Igrejas da capital e de 27 municípios podem se tornar hospitais de campanha

Arcebispo dom Walmor oferece 1,5 mil templos e outros espaços aos prefeitos da Grande BH

No lugar dos padres, médicos e enfermeiros. Em vez de bancos, leitos. E as imagens continuarão nos altares para “receber” os pacientes e abençoar. O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ofereceu aos prefeitos da capital e de 27 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte os templos da Igreja Católica para serem hospitais de campanha e outros pontos de referência. Nesta época de pandemia de coronavírus, o objetivo é amparar idosos, enfermos e pessoas pobres, neste tempo de combate à pandemia do coronavírus. 

Segundo a Arquidiocese, a Igreja não tem condições de fazer com que esses espaços se tornem hospitais de campanha, mas coloca sua rede de comunidades à disposição do poder público. São aproximadamente 1,5 mil igrejas no território que integra a Arquidiocese de BH.

Atualmente, missas, círculos bíblicos e momentos celebrativos que tradicionalmente reúnem muitas pessoas, por decisão da Arquidiocese de BH, são transmitidos por seus meios de comunicação. “Em casa, os fiéis são convidados a participarem dos momentos de oração”, diz o arcebispo.
Além dos templos, a Arquidiocese de BH disponibilizou outros espaços para as prefeituras, a exemplo da Catedral Cristo Rei, em construção na Avenida Cristiano Machado, na Região Norte da capital, mas com significativa parte de sua infraestrutura edificada, e o Centro Olímpico da PUC Minas. No diálogo com prefeitos, dom Walmor e os bispos auxiliares ainda reafirmaram o compromisso da Igreja de promover ações solidárias dedicadas aos mais pobres e ajudar na partilha de informações sobre formas de prevenção ao covid-19. Conforme explica dom Walmor, os prefeitos têm recebido com gratidão a oferta de ajuda da Igreja.

Solidariedade

Em carta dirigida aos fiéis, o dom Walmor ressaltou a importância da solidariedade especialmente neste momento em que o mundo enfrenta uma pandemia: “Exemplares são os empreendedores que dedicam parte de seus recursos para investir em equipamentos hospitalares, tão importantes para acolher quem mais sofre com o coronavírus. Também toca o coração a atitude dos que mesmo tendo pouco, procuram ajudar. São jovens que fazem compras para os idosos, profissionais que oferecem graciosamente serviços a partir das redes digitais. A força da solidariedade vai vencer a pandemia.” 
Sobre a campanha Templos de Acolhida, dom Walmor ressaltou que “a Igreja está aberta para acolher os doentes, unindo esforços ao Sistema Único de Saúde (SUS).” 


Veja a carta, na integra, a carta de dom Walmor sobre os Templos de Acolhida:


Amado Povo de Deus, saúde e paz

Paradoxalmente, a pandemia do COVID-19 coloca-nos em isolamento social, mas, ao mesmo tempo, florescem muitas iniciativas de generosidade. Mesmo distantes uns dos outros, não nos afastamos do compromisso cristão de ajudar. Exemplares são os empreendedores que dedicam parte de seus recursos para investir em equipamentos hospitalares, tão importantes para acolher quem mais sofre com o coronavírus. Também toca o coração a atitude dos que mesmo tendo pouco, procuram ajudar. São jovens que fazem compras para os idosos, profissionais que oferecem graciosamente serviços a partir das redes digitais. A força da solidariedade vai vencer a pandemia. Deus seja louvado pela vida dos que irradiam a generosidade.

A Arquidiocese de Belo Horizonte fortalece a sua adesão a essa rede de solidariedade. Nossos templos, cerca de 1500, na Capital Mineira e em outros 27 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Catedral Cristo Rei e o Centro Olímpico da PUC Minas estão sendo colocados à disposição do poder público para serem “hospitais de campanha”, espaços de acolhida, dedicados aos mais pobres.

A Igreja está aberta para amparar os doentes, unindo esforços ao Sistema Único de Saúde (SUS). Sejam, pois, as nossas igrejas, grandes e pequenas, no ambiente urbano ou rural, templos da acolhida aos enfermos, a serviço da saúde, na tradição bonita da Igreja Católica de sempre amparar especialmente os mais pobres.

Peço a ajuda de todos os fiéis, cidadãos, homens e mulheres de boa vontade, na missão de acolhermos os enfermos. Com a intercessão de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, Cristo Rei nos guiará na tarefa de vencer a pandemia.

Fraterno abraço

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