Para o bispo de Barra do Piraí–Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo, dom Francisco Biasin, os bispos não querem apenas comemorar, mas dar passos concretos rumo ao ecumenismo. Apesar de vários séculos distantes, a Igreja Católica Romana está passando do conflito à comunhão com a Igreja Luterana.
O Papa Francisco, nas palavras do bispo, vem dando testemunhos concretos nessa direção. Em outubro do ano passado, visitou Lund, na Suécia, para dar início à comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante, encabeçada por Martin Lutero. Após o Concílio Vaticano II, há um processo de 50 anos de retomada de relação fraterna com as igrejas ortodoxas.
Martin Lutero, segundo dom Biasin, quando pensou na reforma não pensou em retoques, ele propôs uma volta às origens da Igreja. “Hoje é possível reconhecer as Igrejas separadas como igrejas irmãs, percebendo suas diferentes contribuições e riquezas”, disse. Ao celebrar os 500 anos da Reforma Protestante, a Igreja Católica no Brasil quer ainda reabilitar a figura de Lutero, reconhecendo suas contribuições.
Caminho do ecumenismo
O Papa Francisco defende um ecumenismo espiritual, que pode ser fortalecido pela Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos aqui no Brasil. Outro aspecto, para o Papa, é que o ecumenismo não é algo estático. “Ecumenismo se faz caminhando juntos”, disse.
O Papa, lembrou dom Biasin, é um propulsor do diálogo inter-religioso, sobretudo com o Islam. “Na semana passada, na visita ao Cairo, no Egito, o Papa levou consigo o primaz Bartolomeu, da Igreja Ortodoxa’, disse o religioso.
O presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo abordará hoje, à tarde, na 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, os caminhos do diálogo religioso e a agenda de tarefas para avançar rumo ao ecumenismo.
Nesse sentido, a Celebração Ecumênica, hoje às 18h, da qual participa o Primaz da Igreja Anglicana do Brasil, dom Francisco da Silva, e representantes de outras igrejas, é um passo importante. Simbolicamente, os bispos acenderão um círio pascal que aponta para a unidade entre as igrejas.
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