Segundo o monge e teólogo italiano Enzo Biachi, natureza e cultura têm vínculos indissolúveis de respeito, proteção, cuidado inteligente e amoroso. Além disso, no seio da revelação judaico cristã e de outras tradições religiosas clama, como mandamento divino: “ama a terra como a ti mesmo!”. Entre nós, a evangelização recebida por parcela significativa dos cristãos não favoreceu e ainda não favorece a percepção deste mandamento. E o que é ainda pior, configura-se em muitos lugares uma vida cristã divorciada da dimensão do cuidado com o planeta e com os demais seres vivos.
Em seu artigo ajuda-nos a refletir sobre nossa relação com os alimentos e, a partir desses, com os outros:
“o modo de viver a ação do comer determina o seu sentido e fixa o papel, a função do alimento. Pode-se usar o alimento como algo para se consumir, pode-se fazer do alimento um ídolo unicamente para a satisfação das necessidades individuais e das próprias vontades, ou se pode ver no alimento um dom da terra destinado a todos – portanto, não uma presa – e transformar a refeição em lugar de partilha com os outros e de grande comunhão com a natureza.”
O Observatório reproduz aqui a pertinente e provocante reflexão de Enzo Bianchi:
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/541002-ama-a-terra-como-a-ti-mesmo-artigo-de-enzo-bianchi