A memória viva da CAMINHADA DAS CEBS é FONTE DE INSPIRAÇÃO e de esperança criativa DO ESPÍRITO SANTO para ESTE contexto sombrio DE travessia e de partejamento de um novo tempo pós-pandemia

Foi com o educador Paulo Freire que aprendemos a saborear a palavra “partejamento”. Trata-se do cultivo da arte criativa, que brota em nós quando nos empoderamos, para juntos fazer nascer a vida nova que gestamos e embalamos em nossos sonhos de fé, de esperança e de alegria de viver. Ao adquirir consciência crítica e autocrítica da realidade que vivemos, ao descobrir que somos sim sujeitos capazes de escrever e de mudar os rumos da história, experimentamos a certeza de que depende de nós, do que faremos, o que acontecerá no pós-pandemia!!!

Entre as mais graves dificuldades expostas nesta longa experiência de isolamento social, de fragilidade, de insegurança alimentar e de tantas perdas, sobressai a nefasta desigualdade social e suas perversas (e pecaminosas) consequências para a vida das/os filhas/os de Deus mais vulneráveis: os povos originários (indígenas), quilombolas e ciganos, as/os empobrecidas/os e excluídas/os da mesa da cidadania, sobretudo as/os doentes e idosas/os, por muitos vistas/os como uma espécie de “peso morto”.

Tudo isso nos revela que muitas bandeiras precisam ser içadas, muitas lutas ainda precisam ser travadas para que contemplemos o raiar daquele dia que sonhamos e que, pela fé e na esperança no Deus da vida, celebramos enquanto utopia do Reino da justiça e da fraternidade, da vida digna para todos/as.

No entanto, mesmo neste contexto de pandemia de Covid-19 e de nefasto necrogoverno em nosso país, as experiências de travessia trazem a possibilidade de autêntico cultivo da memória da história, de coragem para renovar as profecias que brotam da fé no Deus da vida e, assim, revigorar a energia boa que brota da caminhada das comunidades de fé e de luta, das CEBs.

As Igrejas domésticas hoje estão acolhendo o dom da criatividade do Espírito Santo. Elas estão cuidando das fontes que saciam a sede de espiritualidade e de partilha de fé na vida. E vemos pequenos grupos familiares, de vizinhos/as, de amigos/as, de companheiros/as de caminhada compromissados com o cultivo:

  • da reza do ofício divino;
  • de ricos momentos de oração e partilha e de celebrações de fé;
  • de estudos bíblicos;

das análise de conjuntura;

de debates e rodas de conversa;

de denúncias proféticas;

de comunhão com os movimentos populares nas lutas.;

com muitas outras iniciativas.

Tudo isso, muitas vezes de forma virtual, por meio das diversas mídias digitais. Desse modo, muitos cristãos comprometidos com o Reino de Deus estão se preparando e ajudando a construir a realidade nova que emergirá no pós-pandemia. Estão surgindo poderosas ferramentas que auxiliarão, de maneira nova, a caminhada e a vivência da fé nas lutas pela vida digna para todos/as desde os mais pobres e vulneráveis de nossa sociedade ainda tão desigual.

Uma reflexão que se impõe para todos nós é sobre as continuidades e as transformações das CEBs ao longo de sua trajetória de quase 60 anos. O que permanece? O que mudou? E, principalmente, por quê? Quais são as características das CEBs de ontem e de hoje quando temos presente o atual contexto de transformações sociopolíticas, econômicas, ecológicas e eclesiais? O que as CEBs podem contribuir na Igreja em reforma do Concílio Vaticano II criativamente assumida e atualizada pelo magistério do papa Francisco? A sinodalidade das CEBs pode ajudar na sinodalidade de toda a Igreja?

Nesse contexto, vale a pena recordar e reviver experiências significativas. Confira:

A) 6º Encontro Intereclesial das CEBs:

B) 7º Encontro Intereclesial das CEBs:

Edward Guimarães

Teólogo leigo e secretário executivo do Observatório da Evangelização

1 Comentário

  1. Excelentes exposições em que vemos pessoas cheias de fé em Deus, de amor ao próximo e de coragem de lutar pelo bem comum, de todos os que fazem parte da humanidade, criada e amada por Deus!

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