“O mundo é pequeno para os meus desejos”

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Filhas de Jesus

CEM ANOS DE PRESENÇA EVANGELIZADORA EM BELO HORIZONTE – VI

A missionariedade é inerente ao ser cristão. É próprio daquela, daquele que deseja seguir o Mestre de Nazaré, pois Ele nos enviou a evangelizar todos os povos a fim de tornar sua mensagem conhecida. E sua mensagem é Vida, vida plena para todos… Todos mesmo, sem distinção, sem discriminação, sem qualquer acepção de pessoas. Assim quis Jesus de Nazaré. E assim buscam viver suas Filhas, pois inscrevem na própria espiritualidade e vida, além dos três votos comuns às diferentes congregações religiosas, um quarto voto, especialíssimo, o voto de disponibilidade para a missão.

A visionária fundadora da Congregação das Filhas de Jesus, Santa Cândida Maria de Jesus, desejou ver a Congregação estendida por muitos povos. Iniciada em Salamanca (Espanha) em 1871, por uma mulher extremamente audaz e confiante em Deus, a Congregação está hoje presente em dezessete países, sempre buscando responder às maiores necessidades de cada realidade através da educação.

Desejo grande, que abraçava o mundo inteiro, num ímpeto de comunicar a graça que experimentara: o quanto a educação poderia ser libertadora, sobretudo em um contexto cultural em que muitas meninas não tinham como estudar, fez com que Santa Cândida, já em 1911, enviasse as primeiras missionárias ao Brasil. E, incrivelmente, quando ainda não havia transportes ou estradas adequadas, vão diretamente à Pirenópolis, Goiás. Em 1912, ano de seu falecimento, Santa Cândida envia nova expedição ao Brasil: desta vez à Mogi Mirim (SP).

Quando as religiosas chegaram a Belo Horizonte para fundar o Colégio Imaculada Conceição, há exatamente cem anos, já havia no Brasil outros quatro colégios desta mesma Congregação. E isso em menos de cinco anos!

“O mundo é pequeno para os meus desejos”, dizia Santa Cândida. O mundo seguiu e segue sendo pequeno para os desejos de suas companheiras, que nas periferias do mundo se arriscam para anunciar que o Reino de Deus já está entre nós. Desejosas de se parecer a Jesus como uma filha se parece a seu pai, buscam realizar o que Ele realizou, formando pessoas que possam transformar a história através de uma postura consciente e ética, criticamente comprometida.

Isso é o que testemunham as Irmãs Léa Araújo, Ward Miguel e Amaryles Brant, a quem entrevistamos na Casa Nossa Senhora de Nazaré, uma casa dedicada ao cuidado da vida das irmãs que estão enfermas.

Tânia Jordão

FONTE: SEIAS (onde soubemos também que acabou de se realizar o Encontro Nacional dos Missionários Leigos).