aparecida – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Tue, 17 May 2022 21:30:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 aparecida – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 15 anos de Aparecida: uma Conferência que conserva toda sua validade https://observatoriodaevangelizacao.com/15-anos-de-aparecida-uma-conferencia-que-conserva-toda-sua-validade/ Tue, 17 May 2022 21:30:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=45000 [Leia mais...]]]>  

A comemoração pelos 15 anos da Conferência de Aparecida reúne uma série de atividades marcando e reavivando um importante momento eclesial para o Brasil, para a América Latina e até para a Igreja Universal. Revisitar Aparecida é fundamental para melhor compreender muito do Pontificado do Papa Francisco. Acompanhe a matéria de Luis Miguel Modino.

O Espaço Memorial de Aparecida

Aparecida, uma Conferência e um Documento que permanecem vivos nas ações do Papa Francisco, um documento atual, surgido de uma Conferência celebrada aos pés da Padroeira do Brasil de 13 a 31 de maio de 2007, com 266 participantes. Disso está sendo feito memória nos dias 12 e 13 de maio de 2022 no mesmo local, algo que tem começado coma inauguração de um Espaço Memorial e a reza do terço, lembrando o presidido pelo Papa Bento XVI 15 anos atrás.

O Espaço Memorial é uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Santuário Nacional, que lembra as conferências realizadas pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), com livros, fotos, paramentos e outros objetos. A inauguração esteve presidida por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, que após a acolhida do reitor do Santuário Nacional, que insistiu em ver Aparecida como a Casa da Mãe, mostrou sua alegria diante deste importantíssimo evento.

Dom Walmor insistiu em que esse espaço memória não faz referência unicamente ao passado, e sim algo que mostra “a força espiritual e missionária da Conferência de Aparecida e o Documento de Aparecida”, destacando que mesmo sem aparecer o termo, no Documento de Aparecida “nós encontramos um programa de sinodalidade da mais alta qualidade, da mais alta pertinência”.

Oração para renovar o ardor missionário

A reza do Terço foi presidida pelo cardeal Odilo Scherer, contando com a presença de bispos, os mais de 500 presbíteros que estão participando do seu 18º Encontro Nacional, a Vida Religiosa e leigos e leigas. Juntos meditaram os mistérios do Santo Rosário, sendo rezados por diferentes pessoas, tudo intercalado com cantos, textos bíblicos e do Documento de Aparecida, e reflexões do Arcebispo de São Paulo que foi atualizando esta devoção secular à luz daquilo que hoje o mundo vive.

O cardeal Scherer afirmou que “a nós é pedido que nos renovemos no fervor missionário”, o que se concretiza no anuncio com alegria de uma Palavra que precisa ser testemunhada. O purpurado também fez um chamado à paz frente a uma violência que “acaba sendo uma grande injustiça para as pessoas”, que na guerra gera fome e sofrimento. Isso o fez mostrar a necessidade de “nós cuidar para que este mundo seja cada vez mais sadio, com menos sofrimentos”, chamado a ser testemunhas da caridade, da compaixão, da misericórdia de Deus.

No final da oração do terço, Dom Miguel Cabrejos fez uma leitura de uma mensagem onde ele descreveu os 15 anos desde Aparecida como um tempo de impulso missionário. O presidente do CELAM disse ver o Documento de Aparecida, citando as palavras do Papa Francisco, como algo que “nasceu precisamente desta tecelagem entre o trabalho dos Pastores e a simples fé dos peregrinos, sob a proteção materna de Maria”.

Um tempo da graça na vida da Igreja

Aparecida foi “um autêntico Kairós que gerou um profundo impulso missionário”, segundo o presidente do episcopado peruano, que destacou a dimensão missionária como um dos eixos norteadores de Aparecida, a partir do método de ver-julgar-atuar, e a opção preferencial pelos pobres e pelo cuidado da Criação. A partir daí ele afirmou que “a Igreja precisa de um choque forte que a impeça de se acomodar no conforto, estagnação e tibieza, às margens do sofrimento dos pobres do continente”.

