Diaconato feminino – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Thu, 09 Apr 2020 17:57:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Diaconato feminino – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Com cinco mulheres na composição, papa Francisco cria nova Comissão de Estudo sobre o diaconato feminino https://observatoriodaevangelizacao.com/com-cinco-mulheres-na-composicao-papa-francisco-cria-nova-comissao-de-estudo-sobre-o-diaconato-feminino/ Thu, 09 Apr 2020 17:57:29 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34585 [Leia mais...]]]> O papa Francisco criou uma nova Comissão de Estudo sobre o diaconato feminino, como já tinha preanunciado na conclusão do Sínodo sobre a Amazônia. O presidente da nova Comissão é o arcebispo de Áquila, o cardeal Petrocchi. Entre os membros do novo organismo, cinco mulheres

VATICAN NEWS

No decorrer de uma recente audiência concedida ao cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Papa Francisco decidiu instituir uma nova Comissão de Estudo sobre o diaconato feminino.

O presidente designado pelo Santo Padre é o arcebispo de Áquila, o cardeal Giuseppe Petrocchi e o secretário, o oficial da Congregação para a Doutrina da Fé o reverendo Denis Dupont-Fauville.

Enquanto que os membros da Comissão são:

  • Profª. Catherine Brown Tkacz, Lviv (Ucrânia);
  • Prof. Dominic Cerrato, Steubenville (EUA);
  • Prof. Don Santiago del Cura Elena, Burgos (Espanha);
  • Profª. Caroline Farey, Shrewsbury (Grã-Bretanha);
  • Profª. Barbara Hallensleben, Friburgo (Suíça);
  • Prof. Don Manfred Hauke, Lugano (Suíça);
  • Prof. James Keating, Omaha (EUA);
  • Mons. Angelo Lameri, Crema (Itália);
  • Profª. Rosalba Manes, Viterbo (Itália);
  • Profª. Anne-Marie Pelletier, Paris (França).

Na conclusão do Sínodo sobre a Amazônia o Papa já tinha preanunciado a sua intenção de convocar novamente uma Comissão de Estudo sobre o diaconato feminino “para continuar a estudar” e “ver como era o diaconato permanente na Igreja primitiva”.

Encontro com as Superioras Gerais

Em 2016, depois de um encontro com a União Internacional das Superioras Gerais (UISG), tinha instituído uma primeira Comissão de Estudo sobre o diaconato das mulheres com a específica tarefa de “estudar a questão”, mas o organismo conseguiu apenas um resultado parcial. Francisco falou sobre o assunto de modo aprofundado no novo encontro com as Superioras em 10 de maio de 2019, entregando às religiosas o êxito do trabalho da Comissão, definido “um passo adiante”, mesmo sendo pequeno.

Ao falar às religiosas, o Papa disse que é preciso persistir na compreensão do papel da mulher na Igreja e “não errar pensando que seja apenas um trabalho funcional”. “O importante – sublinhara na ocasião – é algo que vá além das funções, que ainda não amadureceu, que ainda não compreendemos bem. Digo “a Igreja é feminina”, “a Igreja é mulher”, e alguém replica: ‘Sim, mas esta é uma imagem’. Não, é a realidade. Na Bíblia, no Apocalipse chamam-na ‘a esposa’, é a esposa de Jesus, é uma mulher. Mas sobre esta teologia da mulher devemos persistir”.

A Igreja desenvolve-se no caminho da fidelidade à Revelação. Não podemos mudar a Revelação. É verdade que a Revelação se desenvolve… progride com o tempo. E nós com o tempo compreendemos melhor a fé. O modo de entender a fé hoje, depois do Vaticano II, é diferente da maneira de compreender a fé antes do Vaticano II, por quê?, porque há um progresso da consciência (…) Por isso, sobre o caso do diaconato, devemos procurar o que havia no início da Revelação, e se houver algo, fazê-lo crescer e que amadureça… Se não houver alguma coisa, se o Senhor não quis o ministério sacramental para as mulheres não se vai em frente (…). Precisamos de discernir. Não é tudo branco ou preto, nem sequer cinzento. Tudo está a caminho, mas percorrendo a via correta, a estrada da Revelação. Não podemos caminhar por outra estrada”.

Querida Amazônia

Na Exortação apostólica pós-sinodal “Querida Amazônia”, o Papa Francisco recordou o grande papel das mulheres na região e reiterou o convite a

a alargar o horizonte para evitar reduzir a nossa compreensão da Igreja a meras estruturas funcionais. Este reducionismo levar-nos-ia a pensar que só se daria às mulheres um status e uma participação maior na Igreja se lhes fosse concedido acesso à Ordem sacra. Mas, na realidade, este horizonte limitaria as perspectivas, levar-nos-ia a clericalizar as mulheres, diminuiria o grande valor do que elas já deram e sutilmente causaria um empobrecimento da sua contribuição indispensável”.

