Juventudes – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com Thu, 25 Apr 2024 18:26:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.4 https://i0.wp.com/observatoriodaevangelizacao.com/wp-content/uploads/2024/04/cropped-logo.png?fit=32%2C32&ssl=1 Juventudes – Observatório de Evangelização https://observatoriodaevangelizacao.com 32 32 232225030 Diálogo intergeracional 3: Pois é, Frei Betto. Por Ruan de Oliveira Gomes https://observatoriodaevangelizacao.com/dialogo-intergeracional-3-pois-e-frei-betto-por-ruan-de-oliveira-gomes/ Wed, 24 Apr 2024 15:27:35 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49752 [Leia mais...]]]> Queria alargar nossas reflexões e sim, acredito que sim, muitas das ideias da sua geração, ideias que construímos para fazer pastoral e movimentos com propostas políticas já não tocam mais nossos corações e não dizem mais nada a nossos jovens. (…) ainda que jovens podemos ensinar, ocupar e ser. Precisamos construir juntos, rever nossas práticas, ter a coragem de abrir espaços às novas lutas e participarmos da construção do futuro. Nossos cabelos, brancos ou não, denunciam o inverno que nos acomete. Ainda estamos no inverno, mas pode ser primavera se construirmos juntos e eu com meus cabelos pretos ainda acredito nisso. Se a juventude não sonha, a culpa [se há culpa] não é da juventude.

Confira o artigo de Ruan de Oliveira Gomes (os grifos são nossos):

Pois é, Frei Betto.

Meus cabelos são pretos. Acho que isso já seja suficiente para uma apresentação e início de conversa.

Eu também estava no Fé e Política, ou ao menos em quase todo ele, e também me entristeci ao olhar para o lado e não me sentir representado em nenhuma mesa. Mas, não ser representado é o menor dos problemas e talvez seja somente o sintoma de um problema muito maior.

Eu sou apenas um jovem e ainda me atrevo a te responder do lado de cá das lutas populares em prol da libertação. Eu estou do mesmo lado da trincheira, mas sinto que estou mais sozinho que a sua geração.

Talvez o senhor saiba que quase não há nas nossas muitas juventudes projetos a serem abraçados, talvez alguém nos lembre o que Lyotard chamou de fim das metanarrativas e talvez alguém apressado venha dizer que esse é o motivo pelo qual você viu poucos jovens e muito cabelo branco naquele encontro e pode ser que alguém nos recorde que nossos jovens estão enveredados até o pescoço em um tradicionalismo ou reacionarismo ora comendo e bebendo a cotidianidade da vida comum, sem fazer história como nos recorda Samir Amin.

Isso tudo é verdade, mas queria alargar nossas reflexões e sim, acredito que sim, muitas das ideias da sua geração, ideias que construímos para fazer pastoral e movimentos com propostas políticas já não tocam mais nossos corações e não dizem mais nada a nossos jovens. Se não breguice e cacofonia.

Encontros dessa natureza são feitos com quem e para quem? Vejo o 12º Encontro nacional de Fé e Política como um encontro para demarcar um território, construir um caminho de organização e trazer a tona uma memória construída. Porque se ele quisesse fazer uma imersão na vida das juventudes não seria feito nesses moldes.

Se a esquerda está acuada, isto deve-se porque ela se acuou e achou suficiente estar em clubinhos dos iluminados tecnocratas que não conseguem sair de suas discussões entre pares. O movimento Fé e Política sediar seu 12º encontro num dos shoppings de Belo Horizonte é extremamente imagético e pouco acidental.

Do alto da Torre de Marfim, no símbolo do neoliberalismo, estávamos criticando o mesmo sistema enquanto muitos daqueles do encontro estavam indo embora em seus confortáveis assentos de uber e os outros que conseguiram estacionar seus automóveis pagaram em um dia o que muitos dos nossos jovens ganham em um mês.

Sim, Frei Betto, eu concordo. Se a esquerda acuou isso deve-se a ausência da coerência entre práxis e teoria.

Sim, Frei Betto. Eu também senti falta dos jovens e também me senti sozinho naquele e em muitos outros encontros (nada) populares que eu tenho participado. O fato de a esquerda “ainda ser a mesma” não me parece acidental, quando eu não vejo nenhum jovem dividindo a mesa e com a palavra falando das nossas lutas, esperanças e sonhos.

Não estamos porque não nos sentimos parte-com e esse sentimento se dá pela falta de protagonismo dado a jovens e a seus coletivos. Embora houvesse jovens em grupos temáticos, isso é marginal. Queremos mais que estar, queremos ser respeitados e ser aquilo que somos.

