Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Fri, 17 Sep 2021 20:58:35 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 “Para ser solidários com os pobres é preciso ouvir o que eles estão pedindo”, diz representante do movimento da população em situação de rua https://observatoriodaevangelizacao.com/para-ser-solidarios-com-os-pobres-e-preciso-ouvir-o-que-eles-estao-pedindo-diz-representante-do-movimento-da-populacao-em-situacao-de-rua/ Fri, 17 Sep 2021 20:58:35 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=41108 [Leia mais...]]]>

No lançamento do processo da V Jornada Mundial dos Pobres no Brasil na terça-feira, 14 de setembro de 2021, às 10h, o representante do Movimento Nacional da População de Rua, Samuel Rodrigues, disse que para ser solidário com os pobres é necessário ouvir, de fato, quais são as suas demandas e necessidades e estar disposto a caminhar com eles.

“Muitas vezes quando doamos algo o fazemos por nós mesmos, para ganhar pontos com Deus tendo em vista a nossa própria salvação. Muitas vezes se doa uma marmita, quando o que mais precisam é de um cobertor”.

Samuel Rodrigues

O representante do Movimento Nacional da População de Rua enalteceu a presença da Igreja e da Pastoral do Povo de Rua da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) junto aos moradores de rua, sobretudo neste tempo da pandemia quando a ordem do dia era “ficar em casa” para uma população que não tem casa. Quem também falou sobre a própria experiência de pobreza foi a migrante Maria Luiza Pereira. Ela ficou encarcerada no Brasil por um ano e sete meses, sem comunicação com a sua família e o filho de oito anos.

Abertura da Jornada Mundial dos Pobres

No Brasil, adotou-se o tema: “Sentes compaixão?”, um convite a não ter indiferença frente ao sofrimento das pessoas em situação de vulnerabilidade e à crescente pobreza socioeconômica que assola mais 51,9 milhões de brasileiros e brasileiras. O lema bíblico que inspira a celebração desta edição é: “Sempre tereis pobres entre vós”, extraído de Mt. 14, 7.

O bispo-auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, enalteceu, na abertura, a participação online de pessoas que são a expressão da solidariedade e do compromisso com os vulneráveis da terra.

Segundo dom Joel, as Jornadas Mundiais dos Pobres, já na sua quinta edição, fazem parte de uma pedagogia do papa Francisco. “O Papa não propõe um caminho, mas aponta processos que vão amadurecendo com o tempo e nos convida para que o Evangelho seja melhor vivido. Na medida que o Espírito Santo age, vamos aprendendo”, disse.

O secretário-geral da CNBB, ao fazer referência à celebração da Exaltação da Cruz, reforçou ser importante que cada diocese e Igreja particular, cada pastoral, organismo, comunidade e grupo da Igreja no Brasil procure organizar e viver em sua localidade a Jornada Mundial dos Pobres.

“Com a jornada, o Papa nos convida a nunca ficarmos indiferentes, mas celebrar com os pobres e não para os pobres. Os próprios pobres são os sujeitos da superação da pobreza. Com o lema bíblica, Jesus nos ensina a reconhecer que sempre haverá espaço para  a solidariedade”.

Joel Portella Amado

O evento de abertura da Jornada Mundial dos Pobres 2021 no Brasil foi mediado pela secretária-executiva da 6ª Semana Social Brasileira, Alessandra Miranda. Contou também com a participação do cantor e compositor popular Zé Vicente, do bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB, dom José Valdeci Santos Mendes, da vice-presidente da Cáritas Brasileira, irmã Cleuza Alves da Silva,  do padre Alfredo José Gonçalves, vice-presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes.

A JMP no Brasil é organizada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com Pastorais Sociais e organismos da Igreja no Brasil (Semana Social Brasileira, Cáritas Brasileira, Pastoral Carcerária, Pastoral dos Povos de Rua, Pastoral Operária, Pastoral da Mulher Marginalizada, Serviço Pastoral dos Migrantes, Conferência dos Religiosos do Brasil, Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Pascom Brasil, Conselho Pastoral dos Pescadores, Signis Brasil e o Setor de Mobilidade Humana da CNBB).

No link, aqui, é possível baixar os materiais de divulgação da JMP 2021.

Saiba como foi o lançamento da JMP 2021 no Brasil no vídeo abaixo:

Calendário Jornada Mundial dos Pobres 2021 no Brasil


14 de outubro

Seminário Nacional de formação da Jornada Mundial dos Pobres
Horário: Às 9h30 às 12h30
Onde: formato online

7 a 14 de novembro
Semana nacional do gesto concreto da JMP 2021

13 de novembro
Celebração Eucarística
Horário: Às 7h
Onde: Capela Nossa Senhora Aparecida na sede da CNBB, em Brasília-DF – transmitida ao vivo pela Tvs Católicas

14 de novembro
Dia Mundial dos Pobres: Manifesto pela Vida
Formato texto e vídeo, áudio

Fonte:

www.cnbb.org.br

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41108
PROPOSTA DA CNBB PARA QUE O JUDICIÁRIO NÃO AUTORIZE DESPEJOS NA PANDEMIA É APROVADA NO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA https://observatoriodaevangelizacao.com/proposta-da-cnbb-para-que-o-judiciario-nao-autorize-despejos-na-pandemia-e-aprovada-no-conselho-nacional-de-justica/ Wed, 24 Feb 2021 17:59:24 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38352 [Leia mais...]]]> O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aprovou, nesta terça-feira (23), em sua 325ª Sessão Ordinária, uma resolução que recomenda ao judiciário que não autorize ações de despejo durante a pandemia da covid-19. A matéria foi proposta pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através do Observatório dos Direitos Humanos ao Poder Judiciário (ODH).

Segundo o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)  e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, a aprovação da proposta apresentada pela CNBB é um ato de extrema sensibilidade humana. “Isso é uma demonstração de nossa sensibilidade, diante do resultado que nos traz o magnífico observatório. Agradeço à CNBB por essa entrega significativa aos direitos humanos”, afirmou o ministro Fux.

Humanismo cristão

A medida foi festejada pelo assessor político da CNBB, padre Paulo Renato, que participou da sessão representando a entidade. “Muito bom, é uma questão humanitária. É um novo humanismo, esse humanismo cristão. É uma visão diferenciada, em tempos tão difíceis. O ministro Fux acolher isso foi um ótima notícia.”

Representante do Observatório de Direitos Humanos (ODH) do Poder Judiciário, o advogado Leandro Gaspar Scalabrin apresentou aos ministros alguns dados do relatório sobre o Direito à Moradia, produzido pela entidade em junho de 2020.

“Durante a pandemia, já ocorreram 79 despejos. Nesses, 9 mil famílias foram colocadas em situação de desabrigo. Atualmente, 64 mil famílias estão ameaçadas de despejo neste momento no Brasil”, explicou Scalabrin.

https://www.youtube.com/watch?v=B3u2LXe–Yc&feature=emb_imp_woyt

Fonte:

www.cnbb.com.br

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Mensagem do papa Francisco para a Campanha da Fraternidade ecumênica – 2021 https://observatoriodaevangelizacao.com/mensagem-do-papa-francisco-para-a-campanha-da-fraternidade-ecumenica-2021/ Wed, 17 Feb 2021 23:32:57 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38165 [Leia mais...]]]> Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2021 é promovida de forma ecumênica, ou seja, em parceria entre várias Igrejas Cristãs. Confira a mensagem do papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade Ecumênica – 2021:

Vatican News

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) abriram na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, 17 de fevereiro, a quinta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE). A abertura foi realizada de forma simbólica e virtual com a divulgação de um vídeo com pronunciamentos de representantes das Igrejas que compõem o Conic.

Neste ano, o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, extraído da carta de São Paulo aos Efésios, capítulo 2, versículo 14.

Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2021 é promovida de forma ecumênica, ou seja, em parceria entre várias Igrejas Cristãs. A CFE 2021 quer convidar os cristãos e pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual. Tudo isso através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade, inspirados e inspiradas no amor de Cristo.

A abertura virtual deve-se à escolha das entidades promotoras da Campanha como forma de prevenção da Covid-19. De acordo com o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, a decisão foi tomada em comum acordo com a diretoria do CONIC, “para evitar aglomeração nesse momento em que a pandemia assume números que nos assustam”. Para dom Joel, “é necessário dar testemunho a respeito da importância das medidas sanitárias” e, para isso, os “recursos informáticos” disponíveis serão utilizados.

