A 38ª Assembleia do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) aconteceu do dia 18 a 21 de maio de 2021. Planejada para se realizar em Porto Rico, mas a situação que se vive em consequência da pandemia de Covid-19 fez com que se realizasse toda virtualmente.
Quatro elementos podem ser destacados para esta assembleia: a modalidade, o tema, os participantes e os frutos esperados. Um pequeno grupo participará de Trujillo, Peru, a sede arquiepiscopal do presidente do CELAM, Dom Miguel Cabrejos.
O ponto central da 38ª Assembleia Geral será o processo de renovação e reestruturação do CELAM, uma tarefa confiada à atual Presidência desde a sua eleição em Tegucigalpa em maio de 2019, para a qual já foi preparada uma proposta. Paralelamente, a realidade do Continente e as Conferências episcopais serão analisadas face à crise e à situação que os países da região estão atravessando, bem como a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, a se realizar em novembro deste ano, e a Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA.
Espera-se que 85 pessoas participem na Assembleia, a qual terá um carácter deliberativo. Está previsto que a Assembleia envie uma Mensagem ao Povo de Deus, uma Mensagem às Conferências Episcopais e uma Carta ao papa Francisco, no final das suas sessões.
Dom Miguel Cabrejos espera que a assembleia seja “muito reflexiva e participativa, dada a situação atual da América Latina e do Caribe e do mundo, que tem sido extremamente afetados pela pandemia da Covid-19 que assola a nossa região”. Durante a Assembleia, a presidência apresentará a proposta de reestruturação e renovação do CELAM, que, nas palavras do seu presidente, deverá ser realizada num “espírito de comunhão, colegialidade e sinodalidade“.
Este processo, inspirado “pelos quatro sonhos da Exortação ‘Querida Amazônia’: social, cultural, ecológico e eclesial”, partiu “dos próprios pedidos, sugestões e propostas dos bispos”, diz dom Miguel Cabrejos, que sublinha que também foi consultado com o papa Francisco. Tem sido um esforço de equipe, “podemos dizer que seguimos um caminho sinodal para a elaboração da proposta“, insiste o Arcebispo de Trujillo, para quem “o processo tem sido muito participativo e enriquecedor“.
Na consulta realizada, segundo o Arcebispo, conseguiram reunir “informações chave sobre as dinâmicas eclesiais de cada uma das Regiões, num espírito de fraternidade e solidariedade, sinceridade e apoio mútuo“. Ele assinala que “cada região tem a sua peculiaridade, que é importante perceber e encorajar”, bem como os desafios que surgem de novas realidades presentes na dinâmica do CELAM, como a Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, ou a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe.
Apesar da grave situação que os países e a Igreja na América Latina e no Caribe estão vivendo, o presidente do CELAM insiste que estão tentando “acompanhar e apoiar as Conferências episcopais nas suas situações, experiências e propostas”. O prelado relata algumas das ações realizadas, tais como os cursos virtuais do CEBITEPAL, com mais de 4.000 estudantes em 2020, relatórios sobre as consequências da Covid-19, o trabalho do Centro de Comunicação, o apoio do Centro de Redes e Ação Pastoral na animação das redes existentes, entre outras ações.
O seu presidente deseja que “o CELAM seja um centro de promoção do discipulado e da consciência missionária, como uma referência vital para a compreensão e aprofundamento da catolicidade latino-americana e caribenha“. Para o levar a cabo, ele quer que seja realizado “num espírito de comunhão, colegialidade, sinodalidade em plena harmonia com o papa Francisco. Tudo isto nos dá muito entusiasmo para procurarmos verdadeiramente ser uma Igreja em saída missionária“.
Sobre o autor:
Luis Miguel Modino – Padre diocesano de Madri, missionário fidei donum na Amazônia, residindo atualmente em Manaus – AM. Faz parte da Equipe de Comunicação da REPAM. Correspondente no Brasil de Religión Digital e colaborador do Observatório da Evangelização e em diferentes sites e revistas.