No contexto da luta pela Reforma Política, dentro das reflexões que a Campanha da Fraternidade 2015 nos propõe, o Observatório da Evangelização da Arquidiocese de Belo Horizonte procurou colher algumas opiniões acerca da relação entre Evangelização e Sociedade/ política, na última quinta-feira, 19 de março, no Centro Loyola, durante um diálogo assessorado pelo Pe. Konings e por Dom Mol.
Abaixo reproduzimos as últimas contribuições que nos chegaram, mas o espaço continua aberto para que você registre sua opinião, nos comentários, em nosso blog.
Como relacionar Igreja e Sociedade; Evangelização e Política?
Julio Cezar Monnerat
Jesus nos mostrou que fé e vida são unidas pelo mesmo objetivo: fazer o homem feliz! A política é a melhor forma de se procurar fazer justiça social.
Ele se envolveu politicamente para transformar o mundo (acabar com privilégios, denunciar os que pregavam a LEI, mas não a cumpriam, apontar as injustiças e exclusões). Por isso ele foi assassinado. A evangelização tem que ser inserida na vida da cada um, através do exemplo de conduta, além ou aliada à pregação. A pregação por si só é insuficiente.
Cada contexto de vida requer uma ação em conjunto com a Palavra.
Walmita Dolabella Bicalho
Acredito que a Igreja precisa ser mais pragmática para a defesa do povo de Deus. A Bíblia é extremamente pragmática na defesa do povo.
Frei Felipe Trindade, OFM (Betim)
Acredito que as inspirações do Concílio Vaticano II reafirmam a importância dessa relação. Os séculos XIX e XX assistiram o papel de uma Igreja centralizadora, apologética, que se defendia contra os perigos advindos da então sociedade moderna. Portanto, fiéis a esta inspiração do Vaticano, devemos, enquanto Igreja, relacionarmo-nos com a realidade. Tal relação não deve usar critérios antigos, próprios de uma época ou período histórico. Cada época exige respostas novas, dados os novos questionamentos. Uma tarefa complicada que exige uma clareza muito profunda daquilo que é o essencial da nossa identidade cristã. Levamos ou levaremos elementos importantes, mas inicialmente faz-se necessário ouvir os anseios, os apelos mais profundos. Por isso, não podemos nos ater aos modelos de evangelização prontos! É preciso coragem! Afinal, os apóstolos pregaram e adaptaram sua compreensão para revelar a mensagem, nada estava pronto. Basta lembrarmos a experiência de Paulo no areópago de Atenas. Para isso, termino afirmando que é preciso termos consciência de nossas limitações, de nossa incapacidade de abarcar o todo. Como nos dizem as nossas fontes franciscanas: “somos peregrinos e forasteiros neste mundo”!