O Papa Francisco enviou uma mensagem escrita para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2021.Ouça e compartilhe

Confira o texto integral:

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Com o início da Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflexão e revisão de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo à vitória pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco também nestes tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de nós mesmos, de nossa saúde, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina na parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Precisamos vencer a pandemia e nós o faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unirmos em torno da vida. Como indiquei na recente Encíclica Fratelli tutti, «passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta» (n. 35). Para que isso não ocorra, a Quaresma nos é de grande auxílio, pois nos chama à conversão através da oração, do jejum e da esmola.

Como é tradição há várias décadas, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, como um auxílio concreto para a vivência deste tempo de preparação para a Páscoa. Neste ano de 2021, com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, os fiéis são convidados a «sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes «um mundo surdo». De fato, quando nos dispomos ao diálogo, estabelecemos «um paradigma de atitude receptiva, de quem supera o narcisismo e acolhe o outro» (Ibidem, n. 48). E, na base desta renovada cultura do diálogo está Jesus que, como ensina o lema da Campanha deste ano, «é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade» (Ef 2,14).

Por outro lado, ao promover o diálogo como compromisso de amor, a Campanha da Fraternidade lembra que são os cristãos os primeiros a ter que dar exemplo, começando pela prática do diálogo ecumênico. Certos de que «devemos sempre lembrar-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos», no diálogo ecumênico podemos verdadeiramente «abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). É, pois, motivo de esperança, o fato de que este ano, pela quinta vez, a Campanha da Fraternidade seja realizada com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

Desse modo, os cristãos brasileiros, na fidelidade ao único Senhor Jesus que nos deixou o mandamento de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. Jo 13,34) e partindo «do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade» (Carta Enc. Fratelli tutti, n. 271). A fecundidade do nosso testemunho dependerá também de nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de união e os traduzir em ações em favor da vida, de modo especial, a vida dos mais vulneráveis. Desejando a graça de uma frutuosa Campanha da Fraternidade Ecumênica, envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 17 de fevereiro de 2021

[Franciscus PP.]

Fonte:

www.vaticannew.va

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PRESIDENTE DA CNBB AFIRMA QUE O NATAL, POR SER UM TEMPO DE ESPERANÇA, DEVOLVE FORÇA AOS CORAÇÕES ABATIDOS https://observatoriodaevangelizacao.com/presidente-da-cnbb-afirma-que-o-natal-por-ser-um-tempo-de-esperanca-devolve-forca-aos-coracoes-abatidos/ Fri, 25 Dec 2020 13:36:05 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=37373 [Leia mais...]]]> Por ocasião da celebração do Natal, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, gravou um vídeo no qual exorta a todos, com coragem, a atravessar esse momento desafiador da história, fortalecidos pela celebração do nascimento de Jesus.

No vídeo, dom Walmor afirmou que todos, em sua fragilidade humana, podem vencer a morte mesmo neste tempo desafiador, sendo mais corresponsáveis uns pelos outros, dispostos a amar e a fazer o bem. “Amar e fazer o bem tem força terapêutica, pois confere sentido à vida, revigorando entusiasmo para seguir adiante”, salientou.

Dom Walmor fez um pedido a todos àqueles que estão desesperançados para que não desanimem. “Vivam cada dia como um dom de Deus, meditem sobre o gesto de Jesus que é rei, mas escolheu assumir as nossas dores humilhando-se para nos indicar o caminho. Essa pandemia vai passar. Nós vamos vencê-la. A luz brilhou e as trevas não mais conseguirão dominá-la, conforme nos lembra a palavra do Profeta São João no seu Evangelho”, afirmou.

Vamos juntos, com coragem, atravessar esse momento desafiador da nossa história, fortalecidos pela celebração do nascimento de Jesus.

Um abençoado e santo Natal para você e sua família.

Com Deus fraterno,

Confira o vídeo de dom Walmor na íntegra:

Transcrição

A você e a sua família desejo muita saúde e muita paz. O povo que andava na escuridão viu uma grande luz. Essa profecia da Palavra de Deus deve ser acolhida no coração de todos e, especialmente, neste tempo quando uma pandemia fere a humanidade e a coloco de joelhos, deixa famílias enlutadas, agrava situações de pobreza e miséria. Jesus é a luz anunciada na profecia. Ele nasce entre nós para dissipar as trevas e ensinar que a vida prevalece sob a morte e o amanhã sempre será melhor do que o hoje.

Natal é, pois, tempo de esperança que devolve força aos corações abatidos inspirando um otimismo que não é ingênuo. O otimismo que o natal inspira se alicerça em fé autêntica, enraizada nas lições daquele que nasceu e viveu entre nós, morreu e ressuscitou vencendo a morte: Jesus Cristo, salvador.

Nós também, na nossa fragilidade humana, podemos vencer a morte, mesmo neste tempo desafiador, sendo mais corresponsáveis uns pelos outros, dispostos a amar e a fazer o bem. Amar e fazer o bem tem força terapêutica, pois confere sentido à vida, revigorando entusiasmo para seguir adiante.

Faço um pedido a você que está desesperançado: não desanime, viva cada dia como um dom de Deus, medite sobre o gesto de Jesus que é rei, mas escolheu assumir as nossas dores humilhando-se para nos indicar o caminho. Essa pandemia vai passar. Nós vamos vencê-la. A luz brilhou e as trevas não mais conseguirão dominá-la, conforme nos lembra a palavra do Profeta São João no seu Evangelho.

Vamos juntos, com coragem, atravessar esse momento desafiador da nossa história, fortalecidos pela celebração do nascimento de Jesus.

Um abençoado e santo Natal para você e sua família.

Com Deus fraterno,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
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Diante de fake News, a PRESIDÊNCIA DA CNBB DIVULGA NOTA SOBRE A RESOLUÇÃO DO CONANDA QUE TRATA DOS ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS https://observatoriodaevangelizacao.com/diante-de-fake-news-a-presidencia-da-cnbb-divulga-nota-sobre-a-resolucao-do-conanda-que-trata-dos-adolescentes-em-cumprimento-de-medidas-socioeducativas/ Wed, 23 Dec 2020 13:21:16 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=37264 [Leia mais...]]]> O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) aprovou na última quinta-feira (17/12) resolução que estabelece uma série de diretrizes para o atendimento de adolescentes que estejam cumprindo medidas socioeducativas em meio fechado. A resolução causou polêmica por causa de uma notícia falsa (fakeNews) divulgada em relação ao artigo 41, que trata sobre visitas íntimas. Por isso, a presidência da CNBB divulgou nota para esclarecer o que de fato foi aprovado. Veja a nota aqui ou leia o texto abaixo:

SOBRE A VERDADE, A DEMOCRACIA E A VIDA

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), depois de ouvir as pessoas que participaram diretamente dos fatos, compartilha esclarecimentos sobre a Resolução aprovada pelo Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (CONANDA).

1. A Resolução faz parte de um longo processo que teve como finalidade enfrentar os dados levantados pelo Mecanismo Nacional de Combate e Prevenção à Tortura nas Instituições
Socioeducativas, atestado triste e vergonhoso da negação de direitos fundamentais a crianças e adolescentes privados de liberdade.

2. Em seus 57 artigos, tratou de direitos já previstos anteriormente em leis federais, tais como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8069/90) e a Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, conhecida como Lei do SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.

3. O art. 41, cuja aprovação foi alvo de críticas e interpretações distorcidas, refere-se claramente ao art. 68 da Lei do SINASE, onde se prevê que visitas íntimas aconteçam apenas para quem esteja casado ou viva uma união estável.

4. Nos termos do Art. 1517 do Código Civil, só podem se casar pessoas com 16 anos ou mais, exigindo-se para isso a autorização dos pais. Segundo o Art. 217-A do Código Penal, atividade
sexual com menor de 14 anos é considerada estupro de vulnerável e, portanto, crime.

5. É necessário ler a Resolução no horizonte em que foi pensada e aprovada. Outro tipo de leitura deturpa seu conteúdo e demonstra o desejo deliberado de desmoralizar os Conselhos de
Políticas Públicas, instâncias indispensáveis em uma sólida democracia.

6. Diante desse lamentável fato, a CNBB expressa sua solidariedade às representantes das entidades católicas, reafirma sua idoneidade e agradece por sua contribuição em favor da vida
e da democracia.

7. A Igreja não se curva a disputas por poder nem aceita a manipulação da verdade, pois o seu compromisso é com o anúncio do Evangelho, o que exige irrestrito respeito com o cuidado, a
defesa e a promoção da vida. A CNBB, no cumprimento de sua missão e compondo o coro dos lúcidos, sempre manifestará sua “fraternidade e amizade social” com os mais vulneráveis.

