“Um encontro do Povo de Deus”, foi assim que o papa Francisco definiu a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, na sua intervenção na apresentação desta novidade, como ele próprio sublinhou, que aconteceu neste 24 de janeiro de e terá o seu ponto principal de 21 a 28 de novembro de 2021, na Cidade do México, onde se encontra Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina e o Caribe, de cuja Basílica teve lugar a apresentação.
Queremos fazer memória de Aparecida, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, “da qual ainda temos muito a aprender”, nas palavras do Santo Padre, que continua a apresentar desafios. Um deles é assumir definitivamente as reflexões do Concílio Vaticano II, que queria tornar realidade uma Igreja da qual “todo o Povo de Deus é parte”, onde “rezamos, falamos, pensamos, discutimos, procuramos a vontade de Deus”. Ele alertou para a necessidade de “esta assembleia eclesial não ser uma elite, separada do povo santo e fiel de Deus”, uma vez que “todos fazemos parte do Povo de Deus”, e de oração, “para que o Senhor possa fazer sentir o nosso pedido de estar conosco a partir daí”.
Há muitas instituições da Igreja na América Latina e no Caribe, como foi dado a conhecer na apresentação da Assembleia, através do testemunho de bispos, religiosos e religiosas, sacerdotes, diáconos, leigos e leigas. Aparecida afirma que “somos todos discípulos missionários”, nas palavras do presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), Dom Miguel Cabrejos, uma Igreja Povo de Deus, na qual “cada batizado é chamado a ser um protagonista da missão”. Afirmou que esta Assembleia Eclesial sem precedentes está na perspectiva da sinodalidade, reunindo o Magistério Pontifício do papa Francisco, de Evangelii Gaudium a Fratelli Tutti, e os seus apelos à conversão.
Estamos perante uma Assembleia “que pretende acompanhar o profundo e urgente processo de renovação e reestruturação do CELAM, inspirados pelos 4 sonhos do Papa na Querida Amazonia“, segundo o seu presidente. Uma Assembleia que aspira “a ter uma participação plena e ampla de todo o Povo de Deus peregrino na América Latina e no Caribe”, que quer dar relevância “ao nosso ser e estar no meio dos gritos dos empobrecidos e da irmã mãe terra neste tempo de pandemia”. Dom Cabrejos encorajou “todos os homens e mulheres que compõem a Igreja de Cristo na América Latina e Caribe” a participar no processo de escuta numa perspectiva sinodal, que terá início no segundo trimestre deste ano.
O tema da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “Todos somos discípulos missionários em saída”, é “um forte apelo aos que professam a fé cristã católica”, nas palavras do Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Ele nos chamou a ser “mais missionários, cultivando a proximidade que este tempo exige, sendo presença transformadora na vida das pessoas”. O Presidente do Episcopado brasileiro sublinhou a necessidade de co-responsabilidade para com o próximo, de “ser a presença de Jesus no quotidiano das pessoas”, como forma de anunciar o Evangelho, de ser uma Igreja em saída.
Ao fazer uma grata memória de Aparecida, o Cardeal Rodriguez Maradiaga, vê a assembleia como “uma proposta restauradora e regeneradora”, que vai além do episcopal para se tornar sinodal, “com uma metodologia representativa, inclusiva e participativa; como foi o Sínodo da Amazônia”, no qual o cardeal hondurenho foi um dos padres sinodais. Nessa memória de Aparecida, o Cardeal Brenes recordou que “ali o Espírito Santo marcou algumas diretrizes, as diretrizes da conversão pastoral e da missão continental”. Esse mesmo Espírito deveria impelir-nos a “fazer das nossas Igrejas uma Igreja em saída, uma Igreja missionária”, insistiu o Segundo Vice-Presidente do CELAM.
Não podemos esquecer que Aparecida “elaborou um documento extraordinário, com uma riqueza muito grande, com um apelo de renovação da vida da Igreja em nosso continente, como discípulos missionários”, segundo o Cardeal Odilo Scherer, que vê a assembleia como “uma recordação dos principais pontos da Conferência de Aparecida, que ainda talvez precisam ser destacados mais e ser retomados”.
Estamos perante uma assembleia que “o Santo Padre segue de perto e com grande interesse”, segundo o Cardeal Marc Ouellet, algo que também é assumido por ele e pela Comissão para a América Latina, a que preside. O cardeal canadiano salientou que “vemos nesta iniciativa um sinal profético para o futuro da Igreja, porque não só os bispos estarão reunidos, mas também todos os participantes do povo de Deus”. Nas suas palavras, convidou “a pensar na cultura vocacional na América Latina”, que toca todas as vocações.