Parece-me que, muitos dos cabelos brancos até que querem falar com a gente, mas falar enquanto dinâmica própria dos cabelos brancos. Quer que os jovens entrem na dança e não querem entrar na dança deles

Tratar sobre juventudes não é um adereço e o senhor sabe. Seria como chamar mulher para falar sobre ser mulher e jovem para falar como é ser jovem. Não é isso, e isso é muito pouco; é ver a partir destes corpos como corre a utopia e o entusiasmo de construção de alternativas globais.

Embora tenha tido uma fala circunstancial para demarcar a presença rarefeita de jovens, eu vejo poucos deles sentados ao lado dos gigantes que nos precederam na luta. Naquele e em outros momentos, enquanto a extrema direita não somente dá esse espaço, como também o usa para chamar mais jovens para suas fileiras.

Sim, Frei Betto, respeitar a memória de vocês cabelos brancos é importante e esse respeito deveria comportar que fizéssemos e estivéssemos em muitos dos lugares que embora cerceados, são nossos. Não pedimos apenas falas circunstanciais, porque vocês também não estavam satisfeitos somente com falas circunstanciais quando os cabelos ainda não eram brancos.

Queremos falar das nossas utopias, que ainda trazem muitas das suas e dos outros cabelos brancos, mas que são as nossas e não uma extensão das gerações anteriores.

“Ainda há teólogos da libertação?” foi uma das perguntas que me fiz naquele e em muitos outros encontros que tenho participado.

Sim, Frei Betto. Nós somos poucos, mas ainda estamos aqui: as juventude libertadoras que ousam sonhar apesar e contrária a muitos, inclusive gente do nosso lado e se estamos aqui, isso se dá porque vocês nos inspiram.

Fiquei feliz de naquele encontro do Fé e Política encontrar muitos daqueles que são referências pastorais e de militância popular e queria mesmo ter contado para os meus amigos como foi interessante tudo aquilo, mas eles também não os conhecem. Já não há mais heróis a serem propagados e aqueles que se colocam para nós são tão estranhos que não os reconhecemos como referências, há um problema geracional, mas há também um problema de linguagem.

Sim, Frei Betto, ainda estamos aqui, naqueles lugares populares que muitos das gerações passadas abandonaram. Não vejo as mãos de muitos cabelos brancos sujas, embora vejo e acompanho todas as críticas de como a sujeira é de rapina. Os cabelos brancos tiveram medo de sujar e calejar suas mãos de intelectuais, mas ainda estamos aqui. Seja em cursinhos populares, em assentamentos de terra, em pastorais sociais, em movimentos e coletivos.

Queremos aprender, não de forma financeira, se é que ainda nos lembramos de Paulo Freire. Mas também, ainda que jovens podemos ensinar, ocupar e ser.

Precisamos construir juntos, rever nossas práticas, ter a coragem de abrir espaços às novas lutas e participarmos da construção do futuro. Nossos cabelos, brancos ou não, denunciam o inverno que nos acomete. Ainda estamos no inverno, mas pode ser primavera se construírmos juntos e eu com meus cabelos pretos ainda acredito nisso.

Se a juventude não sonha, a culpa [se há culpa] não é da juventude.

Ruan de Oliveira Gomes

Membro da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara e seminarista da Diocese de Luz – MG

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Diálogo intergeracional 2: Cabelos grisalhos, por Jorge Alexandre Alves https://observatoriodaevangelizacao.com/dialogo-intergeracional-2-cabelos-grisalhos-por-jorge-alexandre-alves/ Wed, 24 Apr 2024 14:34:54 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49742 [Leia mais...]]]> Diante dessa realidade, como sonhar com um amanhã melhor? Para muitos jovens de camada popular, o futuro inexiste. Sem futuro não há utopia. Resta matar um leão por dia para ter o que comer e o que vestir. Vemos poucos jovens nestes eventos em que estamos presentes porque a moçada tá “no corre da vida defendendo um qualquer”, como eles dizem. Não há mais uma comunidade de fé ou um movimento social que financie essas experiências. Quem o fará em um mundo social reduzido a duas instituições – família e Estado –pelo neoliberalismo? E um detalhe: a maioria destes jovens não são católicos. Não deveríamos pensar que estamos em uma bolha geracional formada por nós mesmos ao longo do tempo? Não estaríamos nós hermeticamente fechados em nossas verdades e metodologias a ponto de não conseguirmos mais escutar os mais novos? Queremos ceder o protagonismo às novas gerações?

Confira o artigo do Jorge Alexandre Alves (os grifos são nossos):

CABELOS GRISALHOS
(em resposta a “CABELOS BRANCOS”, de Frei Betto)

Caríssimo Frei Betto,

Acabei de ler seu mais recente texto, “CABELOS BRANCOS”, que traz uma série de reflexões importantes. Seu olhar aguçado e perspicaz nos interpela sobre um fenômeno que não é exatamente novo, mas que agora salta aos nossos olhos.

