“Nossa conversão pastoral será samaritana, em diálogo, acompanhando pessoas com rostos concretos de indígenas, de camponeses, de afrodescendentes (quilombolas), de migrantes, de jovens e de habitantes das cidades. Tudo isso envolverá uma espiritualidade de escuta e de anúncio... A realidade pluriétnica, pluricultural, plurirreligiosa da Amazônia exige uma atitude de diálogo aberto, reconhecendo também a multiplicidade de interlocutores: os povos indígenas, ribeirinhos, camponeses e afrodescendentes, as demais Igrejas cristãs e confissões religiosas, organizações da sociedade civil, movimentos sociais populares, o Estado, enfim todas as pessoas de boa vontade que buscam a defesa da vida, a integridade da criação, a paz e o bem comum… O diálogo ecumênico, inter-religioso e intercultural deve ser assumido como o caminho indispensável da evangelização na Amazônia”.
Pela importância para a ação evangelizadora de toda a Igreja, o processo do Sínodo para Amazônia, sua preparação, sua dinâmica fraterna e participativa de realização, sua produção, sua sinodalidade…, precisa ser bem conhecido, pois foi uma experiência inovadora e com muitos elementos originais na vida da Igreja. Ele pode inspirar e fecundar de beleza toda a caminhada da Igreja.
O Observatório da Evangelização, já publicou a Introdução o Capítulo 1 Amazônia: Da escuta à conversão integral e, logo abaixo, o Capítulo 2 – Novos caminhos de conversão pastoral. Continuaremos a publicar cada umas das partes que compõem o documento aprovado no final do Sínodo e que foi entregue nas mãos do papa Francisco e que certamente servirá de base para a Exortação Pós- Sinodal que sairá em breve.
Confira:
CAPITULO II
NOVOS CAMINHOS DE CONVERSÃO PASTORAL
“Se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5)
20. Uma Igreja missionária em saída exige de nós uma conversão pastoral. Para a Amazônia esse caminhar significa também “navegar”, através de nossos rios, nossos lagos, entre nosso povo. Na Amazônia, a água nos une, não nos separa. Nossa conversão pastoral será samaritana, em diálogo, acompanhando pessoas com rostos concretos de indígenas, de camponeses, de afrodescendentes (quilombolas), de migrantes, de jovens e de habitantes das cidades. Tudo isso envolverá uma espiritualidade de escuta e de anúncio. É assim que caminharemos e navegaremos neste capítulo.
A Igreja em saída missionária
21. A Igreja, por natureza, é missionária e tem a sua origem no “amor fontal de Deus” (AG 2). O dinamismo missionário que brota do amor de Deus se irradia, expande, transborda e se espalha em todo universo. “Estamos inseridos pelo batismo na dinâmica do amor através do encontro com Jesus, que dá um novo horizonte à vida” (DAp 12). Este transbordamento impele a Igreja à conversão pastoral e nos transforma em comunidades vivas, trabalhando em equipes e redes a serviço da evangelização. A missão assim entendida não é algo opcional, uma atividade da Igreja entre outras, mas sua própria natureza. A Igreja é missão! “A ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja” (EG 15). Ser um discípulo missionário é mais do que apenas fazer tarefas ou fazer coisas. Está situada na ordem do ser. “Jesus indica a nós, seus discípulos, que nossa missão no mundo não pode ser estática, mas itinerante. O cristão é um itinerante” (Francisco, Angelus, 30/06/2019).
a. Igreja samaritana, misericordiosa, solidária
22. Queremos ser uma Igreja amazônica, samaritana, encarnada no modo como o Filho de Deus se encarnou: “Tomou sobre si as nossas doenças e suportou as nossas dores” (Mt 8, 17b). Aquele que se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza (2 Cor 8, 9), através do seu Espírito, exorta os discípulos missionários de hoje a saírem ao encontro de todos, especialmente dos povos originários, dos pobres, dos excluídos da sociedade e dos outros. Desejamos também uma Igreja madalena, que se sinta amada e reconciliada, que anuncie com alegria e convicção Cristo crucificado e ressuscitado. Uma Igreja mariana que gera filhos para a fé e os educa com afeto e paciência, aprendendo também com as riquezas dos povos. Queremos ser uma Igreja servidora, querigmática, educadora, inculturada, no meio dos povos que servimos.