Em suas palavras, ele se referiu à conversão pastoral e outros aspectos da V Conferência Geral do CELAM, tais como ser discípulos missionários e assumir a Missão Permanente como uma tarefa impagável. Juntamente com isto, ele o relacionou com o atual processo sinodal e a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, chamando a “reafirmar nossa identidade de discípulos missionários, a ser uma Igreja em saída, sinodal e misericordiosa”, algo que leva a “fortalecer a missão, a comunhão eclesial, a colegialidade e a sinodalidade”.

Hoje, Aparecida produz “uma grande esperança, um espírito de profecia, de grande compromisso, porque ainda há desafios a serem enfrentados e outros que se abrem”, algo motivado pelo contexto histórico, segundo Dom Miguel Cabrejos. O prelado destacou que Aparecida promove o conceito do povo de Deus, que somos todos Igreja, assim como a interculturalidade, o cuidado com a casa comum e a ecologia integral. Neste sentido, ele disse não ter dúvidas de que Aparecida inspirou os quatro sonhos da Querida Amazônia: social, cultural, ecológico e eclesial.

Uma riqueza reunida em Aparecida, que, segundo Dom Miguel Cabrejos, nos abre para entender que “toda evangelização deve ser um processo, as obras pastorais devem ser um processo, não eventos que são organizados, terminados e pronto”. Tudo isso olhando para o futuro, para o evento de Guadalupano de 2031 e para o ano da Redenção em 2033, caminhando sinodalmente, algo já presente na vida das primeiras comunidades cristãs.

Sentir-se em casa, na casa da mãe

Aparecida se entende a partir da decisão pessoal do Papa Bento XVI na escolha do lugar, segundo Dom Jaime Spengler, que vê no Santuário Nacional “um lugar todo especial na história também do nosso povo. Aparecida é a referência para muitos de nosso povo, a casa da mãe”. Segundo o vice-presidente primeiro da CNBB, “na casa da mãe, a gente fala livremente, na casa da mãe, nós verdadeiramente nos sentimos em casa”, algo experimentado pelos bispos participantes da V Conferência do CELAM.

O arcebispo de Porto Alegre insistiu em que “foi esse sentir-se em casa, na casa da mãe, com os irmãos e irmãs que frequentam o santuário que, por assim dizer forjou a beleza, a grandeza desse documento que marca, não só a história da Igreja latino-americana, mas que também de alguma forma delineou o próprio pontificado do Papa Francisco”.

Aparecida mantem a sua atualidade, segundo o cardeal Odilo Scherer, “embora depois de Aparecida até nossos dias já tem surgido muitas outras questões que não estão contempladas suficientemente no Documento de Aparecida e necessitam de novas declarações, novas posturas, enfim nova reflexão da Igreja”.

Ele destaca que “as questões essenciais do Documento de Aparecida conservam toda sua validade”. O vice-presidente primeiro do CELAM vê como questão de fundo, “o renovado encontro com Jesus Cristo para uma fé viva, profunda e verdadeira”. Junto com isso, “a necessidade de renovar a Igreja a partir de uma renovação missionária, a Igreja precisa se renovar na missão”, algo sempre atual, com toda sua validade, assim como “aquela atenção que Aparecida pediu aos pobres, pediu para a juventude, se mostra totalmente atual”.

O purpurado destacou também a atualidade da “presença da Igreja no meio dos nossos povos, que é histórica”, uma presença que “precisa ser aprofundada, precisa ser renovada e cultivada, de maneira que através sobretudo de uma renovada presença laical no meio da sociedade, a Igreja, o evangelho, possa chegar a todos os âmbitos da vida social, da vida cultural, da vida pública, da vida política, econômica e assim por diante”, para que esses povos possam ter “vida abundante em Jesus Cristo”.

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pe. Luis Miguel Modino
Natural da Espanha, é missionário Fidei Donum na Diocese de São Miguel da Cachoeira, Amazonas. É parceiro do Observatório da Evangelização e articulista em diversos periódicos e revistas virtuais católicas.