Brasília, 22 de dezembro de 2020

D. Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte, MG
Presidente

D. Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre, RS
1º Vice-Presidente

D. Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima, RR
2º Vice-Presidente

D. Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
Secretário-Geral

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Que parábolas para este tempo? Com a palavra dom José Tolentino de Mendonça https://observatoriodaevangelizacao.com/que-parabolas-para-este-tempo-com-a-palavra-dom-jose-tolentino-de-mendonca/ Thu, 26 Nov 2020 21:25:33 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=36872 [Leia mais...]]]>
Encontro virtual, promovido pela CNBB, com mais de 200 bispos de todo ao Brasil no qual aconteceu esta reflexão com o Cardeal dom José Tolentino de Mendonça.

Que parábolas para este tempo?

Por dom José Tolentino de Mendonça

Um tipo de comunicação de Jesus que faz pensar é aquele patente em frases como esta que servem de fórmulas introdutivas ao seu discurso: «A que é semelhante o Reino de Deus? A que o hei de comparar?» (Lc 13,18). Talvez ainda não valorizamos devidamente essas frases que parecem apenas simples estruturas de passagem e, na verdade, são bem mais. É importante que nos perguntemos o que pretende Jesus com esse recurso de linguagem e o que é que este nos ensina sobre o seu método de interpretação da realidade. Nesse sentido, eu diria que há três
coisas que se tornam manifestas.

  • A primeira delas é que nem sempre é fácil interpretar a realidade. Em tantas situações esta como que resiste ao nosso modo habitual de a descrever e o mete em crise. Na verdade, a pergunta «A que é semelhante o Reino de Deus?» introduz uma espécie de pausa reflexiva, um distanciamento em relação aos saberes feitos; instaura um tempo mais lento dedicado à escuta.
  • A segunda coisa que aprendemos com estas interrogações de Jesus é que para explicar a vida de Deus e dos homens em profundidade precisamos de parábolas e comparações. E precisamos de parábolas ou de comparações que sejam novas, que relancem as tarefas do olhar. As perguntas de Jesus, de facto, abrem espaço a um discurso não teórico, mas narrativo, existencial e simbólico. Porque a narrativa e a atenção ao símbolo fazem-nos sintonizar diretamente com o real da vida e é aí que Jesus coloca a revelação do Reino de Deus. Sabemos, no entanto, como não é fácil entrar em comunicação com esse núcleo vital e, pelo contrário, como é tentador sobrevoarmos teoricamente a realidade ou permanecermos indiferentes a ela, mesmo aquela que nos está mais próxima.
  • A terceira coisa a aprender é o facto do discurso de Jesus ter como finalidade ganhar os corações para o Reino de Deus em vez de se ficar pelos meros exercícios da retórica. A retórica faz uma camuflagem da realidade através das palavras, adiando o desejo de verdade e autenticidade. Tão diferente da persuasão evangélica que procura gerar no sujeito crente a plena autoconsciência do presente modelado por Deus, indicando que o Kairós se desenvolve precisamente dentro do krónos, apresentando como desafio para uma hermenêutica profética aquilo que parece apenas a incerta convulsão da história, desafiando-nos a acolher o aqui e o agora, na sua indefinição e dureza, como um misterioso radar para sondar o futuro.

É bom que nos coloquemos perguntas

«A que é semelhante o Reino de Deus? A que o hei de comparar?» (Lc 13,18). Mergulhados nesta situação histórica distópica aberta pela pandemia, que nos encontrou a todos impreparados e destapou uma vulnerabilidade bem maior do que aquela que supunhamos ser a nossa, também nós nos fazemos perguntas: «A que é que este tempo é semelhante? A que o havemos de comparar?» Apercebemo-nos, e de uma forma dramática, que os nossos discursos, as nossas práticas estabelecidas, os nossos espaços, a nossa organização foram, de um momento para outro, também colocados em crise ou declarados inadequados. E transcorridos estes meses, dentro de nós sabemos como era o passado, mas não sabemos ainda exatamente como será o futuro.
Contudo, Jesus também aqui é o nosso Mestre, pois Ele nos incita a uma auscultação mais profunda da realidade e a nos colocarmos corajosamente perguntas, em vez de nos precipitarmos em procurar no nosso alforge o que julgamos serem já respostas. De facto, um elemento de novidade destes tempos difíceis que vivemos é o património de perguntas que muitos se estão fazendo, e perguntas que não se debruçam apenas sobre o imediato e a sua obsidiante vertigem, mas que se prendem com o sentido da vida, com a avaliação crítica daquilo que a sociedade moderna coloca como prioritário, com a forma como cada um tem habitado o real. É bom que nos coloquemos perguntas. E também a nível eclesial. Não desperdicemos a oportunidade que representa fazermo-nos perguntas. Isso o escritor João Guimarães Rosa sublinhava: «Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é a fazer outras maiores perguntas». A Igreja tem essa responsabilidade: a de promover as «maires perguntas».


A praça vazia e a barca onde estamos todos

Que parábolas e comparações podem hoje aproximar o Reino de Deus da nossa linguagem e da nossa experiência vital? Que parábolas e comparações nos estão a abrir à compreensão desde momento do mundo que, como insiste o papa Francisco, não se carateriza apenas por uma enxurrada de mudanças, mas protagoniza efetivamente uma mudança de época? Recordo as suas palavras em Florença, em Novembro de 2015, dirigidas aos participantes do V Congresso da
Igreja Italiana: «Pode-se dizer que hoje não vivemos uma época de mudança mas uma mudança de época. Portanto, as situações que vivemos hoje apresentam desafios novos que para nós às vezes são até difíceis de compreender. Este nosso tempo exige que vivamos os problemas como desafios e não como obstáculos».

Foi o próprio Papa Francisco que nos ofereceu, num dos momentos mais terríveis do curso desta pandemia, duas imagens simbólicas que nos ajudam a concretizar aquilo que o Concílio Vaticano II, na «Gaudium et Spes» chamava o «dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho» (G.S. 4). Naquela oração extraordinária no Sagrado diante da Basílica de São Pedro (27 de Março de 2020), o Santo Padre ofereceu-nos duas imagens que à primeira vista parecem contrapostas, pois de um lado temos o vazio e do outro lado o cheio; de um lado temos a Praça sem ninguém e do outro temos a Barca onde estão todos. A imagem da Praça de São Pedro representava simbolicamente a inaudita situação dramática das nossas ruas repentinamente silenciosas, dos espaços públicos despovoados, das nossas Igrejas vazias devido à emergência sanitária e à necessidade de confinamento. O vazio é a parábola que os nossos olhos vêem. Mas Francisco escolheu para interpretar essa imagem uma imagem evangélica de sentido inverso. De facto, no texto de Marcos 4, 35-41 o Papa sublinhou que, «surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda», «demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento». O vazio, revisto pela comparação que nos é dada pela Palavra de Deus, não é só vazio, mas possibilidade de ganhar uma nova consciência de tudo o que nos liga como comunidade humana. Um dos frutos desta pandemia , podemos dizê-lo, é já a Encíclica «Fratelli Tutti» sobre a fraternidade a a amizade social, que vem explicar que «uma tragédia global como a pandemia do Covid-19» nos recorda «que ninguém se salva sozinho, que só é possível salvarnos juntos» (F.T.32) e que há uma coisa ainda pior que a pandemia: é o vírus do «salve-se quem puder» rapidamente traduzido no lema «todos contra todos» (F.T.36). Na verdade, como escreveu Albert Camus no seu romance «A Peste», o bacilo da peste pode chegar e ir embora sem que o coração do Homem se modifique. A tarefa urgente que hoje se coloca à Igreja é trabalhar o coração humano, persuadi-lo da verdade do Evangelho, acreditando que dentro deste Krónos, com a força generativa do Espírito Santo, pode emergir o Kairós.

