Campanha da Fraternidade Ecumênica – 2021 – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Fri, 12 Mar 2021 14:24:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Campanha da Fraternidade Ecumênica – 2021 – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 “Quais são os muros que nos dividem?” Entrevista com a pastora luterana Romi Bencke https://observatoriodaevangelizacao.com/quais-sao-os-muros-que-nos-dividem-entrevista-com-a-pastora-luterana-romi-bencke/ Fri, 12 Mar 2021 14:24:36 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38785 [Leia mais...]]]>
Pastora Romi Bencke, secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC.
Foto: Ivars Kupcis/ Conselho Mundial de Igrejas – CMI

Em entrevista para o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), a pastora Romi Bencke, secretária-geral do CONIC, afirmou que “ser uma liderança ecumênica significa ter a coragem de fazer as perguntas mais difíceis, mesmo em uma sociedade altamente polarizada“. Para ela, o diálogo não é só uma forma de superar a polarização, mas é uma resposta cristã genuína em tempos de divisão“. 

Confira a íntegra a seguir:

Neste momento em que a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 continua a fazer o seu trabalho no Brasil – apesar dos ataques constantes de grupos de oposição – a Revda. Bencke relembra as primeiras discussões que decidiram o tema da campanha. Essas conversas, realizadas em igrejas e comunidades, trouxeram relatos fortes e honestos da polarização que existe hoje na sociedade brasileira. 

Bencke e o grupo de planejamento ecumênico escolheram como tema: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. O diálogo não é só uma forma de superar a polarização – Bencke também acredita que é uma resposta cristã genuína em tempos de divisão

O diálogo autêntico é o que aprendemos com Jesus Cristo, que dialogou com mulheres, mestres da lei, cobradores de impostosToda a Campanha da Fraternidade Ecumênica tem um lema bíblico que ilumina a realidade da qual estamos falando.” 

Romi Bencke

A campanha, realizada ecumenicamente em média a cada cinco anos desde 2000, este ano gira em torno de Efésios 2:14, que diz: “Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade”. Havia polarização entre judeus e gentios na comunidade de Éfeso, mas, em Jesus, os muros da divisão foram derrubados

Embora trabalhar contra a divisão e a polarização possa parecer algo estritamente louvável – ou pelo menos inócuo – em muitos contextos, a Campanha da Fraternidade Ecumênica atraiu duras críticas de grupos fundamentalistas que se sentem ameaçados pelo chamado à unidade. Estes grupos questionam o que chamam de valores “modernistas” ou “revolucionários”, incluindo a superação do racismo estrutural, a prevenção da discriminação e violência de gênero e o enfrentamento da emergência climática

“Outro aspecto que criticam no texto de estudo da campanha é o fato de que defendemos que os povos indígenas devem ter o direito de adorar o seu sagrado e que não devem ser alvo de missões proselitistas… Eles também criticam os gestos de solidariedade por parte de grupos ecumênicos cristãos em favor das tradições afro-religiosas, alvos de ataques e perseguições de grupos cristãos extremistas”. 

Romi Bencke

Bencke acredita que, em seu cerne, a Campanha da Fraternidade Ecumênica é uma expressão ecumênica da unidade na diversidade da compaixão pelos vulneráveis. “Isso significa reconhecer a outra pessoa – e também a criação – como expressão do amor incondicional de Deus”, disse ela. “O Brasil tem décadas de experiências ecumênicas.” 

São vários os impactos do movimento ecumênico na sociedade brasileira, acrescenta: “Podemos destacar todas as contribuições para a abertura democrática do país e para a afirmação da diversidade religiosa que é inerente ao Brasil”. 

Apesar das críticas, Bencke acredita firmemente que vale a pena fazer uma pergunta difícil: “Quais são os muros que nos dividem, tanto nas igrejas quanto na sociedade?” 

A Campanha da Fraternidade Ecumênica buscar colocar em foco questões relacionadas ao racismo, a fobia anti-LGBTQIA+, o feminicídio, as mudanças climáticas, a desigualdade econômica, o fundamentalismo religioso, o negacionismo, os ataques a organizações internacionais como a ONU e a OMS, a falta de empatia e solidariedade, e a perseguição de defensores e defensoras de direitos humanos. “Todos esses temas são agendas do movimento ecumênico cujo horizonte último é a cultura da paz”, disse ela, acrescentado: “Para que a paz seja concreta, essas paredes precisam ser derrubadas.” 

