Diante das graves ameaças promovidas pelo atual modelo econômico, nasce em Belo Horizonte o Comitê Arquidiocesano das Águas

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, criou, a partir de decreto publicado neste dia 6 de julho de 2020, o Comitê Arquidiocesano das Águas (COAGUAS), que reúne especialistas de diferentes áreas do conhecimento.

O Comitê tem “a missão de tornar realidade as orientações inspiradas na Carta Encíclica “Laudato Si: sobre o Cuidado da Casa Comum”, do papa Francisco (24/05/2015), no território da Arquidiocese de Belo Horizonte, com seus 28 municípios, na esperança de responder efetivamente aos clamores das águas, bem e dom indispensáveis a todo ser vivo.

Desse modo, entre as atribuições do Comitê estão, principalmente, ações que contribuam na formulação de políticas públicas de modo a garantir a preservação e o acesso universal à água, bem essencial à vida.

“Fazer denúncias, formalizá-las e publicizá-las, na medida em que se descubram flagrantes desrespeitos às normas de proteção do meio ambiente e das águas, com o objetivo de mobilizar a sociedade e evitar a degradação ambiental”

Também são atribuições do Comitê, que se dedicará, ainda, a promover “aulas abertas”, contribuindo para que a população exerça a cidadania também na defesa dos recursos naturais.

Situação deixada pela mineradora Santa Paulina, desativada há quase dez anos, mas que deseja, com sede de lucros, voltar a destruir as serras e os mananciais de água da região de Ibirité – MG.

O decreto do Arcebispo lembra do acesso desigual à água, com os mais pobres excluídos do direito a esse bem imprescindível à vida:

“Cresce a tendência de se privatizar as águas e já consolidam-se empresas para torná-las mercadoria sujeita às leis do mercado, negando, assim, que o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental, universal, porque determinante na sobrevivência das pessoas e, portanto, condição para o exercício de outros direitos humanos”, afirma o documento.

No decreto de criação, dom Walmor explica que o Comitê inspira-se na Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado com a casa comum, do papa Francisco. O Arcebispo lembra que

As diversas crises que, no decorrer dos anos, envolveram e envolvem as águas no território da Arquidiocese de Belo Horizonte, sejam elas provocadas por enchentes ou períodos de racionalização no uso de água, impostos por longas estiagens e abaixamento da umidade relativa do ar, bem como a contaminação de águas em nascentes, riachos e rios e, ainda, pela canalização de córregos e ribeirões, são sintomas de uma questão tratada inadequadamente pelos poderes públicos.”.

Integram o Comitê:

  • Profª. Aleluia Heringer Lisboa Teixeira, doutora em educação;
  • Prof. Antônio Luiz Gonçalves do Nascimento, especialista em direito urbanístico e ambiental;
  • Profª. Elaine de Fátima Ferreira Barros, especialista em geografia humana;
  • Prof. Geraldo Tadeu Rezende Silveira, doutor em meio ambiente;
  • Prof. Henrique Paprocki, doutor em entomologia;
  • Prof. João Henrique Rettore Totaro, doutor em linguística;
  • Profª. Mônica de Cássia Souza Campos, doutora em ciências naturais.
  • Pe. Fernando César do Nascimento, vigário episcopal para o meio ambiente;

Confira, na íntegra, o Decreto:

Decreto – Comitê arquidiocesano para as águas

Fonte:

www.arquidiocesebh.org.br

1 Comentário

  1. A privatização da água prejudica a todos e em especial aos mais pobres e só beneficia os capitalistas!

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