O presidente do episcopado mexicano convidou os participantes para a Assembleia Eclesial da América Latina e das Caraíbas. Segundo Dom Rogelio Cabrera, “queremos recordar, mas também queremos traçar novos caminhos”, ser uma Igreja de discípulos missionários, para alcançar “o sonho da fraternidade universal e da amizade social”. Não podemos esquecer que estamos perante a oportunidade de “discernir os novos desafios, à luz das riquezas que o Documento de Aparecida nos traz”, nas palavras de Dom Jorge Eduardo Lozano. É um encontro de todas as vocações, porque “desde o momento do batismo fazemos parte da vida da comunidade cristã”, de acordo com Dom Lozano.
O logotipo mostra o mundo em que o Barco de Pedro navega, onde estamos todos, a grande biodiversidade latino-americana, e a presença e companhia da Virgem Maria simbolizada nesta estrela, de acordo com o Secretário-Geral do CELAM. Ele definiu a preparação para a Assembleia de três maneiras: a espiritual, a escuta e o encontro.
Ao falar sobre a forma de realizar a Assembleia, dom Alfonso G. Miranda Guardiola, partiu da ideia de que “a pandemia detonou ampla criatividade na Igreja”. Esta assembleia, nas palavras do secretário do episcopado mexicano “será realizada de forma híbrida, ou mista”, com pessoas que estarão presentes na Cidade do México, e outras em locais alternativos em cada um dos países que compõem o CELAM, tentando “envolver toda a Igreja da América Latina e do Caribe, para que possam participar de forma virtual”.
É uma Assembleia num local mariano, a Basílica de Guadalupe, Padroeira da América Latina e do Caribe, que retoma o legado de uma Conferência Episcopal realizada aos pés da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, a quem foi confiado o trabalho desta novidade eclesial, que pode tornar-se um caminho de futuro não só para a América Latina e o Caribe, mas também para todo o mundo. Fiquemos com as palavras do papa Francisco no final da sua intervenção: “Avancem, com coragem!” Esta é a forma de tornar realidade essa novidade que a Igreja da América Latina e do Caribe está propondo.
Sobre o autor:
Luis Miguel Modino – Padre diocesano de Madri, missionário fidei donum na Amazônia, residindo atualmente em Manaus – AM. Faz parte da Equipe de Comunicação da REPAM. Correspondente no Brasil de Religión Digital e colaborador do Observatório da Evangelização e em diferentes sites e revistas.
A seguir, a versão do texto em espanhol:
Nace la Asamblea Eclesial de América Latina y el Caribe, “una reunión del Pueblo de Dios”, en palabras del Papa
“Una reunión del Pueblo de Dios”, así ha definido el Papa Francisco la Asamblea Eclesial de América Latina y el Caribe, en su intervención por vídeo en la presentación de esta novedad, como él mismo enfatizaba, que se ha iniciado este 24 de enero y va a tener su punto fuerte del 21 al 28 de noviembre en Ciudad de México, allí donde está la Patrona de Nuestra Señora de Guadalupe, desde cuya Basílica se ha llevado a cabo la presentación.
Se quiere hacer memoria de Aparecida, la V Conferencia General del Episcopado Latinoamericano, “de la cual todavía tenemos que aprender mucho”, en palabras del Santo Padre, que sigue presentando desafíos. Uno de ellos es asumir definitivamente las reflexiones del Concilio Vaticano II, que quiso hacer realidad una Iglesia de la que forma parte “todo el Pueblo de Dios que va caminando”, según el Papa Francisco, donde “se reza, se habla, se piensa, se discute, se busca la voluntad de Dios”. Él advertía de la necesidad de “que esta asamblea eclesial no sea una élite, separada del santo pueblo fiel de Dios”, pues “todos somos parte del Pueblo de Dios”, y de la oración, “que el Señor se haga sentir desde ahí nuestro pedido para que esté con nosotros”.
Son muchas las instituciones de la Iglesia en América Latina y el Caribe, como fue dado a conocer en la presentación de la Asamblea, a través del testimonio de obispos, religiosos, religiosas, sacerdotes, diáconos, laicos y laicas. Aparecida afirma que “todos somos discípulos Misioneros”, en palabras del presidente del Consejo Episcopal Latinoamericano – CELAM, una Iglesia Pueblo de Dios, en la que “cada bautizado es convocado a ser un protagonista en la misión”, según Monseñor Miguel Cabrejos. En sus palabras afirmaba que esta inédita Asamblea Eclesial se encuentra en a perspectiva de la sinodalidad, recogiendo el Magisterio Pontificio del Papa Francisco, desde Evangelii Gaudium a Fratelli Tutti, y sus llamados a la conversión.
Estamos ante una Asamblea “que pretende acompañar el profundo y urgente proceso de renovación y reestructuración del CELAM, inspirado en los 4 sueños del Papa en Querida Amazonía”, según su presidente. Una Asamblea que aspira “a tener una plena y amplia participación de todo el Pueblo de Dios peregrino en América Latina y el Caribe”, que quiere dar relevancia “a nuestro ser y estar en medio de los gritos de los empobrecidos y de la hermana madre tierra en este tiempo de pandemia”. Monseñor Cabrejos ha animado a la participación en el proceso de escucha, en perspectiva sinodal, que se desarrollará desde el segundo trimestre de este año, a “todos los hombres y mujeres que constituyen la Iglesia de Cristo en América Latina y el Caribe”.