b. A Igreja em diálogo ecumênico, inter-religioso e cultural
23. A realidade pluriétnica, pluricultural, plurirreligiosa da Amazônia exige uma atitude de diálogo aberto, reconhecendo também a multiplicidade de interlocutores: os povos indígenas, ribeirinhos, camponeses e afrodescendentes, as demais Igrejas cristãs e confissões religiosas, organizações da sociedade civil, movimentos sociais populares, o Estado, enfim todas as pessoas de boa vontade que buscam a defesa da vida, a integridade da criação, a paz e o bem comum.
24. Na Amazônia, “as relações entre católicos e pentecostais, carismáticos e evangélicos não são fáceis. O surgimento repentino de novas comunidades, ligadas à personalidade de alguns pregadores, contrasta fortemente com os princípios e a experiência eclesiológica das Igrejas históricas e pode ocultar o perigo de ser arrastado pelas ondas emocionais do momento ou de confinar a experiência de fé em ambientes protegidos e tranquilizadoras. O fato de que muitos fiéis católicos sintam-se atraídos por essas comunidades é motivo de atrito, mas pode tornar-se, de nossa parte, motivo de exame pessoal e de renovação pastoral” (Papa Francisco, 28.9.2018). O diálogo ecumênico, inter-religioso e intercultural deve ser assumido como o caminho indispensável da evangelização na Amazônia (cf. DAp 227). A Amazônia é um amálgama de credos, a maioria cristãos. Diante desta realidade, os verdadeiros caminhos de comunhão se abrem para nós: “Não bastam as manifestações de bons sentimentos. Fazem falta gestos concretos que penetrem nos espíritos e sacudam as consciências, impulsionando cada um à conversão interior, que é o fundamento de todo progresso no caminho do ecumenismo” (Bento XVI, Mensagem aos cardeais na Capela Sistina, 20/04/2005). A centralidade da Palavra de Deus na vida de nossas comunidades é fator de união e diálogo. Em torno da Palavra podem ocorrer muitas ações comuns: traduções da Bíblia para as línguas locais, edições em conjunto, difusão e distribuição da Bíblia e encontros entre teólogos e de teólogos e teólogas católicos e de diferentes confissões.
25. Na Amazônia, o diálogo inter-religioso ocorre especialmente com as religiões indígenas e os cultos de matriz africana. Essas tradições merecem ser conhecidas, compreendidas em suas próprias expressões e em sua relação com a floresta e a mãe terra. Juntamente com eles, os cristãos, com base na sua fé na Palavra de Deus, colocam-se em diálogo, partilhando suas vidas, suas preocupações, suas lutas, suas experiências de Deus, para aprofundar mutuamente sua fé e atuar juntos em defesa da “Casa comum”. Para isso, as igrejas da Amazônia precisam desenvolver iniciativas de encontro, estudo e diálogo com os seguidores dessas religiões. O diálogo sincero e respeitoso é a ponte para a construção do “bem viver”. Na troca de dons, o Espírito Santo conduz cada vez mais à verdade e ao bem (cf. EG 250).
Igreja missionária que serve e acompanha os povos amazônicos
26. Este Sínodo quer ser um forte apelo para que todos os batizados da Amazônia sejam discípulos missionários. O envio à missão é inerente ao batismo e é para todos os batizados. Por Ele todos nós recebemos a mesma dignidade de filhos e filhas de Deus, e ninguém pode ser excluído da missão de Jesus aos seus discípulos. “lde pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Por isso acreditamos que é necessário gerar um maior impulso missionário entre as vocações nativas; a Amazônia também deve ser evangelizada pelos amazônidas.
