Mateus 19, 14
Toda pastoral social nasce como resposta criativa de pessoas movidas pela fé, pessoas que acreditam na força do Evangelho e no projeto salvífico universal de Deus, diante de situações graves que ameaçam a vida e agridem a dignidade da pessoa humana. Situações que clamam por justiça, partilha fraterna e solidariedade humana.
Com a Pastoral do Menor não foi e não é diferente. Como aceitar passivamente “como algo normal” e conviver de forma tranquila com a realidade atroz de crianças, adolescentes e jovens em situação de fome e miséria, de vulnerabilidade social a sobreviver nas ruas de nossas cidades por abandono, maus-tratos, violência física, abuso sexual e negligência familiar, da sociedade civil e do Estado?
O objetivo maior da Pastoral do Menor é impedir que essa realidade continue a ser aceita como normal por nossa sociedade e a fazer tantas vítimas inocentes. Ela busca atuar de forma organizada e eficaz na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, especialmente a partir dos empobrecidos e em situação de risco social.
Quem tem um mínimo de sensibilidade humanitária ficaria chocado e indignado com a realidade vivida pelas crianças, adolescentes e jovens pobres em nosso país. Como cristãos, sabemos que essa realidade de pecado social, resultante de uma sociedade profundamente injusta e desigual, clama aos céus. Os cristãos, como discípulos e discípulas de Jesus, não podem ser indiferentes diante de tais situações imorais, abjetas e ignóbeis em nosso meio. Isso contradiz de forma frontal ao Evangelho da justiça e da fraternidade, pois a gratuidade do amor de Deus por nós nos torna filhos e filhas e nos desafia a viver pautados pela justiça e pela fraternidade.
As origens da Pastoral do Menor
O nome dado à Pastoral vem da inspiração bíblica do livro de Marcos “Quem acolhe o menor, a mim acolhe” (Mc 9,37). A Pastoral do Menor é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, e nasceu em 1977, na cidade de São Paulo, por iniciativas acolhidas e impulsionadas por dom Luciano Mendes de Almeida, que profeticamente abraçou esta causa e conclamou a toda a Igreja a assumi-la como prioridade evangélica.
A Pastoral do Menor no dia 27 de agosto de 2021 celebrou os 44 anos de caminhada e luta em defesa da dignidade e dos direitos de crianças, adolescentes e jovens negados por nossa sociedade tão injusta e excludente. Como dizia dom Luciano, a serviço dos pequeninos do Reino. Uma história feita de muitos rostos, vozes, dons e serviços.
Que o exemplo de Dom Luciano Mendes, o que primeiro sonhou com este trabalho, continue a nos inspirar palavras e ações evangélicas e proféticas em defesa das crianças e adolescentes deste nosso chão. Atualmente, a Pastoral do Menor nacional tem a sua sede em Belo Horizonte .
Atuação e organização da Pastoral do Menor
A Pastoral do Menor hoje organiza suas ações a partir de quatro eixos estruturantes:
- solidariedade;
- justiça;
- organização;
- mística.
Conta com 39 escolas de cidadania, com 378 agentes atuando em 84 municípios brasileiros, com assistência a adolescentes que cumprem medida socioeducativas em 20 unidades de internação, em fóruns e conselhos de direitos e de políticas públicas. A pastoral também desenvolve um trabalho de formação continuada em 17 regionais da CNBB.
Entre suas bandeiras de luta podem ser mencionadas:
- Postura contrária ao rebaixamento da idade penal no Brasil;
- Posturas diversas contra o retrocesso das políticas públicas como o Jovens Aprendiz e nas medidas socioeducativas, garantidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A Pastoral do Menor tem hoje a seguinte organização:
- Coordenação nacional, eleita pelos próprios agentes, em assembleia que se realiza a cada três anos;
- Coordenações regionais, correspondentes forma de organização da Igreja do Brasil pela própria CNBB;
- Coordenações (arqui)diocesanas organizadas em cada Igreja particular.
Em âmbito nacional, a Pastoral do Menor tem como natureza jurídica a Associação Nacional da Pastoral do Menor – ANAPAMEN.
A Pastoral do Menor na Arquidiocese de Belo Horizonte
Na Arquidiocese de Belo Horizonte, a Pastoral do Menor foi criada por dom Serafim Fernandes de Araújo, em 1987, quando da realização da Campanha da Fraternidade deste ano, que tinha como lema “Quem acolhe o menor, a mim acolhe”. Este ano, de fato, é considerado um marco histórico da Pastoral, pois, foi quando ela começou a se organizar por todo o território brasileiro.
Segundo Eny Lauriano, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor, a Pastoral trabalha em sintonia com os quatro eixos apresentados pela organização nacional. No entanto, a Pastoral sempre trabalhou com recursos próprios vindos do exterior, de convênios com a Prefeitura e da própria Arquidiocese de Belo Horizonte. Com o passar dos anos essa realidade foi se alterando e, com isso, a Pastoral foi diminuindo seu campo de atuação. Nisso, evidencia-se a necessidade de maior apoio material, além do apoio vindo dos próprios agentes de pastoral.
A importância da atuação da Pastoral do Menor pode ser reconhecida na sua atuação cotidiana:
“Ela trabalha diretamente com a assistência religiosa, com visitas a três Centros socioeducativos de Belo Horizonte para adolescentes autores de atos infracionais que estão em regime de internação. Atua nas políticas públicas, participando de reuniões do Conselho Municipal de Belo Horizonte, do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, nos Fóruns de promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente”.
Eny Lauriano, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor
A Pastoral do Menor tem como missão a defensa de crianças e adolescentes que são vítimas de um sistema excludente que contribui para o empobrecimento de suas famílias. Nesse sentido, não nega as consequências que são dadas para os atos infracionais, pois muitos detentos do sistema socioeducativo cometeram crimes violentos como homicídio, mas quer ser uma via alternativa que os preparem para quando sairem do sistema socioeducativo. Nesta questão, somos iluminados pelos ensinamentos e e práticas de Jesus, que, como Bom Pastor, veio para todos, mas a partir dos últimos, dos excluídos, dos considerados impuros e pecadores.
É uma Pastoral preocupada com a mudança de mentalidade e de postura da nossa sociedade, com a transformação das estruturas e injustas e excludentes da sociedade, com o cuidado da dignidade de crianças, adolescentes e jovens e de ressocialização dos adolescentes e jovens que cumprem medidas socioeducativas. Em breve, eles estarão novamente fazendo parte do convívio na sociedade, sendo assim, a Pastoral do Menor trabalha para que esse convívio seja o melhor possível, humano, acolhedor, saudável.
A Pastoral do Menor, para cumprir a sua missão, precisa do apoio de todos os cristãos, pois juntos temos que ser sal e luz na sociedade e, particularmente, na vida das pessoas pobres, excluídas e vulneráveis. O apoio das instituições cristãs católicas e paróquias é decisiva para a implementação do Projeto Escola de Cidadania para adolescentes. Infelizmente, este trabalho foi interrompido pelas exigências sanitárias da pandemia, mas que deve ser uma causa abraçada por todos na Arquidiocese para que seja bem implementada e passe a realizar este importante serviço.
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