Jesus – escreve Francisco – apresenta-se como Esposo da comunidade que celebra a Eucaristia, através da figura de um varão que a ela preside como sinal do único Sacerdote. Este diálogo entre o Esposo e a esposa que se eleva na adoração e santifica a comunidade não deveria fechar-nos em concepções parciais sobre o poder na Igreja. Porque o Senhor quis manifestar o seu poder e o seu amor através de dois rostos humanos: o de seu divino Filho feito homem e o de uma criatura que é mulher, Maria. As mulheres prestam à Igreja a sua contribuição segundo o modo que lhes é próprio e prolongando a força e a ternura de Maria, a Mãe. Deste modo não nos limitamos a uma impostação funcional, mas entramos na estrutura íntima da Igreja. Assim compreendemos radicalmente por que, sem as mulheres, ela se desmorona”.

Fonte:

www.vaticannews.va

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Papa anunciará diaconisas em 10 de maio? https://observatoriodaevangelizacao.com/papa-anunciara-diaconisas-em-10-de-maio/ https://observatoriodaevangelizacao.com/papa-anunciara-diaconisas-em-10-de-maio/#comments Wed, 08 May 2019 10:00:07 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=30479 [Leia mais...]]]> Urge, de modo crescente e incontornável, a necessidade de um reconhecimento oficial por parte da Igreja católica – outras Igrejas cristãs já deram este passo – da importância insubstituível, do papel singular, da contribuição relevante na realização da missão e, portanto da igual dignidade batismal e da plena cidadania eclesial da mulher. Desde o início do magistério do papa Francisco cresce a expectativa desse passo que já tarda no seio da Igreja Católica, muitos afirmam que chegou a hora. Neste sentido, vale a pena ler a reflexão de Cameron Doody publicada por Regilion Digital, traduzida pelo Cepat e republicada pelo IHU e pelo Dom Total. Confira:

Papa anunciará diaconisas em 10 de maio?

Por Cameron Doody

Fará o papa Francisco um anúncio sobre as diaconisas, no próximo dia 10 de maio? Há quem já especule a possibilidade, sobretudo porque nesse dia está previsto um encontro entre o Pontífice e a União Internacional de Superioras Gerais, o mesmo grupo a quem prometeu, em 2016, que estabeleceria uma comissão internacional para pesquisar os antecedentes históricos desse ministério feminino, que acabaria entregando seu relatório final a Bergoglio.

Eu não sei o que acontecerá. Mas homem, se eu fosse Papa, não gostaria de entrar em uma sala com 1.000 religiosas e não responder à pergunta”, disse a teóloga estadunidense Phyllis Zagano ao National Catholic Reporter, a propósito da futura reunião do Papa e as religiosas. O que Zagano opina tem muito peso. Não apenas era a professora de religião na Universidade Hofstra, em Nova York, uma dos membros da comissão do Vaticano sobre o diaconato feminino. Também continua em contato com assessores próximos ao Papa, que disseram, segundo sua própria admissão, que Francisco “já não pode adiar mais a questão”.

Pode ser que Zagano não saiba perfeitamente o que o Papa fará, mas segundo a teóloga há “indícios” de que Francisco dê sinal verde à reintrodução das diaconisas na Igreja.

O primeiro, seu silêncio. Bergoglio nunca descartou a ideia por completo. Assim como também outras Congregações e Comissões do Vaticano nunca descartaram. Segundo a professora, “nunca disseram que não, mas nunca disseram que sim”.

O segundo, o fato do Documento preparatório para o Sínodo para a Amazônia, deste outono, ter incluído a observação de que “é preciso identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, levando em consideração o papel central que hoje as mulheres desempenham na Igreja amazônica”. Fraseologia esta de “ministério oficial” que, segundo Zagano, só pode se referir ao ministério ordenado.

O terceiro indício para Zagano: a preponderância de provas históricas de que havia diaconisas na Igreja, de sua etapa primitiva até o século XII. Conforme explicou a teóloga, em uma palestra recente:

A abundante quantidade de provas literárias, epigráficas e históricas em relação às mulheres diaconisas indica que há ainda mais dados sobre elas, especialmente mais liturgias de ordenação, seja sem ter sido descobertas ou perdidas permanentemente, mas sabemos que existiram. Sabemos que foram ordenadas por bispos e que serviram a estes bispos em competências ministeriais… Acredito que tanto a Igreja como o mundo estão afirmando progressivamente que as mulheres são feitas à imagem e semelhança de Deus. Parece, então, que é completamente possível que nada restrinja a ordenação diaconal de mulheres”.