Provocado pelo artigo de sua autoria, tomo a ousadia de fazer essa resposta. Quem sabe não posso também dar alguma contribuição para a questão que você nos trouxe?

Estivemos juntos algumas vezes ao longo dos últimos anos, em encontros e palestras. Tive a honra de conversar longamente contigo em um carro, a caminho do bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, quando sua biografia foi lançada em uma comunidade no extremo da periferia da outrora Cidade Maravilhosa.

Frei Betto, entendo que sua indagação a respeito do envelhecimento das ideias é provocativa. Ora, somos discípulos de um prisioneiro político executado sumariamente pelas forças de um império há 2 mil anos. Se as ideias que levaram Jesus à cruz tivessem morrido no Calvário, não estaríamos aqui, não é mesmo?

Da mesma forma, as ideias de Marx não morreram com a derrubada do Muro de Berlim. Basta vermos nas redes digitais (que não são nada sociais, diga-se) o trabalho feito por jovens como Sabrina Fernandes ou o Chavoso da USP. Olhemos para a experiência de videocasts como o Podpah… A gente sequer consegue fazer algo semelhante ou mesmo ser convidado por esse pessoal que tem canal aberto com as juventudes.

Sou exatamente três gerações mais novo que o senhor. No meio do ano completo 50 anos e meus cabelos já estão grisalhos. Arrisco-me a dizer que minha geração pegou o finalzinho daquela época áurea das Comunidades Eclesiais de Base, da Teologia da Libertação, daquela grande geração de bispos comprometidos com as causas da vida, como dizia Pedro Casaldáliga.

Na Igreja, fui testemunha ocular do ponto de virada destes tempos de esperança primaveril para o deserto frio de uma Igreja autorreferencial. Pouco a pouco foi censurando, punindo que apoiava as lutas populares e se retirando ela mesma dessas lutas. As milícias da Zona Oeste agradeceram.

O catolicismo perdeu capilaridade social no Rio de Janeiro. Eu vivo aqui desde que nasci. A cidade, tão pujante em sua cultura, sempre foi um terreno muito degradado em termos eclesiais.

A arquidiocese carioca sediou a experiência-piloto da restauração romana, do clericalismo, do reacionarismo que caracterizou o projeto da “volta à grande disciplina”, como bem advertiu o saudoso João Batista Libânio. Quarenta anos mais tarde, o que era um experimento diocesano tornou-se a regra na maior parte do Brasil.

Tendo passado pela Pastoral da Juventude nos anos 1990, minha fé libertadora e meu corpo sentiram o peso da instituição eclesial quando o nosso modo de ser Igreja Jovem naquele tempo foi perseguido e proibido. Vivi algo semelhante na minha vida profissional, ao passar mais de duas décadas na educação católica. Neste caso até mais grave porque era perpetrado por gente de discurso progressista e libertador. Ou seja, o cancelamento e o assassinato de reputação não é monopólio do neofascismo nem coisa recente criada pelo fundamentalismo cristão no Brasil. Entre nós, ele sempre esteve presente de alguma forma, talvez não fosse tão agressivo e acintoso como é hoje.

Evidentemente que essa coisa fascistóide precisa ser denunciada e combatida, mas anda difícil dizer algumas verdades incômodas em certo círculos do campo progressista. Tem sido essa a experiência que nós, professores da rede federal, temos vivido porque resolvemos entrar em greve, quando somos acusados de querer prejudicar o governo.

Nossas disputas internas, nossos expurgos e fratricídios por vezes são tão ou mais dolorosos que os ataques da extrema-direita. Será que os mais jovens já não perceberam isso e o quanto é difícil ser escutado pelos “cabeças-brancas” a ponto de preferirem simplesmente não estar?

Em um tempo marcado pelas doenças da alma, para quê adoecer onde você deveria alimentar a esperança? Tem sido melhor ficar e lutar nos territórios. Ação local para pensar global. Talvez um primeiro exercício nosso de revisão de práxis fosse escutar mais do que ter algo a dizer.

Aqui no Rio tenho sido chamado para falar em alguns lugares também. Seja na Baixada Fluminense, ou em assessorias para o CEBI ou para o Movimento Fé e Política. Não falo para milhares de pessoas como o senhor, mas em grupos menores onde tenho falado a presença raramente é jovem.

Desde antes da pandemia observo o mesmo fenômeno indicado em seu texto. Onde estão nossos jovens? Eu me refiro à turma da PJ, das Comunidades de Base, catequistas, agentes de pastoral… Mas esse não é um problema isolado do catolicismo progressista.

