Evangelizar implica postura de solidariedade às vítimas da violência e de irmanar-se na luta em defesa da cidadania e da dignidade da vida:
Toda solidariedade aos guerreiros Guajajara da TI Araribóia!
Uma emboscada feita por madeireiros no interior da Terra Indígena Araribóia, região de Bom Jesus das Selvas, no Maranhão, entre as Aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo, resultou no violento assassinato de um dos agentes florestais do grupo “Guardiões da Floresta”. Trata-se da liderança indígena Paulo Paulino Guajajara nesta sexta-feira (01/11/2019). Segundo informações obtidas até este momento, foi um intenso confronto e, além da morte de Paulo Paulino Guajajara, o líder Guardião Laércio Guajajara foi baleado durante o atentado. Há informações de que um dos madeireiros, na troca de tiros, foi morto. Informações também dão conta de que os madeireiros da região de Buriticupu-MA estão nesse momento no interior do território para resgatar o corpo do criminoso.
A Funai do Maranhão, em articulação com as forças de segurança, sobretudo a PMMA, já tem homens a caminho do local. Um helicóptero da Secretaria de Segurança Pública está sendo usado na operação.
Diante da omissão do Estado em proteger os territórios indígenas, os “Guardiões da Floresta” têm assumido este papel para si, e todos os riscos associados a ele.
Segundo Sarah Shenker, membro da ONG Survival International, que acompanhou o trabalho de Paulino no início do ano. Ele sabia que poderia pagar com sua vida, mas não via alternativa, pois as autoridades não faziam nada para proteger a floresta e defender o Estado de Direito.
Paulino Guajajara é a mais recente vítima da omissão do Estado brasileiro em cumprir seu dever constitucional de proteger as terras indígenas.
Invadidas de forma recorrente por grileiros e madeireiros, as terras indígenas do Maranhão têm sido palco de uma luta assimétrica, onde pequenos grupos de Guardiões optam por defender, muitas vezes com a própria vida, a integridade de seus territórios.
Paulino e Laércio são as mais recentes vítimas de um Estado que se recusa a cumprir o que determina a Constituição Federal.
O Cimi, o Greenpeace, a Hivos, proponentes do projeto “Todos os olhos na Amazônia”, o Fórum da Amazônia Oriental – FAOR, o Instituto Socioambiental – ISA, a ONG Survival International, Articulação dos povos indígenas do Brasil – Apib e outras entidades repudiam toda a violência gerada pela incapacidade do Estado em cumprir seu dever de proteger este e todos os territórios indígenas do Brasil e exigem que sejam tomadas imediatas ações para evitar a ocorrência de mais conflitos e mortes na região.
“Mais um de nossos guerreiros perde a vida em defesa do Território. Não queremos mais ser estatística , queremos providências do Poder Público, dos órgãos que estão cada vez mais sucateados exatamente para não fazer a proteção dos povos que estão pagando com a própria vida por fazer o trabalho que é responsabilidade do Estado. Exigimos Justiça urgente!! Território Araribóia está mais uma vez em luto. Muita revolta!“. (Sonia Guajajara, coordenadora da Apib – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil)
Nos solidarizamos com os bravos guerreiros Guajajara da Terra Indígena Arariboia e com os Guardiões da Floresta, do Maranhão e de todo o Brasil, que continuam a lutar diariamente pelo direito de existir.
Fonte:
Que os estudos proporcionados pelo Sínodo Pan -Amazônico venham realmente a beneficiar ma população da região e a natureza como um todo.Que a Santíssima Trindade fortaleça os membros da Igreja e a todos que possam contribuir para que seja feita a Vontade de Deus para seus amados. “A humanidade perdeu a paz porque excluiu Deus.”(Pe. Luis Mello).