No sábado, dia 20/10/2019, de 13h30 às 17h45, no auditório João Paulo II, na PUC Minas Coração Eucarístico, conforme calendário da VI APD da Arquidiocese de Belo Horizonte, a partir da síntese elaborada com o resultado das diversas assembleias paroquiais da Região Episcopal Nossa Senhora da Esperança (RENSE), ocorridas ao longo do mês de setembro, aconteceu a Assembleia regional. Trata-se de uma etapa intermediária importante do caminho missionário rumo a grande assembleia arquidiocesana e a aprovação da atualização do Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra de nossa Arquidiocese.

Estiveram presentes os vigários forâneos, representante dos religiosos/as, representante dos diáconos permanentes e dos seminaristas, diocesanos e religiosos, que atuam na Região, conselheiros/as do Conselho pastoral regional e delegados/as, leigos e leigas, eleitos/as nas assembleias paroquiais da RENSE. 

As atividades transcorreram conforme o cronograma e distribuição de tarefas a seguir: 

• 13h30 – Acolhida e credenciamento (Pastoralista Ana Angélica e Equipe de catequese)
• 14h00 – Oração (Pastoralista Daniel e Comissão regional de liturgia)
• 14h20 – Abertura oficial (Bispo referencial – dom Joaquim Mol)
• 14h30 – Apresentação da metodologia e dinâmica de trabalho (Vigário episcopal – frei Adilson)
• 14h45 – Síntese das propostas pastorais eleitas pelas paróquias, plenária para observações e comentários e votação das propostas que serão indicadas pela RENSE (Pastoralista Renata Senhorinha). 
• 15h15 – Metodologia para o trabalho em grupo (Vigário episcopal frei Adilson). 
• 15h30 – Trabalho em grupos. Os participantes serão divididos em 8 grupos, sendo dois para cada pilar da casa. Os grupos receberão uma lista com sugestões de novas indicações que vieram das paróquias. Cada grupo receberá, também, a tarefa de formular uma nova indicação e apresentá-la, por escrito, em plenária para apreciação e votação. – O lanche será distribuído nos grupos.
• 16h30 – Entrega das indicações dos grupos para digitação. (Pastoralista Cícera)
• 16h40 – Plenária para exposição das indicações, comentários, proposições e votação final. (dom Joaquim Mol)
• 17h30 – Encaminhamentos finais e oração.
• 17h45 – Encerramento.

A Assembleia regional, após acolhida inicial, seguida de um rico e bonito momento celebrativo, realizou a abertura oficial, presidida pelo Bispo auxiliar referencial da RENSE, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães. Em seguida vigário episcopal, frei Adilson Corrêa, apresentou aos participantes a metodologia do trabalho proposta para a tarde. Relembrou o caminho percorrido: 

1. Cada paróquia encaminhou à região até no máximo três indicações, entre as apresentadas pelo Instrumento de Trabalho de preparação para a VI APD, como também outras e novas sugestões;
2. A equipe de coordenação da RENSE fez uma síntese: tanto das três indicações pastorais que mais apareceram nos relatórios das paróquias como prioridades pastorais, bem como outras e novas sugestões enviadas para cada um dos pilares ou das dimensões propostas pelas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a partir da metáfora da Casa: Casa da Palavra, Casa do Pão, Casa da Caridade e Casa da Missão. 

Em seguida, frei Adilson apresentou os dois momentos para apreciação e votação das propostas:

1. No primeiro momento, a pastoralista Renata Senhorinha apresentou as três indicações mais apontadas pelas paróquias. Após abrir para apreciações e avaliações, cada uma das três indicações para cada um dos quatros pilares da casa, foram sendo votadas e aprovadas por unanimidade; 
2. No segundo momento, frei Adilson entregou a cada um dos 8 grupos (sendo dois grupos de cada pilar da Casa: Palavra, Pão, Caridade e Missão), a síntese com todas as sugestões encaminhadas pelas paróquias, para que cada grupo pudesse ler e juntos elaborar uma nova indicação a partir das várias sugestões apontadas. No grupo, as reflexões e avaliações foram permeadas por um saboroso lanche. Em seguida, as sugestões foram recolhidas e digitadas para que todo o grupo pudesse ler, acompanhar e realizar as considerações através da projeção de cada texto, para visualização de todos. 

Dom Joaquim Mol foi apresentando as sugestões e abrindo para o plenário discernir, definir e aprovar as propostas apresentadas por cada grupo. Assim, percorrendo cada uma das sugestões apresentadas para cada pilar ou dimensão da casa, após a leitura, foi dada a palavra para que os participantes pudessem fazer considerações e/ou modificações no texto no que se refere ao conteúdo pastoral.

Importante dizer que a maioria das prioridades foi aprovada por unanimidade. Com relação à Casa do Pão, da Caridade e da Missão houveram pontos polêmicos, mas com diálogo e adaptações no texto foi possível encaminhar de forma que a redação, ao final, buscou a objetividade e síntese. Após ajustes na redação de cada texto, foram votados e aprovados pela grande maioria.

Eis o resultado final dos trabalhos da Assembleia regional da RENSE:

A) Indicações (propostas pelo Instrumento de Trabalho) aprovadas em Assembleia regional:

I – CASA DA PALAVRA

• Criar, ampliar e acompanhar Grupos de Reflexão Bíblica, Encontros Bíblicos, Círculos Bíblicos, Leitura Orante da Palavra e outros meios possíveis numa cultura digital, a fim de que cresça o encontro dos fiéis com a Palavra de Deus, fomentando o espírito comunitário em redes de pequenas comunidades; 
• Promover uma catequese atenta à cultura urbana, numa metodologia e linguagem que utilizem a arte (música, cinema, teatro, imagens e outros), a serviço da educação da fé; 
• Garantir a Celebração da Palavra de Deus, com a comunhão eucarística, ao menos em todos os domingos, presidida por ministros leigos para isto preparados, em todas as comunidades eclesiais que não tenham a oportunidade da Celebração da Eucaristia. 