Cristãos e Cristãs precisam falar sobre o que lhes divide como tais e como sociedades, insistiu Bencke. “Não há esperança de que haja unidade na diversidade em uma sociedade que entende o diálogo como algo a ser atacado”, finaliza. 

(Os grifos são nossos)

Fonte:

www.conic.org.br

]]>
38785
O Concílio Vaticano II confirmou a necessidade de avançar na caminhada ecumênica e no diálogo inter-religioso https://observatoriodaevangelizacao.com/o-concilio-vaticano-ii-confirmou-a-necessidade-de-avancar-na-caminhada-ecumenica-e-no-dialogo-inter-religioso/ Tue, 09 Feb 2021 20:20:48 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=38006 [Leia mais...]]]> Em 4 de fevereiro de 2021, completou-se dois anos desde a assinatura do histórico “Documento sobre a fraternidade humana para a paz mundial e a convivência em comum” entre o papa Francisco e o grande Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib. O pacto não se tornou apenas uma pedra miliar nas relações entre cristianismo e islamismo, mas uma bússola para cultura do diálogo, da colaboração comum e do conhecimento mútuo entre diferentes religiões.

Dom Manoel João Francisco, presidente da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB.
Foto: Comunicação CNBB.

Aproveitando a data e a proximidade de lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 (CFE), republicamos uma entrevista concedida ao portal da CNBB, há um ano, pelo  bispo de Cornélio Procópio (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Manoel João Francisco. Na conversa, ele apresentou em quais documentos fundamentais da Igreja se assentam as bases para a promoção do ecumenismo e do diálogo inter-religioso.

Segundo o bispo, a tentação da separação existiu desde os primórdios da Igreja. Sabendo desta dificuldade, nos disse dom Manoel, Jesus, antes de partir, reza ao Pai, pedindo que seus seguidores se mantenham unidos. “Eu não rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela palavra deles. Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21).

O bispo de Cornélio Procópio informou que no início do movimento ecumênico, no começo do século XX, a Igreja católica não se envolveu. “Pelo contrário se opôs de forma muito dura”, disse. De acordo com dom Manoel, foi só com o Concílio Vaticano II (1962-1965) que aos católicos foi permitido a participação na caminhada ecumênica. “O que era antes proibido e até condenado, a partir do Concílio Vaticano II passou a ser incentivado como ‘sopro da graça do Espírito Santo’ e como ‘sinais dos tempos’ (UR nº 4)”, esclarece.

Segundo o decreto Conciliar Unitatis Redintegratio (UR) a Igreja entende por movimento ecumênico as iniciativas e atividades, suscitadas e ordenadas, segundo as várias necessidades da Igreja e oportunidade dos tempos, no sentido de favorecer a unidade dos cristãos (UR nº 4). “Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior. É que os anseios de unidade nascem e amadurecem a partir da renovação da mente, da abnegação de si mesmos e da libérrima efusão da caridade” (UR nº 7)

O Concílio orienta também, segundo o bispo, que “sem dúvida, é necessário que os fiéis católicos, na ação ecumênica, se preocupem com os irmãos separados, rezando por eles, comunicando-se com eles sobre assuntos da Igreja, dando os primeiros passos em direção a eles. Mas, sobretudo, examinem, com espírito sincero e atento, o que dentro da própria Família católica deve ser renovado e realizado, para que sua vida dê um testemunho mais fiel e luminoso da doutrina e dos ensinamentos recebidos de Cristo, através dos apóstolos” (UR nº4).

Outro passo importante, segundo o presidente da Comissão para o Ecumenismo da CNBB, foi dado em 1995, pelo então papa João Paulo II em sua Encíclica “Ut Unum Sint”, na qual em vez da expressão “irmãos separados” ainda presente nos textos do Concílio Vaticano II, restabeleceu a expressão “Igrejas irmãs” (UUS 56), própria do primeiro milênio. Nesta mesma encíclica, João Paulo II pede aos católicos que fujam “do desleixo no empenhamento pela unidade e, mais ainda, da oposição preconcebida ou do derrotismo que tende a ver tudo pelo negativo” (UUS 79).