Fonte:


Religión Digital/ IHU – Tradução: Cepat

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Diaconato feminino e a vontade de reencontrar a dignidade das origens https://observatoriodaevangelizacao.com/diaconato-feminino-e-a-vontade-de-reencontrar-a-dignidade-das-origens/ https://observatoriodaevangelizacao.com/diaconato-feminino-e-a-vontade-de-reencontrar-a-dignidade-das-origens/#comments Tue, 12 Jun 2018 12:44:56 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=28409 [Leia mais...]]]> Qual o papel da mulheres na vida da Igreja, nas decisões importantes, na organização da dinâmica eclesial, na concretização da ação evangelizadora? Confiante nos rumos da reforma da Igreja impulsionada cotidianamente por Francisco, mas sobretudo no empoderamento das mulheres, para a historiadora Lucetta Scaraffia,a iniciativa das mulheres, sobretudo das religiosas, vai desempenhar um papel fundamental: se, como está acontecendo, elas começarem a se rebelar contra um papel subalterno, pedindo o seu lugar, todo o lugar que merecem na vida da Igreja, algo poderá mudar”. Confira:

 

Artigo de Lucetta Scaraffia

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Lucetta Scaraffia, historiadora, jornalista e consultora do jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, membro do Comitê Italiano de Bioética e professora da Universidade de Roma “La Sapienza”.

 

O papel da mulher na Igreja não é feminismo, “é um direito”, ou, para esclarecer melhor, “é a dois, é como o tango, que se dança a dois”. São as frases icásticas do papa Francisco. Frases que varreram séculos de sujeição das mulheres na Igreja, sublinhando a necessidade de compartilhar com as mulheres decisões e escolhas da comunidade cristã.

Ele falava à Assembleia Mundial das Superioras Gerais – 800 freiras de idades e línguas diferentes –, às quais, geralmente, o pontífice dirige um discurso, com uma bênção, e ponto final. Desta vez, porém, o Papa se declarou disposto a escutar as suas perguntas, e as perguntas que vieram – claras e diretas – referiam-se precisamente ao papel das mulheres na Igreja. As irmãs também quiseram reabrir uma questão que deveriam considerar como já fechada, ou seja, a do diaconato, e isso deu a ocasião para Francisco expor um ponto de vista muito aberto.

Francisco falou da possibilidade de reexaminar a questão, retomando os estudos sobre as comunidades cristãs primitivas, onde havia diaconisas. O Papa sabe que, em muitas partes do mundo, onde os sacerdotes escasseiam, são as mulheres que desempenham algumas das suas funções, como os diáconos, embora esse papel não lhes seja reconhecidoCom a sua proposta de reabrir a questão, Francisco deu a entender que essa exclusão não está fundada em dogmas, nem mesmo na tradição religiosa, mas se trata de um problema de normas ligadas a um contexto histórico ao qual foram emanadas.

Hoje, quando o contexto mudou, é possível repensar e mergulhar na sociedade moderna. E, a propósito, ele recordou que o direito canônico já foi reformado duas vezes no século passado. Mas, talvez, o momento em que o Papa foi mais corajoso foi quando incitou as freiras a se recusarem a desempenhar serviços que não são um trabalho para a Igreja, mas uma servidão pessoal para os sacerdotes, como os trabalhos domésticos, “porque, quando se busca que uma consagrada faça um trabalho de servidão, desvalorizam-se a vida e a dignidade daquele mulher, disse ele.

Depois, repetiu com clareza que a opinião das mulheres – neste caso, das consagradas – é importante nos momentos de decisão da vida da Igreja, também quando não se trata de problemas específicos delas. E prometeu que vai abrir algumas reuniões também para elas.

Trata-se de passos para o reconhecimento das mulheres na Igreja – neste caso, fala-se de religiosas, que constituem os dois terços do número total dos religiosos (mais da metade, se acrescentarmos os sacerdotes diocesanos), – e são passos que nunca tinham sido dados com tanta determinação.

Sabemos que será difícil realizar essas aberturas: as resistências dentro da hierarquia eclesiástica são muito fortes, e, em parte, o grande número das irmãs, que dá medo, contribui para isso, quase paradoxalmente.

Justamente por isso a iniciativa das mulheres, sobretudo das religiosas, vai desempenhar um papel fundamental: se, como está acontecendo, elas começarem a se rebelar contra um papel subalterno, pedindo o seu lugar, todo o lugar que merecem na vida da Igreja, algo poderá mudar. Talvez até mesmo em breve, para elas e para todas as mulheres.

(O artigo foi publicado no jornal Il Messaggero. A tradução é de Moisés Sbardelotto.)

Fonte:

IHU

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