A sala dos abraços e o portal

«A que é semelhante o Reino de Deus? A que o hei de comparar?» (Lc 13,18). Se olharmos em nosso redor, mesmo num tempo que parece blindado na sua incerteza, há tantas parábolas que nos estão a ser contadas. Vou referir brevemente três: duas retiradas do jornal e uma da Palavra de Deus. Mas cada um de vós poderá contar tantas. A primeira aconteceu numa Casa de Repouso para idosos, em Itália. Sabemos como a pandemia tem forçado a tantos «lutos relacionais»: desde os distanciamentos interpessoais à suspensão das saudações que trocavámos uns com os outros (o aperto de mão, o abraço entre amigos, o beijo entre os parentes), impedindo o exercício comum da nossa humanidade e fazendo crescer o isolamento e a solidão. Entre a população mais idosa um risco real é o sentimento de abandono e a depressão, pois faltam as visitas, a proximidade e os carinhos. Ora, esta instituição criou a sala dos abraços. Em conformidade com todos os regulamentos de saúde, os utentes da casa de repouso poderão abraçar seus filhos, netos e parentes protegidos por uma cortina especial de plástico que lhes permite dialogar sem dificuldade e ter também um contato visual e físico que faz com que se sintam amparados e fortalecidos emocionalmente. Esta parábola da sala dos abraços faz-nos interrogar que necessidade é esta? Que parábola nos está a contada por todos os abraços não dados e pelo desejo de voltar às expressões habituais dos nossos afectos? Um abraço é uma escola de humanidade. O abraço é uma longa conversa que acontece sem palavras. Tem uma incrível força expressiva. Comunica a disponibilidade para entrar em relação com os outros, superando o dualismo, fazendo cair armaduras e desculpas. Os abraços são a arquitetura íntima da vida, o seu desenho invisível; são plenitude consentida ao afeto que reconcilia e revitaliza. Num abraço, tudo o que tem de ser dito soletra-se no silêncio, e ocorre isto que é tão precioso e afinal tão raro: sem defesas, um coração coloca-se à escuta de outro coração. É bom ver como a pandemia nos acorda para reconhecermos o valor de dimensões da vida e da humanidade e, nesse sentido, nos reconduz ao essencial. Ainda uma parábola retirada do jornal é aquela que surge num texto da escritora de origem indiana Arundhati Roy: a imagem do portal. Escreve ela: «Historicamente as pandemias obrigaram os seres humanos a romper com o passado e a imaginar de novo o seu mundo. Esta não é diferente. É um portal, uma porta entre um mundo e o seguinte. Podemos optar por cruzá-lo arrastando atrás de nós as carcaças do nosso prejuízo e ódio, da nossa avareza, dos nossos bancos de dados e ideias mortas, dos nossos rios mortos e dos céus cheios de fumos. Ou podemos atravessá-lo caminhando ligeiros, com pouca bagagem, prontos para imaginar outro mundo».

O mensageiro e o campo novo

Quando penso naquilo que hoje a Palavra de Deus nos está dizendo, frequentemente me vem ao pensamento o capítulo 32 do Livro do Profeta Jeremias. A sua situação não podia ser mais complexa, se não mesmo desesperada. Jeremias está preso no palácio real de Judá, acusado de haver profetizado contra o rei Zedequias, anunciando-lhe a derrota contra Nabucodonosor, a destruição de Jerusalém e o exílio do povo em Babilónia. Ora, precisamente neste contexto histórico extremo chega a Jeremias um mensageiro com uma surpreendente proposta em contraciclo. Visita-o o seu primo Hanameel que lhe diz: «Compra a propriedade que tenho em Anatote, no território de Benjamim, porque é teu o direito de posse e de resgate» (v.8). E por ser uma iniciativa tão nova e desbloqueadora, Jeremias compreendeu que essa palavra provinha do Senhor. Na sua oração, o profeta não deixa, porém, de manifestar o seu espanto: «As rampas de cerco são erguidas pelos inimigos para tomarem a cidade, e pela guerra, pela fome e pela peste, ela será entregue nas mãos dos babilônios que a atacam… Ainda assim, ó Soberano Senhor, tu me mandaste comprar a propriedade e convocar testemunhas do negócio, embora a cidade esteja entregue nas mãos dos babilônios!» (vv.24-25). E o Senhor lhe responde com uma promessa: «Eu os reunirei de todas as terras para onde os dispersei… Eu os trarei de volta a este lugar e permitirei que vivam em segurança… Farei com eles uma aliança permanente» (v.37.40).

Que tempo é este que estamos a viver? A que o havemos de comparar? Podemos, efetivamente, olhar apenas para o assédio devastador desta crise que começa por ser sanitária, mas que depressa contaminou tantos outros âmbitos, tornando-se uma crise poliédrica: económica, social, política, eclesial, civilizacional. Ou podemos perceber, numa leitura crente e esperançada da história como o faz Deus incansavelmente, que esta hora, com todos os seus constrangimentos é afinal um kairós, uma oportunidade para relançar a nossa aliança com a vida. Este não é o momento para fazer cair os braços em desânimo, mas é um tempo para apostas de confiança. Não é só um compasso de espera que nos deixa como que suspensos numa dolorosa indefinição: é também um desafio à interlocução com o futuro e a dar passos concretos na sua direção. Não é só um tempo para fechar a semente no celeiro enquanto se aguardam as condições que consideramos propícias: este é um tempo bom para os semeadores saírem para o campo, para os pescadores se aventurarem no lago. Não é só uma estação para gerir aflições crescentes: é também a ocasião em que Deus nos ordena que arrisquemos como Igreja e que compremos um campo novo.

«A que é semelhante o Reino de Deus? A que o hei de comparar?» (Lc 13,18), perguntava-se Jesus. Hoje cabe-nos a nós fazer esta pergunta. Mas para isso precisamos realizar uma auscultação espiritual e autêntica da vida; precisamos de não nos fecharmos num discurso abstrato ou num sistema fechado, mas de nos abrirmos à leituras das histórias e dos exemplos que estão hoje diante dos nossos olhos; e precisamos, por fim, de uma hermenêutica profética da história que revele que Jesus Cristo é o seu centro.

Cardeal José Tolentino de Mendonça

Cardeal José Tolentino de Mendonça
Meditação apresentada à CNBB – 25.11.2020

Fonte:

www.cnbb.org.br

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“Quanto vale a vida?”: CNBB REALIZA A CAMPANHA de mobilização social contra o hediondo tráfico de pessoas https://observatoriodaevangelizacao.com/quanto-vale-a-vida-cnbb-realiza-a-campanha-de-mobilizacao-social-contra-o-hediondo-trafico-de-pessoas/ Mon, 27 Jul 2020 15:40:42 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=35204 [Leia mais...]]]> Entre os dias 26 e 30 de julho, a Comissão episcopal pastoral especial para o enfrentamento ao tráfico humano (CEPEETH), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realiza a campanha “Quanto vale a vida?”. Seu objetivo é o de mobilizar e sensibilizar a Igreja do Brasil, a sociedade brasileira e o poder público, para o enfrentamento coletivo ao hediondo e inaceitável tráfico de pessoas na semana do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, 30 de julho. A campanha pretende chamar a atenção das autoridades competentes para a promoção e inclusão social das vítimas e a garantia de seus direitos.

Durante a semana acontecerão diversas atividades:

  • Serão lançados dois vídeos, spot para rádio e materiais informativos sobre o tema relacionado ao tráfico de mulheres, crianças e migrantes.
  • No dia 29/07, haverá uma live com as participações de dom Evaristo Pascoal Spengler e Irmã Eurides Alves de Oliveira, ambos da Comissão episcopal pastoral especial para o enfrentamento do tráfico humano e Roberto Marinucci, do Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios. A transmissão será pelas redes Sociais da Cáritas Brasileira.
  • Neste mesmo dia, a Comissão convida para a realização de um gesto concreto: acender uma vela e, em oração, fazer um minuto de silêncio pelas vítimas do tráfico de pessoas. Pede-se que tire uma foto da luz e publique em suas redes sociais com as hashtags: #TraficoHumanoNão e #Endhumantrafficking #CNBB. 

Diante da gravidade desse crime, a Comissão pede uma atuação firme das instituições públicas, para que haja um efetivo combate a esse mal terrível e a célere punição dos agentes criminosos.

O tráfico humano desumaniza e transforma as pessoas em objetos, arrancando-lhes a dignidade e a liberdade, dois direitos essenciais. Entre suas perversas finalidades estão, a exploração sexual, o trabalho escravo, o trabalho doméstico, a comercialização de órgãos e a adoção ilegal, entre outras. A maioria das vítimas do tráfico de pessoas identificadas no mundo é composta por mulheres, crianças e adolescentes, aliciadas para a exploração sexual ou o trabalho escravo.

O papa Francisco atribui enorme importância ao drama de milhões de pessoas – homens, mulheres e crianças –, que são objeto de tráfico e outras formas de escravidão contemporânea. O tráfico de pessoas é um flagelo “atroz, uma chaga”, afirma Francisco. Segundo o papa, não se pode responder ao tráfico de pessoas apenas com “compromissos solenemente assumidos”. “Devemos ter cuidado com as nossas instituições – e na verdade com todos os nossos esforços – para que sejam realmente eficazes na luta contra estes flagelos”. O tráfico de pessoas contraria a ideia de que “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10,10).