a. Igreja com rosto indígena, camponês e afrodescendente
27. É urgente dar à pastoral indígena o seu lugar específico na Igreja. Partimos de realidades plurais e culturas diversas para definir, elaborar e adotar ações pastorais que nos permitam desenvolver uma proposta evangelizadora em meio às comunidades indígenas, situando-nos no marco de uma pastoral indígena e da terra. A pastoral dos povos indígenas tem a sua própria especificidade. As colonizações motivadas pela atividade extrativa predatória ao longo da história, com as diferentes correntes migratórias, colocam-nas numa situação de grande vulnerabilidade. Neste contexto, como Igreja, segue sendo necessário criar ou manter uma opção preferencial pelos povos indígenas, em virtude da qual as organizações pastorais indígenas diocesanas devem ser estabelecidas e consolidadas com renovada ação missionária, que escute, dialogue, esteja encarnada e com uma presença permanente. A opção preferencial pelos povos indígenas, com as suas culturas, identidades e histórias, nos exige aspirar uma Igreja indígena com os seus próprios sacerdotes e ministros sempre unidos e em plena comunhão com a Igreja Católica.
28. Reconhecendo a importância da atenção que a Igreja é chamada a dar na Amazônia ao fenômeno da urbanização e aos problemas e perspectivas a ela relacionados, é necessário referir-se ao mundo rural como um todo e à pastoral rural em particular. Do ponto de vista pastoral, a Igreja deve responder ao fenômeno do despovoamento do campo, com todas as consequências que dele derivam (perda de identidade, secularismo dominante, exploração do trabalho rural, desintegração familiar etc.).
b. Igreja com rosto migrante
29. Dado seu aumento e volume, o fenômeno da migração tornou-se um desafio político, social e eclesial sem precedentes (cf. DAp, 517, a). Diante disso, muitas comunidades eclesiais têm recebido os migrantes com grande generosidade, lembrando que: “Eu era um estrangeiro e me acolhestes” (Mt 25,35). O deslocamento forçado de famílias indígenas, camponesas, afrodescendentes e ribeirinhas, expulsas de seus territórios por pressão e asfixia por falta de oportunidades, exige uma pastoral conjunta na periferia dos centros urbanos. Para isso, será necessário criar equipes missionárias para acompanhá-los, coordenando com as paróquias e outras instituições eclesiais e extraeclesiais as condições de acolhida, oferecendo liturgias inculturadas e nas línguas dos migrantes; promovendo espaços de intercâmbio cultural, favorecendo a integração na comunidade e na cidade e motivando-os neste trabalho a serem protagonistas.
C. Igreja com rosto jovem
30. Entre os diversos rostos da realidade panamazônica, destaca-se a dos jovens presentes em todo o território. São jovens com rostos e identidades indígenas, afrodescendentes, ribeirinhos, extrativistas, migrantes, refugiados, entre outros. Jovens moradores de áreas rurais e urbanas, que diariamente sonham e buscam melhores condições de vida, com o profundo desejo de ter uma vida plena. Jovens estudantes, trabalhadores e com forte presença e participação em diversos espaços sociais e eclesiais. Entre os jovens amazônicos, são apresentadas tristes realidades como pobreza, violência, doença, prostituição infantil, exploração sexual, uso e tráfico de drogas, gravidez precoce, desemprego, depressão, tráfico de pessoas, novas formas de escravidão, tráfico de órgãos, dificuldades de acesso à educação, saúde e assistência social. Infelizmente, nos últimos anos, tem havido um aumento significativo do suicídio entre os jovens, bem como um aumento da população prisional juvenil e de crimes entre e contra os jovens, especialmente afrodescendentes e das periferias. Vivendo no grande território da Amazônia, eles têm os mesmos sonhos e desejos de outros jovens do mundo: serem considerados, respeitados, terem oportunidades para estudar, trabalhar, um futuro de esperança. Mas eles estão vivendo uma intensa crise de valores, ou uma transição para outros modos de concepção da realidade, onde os elementos éticos estão mudando, inclusive para a juventude indígena. A tarefa da Igreja é acompanhá-los para enfrentar qualquer situação que destrua a sua identidade ou prejudique a sua autoestima.
