Os jovens querem se encontrar com Deus

                            “Cantarei ao Senhor enquanto viver. Louvarei o meu Deus enquanto existir. Nele encontro minha alegria.”

Incrível como o que é belo atrai! A natureza, por exemplo, nos “fala” tanto de Deus graças a força estética que dela transborda. Sabendo disso, quando buscamos um momento de maior intimidade com o Doador de toda beleza, também nos esmeramos em preparar para isso tudo o que toca nossos sentidos. Na espiritualidade cristã, valorizamos particularmente os sons e o visual, por percebermos que, na liturgia, a estética favorece o encontro com Deus. Jovens, adultos e mesmo idosos que vivem a Oração de Taizé sabem disso muito bem, pois assim alimentam sua espiritualidade.

Espiritualidade é uma maneira própria que a humanidade tem para tocar o sagrado, suscitada pelo Espírito Santo. As pessoas que se reúnem à noite, na última sexta-feira de cada mês, na Paróquia de Nossa Senhora da Consolação e Correia, em Belo Horizonte, cultivam essa experiência no silêncio, na meditação, no canto, na acolhida da palavra.

Um dos iniciadores da Oração de Taizé naquela paróquia, Guilherme Gutierrez, nos deu o seguinte depoimento:

A oração de Taizé aqui na comunidade da Consolação nasceu em setembro de 2016. Uma vez por mês a realizamos. Nasceu a partir de uma conversa com frei Luiz. Nós, enquanto Pastoral da Juventude, já tínhamos essa prática de fazer a experiência da espiritualidade de uma forma mais ecumênica; e trazemos o anseio de poder rezar, de falar a linguagem dos jovens e fazer um processo de interiorização que não passe por aquilo que a gente já tem; que às vezes é de catarse, aquela coisa toda… Nosso desejo é que fosse algo mais de silêncio, de interior.

E a gente já conhecia a comunidade de Taizé, o modelo da oração de Taizé, e conversando com ele [Frei Luiz], ele cedeu o espaço, deu total apoio pra gente começar a organizar, e o grupo foi se ampliando… A gente assume aqui o caráter ecumênico. A paróquia é só o espaço, mas, nosso anseio é que a gente consiga estabelecer contatos com jovens de outras comunidades, de outras tradições cristãs, que rezem com a gente a partir do pilar da oração de Taizé, que é: a reconciliação, a confiança e o processo de interioridade.

Aqui a gente começou abrindo para os alunos do Colégio Santo Agostinho. A gente já teve orações com mais de 150 pessoas. Mas falta divulgação, apesar de termos um face. O Observatório fazendo isso, abre horizontes. Porque as pessoas passam por aqui e veem a oração acontecendo, às vezes perguntam o que está acontecendo, entram, participam com a gente e voltam. Tem paroquianos que participam, mas a maioria são pessoas de outras regiões da Grande BH.

A paróquia, em uma região central, com o grupo que trabalha, que prepara em torno das reflexões que a gente propõe todo mês, atinge e colabora com a vivência e responde de alguma forma aos anseios das pessoas que vem em busca de um proposta de interioridade, de rezar a vida mesmo.

Eu acho que no meio da cidade ter um espaço para isso é muito interessante. E tá fluindo. Tá fluindo bastante.

Nós primamos por esse contato ecumênico. Tanto que na hora da oração a gente retira as reservas eucarísticas, para propor um espaço ecumênico de fato. Nós já buscamos o CONIC, buscamos algumas religiões tradicionais também; só que por falta de comunicação, por falta de divulgação, sobretudo, a gente não tem conseguido atingir a proposta. E sobretudo no horário que a gente faz, que é sexta-feira à noite, muitos jovens estão na faculdade, então é um pouco difícil mesmo.

É assim, tudo muito tímido, tá tudo começando. Essa é a primeira proposta. Nós temos a colaboração do CEBI, que é ecumênico também… Toda construção teológica da oração é do CEBI. Tem o pessoal da equipe de música… A oração não começa do nada, né? Tem todo um preparo antes, para poder ser o que é a oração de Taizé.

Obrigada, Guilherme, por seu testemunho apaixonado.

 

(fotos retiradas da página “Oração de Taizé”, do facebook)