História de uma sobrevivente

A história de Jucilene mostra a violência da situação. Abusada e explorada sexualmente por um parente próximo, dos 10 aos 18 anos, foi expulsa de casa quando o denunciou. Aos 27 anos, apareceu uma oportunidade para que sua vida mudasse. Surgiu na porta da escola onde cursava o Técnico em Enfermagem uma proposta irrecusável: trabalhar no exterior, aprender um novo idioma e crescer profissionalmente. Ela aceitou o convite para mudar-se a Roma, Itália. 

Cerca de 30 dias depois do convite, ela embarcou e aterrissou em um pesadelo:

Quando chegamos ao apartamento em Roma, abriu a porta, entramos e ele a trancou. Estávamos sozinhos em um quarto escuro e abandonado. Quando me virei, ele segurava um revólver. Pegou meu passaporte, me espancou, me estuprou.

Começava o trabalho escravo para a jovem. Por cerca de três meses, foi abusada sexualmente por seu aliciador, e, à noite, era negociada com outras meninas, nos “clubes” de Roma. “As meninas ficavam em fila, e os clientes olhavam por um buraco, escolhiam e íamos para os quartos que nem tinham camas, nada. Era no chão mesmo, era assustador o que faziam com a gente”, conta Jucilene que se via obrigada a injetar drogas nas demais meninas e em si mesma, para que pudessem suportar as diferentes formas de exploração sexual a que eram submetidas.

Se quiser saber mais sobre essa história acesse aqui https://bit.ly/3ji80dv. Ela concedeu entrevista em 2013, mas até hoje ela sofre as consequências desse crime.

Campanha: 

“Quanto vale a vida?” – Mobilização para o enfrentamento do tráfico de pessoas


Quando: 

Durante a semana de 26 a 30 julho de 2020


Contato: 

Alessandra Miranda

Email: alessandramiranda722@gmail.com

Whatsapp: (61) 99142-4600

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PANDEMIA E PÓS-PANDEMIA: DEZ PONTOS PARA REFLEXÃO sugeridos pela equipe de conjuntura eclesial da CNBB https://observatoriodaevangelizacao.com/pandemia-e-pos-pandemia-dez-pontos-para-reflexao-sugeridos-pela-equipe-de-conjuntura-eclesial-da-cnbb/ Tue, 21 Jul 2020 10:00:00 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=35145 [Leia mais...]]]> “Todos estamos sofrendo com esta pandemia, mas os que mais sofrem são os pobres: aumento do número das pessoas em situação de miséria, perda de emprego, vagas de emprego diminuindo com a quebra de empresas, ausência de condições para precaver-se contra o contágio etc. A Igreja, mãe que sempre busca atender os pobres, necessitados e vulneráveis continuará a ser interpelada no seu cuidado pelos últimos da nossa sociedade. É preciso, de imediato, assistir aos pobres, pois quem tem fome não pode esperar. Porém, parece-nos que neste momento é preciso algo mais, é necessário colocar nossas estruturas a serviço e criar parcerias que possam ajudar as pessoas a serem sujeitas da própria história. É preciso apontar caminhos e dar meios para que as pessoas possam ser sujeitos da própria história”.

Confira os pontos sugeridos para a reflexão:

PANDEMIA E PÓS-PANDEMIA: DEZ PONTOS PARA REFLEXÃO


“Eis que eu estou convosco todos os dias” (Mt 28,20)

Equipe de Análise de conjuntura eclesial
Dom Paulo Cezar Costa, Coordenador


Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28, 20). Estas palavras de Jesus, dirigidas aos discípulos, dão-nos a certeza de que não estamos sozinhos diante dos problemas, desilusões, sofrimentos, crises, pandemias etc. Ele caminha conosco. Estamos vivendo um tempo difícil da pandemia do Novo Coronavírus (COVID19), em que parece custoso ver a presença do Senhor junto a nós. Papa Francisco, na Praça de são Pedro vazia, expressou bem: “Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos”. Mas, a narrativa dos discípulos de Emaús, nos dá a certeza de que nas noites escuras da vida e da história, o Senhor permanece conosco, Ele caminha conosco (Lc 24, 13-35).

Este tempo grave de pandemia fechou as portas de nossas igrejas, mas a Igreja não está fechada, ela continua alimentando seus filhos e filhas através da oração, da Palavra, das celebrações transmitidas pelas TVs católicas, rádios e mídias sociais, continua assistindo aos pobres e mais necessitados pela caridade e criando redes de solidariedade. Não sabemos até quando esta crise durará, talvez, em muitas regiões, ainda que não tenha chegado o pico, porém, já se começa a ver sinais de possíveis superações. É preciso, vivermos com responsabilidade este momento, incentivando o nosso povo ao cuidado com a própria vida e com a vida do próximo, como nos exortou a Campanha da Fraternidade: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). É importante, também, começarmos a refletir sobre este processo de volta e do pós-pandemia.

Propomos, no desejo de ajudar, alguns elementos para a nossa reflexão:

1. Este tempo de Pandemia nos fez estar presentes nas casas e na vida das pessoas de uma forma nova: por meio das mídias sociais. Já as usávamos como meio de comunicação, de evangelização, de missão e de solidariedade. Este tempo acelerou o processo de uso das mídias sociais para reuniões, trabalhos, aulas, missas etc., tudo on-line. Descobrimos uma nova forma de nos fazermos presentes nas casas, nas famílias e na vida das pessoas. E as pessoas descobriram este novo modo de presença, de participação na vida da comunidade. Este caminho deve continuar a ser trilhado: quantas lives, inclusive com transmissão de celebrações, terços, orações etc. A PASCOM (Pastoral da Comunicação) tornou-se uma pastoral fundamental na vida das Dioceses, Paróquias e Comunidades. É um passo que foi dado e que não poderá retroceder. Porém, nossas celebrações, voltarão a ser presenciais. Jesus, com seus gestos e palavras, com sua morte e ressurreição, convocou a assembleia do Novo Israel, a Igreja. A Igreja, desde o Novo Testamento, reúne-se em assembleia litúrgica, a cada domingo, para celebrar a memória da morte e ressurreição do Senhor, a Eucaristia. A própria assembleia reunida é sinal da presença do ressuscitado (Mt 18,20). É encontrando-se com o irmão de fé, cantando, rezando, celebrando, ouvindo a Palavra de Deus e se alimentando da Eucaristia que se mantém o coração aquecido, no amor do Senhor, e que se renova a disposição de ser dom na vida da sociedade. Não há oposição entre a assembleia litúrgica presencial e a transmissão virtual, pois existe uma absoluta primazia do presencial. Trata-se de uma forma de continuar atingindo tantas pessoas que ainda não se despertaram para a importância de viver e partilhar a fé em comunidade, e que, vendo a vivacidade da comunidade cristã, poderão ser atraídas para esta. Por isso, o uso das mídias sociais deverá continuar a ser um grande elemento da presença da Igreja, de evangelização, de missão, de oração com o nosso povo, de promoção da caridade e solidariedade. Este caminho exigirá maior investimento nas PASCOM, na aquisição de materiais e de formação de pessoas
especializadas
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2. A vida moderna é marcada por uma grande agitação que envolve toda a pessoa: preocupações, corre-corre para o trabalho, tantos afazeres que o ser humano não tem tempo
para parar. A sociedade tornou-se sociedade do operar, do transformar, do consumir etc. A
pós-modernidade conjuga dois aspectos muito fortes da vida: a racionalidade e o sentimental.
A influência da razão faz com que tudo pareça bem previsível, tudo deve estar sobre o acirrado controle racional. De um momento para outro, deparamo-nos confinados e isolados em nossas casas. Esta pandemia nos colocou diante do imprevisível e impensável. De um momento para o outro, sentimos que tudo fugiu do nosso controle: desde a realidade econômica, até o emprego, a saúde, a liberdade etc. A vida humana se manifestou em sua fragilidade e contingência. Sentimo-nos ameaçados naquilo que nos é mais precioso: a vida humana. Neste tempo e campo, podem aflorar doenças psicológicas, distúrbios, desequilíbrios afetivos e emocionais. Neste cenário, a Igreja deve estar preparada para se manifestar como uma mãe que cura feridas, que apresenta o remédio da consolação e da esperança. A oferta de tantas propostas, que fazem parte do rico patrimônio espiritual da Igreja, como aconselhamento, espiritualidade, métodos de oração, podem ajudar na saúde física e no equilíbrio espiritual das pessoas. É preciso, neste tempo, conduzir as pessoas a um sentido mais profundo da existência, a um retorno às raízes, que se encontram no mistério eterno do amor de Deus (1Jo 4,8.16). Neste caminho, pode-se incentivar o ministério da escuta, também, a ajuda de profissionais como psicólogos (as), que em nossas comunidades, por meio do trabalho voluntário, possam ajudar e atender, principalmente os mais pobres. Tenhamos sempre presente o que nos pede o papa Francisco: “Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos” [Papa Francisco, EvangeliiGaudium, 48].

