Sim, isso mesmo, em carta dirigida ao bispo argentino Esteban María Laxague, o papa Francisco fez cativante memória do jovem indígena beato Ceferino Namuncurá (1886-1905), filho do povo Mapuche, que significa “Gente da Terra”, que morreu aos 19 anos de idade, vítima da tuberculose, quando se preparava para o sacerdócio. Um povo que resiste a longa opressão e exclusão social que vem sofrendo até os dias de hoje, tanto na Argentina quanto no Chile.
Sobre o jovem indígena disse o Papa:
“Gosto de pensar no desejo que Ceferino tinha de ser sacerdote para servir o seu povo. Assim deve ser: o sacerdote sempre identificado com o seu povo, de tal maneira que seu tempo, sua vida, sua pessoa sejam para os seus irmãos. A juventude sabe responder com generosidade quando é apresentada a Cristo com um testemunho de vida autêntico e verdadeiro, como o de Ceferino. Oxalá, muitos jovens encontrem hoje em Jesus o amor de suas vidas e o impulso para entregar-se aos demais”.
Veja, a seguir, na íntegra a singela e afetuosa carta do Papa:
Querido irmão:
Recebi sua atenciosa carta, pela qual me faz participar da peregrinação anual a Chimpay por ocasião do aniversário de Ceferino Namuncurá. Agradeço-lhe por isso.
Lembro bem do dia da beatificação, já há 10 anos. Ficou gravado na minha memória aquela multidão de pessoas que vieram de muitos lugares. Aqueles rostos cheios de alegria pela beatificação de um dos seus, que nunca esqueceu suas raízes, seu povo, sua cultura.
Gosto de pensar no desejo que Ceferino tinha de ser sacerdote para servir o seu povo. Assim deve ser: o sacerdote sempre identificado com o seu povo, de tal maneira que seu tempo, sua vida, sua pessoa sejam para os seus irmãos. A juventude sabe responder com generosidade quando é apresentada a Cristo com um testemunho de vida autêntico e verdadeiro, como o de Ceferino. Oxalá, muitos jovens encontrem hoje em Jesus o amor de suas vidas e o impulso para entregar-se aos demais.
Peço-lhe que faça chegar aos peregrinos a minha recordação e a minha oração. Tenho vocês muito presentes no meu coração. E, por favor, não deixem de rezar por mim.
Que o Senhor os abençoe e Nossa Senhora os cuide.
Fraternalmente,
Francisco
(Publicada em Religión Digital em 02-09-2017 e traduzida por André Langer, do IHU)
Fonte: