Conheça Ramon Jung, jovem que representará Minas Gerais no encontro Economia de Francisco em Assis

Apresentação:

“Meu nome é Ramon Jung Pereira, tenho 26 anos e moro em Betim. Atualmente sou mestrando em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (bolsista), com foco em estudos nas áreas de inovações sociais e empresas sociais, além de ser pesquisador associado do Núcleo de Pesquisa em Ética e Gestão Social (NUPEGS) da PUC Minas. Sou formado em Administração pela PUC Betim, e tenho experiência profissional bem diversificada que já alcança 10 anos, experiências essas nas áreas de robótica, gestão financeira, empreendedorismo (negócio próprio), docência (monitorias de matemática), etc. Em minha última experiência profissional, eu desenvolvi em uma empresa de software o Decolab – uma aceleradora de negócios, projetos e ideias que visava, de acordo com a necessidade de cada situação, criar mecanismos, realizar pesquisas com alto rigor técnico, criar processos de inteligência, adaptar processos e setores a novas culturas de trabalho, para obter rapidamente e respostas sobre a viabilidade de projetos. Em 2019, abandonei esse posto para me dedicar ao mestrado, onde tenho realizado pesquisas sobre, principalmente, as temáticas das empresas sociais e inovações sociais, alem de assuntos como sustentabilidade, reciclagem, entre outros temas dentro do campo da gestão social que muito dialogam com os princípios da economia de Francisco. Além disso, sou professor voluntário de inglês para crianças que moram nos bairros de Vianópolis, Marimba, Santo Afonso e Barro Branco, presentes no projeto Sonhart.

No meu ponto de vista, o chamado do Papa Francisco foi o reforço, foi o incentivo necessário para que possa a partir dali, uma nova economia, mais justa, mais igualitária, incorporada dos seus reais sentidos possa surgir. Sempre fui muito incomodado pela maneira como temos enxergado a economia como algo fora das suas reais funções. O padrão hegemônico neoliberal de ensino, de trabalho e de vida, tem nos levado a esquecer de sermos seres humanos. No meu ponto de vista, a visão tradicional de que o crescimento econômico por si só traz benefícios a sociedade, gera bem-estar e garante “bien-vivir”  não pode ser dado como verdade. A visão tradicional do capitalismo, que concentra em uma pequena porcentagem de pessoas grande quantidade de riqueza e, consequentemente, acarreta o descompasso do fenômeno do consumo, precisa ser repensado. Eu acredito que precisamos trabalhar nessa necessária reconstrução e ressignificação do capitalismo. É incrivelmente maravilhoso como tantas pessoas abraçaram o chamado do papa Francisco, não apenas os católicos, mas aquelas pessoas quem acreditam que precisamos mudar para sobreviver, viver, com fé que sim, se juntos, conseguiremos chegar a dias melhores. Estou extremamente ansioso para o congresso de Assis, rs.

Sobre o concurso de empresas sociais:

 O “Concurso de Empresas Sociais” é um projeto de caráter extensionista criado pelo professor Téo (Armindo dos Santos de Sousa Teodósio) e desempenhado entre turmas de graduação em administração e sistemas da PUC Minas Betim e São Gabriel. O concurso tem o objetivo de fomentar a criação de empresas sociais entre graduandos gerando ideias, projetos e perspectivas de negócios capazes de gerar valor social e ambiental e se contrapor à minério-dependência na cidade de Brumadinho após o crime da Vale – crime que causara a morte de aproximadamente trezentas pessoas. Hoje, o concurso é realizado dentro da disciplina “Responsabilidade & Sustentabilidade Organizacional”, nas turmas de administração da unidade de Betim e São Gabriel e, para a turma de Sistemas da unidade do São Gabriel, é desenvolvido dentro da disciplina de “Introdução a Administração”. Sua metodologia do concurso se dá em quatro etapas: contextualização da literatura, desenvolvimento de propostas de empresas sociais, pitchs para aprimoramento de propostas e apresentação final de propostas para banca avaliadora e comunidade de Brumadinho.

Espera-se que, através desse modelo didático, seja desenvolvido um tipo de corrente não tradicional de ensino que combinam aulas multidisciplinares, descentralização do conhecimento e criação de iniciativas que resolvam problemas reais “junto” e não “para” as pessoas. Além disso, espera-se que seja possível estimular o empreendedorismo social e aplicação de valores de cidadania entre estudantes através de práticas que exigem se relacionar com atores fora da academia, com os saberes locais, estimulando o processo de construção de inovações sociais em contexto real problemático. De forma geral, observa-se que através do desenvolvimento do concurso é notado uma possível promoção e disseminação do empreendedorismo social como alternativa de carreira – a qual respeita e objetiva questões importantes não consideradas no modelo capitalista tradicional –, aproximação da universidade com a comunidade, estabelecimento de forma alternativa de discência, descentralizando e desierarquizando saberes e a criação de iniciativas de empresas sociais para problemas reais da sociedade, que atualmente, soma-se mais de cinquenta propostas criadas.”