3. Depois de um tempo de crise, em que se experimenta a contingência da vida, emerge a questão do sentido da vida. Nesta busca de sentido aflora a procura pelo elemento religioso. É possível que haja um despertar da busca religiosa. A pandemia pode assim, ser um elemento despertador da dimensão religiosa, da busca de Deus e precisamos estar atentos a isso. A imagem dos gregos que querem ver Jesus (Jo 12, 21) nos ajuda nesta reflexão: O coração de todo ser humano traz este desejo profundo de “ver” Jesus. Nesta passagem, o verbo “ver” expressa todo o desejo e abertura que há no ser humano para a face de Deus, toda inquietação que o coração humano traz na busca de sentido. Nas situações de doença, no falimento diante da morte, nas situações limites da vida, coloca-se sempre o problema do sentido da existência, da totalidade de sentido da vida em si, mas sobretudo da vida humana. Em cada ser humano há uma busca de sentido, há um projeto de sentido da vida [W. KASPER, Fede e Storia, 128]. O conceito de sentido expressa o projeto de totalidade da nossa vida, que não pode encontrar o “seu ser-total” sem o mundo no qual está situada. Somente na experiência de sentido, e por meio desta, o ser humano chega ao “ser-total” e à salvação da própria existência. O sentido experimentado e realizado seria então a salvação do ser humano [W. KASPER, Fede e Storia, 129]. A religião deve ser portadora de sentido e de esperança à existência humana. É preciso que “a luz da fé” [Papa Francisco, Lumen Fidei, 1] ilumine os caminhos a serem trilhados no pós-pandemia. A Igreja deve estar preparada para acolher as pessoas fragilizadas não como uma alfândega cheia de exigências e fardos pesados [Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 47: “AIgreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa”], mas como uma mãe misericordiosa conduzindo as pessoas ao encontro com a pessoa de Jesus Cristo e integrando-as na comunidade de fé. Deve-se perceber que a experiência de finitude e impotência poderá auxiliar a revermos nossa condição humana dependente de Deus. Como cristãos, precisamos destacar o sentido de seguir o Crucificado que ressuscitou. Rever o lugar da cruz em nossa experiência eclesial poderá purificar toda tentação de reduzir a fé cristã aos interesses de segurança e sucesso.  Os santos místicos nos recordam que “tudo passa e só Deus basta”, mas é preciso aceitar as noites escuras sem perder a esperança.

4. Em meio a esta pandemia, houve a redescoberta da “Igreja doméstica” [Concilio Vaticano II, Lumen Gentium, 11], este belo conceito de Paulo VI.  A família reaprendeu a estar junta, a rezar unida, a compartilhar a vida, a existência etc. Papa Francisco propôs para o mês de maio de 2020 a oração do terço. Que bonito seria, se a família, unida e reunida, pudesse rezar o terço. Aqui sim, teríamos o exercício genuíno da função sacerdotal batismal do pai e da mãe de família, que, com este simples e lindo gesto, estariam animando e alimentando a oração e a vida espiritual de sua família, de sua “Igreja doméstica”.  Nesta valorização da Igreja doméstica, as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023 podem impulsionar o valor das Comunidades Eclesiais Missionárias e da Igreja Doméstica em tempos de revisão de ação pastoral pós-pandemia. Contemporaneamente, este é um período e momento em que dramas humanos afloraram e se explodiram, inclusive levando a um crescimento do número de separações de matrimônios, aumento da violência familiar que vitima as mulheres, crianças e idosos. Também esta realidade exigirá a presença da Igreja, como uma mãe misericordiosa, para ajudar a sarar feridas e corações machucados (Is 61,1). O Ano da misericórdia, pedagogicamente, nos fez encontrar com o amor misericordioso de Deus e impeliu a Igreja a ser mãe misericordiosa. “A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. […] É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança” [Papa Francisco, Misericordiae Vultus].

5. Todos estamos sofrendo com esta pandemia, mas os que mais sofrem são os pobres: aumento do número das pessoas em situação de miséria, perda de emprego, vagas de emprego diminuindo com a quebra de empresas, ausência de condições para precaver-se contra o contágio etc. A Igreja, mãe que sempre busca atender os pobres, necessitados e vulneráveis continuará a ser interpelada no seu cuidado pelos últimos da nossa sociedade. A solidariedade é fundamental neste contexto. João Paulo II dizia que a solidariedade “Não é um sentimento de vaga compaixão ou de ternura superficial pelos males de tantas pessoas próximas ou distantes; pelo contrário, é a firme e perseverante determinação de trabalhar para o bem comum, isto é, para o bem de todos e de cada um, a fim de que todos sejam verdadeiramente responsáveis por todos” [João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, 38]. Neste caminho, é preciso envolver todos os atores da vida de uma sociedade: poderes públicos, mundo empresarial, meios de comunicação, instituições educacionais, ONGs, cada cidadão. É preciso, de imediato, assistir aos pobres, pois quem tem fome não pode esperar. Porém, parece-nos que neste momento é preciso algo mais, é necessário colocar nossas estruturas a serviço e criar parcerias que possam ajudar as pessoas a serem sujeitas da própria história. Junto com o SEBRAE, ou outras instituições, é preciso apoiar pequenos cursos que ajudem as pessoas a criarem seu negócio, a serem um pouco mais profissionais naquilo que já estão fazendo ou que poderão vir a construir. É preciso apontar caminhos e dar meios para que as pessoas possam ser sujeitos da própria história. Nesta grande crise que abateu a todos, é preciso ir além dos discursos, além do assistencialismo, pois “o pensamento social da Igreja é primariamente positivo e construtivo, orienta uma ação transformadora e, nesse sentido, não deixa de ser sinal de esperança que brota do coração amoroso de Jesus Cristo” [Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 86].

6. Em realidades onde tantas pessoas perderam a vida e não tiveram sequer as justas cerimônias de despedida, onde os familiares foram impedidos de chorar junto a seus entes queridos, a Igreja não pode perder de vista que é direito das pessoas chorarem e fazerem a última despedida antes de sepultar seus corpos. Sabemos o quão importante e significativo é o Ritual das exéquias. Primeiro, pela própria concretude da morte: aquela pessoa querida terminou sua jornada, e a família, quando realiza seu funeral, encerra concretamente este capítulo de uma dolorosa história. Segundo, o pertencimento social: quando os amigos e outros membros da família expressam as suas condolências, as pessoas enlutadas se sentem confortadas e pertencentes a um grupo social no qual construíram sua história ao longo de gerações. Acrescenta-se que no momento do velório conta-se as histórias do falecido(a), resgata-se seu legado, reconstrói-se a memória da pessoa e o quanto ela foi amada e importante. A partir disso, os familiares vão elaborando o luto e confortando a dor da perda, que será sempre irreparável. Desta forma, os ritos fazem com que a morte seja um processo no percurso da vida, ainda que doloroso. A ausência destes rituais tem um impacto muito negativo e sofrido, emocional e afetivamente falando.  A falta deste momento de despedida, como estamos vendo durante a pandemia do Novo Coronavírus, causa uma lacuna na vida de pessoas e famílias inteiras, com sentimento de vazio e impotência. A pessoa tem o direito da Cerimônia de exéquias, que ajuda no processo de superação do luto. Aqui, o caminho da justa criatividade acompanhada pela responsabilidade, deve ajudar.