Semana passada, fui ver o José Dirceu que fez uma fala no auditório do Sindicato dos Bancários, no Centro do Rio. Estava bem cheio, deveria ter umas 250 pessoas. Pois bem, eu com quase 50 anos deveria ser um dos vinte mais jovens no evento. Nos sindicatos, não é diferente. Talvez a exceção seja apenas o MST.

Essa parafernália digital que nos cerca também roubou a ideia de futuro, de amanhã. Tudo é aqui e agora. O que aconteceu há meia hora pode ter ficado envelhecido e ultrapassado. Soma-se a isso mudanças no mundo do trabalho que precarizam os raros empregos formais e a condição de abandono da escola básica.

Diante dessa realidade, como sonhar com um amanhã melhor? Para muitos jovens de camada popular, o futuro inexiste. Sem futuro não há utopia. Resta matar um leão por dia para ter o que comer e o que vestir.

Vemos poucos jovens nestes eventos em que estamos presentes porque a moçada tá “no corre da vida defendendo um qualquer”, como eles dizem. Não há mais uma comunidade de fé ou um movimento social que financie essas experiências. Quem o fará em um mundo social reduzido a duas instituições – família e Estado –pelo neoliberalismo? E um detalhe: a maioria destes jovens não são católicos.

Não deveríamos pensar que estamos em uma bolha geracional formada por nós mesmos ao longo do tempo? Não estaríamos nós hermeticamente fechados em nossas verdades e metodologias a ponto de não conseguirmos mais escutar os mais novos? Queremos ceder o protagonismo às novas gerações?

Para não dizer que tudo são espinhos, vejo alguns sinais de esperanças. Aqui no Rio de Janeiro, todas as vezes que evangélicos progressistas promovem debates e encontros, há uma grande quantidade de jovens muito envolvidos com a luta por uma sociedade justa.

Os dois últimos em que estive, organizados pelo ISER, tinham esse perfil. Não valeria a pena prestar atenção no que eles – os evangélicos progressistas – estão fazendo para entender onde estamos errando?

Vale também ressaltar o bonito diálogo feito Marcelo Barros e Rose Costa com jovens muito comprometidos na organização do Encontro de Juventudes e Espiritualidades Libertadoras (ENJEL). Na preparação de seu próximo evento, uma coisa me chamou a atenção: a programação é toda feita a partir de rodas de vivência e de conversa.

Diferentes de outros formatos a que estamos acostumados, onde apenas vamos ouvir muita coisa boa, mas de forma passiva. Ao contrário, este encontro propõe uma metodologia baseada no diálogo e na escuta e, sobretudo, oferece protagonismo aos jovens, algo que ainda se resiste muito em acontecer em certos ambientes.

Precisamos sair do planalto e descer para a planície das juventudes. Ou se preferir, sair dos centros e partir para as periferias, sair do asfalto e subir os morros, entrar nas favelas onde estão os jovens com quem queremos dialogar, se de fato desejamos esse diálogo e suas consequências.

Afinal, como bem o senhor lembra, a cabeça pensa onde os pés pisam. Será que estamos pisando os mesmos terrenos das juventudes?

Frei Betto, finalmente peço que me perdoe se lhe pareço impertinente ao responder seu artigo. Não foi minha intenção. Receba como um diálogo que alguém de cabelos grisalhos dirige a alguém de cabelos brancos.

Um grande abraço,

Jorge Alexandre Alves é professor do IFRJ e do Movimento Fé e Política.

Foto: Registro do 12º Encontro Nacional de Fé e Política

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Diálogo intergeracional 1: Cabelos Brancos, por Frei Betto https://observatoriodaevangelizacao.com/dialogo-intergeracional-1-cabelos-brancos-por-frei-betto/ Wed, 24 Apr 2024 13:09:10 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49739 [Leia mais...]]]> Participei em Belo Horizonte, no início de abril, do 12º encontro nacional do Movimento Fé e Política. Quase duas mil pessoas. Ao contrário dos encontros anteriores à pandemia, poucos jovens. A maioria de cabelos brancos ou tingidos. Minha geração envelhece. Chego este ano aos 80. Nossas ideias, propostas e utopias, também envelhecem? (…) Precisamos fazer autocrítica, rever nossas ideias, ter a coragem de abrir espaços às novas gerações e reinventar o futuro. Nossos cabelos brancos denunciam o inverno que nos acomete. É hora de uma nova e florida primavera!

Confira o artigo de Frei Betto na íntegra:

CABELOS BRANCOS

Participei em Belo Horizonte, no início de abril, do 12º encontro nacional do Movimento Fé e Política. Quase duas mil pessoas. Ao contrário dos encontros anteriores à pandemia, poucos jovens. A maioria de cabelos brancos ou tingidos.

Minha geração envelhece. Chego este ano aos 80. Nossas ideias, propostas e utopias, também envelhecem?

É muito preocupante constatar que as forças progressistas não logram renovar seus quadros. Para vice de Boulos, na disputa pela prefeitura de São Paulo, em outubro próximo, o PT precisou importar uma mulher filiada a outro partido: Marta Suplicy, que fará 80 anos em março de 2025. No Rio, o PT parece não ter quem indicar para possível vice na chapa do prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição. Tende a importar Anielle Franco, do PSOL.

Tenho proferido conferências pelo Brasil afora e assessorado movimentos populares. Os cabelos brancos predominam na plateia. As poucas manifestações públicas convocadas pela esquerda reúnem um número inexpressivo de pessoas e, em geral, a turma dos cabelos brancos.

Nós, da esquerda, estamos acuados. Como diz a canção de Belchior, “minha dor é perceber / que apesar de termos feito / tudo, tudo, tudo, tudo que fizemos / ainda somos os mesmos e vivemos (…) como os nossos pais”. “Nossos ídolos ainda são os mesmos”. E não vemos que “o novo sempre vem”.

A queda do Muro de Berlim abalou as nossas esperanças em um mundo onde todos teriam a sua existência dignamente assegurada. E o capitalismo, gato de sete fôlegos, inovou-se pelos avanços da ciência e da tecnologia e, sobretudo, do neoliberalismo.

Primeiro, a privatização do patrimônio público; em seguida, das instituições sociais, reduzidas a duas por Margaret Tchatcher: o Estado e a família. E, por fim, o cidadão foi despido de seu manto aristotélico e condenado a ser mero consumista, inclusive de si mesmo ao passar horas a se mirar no espelho narcísico das redes digitais.

Há uma progressiva despolitização da sociedade.

A direita é como uma maré que sobe e ameaça afogar o que nos resta de democracia liberal. Basta dizer que um dos três programas de maior audiência da TV Globo e, portanto, de faturamento, é o BBB, que bem espelha os tempos em que vivemos: ali são explícitas as regras do sistema capitalista. O único objetivo é competir. Todos sabem que, ao final, apenas uma pessoa haverá de amealhar o pote de ouro. E a missão dos concorrentes é cada um fazer tudo para que seus pares sejam eliminados. É o que milhões de adolescentes aprendem ao perder horas assistindo àquele simulacro de “O anjo exterminador”, de Buñuel.

Na esquerda “ainda somos os mesmos”. Não semeamos a safra de novos militantes com medo de que eles se destacassem e ocupassem as nossas instâncias de poder. Abandonamos as favelas, as zonas rurais de pobreza, os movimentos de bairros. E não aprendemos a atuar nas trincheiras digitais, monopolizadas pela direita como armas virtuais da ascensão neofascista.

Não sabemos como reagir diante do fundamentalismo religioso que mobiliza multidões, abastece urnas, elege inclusive bandidos notórios. Fundamentalismo que apaga as desigualdades sociais e as contradições de classe e ressalta que tudo se reduz à disputa entre Deus e o diabo. Todo sofrimento decorre do pecado. Eliminado o pecado, irrompe a prosperidade, que empodera e favorece o domínio: a confessionalização das instituições públicas; a deslaicização do Estado; a neocristandade que condena à fogueira da difamação e do cancelamento todos que não abraçam “a moral e os bons costumes” dos que clamam contra o aborto e homenageiam torturadores e milicianos assassinos.

Precisamos fazer autocrítica, rever nossas ideias, ter a coragem de abrir espaços às novas gerações e reinventar o futuro. Nossos cabelos brancos denunciam o inverno que nos acomete. É hora de uma nova e florida primavera!

Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros. Livraria virtual: freibetto.org
Assine e receba todos os artigos do autor: mhgpal@gmail.com

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Encontro de Jovens Universitários Cristãos Humanistas na PUC Minas https://observatoriodaevangelizacao.com/encontro-de-jovens-universitarios-cristaos-humanistas-na-puc-minas/ Wed, 24 Apr 2024 03:28:59 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49714 [Leia mais...]]]>
O EJUCH teve como eixo central o encontro com Jesus, proporcionando momentos de profunda conexão espiritual, criando oportunidades para novas amizades, por meio de reflexões sobre as relações da vida humana. O evento possibilitou ainda o fortalecimento da fé e a adesão aos valores do Evangelho.O 1º Encontro de Jovens Universitários Cristãos Humanistas (EJUCH) promovido pela Pastoral Universitária da PUC Minas promoveu , no Campus Coração Eucarístico, em Belo Horizonte. O encontro contou com a presença alegre de dezenas de jovens universitários dos diversos campi e unidades da Universidade e teve como fundamento o Ano das Juventudes, projeto pastoral da Arquidiocese de Belo Horizonte, em 2024.
Durante o evento, foram realizadas atividades com músicas, danças e dinâmicas coletivas, que promoveram a interação entre os participantes e auxiliaram na formação da fraternidade.
O EJUCH teve como eixo central o encontro com Jesus, proporcionando momentos de profunda conexão espiritual, criando oportunidades para novas amizades, por meio de reflexões sobre as relações da vida humana. O evento possibilitou ainda o fortalecimento da fé e a adesão aos valores do Evangelho.
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Sinodalidade e missão: na Igreja sinodal, onde estão e qual o lugar das jovens e dos jovens? https://observatoriodaevangelizacao.com/sinodalidade-e-missao-na-igreja-sinodal-onde-estao-e-qual-o-lugar-das-jovens-e-dos-jovens-2/ Tue, 23 Apr 2024 18:22:51 +0000 https://observatoriodaevangelizacao.com/?p=49797 [Leia mais...]]]> Neste texto de dom Luiz Fernando Lisboa, “Sinodalidade e missão: na Igreja sinodal, onde estão e qual o lugar das jovens e dos jovens?”, no qual recorda a primeira prioridade da Assembleia Eclesial da América Latiana e Caribe – “Reconhecer e valorizar o protagonismo dos jovens na comunidade eclesial e na sociedade como agentes de transformação” -, lança como desafio: “temos longo caminho a percorrer. As comunidades cristãs devem ´criar´ estes espaços para os adolescentes e jovens. Os adolescentes e jovens, quando perceberem que não têm este espaço, devem ´conquistar´, ´exigir´ até que consigam. Quando é conquistado, tem ainda mais valor“.

Este um texto da iniciativa do Serviço Teológico-Pastoral, de publicar quinzenalmente textos opinativos que contribuam para a reflexão e a formação na caminhada de conversão sinodal da Igreja Católica impulsionada pelo papa Francisco.

Como afirma dom Luiz Fernando, “Para que este caminho da Sinodalidade seja realmente autêntico, é fundamental a participação e a contribuição dos Jovens na missão da Igreja, especialmente trazendo o que eles têm de melhor: a provocação, a inquietação e a alegria“.

Desejamos a todos e todas uma boa leitura!

 

Sinodalidade e missão: na Igreja sinodal, onde estão e qual o lugar das jovens e dos jovens?

Por Dom Luiz Fernando Lisboa, cp

Bispo de Cachoeiro de Itapemirim, ES

A Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe e o Sínodo sobre a Sinodalidade tiveram início na mesma época: Outubro e Novembro de 2021. Os dois acontecimentos são processos abertos, iniciados, mas sem data de conclusão. São um verdadeiro desafio para colocar a Igreja Povo de Deus, em sinodalidade, a caminho, em missão.

O papa Francisco pediu que a Assembleia Eclesial retomasse Aparecida e assim o fizemos. Na verdade, muitas reflexões da Conferência de Aparecida já tinham sido feitas nas Conferências passadas, sobretudo nas de Medellin e Puebla: a opção preferencial pelos pobres, a opção preferencial pelos jovens, as comunidades eclesiais de base, a centralidade da Palavra, a participação das mulheres, as culturas e a interculturalidade, a missão, entre outras.

A Assembleia Eclesial, com o Documento de Aparecida nas mãos, a partir testemunhos, de reflexões teológico-bíblico-pastorais e dos trabalhos em grupos, alertou nossa Igreja latino-americana para 41 desafios pastorais e, juntos, chegamos à escolha de 12 prioridades, sem deixar de lado os desafios. Entre as prioridades, chamou a atenção que a primeira delas tenha sido: “Reconhecer e valorizar o protagonismo dos jovens na comunidade eclesial e na sociedade como agentes de transformação”.

Registro de jovens protagonistas na Igreja Católica no projeto Economia de Francisco e Clara.
  1. O que já se disse sobre a Juventude na Igreja após o Vaticano II?

A Conferência de Medellín (1968) afirmou que

frequentemente os jovens identificam a Igreja com os bispos e os sacerdotes. Por não terem sido chamados a uma plena participação na comunidade eclesial, não se consideram como integrantes da Igreja. A linguagem comum da transmissão da palavra (pregação, documentos pastorais etc.), são-lhes muitas vezes estranhos e por isso não têm influência em suas vidas. Esperam dos pastores que não somente divulguem princípios doutrinais, mas que os provem com atitudes e realizações concretas. Dá-se o caso de jovens que condicionam a aceitação dos pastores à coerência de suas atitudes com a dimensão social do Evangelho: («…o mundo, disse Paulo VI, nos observa hoje de modo particular com relação à pobreza e à simplicidade de vida…»). (Med 5. Juventudes 1.1.5).

Na Conferência de Puebla (1979) a Igreja fez a “opção preferencial pelos jovens” e afirmou que “confia neles e que eles são a sua esperança” (DP 1186), além de que

os jovens devem sentir que são Igreja, experimentando-a como lugar de comunhão e participação. Por isso, a Igreja aceita suas críticas, por reconhecer-se limitada em seus membros, e os quer gradualmente responsáveis na sua construção até que os envie como testemunhas e missionários, especialmente à grande massa juvenil. Nela, os jovens sentem-se povo novo, o povo das bem-aventuranças, sem outra segurança que a de Cristo; um povo dotado de coração de pobre, contemplativo, em atitude de escutar e discernir evangelicamente, construtor de paz, portador de alegria e de um projeto libertador integral em favor, sobretudo, de seus irmãos jovens. (DP 1184).

            Para Puebla, é preciso investir fortemente na Pastoral Juvenil pois

a juventude não se pode considerar em abstrato, nem é um grupo isolado no corpo social. Por isso, ela requer pastoral articulada que permita comunicação efetiva entre os diversos períodos da juventude e continuidade de formação e compromisso depois, na idade adulta. (DP 1204).

 Santo Domingo (1992) dá continuidade ao apoio e àquele espaço que os jovens devem ocupar nas suas comunidades e ressalta que

na Igreja da América Latina, os jovens católicos organizados em grupos, pedem aos pastores acompanhamento espiritual e apoio em suas atividades, mas necessitam sobretudo em cada país de linhas pastorais claras que contribuam para uma pastoral juvenil orgânica” (SD 113).

Os bispos em Santo Domingo chegam a prometer:

Nós nos propomos executar as seguintes ações pastorais: – Reafirmar a “opção preferencial” pelos jovens proclamada em Puebla, não só de modo afetivo mas também efetivamente; isto deve significar uma opção concreta por uma pastoral juvenil orgânica, onde haja um acompanhamento e apoio real com diálogo mútuo entre jovens, pastores e comunidades. A efetiva opção pelos jovens exige maiores recursos pessoais e materiais por parte das paróquias e das dioceses. Esta pastoral juvenil deve ter sempre uma dimensão vocacional. (SD 114).

Em Aparecida (2007), a Igreja é chamada a estimular a pastoral dos adolescentes, com suas próprias características pois o adolescente procura uma experiência de amizade com Jesus (DAp 442) e, além disso, os jovens e adolescentes constituem a grande maioria da América Latina e do Caribe e representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos missionários (DAp 443).

Aparecida ainda acentua a importância da Pastoral da Juventude pois ela “ajudará os jovens a se formar de maneira gradual, para a ação social e política e a mudança de estruturas, conforme a Doutrina Social da Igreja, fazendo própria a opção preferencial e evangélica pelos pobres e necessitados” (DAp 446e).

Na Exortação Apostólica Christus Vivit, elaborada depois e como fruto do Sínodo sobre a Juventude (2019), o papa Francisco pergunta:

«Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos a todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nossos olhos mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenhais medo de ir e levar Cristo a todos os ambientes, até às periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor». E convida-nos a levar, sem medo, o anúncio missionário aos locais onde nos encontrarmos e às pessoas com quem convivermos: no bairro, no estudo, no desporto, nas saídas com os amigos, no voluntariado ou no emprego, é sempre bom e oportuno partilhar a alegria do Evangelho. É assim que o Senhor Se vai aproximando de todos; e pensou em vós, jovens, como seus instrumentos para irradiar luz e esperança, porque quer contar com a vossa coragem, frescor e entusiasmo” (CV 177).

 

  1. Qual o espaço que a juventude tem ocupado na Igreja, hoje? Outras interrogações pertinentes

Quando levamos em conta todos os documentos da Igreja que estimulam e valorizam a participação da juventude, todas as últimas JMJs, a recente priorização da Juventude pela Assembleia Eclesial e tantos outros bons propósitos, nos perguntamos: Eles ajudaram ou fizeram realmente a juventude ocupar o seu espaço dentro da Igreja e na sociedade? Sim e Não!

Há comunidades, paróquias, dioceses nas quais a juventude é protagonista e tem grande envolvimento na participação e nas tomadas de decisão. Elas – comunidades, paróquias, dioceses – entenderam o ensinamento de Puebla que afirma que os jovens devem sentir que são Igreja, experimentando-a como lugar de comunhão e participação. E ainda, que, aceitam suas críticas e os quer gradualmente responsáveis na sua construção e os enviam como testemunhas e missionários, especialmente à grande massa juvenil (DP 1184).

