Dentre os símbolos do Natal
Perguntei-me: qual deles
É o mais eloquente?
Confesso ficar extasiado
Ante aquele brilho misterioso
Da “estrela guia de Belém”
Declaro ficar encantado
Diante da beleza imponente
De uma “árvore de Natal”
O mesmo pode ser dito
Do pisca-pisca das luzes,
Da mesa posta e preparada
Da reunião e prece em família
Da troca de afeto e carinho
No entanto, nenhum deles
Nem de longe, se compara
Com a contagiante simplicidade
Do “presépio de Jesus”
O casal pobre, Maria e José,
Excluído, vulnerável e sem lugar
Como qualquer família pobre
Se vira como pode
Na labuta de sobreviver
Em meio às dores do parto
Encontram um canto qualquer
Um cocho se faz manjedoura
As palhas servem pra aquecer
Animais, pastores e magos
Afugentam a solidão, o medo
A tragédia da indiferença
E, naquela noite estrelada,
Anjos revelam a transcendência
Da discreta presença divina
Do Deus que, por graça, se abaixa:
Solidário, se faz igual aos pobres,
Inusitado Caminho de amor
Quando assimilamos este quadro
O acontecido com o menino Jesus
Um fato, infelizmente, tão normal
Tão repetido em nossas periferias
Nas quebradas de nossas cidades,
No sem lugar, sob os viadutos…
O Natal se torna fonte de conversão
Interpelação ética para o conviver Justo, solidário, fraterno-sororal!!!
Feliz Natal – 2020
Que não permitamos, no ano vindouro, a normalidade dos presépios da exclusão