Centenário do Colégio Imaculada Conceição – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Fri, 16 Sep 2016 16:00:52 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Centenário do Colégio Imaculada Conceição – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Colégio Imaculada Conceição – percurso de vida https://observatoriodaevangelizacao.com/colegio-imaculada-conceicao-percurso-de-vida/ Fri, 16 Sep 2016 16:00:52 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=10688 [Leia mais...]]]>  

Filhas de Jesus

CEM ANOS DE PRESENÇA EVANGELIZADORA EM BELO HORIZONTE – IX

img_1659

Hoje se celebra o centenário dessa presença entre nós. Em 16 de setembro de 1916, quando essa capital carecia de instituições educativas, as Filhas de Jesus deram sua pronta e eficaz resposta, a fim de servir integralmente aos irmãos através da educação cristã. Então, fundou-se o Colégio Imaculada Conceição.

Várias das alunas desse Colégio vieram, também, a se tornar Filhas de Jesus. Entrevistamos uma dessas ex-alunas, a Irmã Regina Stela de Castro Queiróz, que é, portanto, testemunha da vida desse centenário em duas dimensões: tanto como aluna, quanto como religiosa. Abaixo, trechos de seu depoimento ao Observatório da Evangelização:

OE: Momento histórico. Uma caminhada longa e rica a celebrar… Como foi a chegada das primeiras Filhas de Jesus a Belo Horizonte?

Irmã Regina Stella: As duas primeiras Filhas de Jesus que chegaram a Belo Horizonte para a fundação do Colégio Imaculada Conceição em 25 de agosto de 1916 foram Juana Uranga e Angela Acevedo, que começaram a visitar várias famílias belo-horizontinas a fim de oferecer-lhes o novo Colégio. As demais pioneiras: Maria Elósequi Iztueta, Josefa Macatzaga Dorronsoro e Lorenza Beraza Beracierto chegaram a Belo Horizonte em setembro de 1916.

O trabalho educativo teve início no dia 16 de setembro de 1916, em um chalé situado na Av. João Pinheiro. No ano de sua inauguração o Colégio Imaculada oferecia os cursos especiais de piano, solfejo, canto, francês, espanhol, pintura a óleo e a aquarela, confecção de flores, costura e bordados. Ao concluir o ano, o Colégio contava com 23 alunas.

As primeiras mestras do Imaculada recebiam encomendas de bordados das mais distintas famílias do Bairro de Lourdes e os recursos recebidos por esse trabalho contribuíram para a aquisição do primeiro piano para a escola em dezembro daquele mesmo ano.

No ano seguinte, teve início o sistema de internato, com três alunas, sendo também contratados os primeiros professores leigos. Também em 1917, teve início a construção do primeiro pavimento do Colégio Imaculada, na rua Aimorés, 1600, cuja inauguração se deu quase quatro anos depois.

Em junho de 1940, o prédio do Colégio, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município já estendia suas dependências da rua Aimorés até a rua da Bahia e oferecia os Cursos Primário e Secundário, além de cursos especiais de desenho, pintura e música.

Em 1948, teve início também uma classe de alfabetização para empregadas domésticas, inclusive com instrução religiosa, que evoluiu para o EJA do Imaculada. A Educação Infantil, por seu lado, funciona em um prédio à parte.

OE: Irmã Regina, você estudou no Colégio Imaculada Conceição, não? Como era o Colégio quando você era aluna?

Irmã Regina Stella: Estudei no Imaculada dos 12 aos 17 anos, no internato. A superiora, a coordenadora de disciplina ou prefeita, como a chamávamos na época, e a coordenadora de ensino eram Filhas de Jesus. Havia uns seis professores leigos.

OE: O que naquele estilo de vida levado pelas religiosas atraiu você?

Irmã Regina Stella: O que mais me atraiu para ser Filha de Jesus foi a dedicação das Irmãs, a alegria e o ambiente familiar do Colégio, particularmente do internato.

Foi também muito forte para mim a devoção mariana: as coroações do mês de maio, a celebração do dia 08 de dezembro, dia da Imaculada, Padroeira do Colégio,; e o espírito missionário. Santa Cândida, nossa fundadora, dizia: “Ao fim do mundo iria eu em busca de almas”.

Uma experiência que marcou muito foi ajudar a Irmã Mercês Figueira, que dava aulas de alfabetização para jovens e adultos. Pessoas que depois de sua jornada de trabalho vinham ao Colégio muito agradecidas à nossa acolhida e felizes por aprenderem a ler. Fazemos esse trabalho no EJA (Educação de Jovens e Adultos) até hoje.

OE: São quantos anos de Vida Religiosa? O que mais alegra você ao recordar o caminho feito?

Irmã Regina Stella: Tenho 62 anos de vida religiosa. Fiz o postulantado e o noviciado em Belo Horizonte e o juniorado em Campinas. Trabalhei em nossos colégios em Belo Horizonte, tanto no próprio Imaculada quanto na Obra Social São José Operário e também nos colégios de Campinas e Mogi Mirim e na Obra Social no Rio de Janeiro.

