Dia Internacional da Mulher – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Tue, 08 Mar 2022 21:44:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Dia Internacional da Mulher – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Maria Madalena, a apóstola da esperança https://observatoriodaevangelizacao.com/maria-madalena-a-apostola-da-esperanca/ Tue, 08 Mar 2022 21:44:47 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=34017 [Leia mais...]]]> Neste dia tão significativo, que a palavra do papa Francisco sobre Maria Madalena, a apóstola da esperança, provoque a renovação do compromisso de juntos participarmos, de mãos dadas com todas as mulheres em luta por seus direitos violados, por respeito e reconhecimento da igual dignidade cidadã, por justiça social e pelo fim da violência e da exclusão.

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“Caritas Celebrating Women”, a promoção da liderança feminina https://observatoriodaevangelizacao.com/caritas-celebrating-women-a-promocao-da-lideranca-feminina/ Tue, 08 Mar 2022 21:00:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=44221 [Leia mais...]]]> A presença das mulheres nos espaços decisórios da sociedade está longe de ser uma questão resolvida, na Igreja, em que temáticas como essa costumam caminhar ainda mais lentamente, o percurso a ser percorrido é bastante longo e desafiador. Iniciativas como a da Cáritas Internationalis somam positivamente seus passos a esta caminhada. Leia a seguir:

Assim se expressou o secretário geral da Caritas Internationalis, Aloysius John, por ocasião do seminário “Mulheres construtoras do diálogo”, organizado pela organização católica em colaboração com a Embaixada do Reino Unido junto à Santa Sé.

O evento, que se realiza neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quer ser um apelo a todos os homens e mulheres para que trabalhem juntos, por meio do testemunho, do diálogo e da ação, a fim de promover uma maior liderança, igualdade e participação das mulheres na sociedade.

“A importância da contribuição das mulheres no processo decisório para o desenvolvimento humano integral, a construção da paz e a cooperação fraterna no âmbito das iniciativas da Caritas, mas não só, são as pedras angulares sobre as quais se centrará o encontro”, lê-se na nota enviada à Agência Fides.

O Dia Internacional da Mulher deste ano marca a abertura de um mês inteiro dedicado pela Caritas Internationalis à promoção da participação, igualdade e a liderança das mulheres na Igreja e na sociedade. “Por meio desta iniciativa de um mês, espera-se inspirar conversações contínuas, criatividade e colaboração sobre a inclusão e participação das mulheres nas iniciativas da Caritas e na sociedade em geral.”

‘Caritas Celebrating Women’ tem a intenção de ser uma expressão do contínuo compromisso com a promoção da liderança feminina, “para que todas as pessoas possam trabalhar em cooperação fraterna e solidariedade para o desenvolvimento integral da humanidade, especialmente dos pobres, dos marginalizados e dos mais vulneráveis, no contexto pós-Covid-19”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-03/dia-imternacional-da-mulher-caritas-internationalis.html

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Mulheres que ajudam a construir o Reino de Deus na Igreja e nas periferias do mundo https://observatoriodaevangelizacao.com/mulheres-que-ajudam-a-construir-o-reino-de-deus-na-igreja-e-nas-periferias-do-mundo/ Tue, 09 Mar 2021 10:18:06 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38702 [Leia mais...]]]>

No dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, somos chamados a refletir sobre o papel das mulheres na sociedade e na Igreja. Olhar para o passado para poder analisar o presente e poder construir o futuro, um futuro melhor, sustentado em princípios que mostram aquilo que Deus quer.

Falar de mulheres nos leva a pensar em rostos concretos, que simbolizam lutas comuns, que ajudam a construir o Reino de Deus. A Igreja brasileira, a Igreja da Amazônia tem dado passos ao longo dos últimos anos, nem sempre para frente, mas mesmo aqueles que pontualmente representaram um retrocesso, a longo prazo, ajudaram a construir o futuro evitando cair nos erros do passado.

Laura, Joelma, Rosita, Rose… são nomes atrás dos quais aparecem representadas as lutas de muitas mulheres para que a Igreja e a sociedade sejam cada vez mais imagem do Deus da Vida, sinal de Boa Notícia, de Evangelho, sinal do Reino de Deus. Elas são presença feminina no meio dos povos indígenas, no mundo da comunicação, entre os migrantes e refugiados, ao lado das vítimas do abuso e exploração sexual.

