Os porquês dos “sem religião”. Eis o que diz pesquisa do Centro Pew entre americanos/as.

O crescimento entre os que se assumem como “sem religião” cresce também no Brasil, sobretudo entre os mais jovens. Importante conhecer o perfil e o que pensam os membros que fazem parte desse grupo cada vez mais visível. Confira os indicativos de uma pesquisa do Centro Pew entre os/as norte-americanos/as:

Os porquês dos “nones” americanos não se identificarem com qualquer religião

Uma parcela crescente de americanos não é filiada a nenhuma religião. Recentemente, perguntamos a uma amostra representativa de mais de 1.300 desses “nones” (sem religião) o motivo disso. Das várias opções incluídas na pesquisa, a razão mais comum é de que há muito questionamento sobre ensinamentos religiosos.

(A reportagem é de Becka A. Alper, publicada por Pew Research Center, 08/08/2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.)

Seis em cada dez americanos não filiados religiosamente – adultos que descrevem sua identidade religiosa como ateu, agnóstico ou “nada em particular” – dizem que o questionamento dos ensinamentos religiosos é uma razão muito importante para a falta de interesse.

A segunda razão mais comum é serem contrários às posições tomadas pelas Igrejas sobre questões sociais e políticas. Essa razão foi citada por 49% dos entrevistados (a pesquisa perguntou sobre cada uma das seis opções separadamente).

Grupos menores, mas ainda substanciais, dizem que não gostam de organizações religiosas (41%), não acreditam em Deus (37%), consideram a religião irrelevante para elas (36%) ou não gostam de líderes religiosos (34%).

Os sem religião não formam um grupo monolítico

Aqueles que se identificam como ateus, agnósticos ou “nada em particular” tendem a dar razões diferentes para sua falta de filiação, mostrando que “nones” estão longe de ser um grupo monolítico.

Por exemplo, cerca de nove em cada dez autodescritos ateus, 89% dizem que sua falta de crença em Deus é uma razão muito importante para sua identidade religiosa, em comparação com 37% dos agnósticos e 21% daqueles que se consideram “nada em particular”.

Os ateus também são mais propensos do que outros “nones” em dizer que a religião é simplesmente “irrelevante” para eles, sendo 63% ateus contra 40% de agnósticos e 26% de adultos sem nenhuma religião em particular.

Também perguntamos aos “nones” qual a razão mais importante para eles não serem filiados. Mais uma vez, questionar os ensinamentos religiosos está entre as principais respostas – razão mais importante para 25% de todos os “nones”. Uma parcela similar, de 22%, cita a falta de crença em Deus, e 16% dizem que a razão mais importante é que eles não gostam das posições que as Igrejas assumem em questões sociais e políticas.

Existe muita diferença entre os três subgrupos não filiados sobre esta questão. 75% dos ateus dizem que a razão mais importante para serem ateus é não acreditarem em Deus. 17% dos agnósticos pensam da mesma forma, contra apenas 8% dos “nada em particular”.

Entre os que se consideram agnósticos, a razão mais importante citada por essa escolha é o questionamento de muitos ensinamentos religiosos, sendo a parcela correspondente a 38%.

As pessoas que se identificam como “nada em particular” dão uma variedade de respostas quando perguntadas sobre sua razão mais importante para não se filiarem a uma religião – e nenhuma razão única predomina. 25% dizem ser questionados por ensinamentos religiosos, 21% afirmam que não gostam das posições que as Igrejas assumem sobre questões sociais e políticas, e 28% dizem que nenhuma das razões oferecidas é muito importante.

Em pesquisas anteriores, o Centro Pew perguntou a americanos não filiados religiosamente, mas que foram criados numa religião (compondo a maioria entre os “nones”), para explicarem em suas próprias palavras a razão para eles não se identificarem mais com algum grupo religioso. Esta questão também provocou uma ampla variedade de respostas do grupo “nada em particular”. Alguns disseram que não acreditam em ensinamentos religiosos ou que não gostam de religião organizada, enquanto outros dizem que são religiosos (embora não filiados) ou que acreditam em Deus, mas não praticam nenhuma religião.

Fonte:

IHU