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Mais de 500 padres se reúnem em Aparecida para o 18º Encontro Nacional de Presbíteros https://observatoriodaevangelizacao.com/mais-de-500-padres-se-reunem-em-aparecida-para-o-18o-encontro-nacional-de-presbiteros/ Fri, 13 May 2022 21:30:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=44980 [Leia mais...]]]> Aparecida vive nesta semana dois momentos importantes para a Igreja do Brasil e da América Latina. Hoje, dia 13 de maio, completam-se 15 anos da abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, celebrada de 13 a 31 de maio de 2007 aos pés da padroeira do Brasil. Também de 9 a 14 do mesmo mês, acontece o 18º Encontro Nacional dos Presbíteros (ENP) com o tema: “Presbítero, comunhão e missão”, e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt. 23,8). Acompanhe a matéria de Luis Miguel Modino:

Um momento de graça

Segundo Dom Joel Portela, assessor do 18º ENP, “foi muito interessante perceber a relação de datas entre o 18º Encontro Nacional de Presbíteros e a celebração dos 15 anos da Conferência de Aparecida”. O Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que “os presbíteros estão refletindo sobre o atual momento da sua história, da sua vida, um momento marcado por incertezas, por perplexidades tanto pastorais quanto pessoais”.

“No âmbito pastoral, e em certo modo no âmbito pessoal também, Aparecida, 15 anos atrás, 2007, já indicava, já apresentava, em torno da figura do discípulo missionário, um caminho que é importante para qualquer cristão batizado, batizada, também, por tanto para os presbíteros”, destacou Dom Joel.

Um encontro que é visto como um momento de graça “depois de dois anos de pandemia, de muita angustia, sofrimento, mas também de espera, de esperança, de confiança, e de gratidão por estarmos aqui reunidos com mais de 500 presbíteros e vários bispos dos diversos regionais”, segundo o Padre José Adelson da Silva Rodrigues. Para o presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros, o tema e lema do encontro “vai nos dar essa esperança que sairemos daqui muito mais animados, mais fortalecidos, encorajados, para continuarmos a missão”.

Vale a pena atender o chamado

Segundo o presbítero da Arquidiocese de Natal (RN), “a missão é longa, árdua, mas vale a pena ser padre, vale a pena ser missionário, vale a pena atender o chamado de Deus e corresponder aquilo que é vontade do Pai”. Ele destaca a necessidade viver o ministério presbiteral “com uma perspectiva de muita alegria, de muito entusiasmo, de muita esperança, de viver cada vez mais a nossa vocação sacerdotal”.

Um encontro em que “estamos celebrando o ministério dos nossos padres”, afirma Dom José Albuquerque de Araújo. O Bispo Auxiliar de Manaus lembra que são 26 mil presbíteros espalhados por todo o país. Neste encontro participam 37 padres da Região Norte do Brasil, “que vieram de diversas cidades, diversos municípios e estamos aqui participando deste momento tão bonito, de uma comunhão eclesial”. O membro da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, insiste em que “no caminho sinodal que nós estamos trilhando, é importante também, nós escutar os nossos padres”.

Segundo Dom José, “os encontros nacionais, eles são importantes e necessários, para poder fortalecer a fraternidade presbiteral, para poder conhecer a nossa realidade tão diversificada. Cada padre traz a sua história, a sua experiência”. O bispo destaca “o entrosamento e a troca de experiências que acontece, entre as duas gerações, os padres mais jovens, participando junto com os padres mais experientes”.

Memória dos vitimados pela pandemia

O Bispo Auxiliar de Manaus destaca a importância do 18º ENP “nesta retomada que estamos fazendo após a pandemia, que ainda não terminou, mas nós sabemos que precisamos fazer memória daqueles padres que sucumbiram à pandemia”. Ele lembra que “foram dezenas de padres no nosso país, que faleceram, infelizmente, vítimas de Covid, e nas celebrações litúrgicas que estamos aqui vivenciando, nós lembramos, fazendo memórias desses nossos irmãos que partiram”.

Dom José Albuquerque de Araújo coloca que “esses encontros, eles nos ajudam também a gente perceber que os padres precisam para poder cuidar daqueles que Deus os confiou, é preciso também que eles se cuidem, que a gente precisa fortalecer a pastoral presbiteral em nossas Igrejas locais”. Finalmente, afirma que “certamente, quem participa desses encontros, volta para suas dioceses, mais animado, mais entusiasmado, mais esperançoso, até para poder dar a sua contribuição àqueles que já estão no ministério, e também que possamos ajudar aqueles que estão na formação, os nossos futuros presbíteros”.

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pe. Luis Miguel Modino
Natural da Espanha, é missionário Fidei Donum na Diocese de São Miguel da Cachoeira, Amazonas. É parceiro do Observatório da Evangelização e articulista em diversos periódicos e revistas virtuais católicas.

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15 anos de Aparecida: um documento determinante para entender a Igreja do século XXI https://observatoriodaevangelizacao.com/15-anos-de-aparecida-um-documento-determinante-para-entender-a-igreja-do-seculo-xxi/ Fri, 13 May 2022 12:00:00 +0000 https://atomic-temporary-74025290.wpcomstaging.com/?p=44968 [Leia mais...]]]> As Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano, especialmente depois de Medellín, têm marcado a vida da Igreja católica no continente, mas poderíamos dizer que elas têm sido também uma referência para a Igreja universal. Acompanhe o relato feito por Luis Miguel Modino sobre a memória e as atividades para a comemoração desta data significativa.

Igreja em saída, discípulos missionários

Esse caminho é algo que continua ainda hoje, tendo dado um passo a mais com aquela que deveria ter sido a VI Conferencia Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, mas que por orientação do Papa Francisco, o relator geral do Documento de Aparecida, quando era arcebispo de Buenos Aires, se concretizou na 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, considerada uma prévia da fase continental do Sínodo sobre a Sinodalidade.

A Conferência de Aparecida e o Documento que recolhe os debates que lá aconteceram, pode ser considerado um momento determinante para entender a Igreja do século XXI, a Igreja do Papa Francisco. Conversão pastoral, Igreja em saída, discípulos missionários, elementos que hoje fazem parte do dia a dia da Igreja, cobraram força após a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.

Uma Conferência que teve sua abertura no dia 13 de maio de 2007 e contou com a presença do Papa Bento XVI. 15 anos depois a Igreja da América Latina e do Caribe comemora essa data com algumas atividades ao longo desta semana, que serão realizadas no entorno do Santuário de Aparecida, a casa da Padroeira do Brasil.

Várias atividades fazem parte da comemoração

Está confirmada a presença do Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM), Dom Miguel Cabrejos e do Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, junto com outros membros da presidência da CNBB.

No dia 12 de maio, às 16 horas no horário local, está prevista a inauguração do “Espaço Memória”, que quer lembrar os 15 anos do Documento de Aparecida e da realização da V Conferência. No mesmo dia, às 19 horas, será recitado o Terço, lembrando assim a recitação do Terço conduzida pelo Papa Bento XVI no altar central da Basílica da Padroeira do Brasil.

Fazendo memória da abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, hoje (13 de maio), às 9 horas, será celebrada uma Eucaristia, presidida por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Presidente da CNBB. No final da Missa está prevista uma coletiva de imprensa com a presença da Presidência da CNBB.

A comemoração dos 15 anos de Aparecida contará com a realização de um seminário com reflexões de especialistas e assessores que contribuíram na conferência, conduzido pelo Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), com o apoio de diferentes Institutos de Teologia.   

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pe. Luis Miguel Modino
Natural da Espanha, é missionário Fidei Donum na Diocese de São Miguel da Cachoeira, Amazonas. É parceiro do Observatório da Evangelização e articulista em diversos periódicos e revistas virtuais católicas.

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