A Palavra se fez Carne

Hoje é dia 19 de novembro de 2021, 6ª Feira da 33ª semana do Tempo Comum

No evangelho de hoje o lugar de oração virou espaço de comércio, de exploração dos pobres, tudo em nome de Deus e da fé. Certamente, não do Deus de Jesus Cristo, que não tolera injustiça e opressão, mas do deus Dinheiro, deus dos interesses pessoais que justifica a exploração do outro. Peça ao Senhor a graça de discernir o que precisa ser purificado e expulso do templo que também é o seu coração.

Ouçamos com coragem profética o texto do Evangelho de Lucas 19, 45-48.

Naquele tempo: Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: ‘Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões.’ Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

Por que a religião, que deveria amparar o fraco e cuidar dos mais sofridos, pode se transformar numa máquina de oprimir e maltratar? Por que em nome de deus alguns matam, exploram e fazem o mal? Jesus, que não tolera esse tipo de comportamento, entra no Templo e expulsa de lá os exploradores dos pobres. Afinal, a relação com Deus se dá na gratuidade do amor. Ela não é relação comercial, nem de negócios. E, porque falou a verdade, Jesus foi perseguido e alguns tramaram mata-lo. Sua voz profética incomodava os poderosos da religião. Mas aqueles que eram beneficiados por sua palavra e ação ficavam cada vez mais fascinados com seus ensinamentos. Peça ao Senhor que o ajude a expulsar do seu coração, da sua comunidade cristã, aquilo que torna a vida indigna de ser morada do Senhor.

Como não nos deixar enganar pelos falsos pastores, os líderes das religiões do mercado, que exploram os pobres em nome de deus? Como discernir a voz de Jesus que diz “fizestes de minha casa de oração um antro de ladrões?

“Fizestes da minha casa de oração um antro de ladrões”, disse Jesus quando viu o que acontecia no Templo. Ouça o poema “Prece ao Deus da promessa” de Diego Lelis:


Deus da esperança,
não permitas que as dificuldades
façam perecer a nossa fé.
Deus da justiça, dá-nos a sã rebeldia
para lutarmos contra a opressão daqueles que,
dos seus tronos de poder, insistem em nos escravizar
Deus peregrino, em meio à noite escura do medo,
da incerteza, do luto e da dor,
guia-nos com tua presença de luz e amor.
Deus da promessa, guarda-nos em teu coração,
para que, nas tormentas da vida, em ti possamos descansar
e as forças refazer para sempre caminhar.
Amém!

Rezemos ao Deus misericordioso, o Pai de Jesus, que nos ajude a viver na sua presença com integridade. Que ele nos conduza na dificuldades da vida, que nos ensine a viver na justiça e nos sustente na luta em favor dos indefesos.

Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal.

Amém!

Fonte:

https://arquidiocesebh.org.br/palavra-se-fez-carne/