Ir. Laura Vicuña Pereira Manso

Fruto do seu trabalho como agente do Conselho Indigenista Missionário, a Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, tem dedicado os últimos anos a acompanhar a vida do povo Karipuna, no estado de Rondônia. Ela, que também é indígena, foi escolhida como representante dos povos originários na Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, onde “nós mulheres, temos muito a contribuir”, pois segundo a religiosa:

nós somos chamadas a ser essa presença e essa voz de mulher na Conferência Eclesial da Amazônia”.

Ir. Laura Vicuña Pereira Manso

A religiosa Catequista Franciscana vê essa presença como “uma grande responsabilidade, pois estar presente numa instituição como esta, é uma responsabilidade no sentido de que a gente está levando a presença e a voz de muitas outras mulheres que habitam o território amazônico. São avós, mães, filhas e da Vida Consagrada, que estão presentes vivendo nesse imenso bioma, nessa imensa região amazônica”. Trata-se de “mulheres que lideram famílias e comunidades inteiras, que promovem a defesa da vida e que aspiram a um espaço também maior nos espaços da Igreja”.

A Ir. Laura insiste em que “nós mulheres merecemos isso, precisamos agir, falar, e não devemos permanecer invisibilizadas nesses espaços”. Daí, ela espera “que isso nos ajude a abrir nossa mente, nosso coração, e estejamos abertas e abertos às transformações que estão ocorrendo no mundo e na Igreja”. Como indígena, destaca a importância da presença dos povos originários na CEAMA, como algo que pode “ajudar a oferecer uma visão de vida, de luta, das cosmovisões, a partir de dentro dos povos originários e das comunidades amazônicas”.

Estar na CEAMA é oportunidade para “trazer presente tudo aquilo que nos faz sofrer e que ameaça a vida das pessoas e desse bioma”, para “defender os seus territórios, defender a Amazônia, o ecossistema e os povos que aqui habitam, defender a nossa casa comum para que as gerações futuras possam ter vida”. Por isso insiste em que “a Igreja seja amiga e aliada dos povos da Amazônia e da Amazônia como um todo, para que dessa forma nos comprometamos com o cuidado da casa comum”.

Joelma Viana

Fazer comunicação na Amazônia é “um desafio muito grande, porque quando a gente pensa essa região, ela é enorme, as distâncias são uma dificuldade que nós encontramos para poder chegar onde as coisas acontecem”. As palavras de Joelma Viana nos ajudam a descobrir que na comunicação amazônica, “a gente consegue estar mais próxima das pessoas, ouvindo, pisando o chão que eles pisam, compartilhando as suas vivências”, sempre na busca de uma comunicação diferenciada. A radialista insiste em que :

quando a gente faz a comunicação a partir da Igreja, nessa região amazônica, a gente não está só para ouvir, só para recolher os depoimentos. É necessário estar próximo, compartilhando esses momentos, vivenciando esses momentos, partilhando cada um desses momentos e aprendendo juntos”.

Joelma Viana

Na Amazônia, “essa comunicação acaba tendo um sentido muito maior, um sentido de comungar da vida do outro”, comungar com a vida dos povos da região. Esses desafios próprios da comunicação amazônica, aumentam quando ela é feita pelas mulheres, segundo Joelma Viana. Ela insiste em que o trabalho que é feito por mulheres, ele é diferente, pois as mulheres, “elas são sensíveis e conseguem fazer um acolhimento. E nós tentamos fazer isso, um acolhimento das pessoas que estão próximas da gente”.

Na Igreja da Amazônia, as mulheres que fazem comunicação ainda se deparam com posturas patriarcais, pois “muita gente não acredita no trabalho que é feito por mulheres” afirma Joelma. Ela que tem um papel destacado na Rede de Notícias da Amazônia, que desde Santarém, no Estado do Pará, engloba várias rádios católicas da região, afirma que “quando a gente olha o cenário da própria região e do próprio Brasil, a gente vai ter poucas mulheres à frente desse ramo dentro da Igreja. A gente vê mais homens no processo do que mulheres”. Diante disso, ela insiste na necessidade de ter maior presença das mulheres.

Nesse avanço, Joelma destaca a importância do papa Francisco, que “a partir do Sínodo da Amazônia, e agora também do próximo sínodo, que tem mulheres sendo representadas, acaba fortalecendo ainda mais esse trabalho que a gente vem desenvolvendo nessa região, que é tão desafiadora, mas ao mesmo tempo é tão instigante”. Isso faz com que as mulheres, insiste a radialista, “nós nos sentimos o tempo todo motivadas a estar presente, a estar compartilhando aquilo que aprendemos no nosso dia a dia”.