II – CASA DO PÃO

• Investir no cultivo da espiritualidade do seguimento de Jesus Cristo, nos processos de formação inicial e permanente dos presbíteros, bem como dos agentes de pastoral, para que isso possibilite a saída de uma experiência religiosa fechada em si mesma e clericalista;
• Ressaltar a importância da realização das Celebrações da Palavra com os ministros leigos devidamente formados e instituídos e diáconos permanentes;
• Garantir que as orientações para a Pastoral Litúrgica, nas paróquias e comunidades, contemplem as orientações do Secretariado Arquidiocesano de Liturgia (SAL).  

III – CASA DA CARIDADE

• Capacitar os evangelizadores para que as comunidades sejam verdadeiras casas de acolhida e do cuidado de todas as pessoas, especialmente dos pobres;
• Investir na ação evangelizadora com as Juventudes (formação, encontros, articulação, integração e outros), com o apoio do Secretariado Arquidiocesano das Juventudes (SAJ);
• Ter como compromisso de comunidade de fé o cuidado com a Casa Comum, que implique um novo modo de ser no mundo e, para isso, refletir permanentemente sobre uma ecologia integral. 

IV – CASA DA MISSÃO

• Priorizar a ação missionária nas vilas e favelas, criando comunidades alicerçadas na Palavra;
• Provocar uma “primavera” das Pastorais Sociais, na Arquidiocese de Belo Horizonte, incentivando sua criação e organização onde não existem, incrementando as que já atuam, oferecendo adequada formação aos agentes, à luz da Palavra de Deus e do Ensino Social da Igreja, com vistas a um revigoramento da presença pública da Igreja em todos os municípios da Arquidiocese; 
• Investir ainda mais e ampliar a Pastoral da Comunicação (PASCOM). 

B) Indicações sugeridas pelos grupos e aprovadas em Assembleia regional:

I – CASA DA PALAVRA

• Investir na capacitação bem estruturada de formação teológico-catequética via construção de uma plataforma digital da Arquidiocese de BH, para ofertar cursos EAD (Educação à distância) aos catequistas, coordenadores, demais membros de pastoral, leigos e leigas. Desse modo, evita-se a multiplicação e/ou desgaste em encontros de formação e consegue-se uma efetiva capacitação dos evangelizadores/educadores na fé, unificando o conhecimento;
• Criar atividades e momentos de formação, priorizando a Iniciação Cristã em todas as faixas etárias, dos adultos às crianças, enfatizando os adultos que não foram iniciados na fé cristã, inserindo e mantendo a família em uma catequese permanente.

II – CASA DO PÃO

• Criar, implementar e garantir, a formação litúrgica da comunidade, a fim de despertar para uma espiritualidade encarnada;
• Favorecer e alimentar um novo jeito de ser Igreja, Povo de Deus, Templo do Espírito, reafirmando a centralidade de Cristo, conforme nos lembra e afirma o Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra.

III – CASA DA CARIDADE

• Despertar e qualificar as pessoas a partir da Doutrina Social da Igreja à luz da Palavra de Deus, a fim de engajar os cristãos em questões políticas e sociais e que os leve à participação em funções e conselhos públicos.

IV – CASA DA MISSÃO

• Incentivar a criação e o trabalho da Pastoral da Saúde, da Arquidiocese de Belo Horizonte em parceria com o Programa de Saúde da Família, sendo presença junto às “novas pobrezas”: pessoas que sofrem de adoecimentos sociais e existenciais, vítimas de abandono, exclusão e violência;
• Fortalecer e dinamizar os conselhos pastorais como instrumentos de discernimento e decisão sobre os assuntos mais importantes da vida da comunidade no cumprimento da sua função evangelizadora e missionária. 

Encerramos a Assembleia em clima de unidade e oração. A participação e empenho de cada um nos trabalhos em grupo e nas contribuições durante a plenária de votação foram construtivos.

Encerramos a assembleia com o convite para que todos estejam presente no dia 23 de novembro, dia da grande assembleia arquidiocesana da VI APD para a avaliação, discussão e aprovação do texto final. 

Em nossa avaliação, a assembleia foi bem organizada e participativa. Os/as delegados/as contribuíram com comentários pertinentes demonstrando estarem bem inteirados com a dinâmica da VI APD. Pe. Joel Maria dos Santos, Vigário episcopal do Vicariato para a ação pastoral, participou de parte da assembleia e demonstrou estar contente com os encaminhamentos realizados nas assembleias regionais e vicariatos especiais. 

Durante as plenárias pode-se perceber, principalmente, na fala dos delegados, grande preocupação com a busca pelo fortalecimento das Pastorais sociais e o engajamento dos cristãos nas questões sociais e políticas. A atenção para a formação litúrgica, catequese continuada com ênfase nos adultos e um novo jeito de ser Igreja reafirmado na centralidade de Cristo, também foram assuntos de destaque.

Ana Angélica Ribeiro e Renata Senhorinha Santiago

Leigas pastoralistas, servidoras e atuantes no Conselho Regional Pastoral

Região Episcopal Nossa Senhora da Esperança