7. É importante que, neste processo de abertura, mantenhamos o cuidado e o respeito pela vida humana, que caracteriza a doutrina da Igreja e que norteiam nossos pronunciamentos e atitudes neste tempo da pandemia do Novo Coronavírus. Devemos dar atenção às orientações emanadas pela Organização Mundial da Saúde, às normas dos Estados e dos Municípios. A Igreja deve sentir-se sujeito das normas justas emanadas pela autoridade civil, principalmente se visam preservar e promover a vida humana. Ocorreram intervenções indevidas de agentes do Estado em celebrações. Deve-se afirmar a liberdade da Igreja de exercer livremente a sua missão e como bem afirmou o Concílio Vaticano II: “o direito a esse exercício não pode ser impedido, desde que guarde a justa ordem pública” [Concilio Vaticano II, Declaração Dignitatis Humanae, 2]. Se em algum momento, por imprudência ou excesso de zelo de representantes de alguma das partes, acontecerem conflitos ou exorbitância na competência, o caminho de solução passa sempre pelo diálogo. Em última instância, a justiça existe para garantir as liberdades individuais e a justiça nas relações.  Não podemos nos esquecer que a vida humana é um imperativo para os discípulos e discípulas de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

8. O amor fraterno deve, neste momento histórico, fazer a diferença na nossa vida e caminhada de nossas comunidades. Também a Igreja, na sua caminhada, já sente as consequências da crise na vida de cada um e na vida econômica que está se abatendo sobre o mundo. É tempo de manifestarmos concretamente o nosso amor através da ajuda entre paróquias que têm melhores condições econômicas e aquelas menos favorecidas, entre irmãos que têm condições melhores e irmãos que têm condições piores. O livro dos Atos dos Apóstolos, que estamos lendo neste Tempo Pascal, indica-nos o caminho: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32.2,42).

9. Não podemos nos esquecer da saúde física e psicológica dos nossos presbíteros. O estarmos celebrando sem a presença física do nosso povo, igualmente reclusos em suas casas, os problemas financeiros que começam a afetar a vida das paróquias, podem afetar também a saúde física e psicológica dos nossos presbíteros. É importante, neste momento, que ofereçamos suporte humano e psíquico aos nossos presbíteros e que, se preciso for, indiquemos psicólogos (as) que possam ajudá-los no equilíbrio emocional.

10. Nós, cristãos católicos, não devemos entrar no falso dilema entre escolha da preservação da vida ou da economia. As oposições podem manifestar visões parciais da realidade. Papa Francisco nos relembra que “a unidade prevalece sobre o conflito” [Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 226-230]. A preservação da vida e o cuidado da economia não estão em contraposição. O cuidado da vida sempre levará em consideração o cuidado da economia, pois a centralidade deve ser da pessoa humana, não do lucro.

Enfim, a Igreja deve ser portadora da grande esperança que nasce da fé, tanto para o nosso povo como para a vida da sociedade inteira. Cristo Morto e Ressuscitado é a grande razão da nossa esperança, e “devemos estar sempre prontos a dar razão dela a todo aquele que no-la pedir” (1Pd 3,15). Como nos pede o papa Francisco: “não deixemos que nos roubem a esperança!” [Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 86]. O anúncio de Jesus Cristo tem que ser portador de esperança. A esperança cristã se fundamenta na memória de Cristo. A ressurreição de Cristo nos diz que Ele não se encontra mais entre os mortos, e que, portanto, a força deste mundo mortal foi rompida [J. MOLTMANN, “Ressurreição – fundamento, força e meta de nossa Esperança”, 112]. O cristianismo primitivo fundava sua fé não sobre uma reconstrução científica do Jesus histórico, mas na escuta da viva proclamação do Senhor morto e ressuscitado. Este foi o grande anúncio daquele primeiro dia da semana: Ressuscitou, não está mais aqui! A ressurreição de Cristo nos dá a certeza de que a história é história de vida e de ressurreição. Ele está conosco (Mt 28,20), não estamos sozinhos na história e na batalha cotidiana da vida.

Estas indicações querem, simplesmente, ajudar a nossa reflexão neste momento difícil da história.

Fonte:

www.vaticannews.va

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Hoje, 13/07/2020, Em carta aberta ao Congresso Nacional, CNBB clama pelo fim dos vetos do presidente da República ao Projeto de Lei nº 1142 https://observatoriodaevangelizacao.com/hoje-13-07-2020-em-carta-aberta-ao-congresso-nacional-cnbb-clama-pelo-fim-dos-vetos-do-presidente-da-republica-ao-projeto-de-lei-no-1142/ Mon, 13 Jul 2020 22:31:16 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=35075 [Leia mais...]]]> Para a CNBB, os vetos do presidente Bolsonaro são eticamente injustificáveis e desumanos pois “negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais, como por exemplo o acesso a água potável e segura, que ‘é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos’ (Papa Francisco, Laudato Si, 30)”. Confira:

Em carta aberta ao Congresso Nacional, CNBB pede fim dos vetos do presidente da República ao PL nº 1142

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou na tarde desta segunda-feira, 13 de julho de 2020, uma “Carta aberta ao Congresso Nacional” para solicitar, o mais breve possível, a realização de uma sessão do Poder Legislativo para que os vetos do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei (PL) nº 1142/2020 sejam analisados e derrubados.

O PL nº 1142, convertido em Lei 14.021, dispõe sobre:

  • medidas de proteção social para prevenção do contágio e da disseminação da Covid-19 nos territórios indígenas;
  • cria o Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos territórios indígenas;
  • estipula medidas de apoio às comunidades quilombolas, aos pescadores artesanais e aos demais povos e comunidades tradicionais para o enfrentamento à Covid-19;
  • altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, a fim de assegurar aporte de recursos adicionais nas situações emergenciais e de calamidade pública.

Na Carta, a entidade afirma ter sido louvável o processo de aprovação, no Legislativo Federal, do Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº 1142/2020).

Para a CNBB, o texto do Projeto de Lei é fruto dos esforços coletivos de parlamentares, representações das comunidades tradicionais e organizações da sociedade civil. Por isso, a CNBB afirma, neste documento em forma de “Carta aberta ao Congresso Nacional”, que foi com indignação e repudio que tomou conhecimento, no último dia 7 de julho, que o presidente da República sancionou a lei com 16 vetos.

Na avaliação da organização, esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois “negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais, como por exemplo o acesso a água potável e segura, queé um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos‘ (Papa Francisco, Laudato Si, 30)”.

A CNBB afirma ainda que os vetos do governo atentam contra a Constituição Federal uma vez que, “ao abolir a obrigação de acesso à água potável e material de higiene, de oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, de ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, bem como outros aspectos previstos no PL 1142/2020, como alimentação e auxílio emergencial, os vetos violam o princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, inc. III), do direito à vida (CF, art. 5º, caput), da saúde (CF, arts. 6º e 196) e dos povos indígenas a viver em seu território, de acordo com suas culturas e tradições (CF, art. 231)”.

Íntegra da CARTA ABERTA DA CNBB AO CONGRESSO NACIONAL.

Fonte:

www.cnbb.org.br

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35075
CNBB acolhe e apoia o fortalecimento da articulação “Rede Clamor” no Brasil https://observatoriodaevangelizacao.com/cnbb-acolhe-e-apoia-o-fortalecimento-da-articulacao-rede-clamor-no-brasil/ Mon, 29 Jun 2020 16:16:59 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=34929 [Leia mais...]]]> Foi realizada, no dia 26 de junho de 2020, reunião virtual com diversas entidades, serviços, pastorais e obras da Igreja Católica no Brasil  com o objetivo de fortalecer, no país, a articulação da “Rede Clamor”, ou Rede Latino-americana e do Caribe para a Pastoral de Migrantes, Refugiados e vítimas do tráfico. A articulação surgiu em 2016  com o apoio do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) por meio de seu Departamento Justiça e Solidariedade (DEJUSOL).

Segundo o o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, trata-se de uma iniciativa que conta com o apoio da entidade e visa fortalecer a união e a articulação dos serviços que atuam junto à pessoas e grupos que são forçadas a abandonar suas raízes, migrar para outras localidades e se refugiar em outro locais e países, muitos até mesmo em situação de tráfico humano. Na Igreja no Brasil, segundo levantamento inicial dos participantes, estima-se que existam mais de 100 obras e serviços que atuam nesta causa.

Dom Joel informa que o primeiro passo acordado para fortalecer a articulação é a formalização de um convênio entre a CNBB e as entidades que atuam nesta frente no país. A Rede Clamor ficará vinculada ao trabalho que realiza a Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da CNBB.

Sete ações integram o trabalho que buscará fortalecer a Rede Clamor no Brasil:

  • 1) Partilhar as diferentes experiências no trabalho com migrantes, refugiados e tráfico humano;
  • 2) Formar agentes de pastoral na Igreja no Brasil;
  • 3) Produzir subsídios;
  • 4) Desenvolver campanhas de mobilização e conscientização sobre o tema;
  • 5) Estimular ações concretas que visam defender as pessoas forçadas à migração, refúgio e ao tráfico humano;
  • 6) Celebrar as datas significativas;
  • 7) Mapear os serviços e obras, especialmente os da Igreja Católica no país, que atuam na área.