No entanto, há muitas comunidades, paróquias e dioceses parecidas com realidades da Europa, onde a participação é maioritariamente de adultos e idosos. Em certas realidades, e não são poucas, a juventude ainda está afastada e não tem vontade de participar porque “incomoda muito”, tamanha a falta de sensibilidade, de acolhida e vontade dos adultos de conviver com esta faixa etária. Muitos jovens não veem nenhum “atrativo” na Igreja. Também é verdade que não se preparam suficientemente pessoas para assessorarem a juventude. Esta assessoria faz muita falta e faz toda a diferença.

Algumas perguntas para ajudar na nossa reflexão: Quantos jovens há nos nossos conselhos de pastoral comunitário, paroquial e diocesano? Como cuidamos da formação da juventude? Qual o acompanhamento que se dá aos nossos crismandos e crismados? Por que a maioria abandona a Igreja? Qual a relação e o trabalho conjunto entre a PJ e a Catequese Crismal? Qual a importância que damos ao acompanhamento dos adolescentes em geral? Em que medida envolvemos a juventude em nossas ações missionárias? Qual o conhecimento que oferecemos sobre a Doutrina Social da Igreja, já que eles são tão sensíveis a esta temática? Quais os espaços são oferecidos ou conquistados pela juventude na Igreja? Como são acolhidos, acompanhados e orientados os Movimentos juvenis? Qual a ligação dos Movimentos juvenis com a Pastoral da Juventude e com a Pastoral de Conjunto? O que nos falta fazer para esta integração?

Ainda: Como é a formação nos nossos Seminários? Por que muitos padres jovens não querem trabalhar com a juventude? Por que há tão poucos padres, religiosas, religiosos, leigos e leigas especializando-se em pastoral juvenil? Por que os bispos não enviam de cada Diocese ao menos três ou quatro pessoas para se especializarem em Pastoral juvenil? Onde estão no Brasil e na América Latina os Centros especializados em Pastoral juvenil?

 

  1. A Igreja não será sinodal sem os jovens e as jovens

A Igreja sempre foi conduzida por um adulto, aliás, na maior parte do tempo e nos últimos séculos, por um idoso. Isto, porém, não tira a importância do quanto ela foi ajudada a mudar e avançar a partir da visão e audácia de muitos jovens e muitas jovens que a desafiaram: Paulo de Tarso, Francisco e Clara de Assis, Terezinha do Menino Jesus, Joana D’arc, Agostinho, Rosa de Lima, Carlos Lwanga, entre tantos outros e outras.

A Assembleia Eclesial aponta esta prioridade da Juventude justamente porque temos longo caminho a percorrer. As comunidades cristãs devem “criar” estes espaços para os adolescentes e jovens. Os adolescentes e jovens, quando perceberem que não têm este espaço, devem “conquistar”, “exigir” até que consigam. Quando é conquistado, tem ainda mais valor.

Jovens, adolescentes, adultos, crianças, idosos, vulneráveis, descartados, todos e todas fazem parte deste Povo de Deus a caminho.

O papa Francisco enviou aos Jovens uma belíssima mensagem em preparação para a 36ª Jornada Mundial da Juventude, a realizar-se em Lisboa, em 2023, baseado no texto bíblico de Atos dos Apóstolos 26, 16, quando Jesus diz a Paulo: “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!”. Eis o que o Papa propõe aos jovens de hoje:

– Levanta-te e testemunha a tua experiência de cego que encontrou a luz, viu o bem e a beleza de Deus em si mesmo, nos outros e na comunhão da Igreja que vence toda a solidão.

– Levanta-te e testemunha o amor e o respeito que se podem estabelecer nas relações humanas, na vida familiar, no diálogo entre pais e filhos, entre jovens e idosos.

– Levanta-te e defende a justiça social, a verdade e a retidão, os direitos humanos, os perseguidos, os pobres e vulneráveis, aqueles que não têm voz na sociedade, os imigrantes.

– Levanta-te e testemunha o novo olhar que te faz ver a criação com olhos cheios de maravilha, te faz reconhecer a Terra como a nossa casa comum e te dá a coragem de defender a ecologia integral.

– Levanta-te e testemunha que as existências fracassadas podem ser reconstruídas, as pessoas já mortas no espírito podem ressuscitar, as pessoas escravizadas podem voltar a ser livres, os corações oprimidos pela tristeza podem reencontrar a esperança”.

– Levanta-te e testemunha com alegria que Cristo vive! Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os teus coetâneos, na escola, na universidade, no trabalho, no mundo digital, por todo o lado. (Mensagem do papa Francisco em preparação para a 36ª Jornada Mundial da Juventude)

Para que este caminho da Sinodalidade seja realmente autêntico, é fundamental a participação e a contribuição dos Jovens na missão da Igreja, especialmente trazendo o que eles têm de melhor: a provocação, a inquietação e a alegria.

Dom Luiz Fernando Lisboa, bispo de Cachoeiro – ES
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