Ir. Rosita Milesi

As mulheres refugiadas, as mulheres migrantes, as mulheres apátridas, “elas são mulheres persistentes, são resilientes, são de uma devoção à sua vocação de mulher e mãe, que impressiona”. Quem assim fala é a Ir. Rosita Milesi, alguém que dedica sua vida a cuidar daquelas e daqueles que a sociedade despreza e explora. Nessas mulheres, a religiosa scalabriniana vê a presença de alguém que supera “com esforço, com dedicação, com carinho, com amor imensurável, todas as dificuldades e todos os percalços para poder atender, com um mínimo de dignidade, em primeiro lugar a seus filhos, depois a si mesmas, buscando a sua reintegração, a sua retomada na construção dos caminhos que a migração lhes impõe”.

Esse trabalho, tem ajudado a diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos – IMDH, a vivenciar fatos concretos que ajudam a “expressar a minha convicção de quanto essas mulheres atuam, buscam e superam”. Ela conta o caso de uma mãe que está em cadeira de rodas, está temporariamente impossibilitada de locomover-se. “No entanto, ela passa a maior parte do dia buscando alternativas, buscando comida, movendo amigos e amigas para socorrer outras pessoas que estão em maior necessidade do que ela”, relata a religiosa.

São exemplos que nos impressionam e que servem:

“para que nós, agentes humanitárias, busquemos cada vez com mais convicção esta possibilidade, ou este recurso que temos em nossas mãos, de estarmos ao serviço,  de fortalecermos a nossa missão e de atuarmos conforme o apelo do papa Francisco, e de tantos líderes que nos inspiram neste momento, buscando acolher com carinho, promover, e dar chance, dar oportunidades, envolver estas mulheres para que elas possam colocar todas suas capacidades e talentos ao serviço dos demais, como elas sabem generosamente fazer”.

Ir. Rosita Milesi

Aprender a valorizar e começar a entender o processo de luta pelas mulheres, é algo que a Ir. Rose Bertoldo aprendeu desde muito pequena, no berço de casa, vendo sua mãe, que trabalhava com o movimento de mulheres campesinas, no Rio Grande do Sul. Ela lembra muito “de minha mãe quando ia para a rua, nas mobilizações em Porto Alegre, para reivindicar o salário maternidade e aposentadoria”. A religiosa insiste em que “as mulheres nunca ganharam nada de graça, mas sim a partir da luta organizada”. Ela diz que “sempre trabalhei, toda missão como mulher consagrada, a partir da vida das mulheres mais sofridas, mais empobrecidas, principalmente as meninas e as mulheres”, destacando sua história de “identificar esse trabalho de enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e tráfico de pessoas”, que hoje assume como missão principal.

Ir. Rose Bertoldo

Como religiosa do Imaculado Coração de Maria, sua missão tem sido no “cuidado da vida, voltada mais a questão das violações de direito”. Ela afirma que, aos poucos, “como uma mulher consagrada, também fui me inserindo nesse movimento de construção de uma Igreja mais voltada para os mais empobrecidos, os mais vulneráveis. Aí está também a categoria das mulheres”. Seu trabalho na Rede um Grito pela Vida, “tem sido por essa sensibilidade de sentir a dor de tantas meninas mulheres”, vivenciando essa opção de trabalho de enfrentamento ao tráfico de pessoas, como “uma presença profética, enquanto Igreja, enquanto Vida Consagrada, enquanto missionária, nesse chão da Amazônia”.

Na Amazônia, onde mora há nove anos, ela vê, sobretudo a partir do processo de preparação sinodal, que está sendo construída “uma Igreja que caminha com a gente e também é parte da gente”, onde se fez possível “poder perceber mais essa presença das mulheres na vida da Igreja, na sociedade, e também perceber, a partir das vozes das mulheres, o tanto de dor, de sofrimento, que as mulheres da Pan-Amazônia têm sofrido”. A religiosa enfatiza que “a questão do abuso, da exploração sexual, do tráfico de pessoas, do feminicídio, são gritos imensos que a gente tem ouvido”. No seu trabalho na Rede um Grito pela Vida, ela diz perceber e encontrar

o rosto de Jesus, a presença de Deus, no rosto sofrido na presença das mulheres que estão em situação de tráfico, em situação de abuso, em situação de exploração sexual”.