Duas datas mobilizarão a Rede Clamor no Brasil no segundo semestre deste ano:

a) Dia Nacional do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado no próximo 30 de julho;

b) 106ª Jornada Mundial do Migrante e Refugiado, em setembro.

Ao acolher a articulação da Rede Clamor no Brasil, o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella, faz coro às palavras do papa Francisco, na homilia da celebração de Corpus Christi deste ano:

É necessário urgência no cuidado daqueles daqueles que têm fome de comida e dignidade, daqueles que não têm emprego e lutam para avançar. E fazendo-o de maneira concretamente.

Do Brasil, participaram da reunião o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, representantes da Comissão episcopal pastoral para a ação sociotransformadora da CNBB,  do Serviço pastoral dos migrantes (SPM), da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), da Cáritas Brasileira, do Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR), do Instituído Migração e Direitos Humanos (IMDH) e padres e religiosas Scalabrianos.

Uma série de atividades marcaram a celebração do Dia Mundial do Refugiado na Igreja no Brasil

No dia 20 de junho de 2020, a Igreja no Brasil marcou o Dia Mundial dos Refugiados com uma série de programações e debates sobre a situação das pessoas que são forçadas a deixar sua terra e seu país em função de crises econômicas, perseguições, violências e desastres ambientais.

Segundo dados divulgados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), na 4ª edição do relatório “Refúgio em Números”, o Brasil reconheceu, apenas em 2018, um total de 1.086 refugiados de diversas nacionalidades. Com isso, o país atinge a marca de 11.231 pessoas reconhecidas como refugiadas pelo Estado brasileiro. Desse total, os sírios representam 36% da população refugiada com registro ativo no Brasil, seguidos dos congoleses, com 15%, e angolanos, com 9%.

O ano de 2018 foi o maior em número de solicitações de reconhecimento de condição de refugiado. Isso porque o fluxo venezuelano de deslocamento aumentou exponencialmente. No total, foram mais de 80 mil solicitações no ano passado, sendo 61.681 de venezuelanos. Em segundo lugar está o Haiti, com 7 mil solicitações. Na sequência estão os cubanos (2.749), os chineses (1.450) e os bengaleses (947). Os estados com mais solicitações em 2018 são Roraima (50.770), Amazonas (10.500) e São Paulo (9.977). Para se ter uma ideia do crescimento de solicitações, Roraima recebeu quase 16 mil solicitações em 2017 – um aumento de mais de 300% se comparado com o ano passado.

Em sua 106ª Mensagem ao Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, publicada em Roma, em São João de Latrão, na memória de Nossa Senhora de Fátima, 13 de maio de 2020, o papa Francisco convida a Igreja e o mundo a voltar seus olhares ao drama dos povos deslocados dentro da sua própria nação. Um drama, segundo o Santo Padre, – muitas vezes invisível – que a crise mundial causada pela pandemia do Covid-19 exacerbou. O Dia Mundial do Migrante e Refugiado é celebrado, pela Igreja no mundo, em 27 de setembro de 2020.

À luz dos acontecimentos dramáticos que têm marcado o ano de 2020 quero, nesta Mensagem dedicada às pessoas deslocadas internamente, englobar todos aqueles que atravessaram e ainda vivem experiências de precariedade, abandono, marginalização e rejeição por causa do vírus Covid-19″, afirma o papa Francisco na mensagem.

Mensagem do presidente da CNBB

Em mensagem, no link abaixo, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, afirma que ao olhar para cada migrante e refugiado é necessário enxergar um irmão e uma irmã que veio de um outro lugar com hábitos e costumes diferentes. Os refugiados, segundo dom Walmor, integram e formam a família da humanidade.

O presidente da CNBB chamou a atenção para o fato de que cresce a liberdade para a circulação de mercadoria ao mesmo tempo em que se multiplicam as perseguições aos migrantes e refugiados:

Os objetos e bens são mais valorizados que as pessoas. Falta solidariedade a quem precisa deixar seus países por conta da miséria, de guerras, perseguições religiosas e tantas outras formas de violência”, disse.

35ª Semana do Migrante

A Igreja no Brasil se soma à celebração do Dia Mundial do Refugiado que acontece dia 20 de junho dentro da 35ª Semana do Migrante, cujo início foi marcado por celebração de abertura no último dia 14 de junho, com a missa de abertura presidida por dom José Luís Ferreira Salles, bispo da Diocese de Pesqueira (PE), responsável pelo setor de Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes. A programação, que envolve diversos serviços, pastorais e organismos da Igreja católica no Brasil, se estende até o dia 21 de junho.

Este ano, a 35ª Semana do Migrante trouxe o seguinte lema bíblico: “Onde está teu irmão, tua irmã?”. O evento, há mais de três décadas, mobiliza pessoas, grupos e comunidades para ações que promovam acolhida, integração, defesa de direitos, além de partilha, no campo das experiências sagradas e multiculturais de todos os povos. Segundo a irmã Rosita Milesi, da congregação das Scalabrianas e diretora do Instituto de Migrações e Direitos Humanos, em sua 35ª edição, diante do cenário de crescentes fluxos migratórios, da crise sanitária e social que se intensificou para a população migrante no Brasil, com a pandemia de Covid-19, a iniciativa propôs o tema Migração e acolhida.

Para a religiosa a pergunta “Onde está teu irmão, tua irmã?” nos reporta à família humana, à qual todos e todas pertencemos:

É uma pergunta provocadora, pois é a revelação do compromisso que temos uns para com os outros, sem esquivar-nos da corresponsabilidade frente às necessidades das irmãs e irmãos migrantes e refugiados. E este compromisso que a todos e todas envolve, enquanto membros da mesma família humana é um apelo, um clamor neste tempo de enfrentamento do COVID-19 e seus efeitos junto às pessoas mais vulneráveis – os refugiados, os migrantes, os empobrecidos, os desempregados. É urgente que cuidemos de quem tem fome de comida e de dignidade, diz o Papa Francisco. E que este cuidar seja real, concreto, efetivo, afirmou.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora, integrou a programação junto a outros organismos e serviços da Igreja. Uma série de atividades aconteceram voltadas para compreender e discutir especialmente a realidade dos migrantes e refugiados no Brasil.

Uma delas aconteceu no dia 20 de junho, às 17h, virtualmente e é organizada pelo Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados. Trata-se do festival “Tantos Somos, Somos Um”. Segundo o padre jesuíta Agnaldo Júnior, um dos coordenadores do festival, o objetivo foi celebrar a solidariedade, o amor e a esperança em dias melhores por meio da arte, do encontro e da união entre os povos.

O festival, que englobou performances, poesia, música e dança, foi realizado pelo Serviço Jesuíta ao Migrante e Refugiado (SJMRBrasil). O evento foi transmitido pelo fc.com/sjmrbrasil.

Em outra iniciativa, organizada pela coordenação do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a pessoas puderam acompanhar, virtualmente, a exposição “Em Casa, no Brasil”. O internauta pode entrar, virtualmente, e conhecer uma casa real da Agência da ONU para os refugiados. No Brasil, a ONU disponibiliza 1.200 casas como a conhecida na exposição.

O lançamento aconteceu dia 21 de junho, às 9h. O projeto é concebido pela ONG Estou Refugiado e realizada com o SESC-SP. A exposição virtual mostrou por dentro como é uma Unidade de Habitação do ACNUR, casa utilizada para abrigamento de pessoas em contextos de emergência, e traz depoimentos de pessoas refugiadas que passaram a se sentir em casa no Brasil.

Programação do que aconteceu no Dia Mundial do Refugiado, 20 e 21 de junho de 2020:

  • Live Musical com participação de cantores do Brasil, Haiti, Venezuela, Cuba e Síria – às 20h;
  • Pronunciamento da Rede CLAMOR, vinculada ao Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), da qual o Brasil faz parte;
  • Ações desenvolvidas sob a coordenação do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), com a participação de várias entidades religiosas, em www.acnur.org;
  • Festival “Muitos somos, somos um” – dia 20, às 17 horas, com realização do Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados, pode ser acessado aqui: https://sjmrbrasil.org;
  • Celebração Eucarística, dia 21, às 9h30, com dom Mario Antônio da Silva, bispo de Roraima (RR) e segundo vice-presidente da CNBB;
  • Web-conferência: Dia Mundial do Refugiado, das 10 às 12, com o tema “Refúgio e Migração no Contexto da Pandemia”, promovida pelo Comitê Estadual Intersetorial de Atenção aos Refugiados, Apátridas e Migrantes de Rio Grande do Norte e participação da governadora do Estado.

www.cnbb.org.br

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