No documento em preparação ao Jubileu do Ano 2000, “Na Chegada do Terceiro Milênio”, o mesmo Papa, afirmou sua convicção de que o testemunho dos mártires das diversas Igrejas cristãs fala aos nossos dias com voz mais alta do que os fatores da divisão. “A Igreja do primeiro milênio nasceu do sangue dos mártires. (…). No final do segundo milênio, a Igreja tornou-se novamente Igreja dos mártires. (…). O seu testemunho, dado por Cristo, até o derramamento do sangue, tornou-se patrimônio comum dos católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes. (…) O ecumenismo dos santos, dos mártires, é talvez o mais persuasivo (TMA 37).

Diferença entre ecumenismo e diálogo inter-religioso

O ecumenismo é o diálogo entre os cristãos que professam a fé em Jesus, na Trindade, no Mistério Pascal, na Redenção, na Graça, enfim, toda a fé do Novo Testamento. Já o diálogo inter-religioso, como a própria nomenclatura sugere, acontece entre as diferentes religiões (budismo, islamismo, judaísmo, xintoísmo, cristianismo etc).

(Os grifos são nossos)

Todos os fieis das diversas religiões creem no amor!

Fonte:

www.cnbb.org.br

]]>
38006
PARA IMPULSIONAR… A Campanha da Fraternidade Ecumênica – 2021 https://observatoriodaevangelizacao.com/para-impulsionar-a-campanha-da-fraternidade-ecumenica-2021/ Mon, 01 Feb 2021 18:50:38 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/?p=37839 [Leia mais...]]]>

A CNBB disponibilizou videoaulas para ajudar na compreensão do conteúdo e na dinamização da vivência da Campanha da Fraternidade Ecumênica – 2021.

A Edições CNBB, editora da CNBB, disponibilizou três videoaulas para ajudar as comunidades na preparação e vivência da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 nas paróquias e dioceses. O conteúdo é apresentado pelo secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, de maneira didática, rápida, clara e objetiva, favorecendo a compreensão sobre o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema, “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14a).

Na primeira videoaula, padre Patriky fala sobre a estrutura do texto-base da campanha e das características do “ver”, a primeira de quatro partes do documento, na qual são oferecidas “impressões sobre o tempo presente”, a partir da figura dos discípulos de Emaús. Num tempo marcado por diversas polarizações, fica a pergunta: “O que aconteceu conosco que já não dialogamos mais como antigamente?”. A proposta de reflexão segue na perspectiva de reestabelecer o diálogo como compromisso de amor.

Confira:

Na segunda videoaula, o secretário executivo das Campanhas aborda o segundo momento do texto-base, onde as pessoas são chamadas a iluminar a atual realidade, marcada por divisões e polarizações com a Palavra de Deus. “A segunda parada que o texto-base nos traz como proposta nos ajuda a refletir sobre dois textos bíblicos: os Discípulos de Emaús e a carta que Paulo escreve à comunidade de Éfeso”, explica padre Patriky.

Confira:

Na terceira videoaula, o padre Patriky fala sobre as duas partes finais do texto-base: o agir e o celebrar. No agir, o padre fala que é contemplada as diversas iniciativas que o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, o Conic, entendeu ao longo dos anos como testemunho concreto da possibilidade do diálogo mesmo com as diferenças, a exemplo da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, uma oportunidade para conhecer a iniciativa. Já no celebrar ele explica que é uma proposta, um roteiro para a celebração ecumênica, que pode acontecer de forma virtual ou presencial.

Confira:

Confira:

https://www.cnbb.org.br/edicoes-cnbb-disponibiliza-videoaulas-para-ajudar-comunidades-na-preparacao-da-cfe-2021/

O Observatório da Evangelização disponibiliza o Power Point abaixo para motivar a leitura e o estudo do Texto-base e contribuir na vivência criativa da Campanha da Fraternidade Ecumênica – 2021.

Confira:

Prof. Edward Guimarães

Secretário Executivo do Observatório da Evangelização

]]>
37839