Em tempos de Igreja nas casas, não é hora de se propor novos ministérios femininos?

Em tempos de Igreja nas casas é hora de propor novos ministérios femininos: 

Se houve na história mulheres doutoras (didascalias) na Igreja Antiga e até algumas foram reconhecidas oficialmente como eminentes pensadoras tais como: Santa Catarina de Sena, Santa Teresa d’Ávila, Santa Hildegard de Bingen e Santa Teresa do Menino Jesus, por que não haveria atualmente e no futuro de nossas Igrejas domésticas? 

Se houve diaconisas (Febe, nossa irmã, diaconisa, citada por Paulo em sua carta aos Romanos 16, 1.2), por que não haveria novamente? 

Se a partir do século XII, o número de mulheres canonizadas supera o de homens, quais as lições que devemos tirar para a estrutura concreta da Igreja no século XXI? 

Se houve mulheres chamadas apóstolas como Júnia (Rm 16, 7), por que não outra vez? 

Se houve profetisas, como Miriam, Ana, Noadias… matriarcas, como Sara, Rebeca, Raquel… e líderes guerreiras como Débora, Jael, Dalila, Rute, a mãe dos macabeus… e tantas mártires de nossa América Latina, por que não reconhecê-las formalmente na Igreja? 

Se houve coordenadoras de Igrejas domésticas, como Priscila (1 Cor 16, 19), Lídia, em Filipos (At 16, 15), Júlia (Rm 16, 15), Ninfa, em Laodicéia (Cl 4, 15)… e as coordenadoras de grupos de famílias nas ruas, bairros e pastorais diversas, por que não mulheres nas coordenações de comunidades, paroquias, decanatos, foranias, dioceses e até mesmo na Cúria Romana?

 As mulheres são ministras da palavra e da coordenação de grande habilidade e compaixão. Sobre o diaconato feminino há a opinião favorável do eminente teólogo Monsenhor Dr. Roberto Mascarenhas Roxo:

Se a revelação permite o diaconato feminino e a história o comprova, a cultura moderna o exige como resposta coerente da Igreja aos movimentos de valorização da mulher; a pastoral pede o diaconato feminino (Cf. ROXO, Roberto Mascarenhas. O diaconato feminino, in: Revista de Cultura Teológica, ano 1, n. 4, São Paulo: Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, 1993, p. 23-24)”.

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Fernando Altemeyer é teólogo leigo, possui graduação em Filosofia e em Teologia, mestrado em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Atualmente é o Chefe do Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP.

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2 Comentários

  1. Caríssimo Irmão Fernando, respondendo à pergunta do título da mensagem: sim! Na verdade, já passou da hora. Obrigado pela mensagem. Este assunto não pode cair no esquecimento.

  2. Questionamentos mais que pertinentes, visto que ainda nos encontramos ou nos desencontramos numa Igreja carregada do machismo e androcentrismo histórico.

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