Ir. Rose Bertoldo

Rose Bertoldo afirma que sua missão é:

poder ser essa presença, poder ajudar, contribuir para que essas mulheres saiam dessa situação de violência, reconstruam suas vidas, possam retomar também, porque cada mulher é única, cada menina é única, e cada mulher revela a imagem desse Deus cheio de ternura, cheio de amorosidade”.

Ir. Rose Bertoldo

Por isso, “celebrar esse 8 de março é revigorar, rememorar toda essa história de luta das mulheres e aí continuar acreditando”, insiste a religiosa. Junto com isso, destaca a necessidade da formação de outras mulheres, “que possam contribuir nas mudanças, principalmente com relação à inclusão, de sermos uma presença ativa, efetiva, afetiva, nos espaços eclesiais, mas também em tantos outros espaços de luta, de construção da dignidade, não só das mulheres, mas de todas as pessoas”.

Sobre o autor:

Luiz Miguel Modino

Luis Miguel Modino – Padre diocesano de Madri, missionário fidei donum na Amazônia, residindo atualmente em Manaus – AM. Faz parte da Equipe de Comunicação da REPAM. Correspondente no Brasil de Religión Digital e colaborador do Observatório da Evangelização e em diferentes sites e revistas.

Confira, a seguir, a versão em espanhol:

Mujeres que ayudan a construir el Reino de Dios en la Iglesia y en las periferias del mundo

En el día en que se celebra el Día Internacional de la Mujer, estamos llamados a reflexionar sobre el papel de la mujer en la sociedad y en la Iglesia. Mirar el pasado para analizar el presente y poder construir el futuro, un futuro mejor, sustentado en principios que muestran lo que Dios quiere.

Hablar de mujeres nos lleva a pensar en rostros concretos, que simbolizan luchas comunes, que ayudan a construir el Reino de Dios. La Iglesia brasileña, la Iglesia en la Amazonía, ha dado pasos en los últimos años, no siempre hacia adelante, pero incluso aquellos que ocasionalmente representaron un retroceso, a la larga, ayudaron a construir el futuro evitando caer en los errores del pasado.

Laura, Joelma, Rosita, Roselei, son nombres detrás de los cuales están representadas las luchas de muchas mujeres para que la Iglesia y la sociedad sean cada vez más una imagen del Dios de la Vida, un signo de la Buena Noticia, del Evangelio, un signo del Reino de Dios. Son una presencia femenina entre los pueblos indígenas, en el mundo de la comunicación, entre los emigrantes y refugiados, junto a las víctimas de abusos y explotación sexual.

Laura Vicuña Pereira Manso, ha dedicado los últimos años a acompañar la vida del pueblo Karipuna en el estado de Rondônia, Amazonía brasileña. Ella, que también es indígena, fue elegida como representante de los pueblos originarios en la Conferencia Eclesial de la Amazonía – CEAMA, donde “las mujeres tenemos mucho que aportar”, porque, según la religiosa “estamos llamadas a ser esa presencia y esa voz de la mujer en la Conferencia Eclesial de la Amazonía”.

La religiosa Catequista Franciscana ve esta presencia como “una gran responsabilidad, porque estar presente en una institución como ésta es una responsabilidad en el sentido de que estamos llevando la presencia y la voz de muchas otras mujeres que viven en el territorio amazónico. Son abuelas, madres, hijas y de la Vida Consagrada que están presentes viviendo en este inmenso bioma, en esta inmensa región amazónica”. Se trata de “mujeres que lideran familias y comunidades enteras, que promueven la defensa de la vida y que aspiran a un lugar mayor en los espacios de la Iglesia”.

La Hna. Laura insiste en que “las mujeres nos lo merecemos, necesitamos actuar, hablar, y no debemos permanecer invisibles en estos espacios”. Desde aquí espera “que esto nos ayude a abrir nuestras mentes, nuestros corazones, y a estar abiertos y receptivos a las transformaciones que están teniendo lugar en el mundo y en la Iglesia”. Como indígena, destaca la importancia de la presencia de los pueblos originarios en la CEAMA, como algo que puede “ayudar a ofrecer una visión de la vida, de la lucha, de las cosmovisiones, desde los pueblos originarios y las comunidades amazónicas”.