31. Os jovens também estão intensamente presentes nos contextos migratórios do território. A realidade dos jovens nos centros urbanos merece especial atenção. Cada vez mais as cidades estão recebendo todos os grupos étnicos, povos e problemas da Amazônia. A Amazônia rural está se despovoando; as cidades enfrentam enormes problemas de delinquência juvenil, falta de trabalho, lutas étnicas e injustiças sociais. Aqui, em particular, a Igreja é chamada a ser uma presença profética entre os jovens, oferecendo-lhes um acompanhamento adequado e uma educação apropriada.
32. Em comunhão com a realidade juvenil amazônica, a Igreja anuncia a Boa Nova de Jesus aos jovens, o discernimento e o acompanhamento vocacional, o lugar de valorização da cultura e identidades locais, a liderança juvenil, a promoção dos direitos dos jovens, o fortalecimento de espaços criativos, inovadores e diferenciados de evangelização através de uma renovada e audaciosa pastoral juvenil. Uma pastoral sempre em processo, centrada em Jesus Cristo e em seu projeto, dialogante e integral, comprometida com todas as realidades juvenis existentes no território. Os jovens indígenas têm enorme potencial e participam ativamente de suas comunidades e organizações, contribuindo como líderes e animadores, em defesa dos direitos, especialmente no território, saúde e educação. Por outro lado, são as principais vítimas da insegurança das terras indígenas e da ausência de políticas públicas específicas e de qualidade. A disseminação do álcool e das drogas chega muitas vezes às comunidades indígenas, prejudicando seriamente os jovens e impedindo-os de viver livremente para construir seus sonhos e participar ativamente da comunidade.
33. O protagonismo dos jovens aparece claramente nos documentos do Sínodo para os jovens (160,46), na exortação papal Christus Vivit (170) e na Encíclica Laudato Si’ (209). Os jovens querem ser protagonistas e a Igreja amazônica quer reconhecer seu espaço; quer ser companheira de escuta, reconhecendo os jovens como lugar teológico, como “profetas da esperança”, comprometidos com o diálogo, ecologicamente sensíveis e atentos à “Casa comum”; uma Igreja que acolhe e caminha com os jovens, especialmente nas periferias. Diante disso, surgem três urgências: promover novas formas de evangelização através das redes sociais (Francisco, Christus Vivit 86); ajudar os jovens indígenas a alcançar uma sadia interculturalidade; ajudá-los a enfrentar a crise de anti-valores que destrói sua autoestima e os faz perder sua identidade.
d. Igreja que percorre novos caminhos na pastoral urbana
34. A forte tendência da humanidade de se concentrar nas cidades, migrando das pequenas para as grandes, também ocorre na Amazônia. O crescimento acelerado das metrópoles amazônicas é acompanhado pela geração de periferias urbanas. Ao mesmo tempo, estilos de vida, formas de convivência, linguagens e valores moldados pelas metrópoles estão sendo transmitidos e cada vez mais implantados tanto nas comunidades indígenas quanto no resto do mundo rural. A família na cidade é um lugar de síntese entre a cultura tradicional e a moderna. No entanto, as famílias sofrem frequentemente pela pobreza, habitação precária, falta de trabalho, aumento do consumo de drogas e álcool, discriminação e suicídio infantil. Além disso, na vida familiar há falta de diálogo entre as gerações e assim se perdem as tradições e a língua. As famílias também enfrentam novos problemas de saúde, que exigem uma educação adequada para a maternidade. As rápidas mudanças de hoje afetam a família amazônica. Assim, encontramos novos formatos familiares: famílias monoparentais sob a responsabilidade das mulheres, aumento das famílias separadas, uniões consensuais e famílias reunidas, diminuição dos casamentos institucionais. A cidade é uma explosão de vida, porque “Deus vive na cidade” (DAp 514). Nela há ansiedades e buscas de sentido da vida, conflitos, mas também solidariedade, fraternidade, desejo de bondade, verdade e justiça” (cf. EG 71-75). Evangelizar a cidade ou a cultura urbana significa “alcançar e, por assim dizer, modificar com a força do Evangelho os critérios de julgamento, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes de inspiração e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e o projeto de salvação” (EN 19).