El tema de la Asamblea Eclesial de América Latina y el Caribe, “Todos somos discípulos misioneros en salida”, es “un fuerte llamado para quienes profesan la fe cristiana católica”, en palabras de Monseñor Walmor Oliveira de Azevedo. Él llamaba a ser “más misioneros, cultivando la cercanía que este tiempo exige, siendo una presencia transformadora en la vida de las personas”. El presidente del episcopado brasileño ha destacado la necesidad de la corresponsabilidad por el prójimo, de “ser la presencia de Jesús en la vida cotidiana de la gente”, como modo de anunciar el Evangelio, de ser Iglesia en salida.
Al hacer memoria agradecida de Aparecida, el cardenal Rodríguez Maradiaga, ve la asamblea como “una propuesta restauradora y regeneradora”, que supera en clave sinodal lo solo episcopal, “con una metodología representativa, incluyente y participativa, como lo fue el Sínodo de la Amazonía”, en la que el cardenal hondureño fue uno de los padres sinodales. En esa memoria de Aparecida, el cardenal Brenes recordaba que “allí el Espíritu Santo marcó unas pautas, las pautas de la conversión pastoral y de la misión continental”. Ese mismo Espíritu nos debe impulsar a “hacer de nuestras Iglesias una Iglesia en salida, una Iglesia misionera”, insistía el Segundo Vicepresidente del CELAM.
No podemos olvidar que Aparecida “elaboró un documento extraordinario, de gran riqueza, con un llamado a renovar la vida de la Iglesia en nuestro continente, como discípulos misioneros”, según el cardenal Odilo Scherer, que ve la asamblea como “un recordatorio de los puntos principales de la Conferencia de Aparecida, que tal vez aún deban ser subrayados y retomados”.
Estamos ante una asamblea que “el Santo Padre sigue de cerca y con mucho interés”, según el cardenal Marc Ouellet, algo que también es asumido por él y la Comisión para América Latina, que él preside. El purpurado canadiense señala que “vemos en esta iniciativa un signo profético para el futuro de la Iglesia, porque no solamente los obispos se reúnen sino también con todos los participantes del pueblo de Dios”. En sus palabras invitaba “a pensar en la cultura vocacional en América Latina”, que toque todas las vocaciones.
El presidente del episcopado mexicano hacía el convite a participar de la Asamblea Eclesial de América Latina y el Caribe. Según Monseñor Rogelio Cabrera, “queremos hacer memoria, pero también queremos trazar caminos nuevos”, ser una Iglesia de discípulos misioneros, alcanzar “el sueño de la fraternidad universal y de la amistad social”. No podemos olvidar que estamos ante la oportunidad de “discernir los nuevos desafíos, a la luz de las riquezas que nos aporta el Documento de Aparecida”, en palabras de Monseñor Jorge Eduardo Lozano. Es un encuentro de todas las vocaciones, pues “desde el momento del Bautismo formamos parte de la vida de la comunidad cristiana”, según Monseñor Lozano.
En el logotipo se recoge el mundo, en el que va navegando la Barca de Pedro, donde estamos todos, la gran biodiversidad latinoamericana, y la presencia y la compañía de la Virgen María simbolizada en esta estrella, según el Secretario General del CELAM. Él definía la preparación de la Asamblea a partir de tres instancias: la espiritual, la de la escucha y la del encuentro.
Al hablar de la forma de llevar a cabo la Asamblea, Monseñor Alfonso G. Miranda Guardiola, partía de la idea de que “la pandemia ha detonado la creatividad de la Iglesia”. Esta asamblea, en palabras del secretario del episcopado mexicano “se llevará a cabo de manera híbrida, o mixta”, con personas que estarán presencialmente en la Ciudad de Méjico, y otras en sedes alternas en cada uno de los países que conforman el CELAM, pretendiendo “involucrar a toda la Iglesia de América Latina y el Caribe, para que puedan participar de manera virtual”. Es una Asamblea en una sede mariana, la Basílica de Guadalupe, Patrona de América Latina y el Caribe, que recoge el legado de una Conferencia del Episcopado llevada a cabo a los pies de la Patrona de Brasil, Nuestra Señora de Aparecida, a quien han sido confiados los trabajos de esta novedad eclesial, que puede convertirse en camino de futuro no solo para América Latina y el Caribe como para todo el mundo. Quedémonos con las palabras del Papa Francisco al final de su intervención: “¡Adelante, con coraje!”. Esa es la forma de hacer realidad esta novedad que la Iglesia Latinoamericana y Caribeña está proponiendo.