Estar en la CEAMA es una oportunidad para “traer a la memoria todo lo que nos hace sufrir y amenaza la vida de los pueblos y de este bioma”, para “defender sus territorios, defender la Amazonía, el ecosistema y los pueblos que viven aquí, defender nuestra casa común para que las generaciones futuras tengan vida”. Por ello, insiste en que “la Iglesia debe ser amiga y aliada de los pueblos de la Amazonía y de la Amazonía en su conjunto, para que así nos comprometamos a cuidar nuestra casa común”.

Comunicar en la Amazonía es “un gran desafío, porque cuando pensamos en esta región, es enorme, las distancias son una dificultad que encontramos para poder llegar donde suceden las cosas”. Las palabras de Joelma Viana nos ayudan a descubrir que en la comunicación amazónica “somos capaces de estar más cerca de la gente, escuchándola, pisando su terreno, compartiendo sus experiencias”, siempre en busca de una comunicación diferenciada. La locutora de radio insiste en que “cuando comunicamos desde la Iglesia en esta región amazónica, no estamos sólo para escuchar, para recoger testimonios. Es necesario estar cerca, compartir estos momentos, vivir estos momentos, compartir cada uno de estos momentos y aprender juntos”.

En la Amazonía, “esta comunicación acaba teniendo un significado mucho mayor, un sentido de compartir la vida de los demás”, de compartir la vida de los pueblos de la región. Según Joelma Viana, estos retos de la comunicación amazónica aumentan cuando la llevan a cabo las mujeres. Insiste en que el trabajo que realizan las mujeres es diferente porque las mujeres “son sensibles y consiguen acoger a los demás. Y tratamos de hacer esto, una acogida de las personas que están cerca de nosotros”.

En la Iglesia de la Amazonía, las mujeres que trabajan en la comunicación todavía se enfrentan al hecho de que “mucha gente no cree en el trabajo que realizan las mujeres”, dice Joelma. Con un papel destacado en la Red de Noticias de la Amazonía, que desde Santarem, en el estado de Pará, engloba a varias radios católicas de la región, afirma que “cuando miramos el escenario de la región y del propio Brasil, encontraremos pocas mujeres al frente de esta rama dentro de la Iglesia. Vemos más hombres en el proceso que mujeres. Ante esto, insiste en la necesidad de tener una mayor presencia de mujeres”.

En este avance, Joelma destaca la importancia del Papa Francisco, que “a partir del Sínodo de la Amazonía, y ahora también del próximo sínodo, que tiene a las mujeres representadas, termina fortaleciendo aún más este trabajo que venimos desarrollando en esta región, que es tan desafiante, pero al mismo tiempo es tan instigador”. Esto hace que las mujeres, insiste la locutora, “nos sintamos todo el tiempo motivadas a estar presentes, a estar compartiendo lo que aprendemos en nuestra vida diaria”.

Las mujeres refugiadas, las mujeres migrantes, las mujeres apátridas, “son mujeres persistentes, son resistentes, tienen una impresionante devoción por su vocación de mujeres y madres”. De ello habla la hermana Rosita Milesi, que dedica su vida a atender a quienes la sociedad desprecia y explota. En estas mujeres, la religiosa scalabriniana ve la presencia de alguien que supera “con esfuerzo, con dedicación, con cariño, con amor inconmensurable, todas las dificultades y penurias para poder atender, con un mínimo de dignidad, primero a sus hijos, luego a ellas mismas, buscando su reinserción, su reinício en la construcción de los caminos que la migración les impone”.

Este trabajo ha servido a la directora del Instituto de Migraciones y Derechos Humanos (IMDH) para experimentar hechos concretos que ayudan a “expresar mi convicción de lo mucho que actúan, buscan y superan estas mujeres”. Cuenta el caso de una madre que está en silla de ruedas y no puede desplazarse temporalmente. “Sin embargo, pasa la mayor parte del día buscando alternativas, buscando comida, trasladando a los amigos para ayudar a otros que están más necesitados que ella”, nos cuenta.

Son ejemplos que nos impresionan según la Hna. Rosita Milesi, pero que nos deben servir “como trabajadores humanitarios, para buscar cada vez con más convicción esta posibilidad, o este recurso que tenemos en nuestras manos, para ser servicio, para fortalecer nuestra misión y actuar según el llamado del Papa Francisco, y de tantos líderes que nos inspiran en este momento, buscando acoger con afecto, promover, y dar oportunidades, involucrar a estas mujeres para que pongan todas sus capacidades y talentos al servicio de los demás, como ellas generosamente saben hacer”.