35. É necessário defender o direito de todas as pessoas à cidade. O direito reivindicado à cidade é definido como o gozo equitativo das cidades dentro dos princípios da sustentabilidade, democracia e justiça social. No entanto, também será necessário incidir nas políticas públicas e promover iniciativas que melhorem a qualidade de vida nas áreas rurais, evitando seu deslocamento descontrolado.
36. As comunidades eclesiais de base foram e são um dom de Deus às Igrejas locais da Amazônia. No entanto, é necessário reconhecer que, com o tempo, algumas comunidades eclesiais se acomodaram, enfraqueceram ou até desapareceram. Mas, a grande maioria permanece perseverante e é o fundamento pastoral de muitas paróquias. Hoje, os grandes perigos das comunidades eclesiais provêm principalmente do secularismo, do individualismo, da falta de dimensão social e da ausência de atividade missionária. Portanto, é necessário que os pastores encorajam todos e cada um dos fiéis ao discipulado missionário. A comunidade eclesial deve estar presente nos espaços de participação nas políticas públicas onde se articulam ações para revitalizar a cultura, a convivência, o lazer e a festa. Devemos lutar para que as “favelas” e as “villas miséria” tenham os direitos fundamentais básicos garantidos: água, energia, moradia e promoção de uma cidadania ecológica integral. Instituir o ministério de acolhida nas comunidades urbanas da Amazônia para a solidariedade fraterna com migrantes, refugiados, desabrigados e pessoas que deixaram as áreas rurais.
37. A realidade dos povos indígenas nos centros urbanos merece especial atenção, pois são os mais expostos aos enormes problemas da delinquência juvenil, falta de trabalho, lutas étnicas e injustiças sociais. É um dos maiores desafios da atualidade: cada vez mais cidades são destinos de todas as etnias e povos da Amazônia. Será necessário articular uma pastoral indígena da cidade que atenda a esta realidade específica.
e. Uma espiritualidade da escuta e do anúncio
38. A ação pastoral se sustenta em uma espiritualidade baseada na escuta da Palavra de Deus e no grito do seu povo, para poder anunciar a Boa Nova com espírito profético. Reconhecemos que a Igreja que escuta o grito do Espírito no grito da Amazônia pode apropriar-se das alegrias e esperanças, da tristeza e da angústia de todos, mas sobretudo dos mais pobres (cf. GS 1), que são os filhos e filhas prediletos de Deus. Descobrimos que as poderosas águas do Espírito, semelhantes às do rio Amazonas, que transbordam periodicamente, nos levam a essa vida em abundância que Deus nos oferece para partilhar no anúncio.
Novos caminhos de conversão pastoral
39. As equipes missionárias itinerantes na Amazônia, tecendo e construindo comunidades ao longo do caminho, ajudam a fortalecer a sinodalidade eclesial. Elas podem reunir vários carismas, instituições e congregações, leigos e leigas, religiosos e religiosas, sacerdotes. Somar para chegar juntos onde não podemos fazê-lo sozinhos. As itinerâncias dos missionários que deixam sua sede e passam algum tempo visitando comunidade por comunidade e celebrando sacramentos dão origem ao que é chamado de “pastoral de visita”. É um tipo de método pastoral que responde às condições e possibilidades atuais de nossas igrejas. Graças a estes métodos e à ação do Espírito Santo, estas comunidades desenvolveram também uma rica ministerialidade que é motivo de ação de graças.
40. Propomos uma rede itinerante que reúna os diversos esforços das equipes que acompanham e dinamizam a vida e a fé das comunidades da Amazônia. Os caminhos de incidência política para a transformação da realidade devem ser discernidos com pastores e leigos. Com o objetivo de passar das visitas pastorais a uma presença mais permanente, as congregações e/ou províncias de religiosos do mundo, que ainda não estão envolvidos em missões, são convidadas a estabelecer pelo menos uma frente missionária em cada um dos países amazônicos.
(Atenção: os grifos são nossos)
Ob.: Acompanhe-nos. Na próxima postagem:
Capítulo 3 – Novos caminhos de conversão cultural