Esta experiência me fez sentir em uma grande família, não só entre as Irmãs, mas também com os leigos, que partilham conosco a missão de “evangelizar educando e educar evangelizando”, nos colégios, na inserção social e em diferentes contextos sociais.

Morei doze anos em Roma, de 1983 a 1994, como membro do Governo Geral. Durante este tempo, tive a oportunidade de conhecer a vida da Congregação em diversos países: Itália, Espanha, Argentina, Bolívia, Colômbia, Uruguai, Venezuela, Cuba, República Dominicana, Filipinas, Japão e Taiwan.  Esse tempo foi, para mim, uma rica experiência por viver o carisma de Santa Cândida em tão diferentes países e culturas. Hoje estamos também na China, em Bangladesh, em Moçambique, na Tailândia, no Vietnã e em Mianmar.

OE: Quais têm sido os desafios mais marcantes para as Filhas de Jesus nas últimas décadas de sua história?

Irmã Regina Stella: Impulsionada pelas orientações do Concílio Ecumênico Vaticano II, a Congregação viveu um tempo de muitas buscas e respostas aos seus desafios, entre eles:

  1. A opção preferencial pelos pobres;
  2. O fortalecimento da missão com outras parcerias;
  3. A presença urgente e significativa junto às juventudes e grupos sociais necessitados;
  4. A atenção constante às realidades em sua diversidade.

OE: Depois de tantos anos vividos na Congregação, o que mais gostaria de deixar registrado aqui?

Irmã Regina Stella: Tenho muito agradecimento a Deus, à Congregação e aos meus pais, que durante muitos anos partilharam comigo a alegria de ser Filha de Jesus.

 

Ouça essa entrevista na voz da própria Irmã Regina Stella de Castro Queiróz.

]]>
10688
“O mundo é pequeno para os meus desejos” https://observatoriodaevangelizacao.com/filhas-de-jesus-video/ Fri, 02 Sep 2016 19:30:36 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=10318 [Leia mais...]]]> IMG_1697

Filhas de Jesus

CEM ANOS DE PRESENÇA EVANGELIZADORA EM BELO HORIZONTE – VI

A missionariedade é inerente ao ser cristão. É próprio daquela, daquele que deseja seguir o Mestre de Nazaré, pois Ele nos enviou a evangelizar todos os povos a fim de tornar sua mensagem conhecida. E sua mensagem é Vida, vida plena para todos… Todos mesmo, sem distinção, sem discriminação, sem qualquer acepção de pessoas. Assim quis Jesus de Nazaré. E assim buscam viver suas Filhas, pois inscrevem na própria espiritualidade e vida, além dos três votos comuns às diferentes congregações religiosas, um quarto voto, especialíssimo, o voto de disponibilidade para a missão.

A visionária fundadora da Congregação das Filhas de Jesus, Santa Cândida Maria de Jesus, desejou ver a Congregação estendida por muitos povos. Iniciada em Salamanca (Espanha) em 1871, por uma mulher extremamente audaz e confiante em Deus, a Congregação está hoje presente em dezessete países, sempre buscando responder às maiores necessidades de cada realidade através da educação.

Desejo grande, que abraçava o mundo inteiro, num ímpeto de comunicar a graça que experimentara: o quanto a educação poderia ser libertadora, sobretudo em um contexto cultural em que muitas meninas não tinham como estudar, fez com que Santa Cândida, já em 1911, enviasse as primeiras missionárias ao Brasil. E, incrivelmente, quando ainda não havia transportes ou estradas adequadas, vão diretamente à Pirenópolis, Goiás. Em 1912, ano de seu falecimento, Santa Cândida envia nova expedição ao Brasil: desta vez à Mogi Mirim (SP).

Quando as religiosas chegaram a Belo Horizonte para fundar o Colégio Imaculada Conceição, há exatamente cem anos, já havia no Brasil outros quatro colégios desta mesma Congregação. E isso em menos de cinco anos!

“O mundo é pequeno para os meus desejos”, dizia Santa Cândida. O mundo seguiu e segue sendo pequeno para os desejos de suas companheiras, que nas periferias do mundo se arriscam para anunciar que o Reino de Deus já está entre nós. Desejosas de se parecer a Jesus como uma filha se parece a seu pai, buscam realizar o que Ele realizou, formando pessoas que possam transformar a história através de uma postura consciente e ética, criticamente comprometida.

Isso é o que testemunham as Irmãs Léa Araújo, Ward Miguel e Amaryles Brant, a quem entrevistamos na Casa Nossa Senhora de Nazaré, uma casa dedicada ao cuidado da vida das irmãs que estão enfermas.

Tânia Jordão

FONTE: SEIAS (onde soubemos também que acabou de se realizar o Encontro Nacional dos Missionários Leigos).

]]>
10318