Aprender a valorar y empezar a entender el proceso de lucha de las mujeres es algo que la Hna. Rose Bertoldo aprendió desde muy joven, en la cuna del hogar, observando a su madre que trabajaba con el Movimiento de Mujeres Campesinas en Rio Grande do Sul. Se acuerda mucho de “mi madre cuando salía a la calle en las movilizaciones en Porto Alegre para exigir la paga de maternidad y la jubilación”. Insiste en que “las mujeres nunca han ganado nada gratis, sino desde la lucha organizada”. Dice que “siempre he trabajado, en cada misión como mujer consagrada, a partir de la vida de las mujeres más sufridas, más empobrecidas, especialmente las niñas y las mujeres”, destacando su historia de “identificación de este trabajo de enfrentamiento con el abuso y la explotación sexual de niños y adolescentes y la trata de personas”, que hoy asume como su principal misión.

Como religiosa del Inmaculado Corazón de María, su misión ha sido en el “cuidado de la vida, centrada más en la cuestión de las violaciones de los derechos”. Dice que, poco a poco, “como mujer consagrada, me he insertado también en este movimiento de construcción de una Iglesia más centrada en los más empobrecidos, en los más vulnerables. Aquí se engloban también las mujeres”. Su trabajo en la Red Um Grito pela Vida, “ha sido desde esta sensibilidad de sentir el dolor de tantas niñas y mujeres”, viviendo esta opción de trabajo contra el tráfico de personas, como “una presencia profética, como Iglesia, como vida consagrada, como misionera, en esta Amazonía”.  

En la Amazonía, donde vive desde hace nueve años, ve que, sobre todo a partir del proceso de preparación del Sínodo, “se está construyendo una Iglesia que camina con la gente y que también forma parte de la gente”, donde se ha hecho posible “percibir más esta presencia de la mujer en la vida de la Iglesia, en la sociedad, y también percibir, a partir de las voces de las mujeres, cuánto dolor y sufrimiento han padecido las mujeres de la Pan-Amazonía”. La religiosa destaca que “el tema del abuso, la explotación sexual, la trata de personas, el feminicidio, son gritos inmensos que hemos escuchado”. En su trabajo en la Red Um Grito pela Vida, percibe “el rostro de Jesús, la presencia de Dios, el rostro sufriente en la presencia de las mujeres que están en situaciones de trata, en situaciones de abuso, en situaciones de explotación sexual”.

Rose Bertoldo dice que su misión es “ser esta presencia, ayudar, contribuir para que estas mujeres salgan de esta situación de violencia, reconstruyan sus vidas, que puedan también retomar, porque cada mujer es única, cada niña es única, y cada mujer revela la imagen de este Dios lleno de ternura, lleno de amor”. Por eso, “celebrar el 8 de marzo es revigorar, recordar toda la historia de la lucha de las mujeres y seguir creyendo”, insiste. Junto a ello, subraya la necesidad de la formación de otras mujeres “que puedan contribuir a los cambios, especialmente en lo que se refiere a la inclusión, de ser una presencia activa, efectiva y afectiva en los espacios eclesiales, pero también en muchos otros espacios de lucha, de construcción de la dignidad, no sólo de las mujeres, sino de todas las personas”.

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A mulher dos novos tempos https://observatoriodaevangelizacao.com/a-mulher-dos-novos-tempos/ Thu, 08 Mar 2018 03:01:56 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=27525 [Leia mais...]]]> No “Dia Internacional da Mulher” somos todos interpelados a refletir criticamente sobre a atual situação da mulher. Isso em vista de discernir desafios e urgências para, de mãos dadas, comprometermos, apoiarmos e participarmos dos movimentos que lutam contra as diversas situações, mentalidades e práticas, que agridem ou impedem o  reconhecimento da igual dignidade e cidadania da mulher.

Mesmo com avanços, a sociedade ainda continua com muitos traços e manifestações machistas e patriarcais. Para discutir este assunto, nesta edição do programa Novos Tempos da PUCTV, a jornalista Fernanda Penna e o professor Edward Guimarães recebem a professora de Ciências Sociais da PUC Minas, Lúcia Lamounier, para conversar sobre as conquistas das mulheres e os desafios que temos pela frente.

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