreado.

As dinâmicas de participação democrática são fortemente hostilizadas e reduzidas a fragmentos, em um momento em que – ressalta Dom Joaquim mais uma vez – seria preciso levantar a cabeça e caminhar. E também levantar a voz, especialmente em defesa das populações indígenas. Nos quase 30 anos desde que entrou em vigor a Constituição, que deu impulso à proteção dos direitos dos indígenas, essas pessoas hoje estão correndo graves riscos, a ponto de as Nações Unidas redigirem um dramático relatório.

No Brasil de hoje, o Estado continua vivendo separado da sociedade civil, e a deterioração das condições de vida das populações indígenas e dos setores mais pobres deveria sacudir as consciências.

“Nenhuma nação pode realizar-se em meio a tanta desigualdade. É papel precípuo da universidade não só expressar sua solidariedade às massas de pobres, trabalhadores empregados ou não, homens e mulheres de boa vontade e de todas as idades, como também contribuir para a formação da consciência crítica, cidadã, ecológica integral, progressista, ética, arejada, humanizada, inclusiva, justa e livre.”

(A reportagem é de Francesco Strazzari, publicada no sítio Settimana News, 18-03-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.)

Fonte:

IHU

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